Pressentimento (Elton Medeiros / Hermínio Bello de Carvalho)
Ai! Ardido peito
Quem irá entender o teu segredo?
Quem irá pousar em teu destino
E depois morrer de teu amor?
Ai! Mas quem virá?
Me pergunto a toda hora
E a resposta é o silêncio
Que atravessa a madrugada
Vem meu novo amor
Vou deixar a casa aberta
Já escuto os teus passos
Procurando o meu abrigo
Vem que o sol raiou
Os jardins estão florindo
Tudo faz pressentimento
Que este é o tempo ansiado
De se ter felicidade
Cicatrizes
(Paulo César Pinheiro/Miltinho)
Amor que nunca cicatriza
Ao menos ameniza a dor
Que a vida não amenizou
Que a vida a dor domina
Arrasa e arruina
Depois passa por cima a dor
Em busca de outro amor
Acho que estou
Pedindo uma coisa normal
Felicidade é um bem natural
Uma, qualquer uma
Que pelo menos dure enquanto é carnaval
Apenas uma, qualquer uma
Não faça bem mas que também não faça mal
Meu coração precisa
Ao menos amenizar a dor
Que a vida não amenizou
Que a vida a dor domina
Arrasa e arruina
Depois passa por cima a dor
Em busca de outro amor.
Mambembe
Chico Buarque
No palco, na praça, no circo, num banco de jardim
Correndo no escuro, pichado no muro
Você vai saber de mim
Mambembe, cigano
Debaixo da ponte
Cantando
Por baixo da terra
Cantando
Na boca do povo
Cantando
Mendigo, malandro, muleque, mulambo bem ou mal
Cantando
Escravo fugido, um louco varrido
Vou fazer meu festival
Mambembe, cigano
Debaixo da ponte
Cantando
Por baixo da terra
Cantando
Na boca do povo
Cantando
Poeta, palhaço, pirata, corisco, errante judeu
Cantando
Dormindo na estrada, no nada, no nada
E esse mundo é todo meu
Mambembe, cigano
Debaixo da ponte
Cantando
Por baixo da terra
Cantando
Na boca do povo
Cantando
Essa Moça Tá Diferente
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque
Essa moça tá diferente
Já não me conhece mais
Está pra lá de pra frente
Está me passando pra trás
Essa moça tá decidida
A se supermodernizar
Ela só samba escondida
Que é pra ninguém reparar
Eu cultivo rosas e rimas
Achando que é muito bom
Ela me olha de cima
E vai desinventar o som
Faço-lhe um concerto de flauta
E não lhe desperto emoção
Ela quer ver o astronauta
Descer na televisão
Mas o tempo vai
Mas o tempo vem
Ela me desfaz
Mas o que é que tem
Que ela só me guarda despeito
Que ela só me guarda desdém
Mas o tempo vai
Mas o tempo vem
Ela me desfaz
Mas o que é que tem
Se do lado esquerdo do peito
No fundo, ela ainda me quer bem
Essa moça tá diferente (etc.)
Essa moça é a tal da janela
Que eu me cansei de cantar
E agora está só na dela
Botando só pra quebrar
Mas o tempo vai (etc.)
Falsa Baiana
Roberta Sá
Composição: Geraldo Pereira
Baiana que entra no samba e só fica parada
Não canta, não samba, não bole nem nada
Não sabe deixar a mocidade louca.
Baiana é aquela que entra no samba de qualquer maneira
Que mexe, remexe, dá nó nas cadeiras
Deixando a moçada com água na boca.
A falsa baiana quando entra no samba ninguém se incomoda
Ninguém bate palma, ninguém abre a roda
Ninguém grita ôba, salve a Bahia, Senhor!
Mas a gente gosta quando uma baiana quebra direitinho
De cima embaixo revira os olhinhos
E diz eu sou filha de São Salvador
A vizinha do lado...Dorival Cayme
A vizinha quando passa
Com seu vestido grená
Todo mundo diz que é boa
Mas como a vizinha não há
Ela mexe co'as cadeiras pra cá.
Ela mexe co'as cadeiras pra lá.
Ele mexe com o juízo
Do homem que vai trabalhar
Há um bocado de gente
Na mesma situação
Todo mundo gosta dela
Na mesma doce ilusão
A vizinha quando passa
Que não liga pra ninguém
Todo mundo fica louco
E o seu vizinho também
A vizinha quando passa
Com seu vestido grená
Todo mundo diz que é boa
Mas como a vizinha não há
Ela mexe co'as cadeiras pra cá.
Ela mexe co'as cadeiras pra lá.
Ele mexe com o juízo
Do homem que vai trabalhar
Ela mexe co'as cadeiras pra cá.
Ela mexe co'as cadeiras pra lá.
Ele mexe com o juízo
Do homem que vai trabalhar
Há um bocado de gente
Na mesma situação
Todo mundo gosta dela
Na mesma doce ilusão
A vizinha quando passa
Que não liga pra ninguém
Todo mundo fica louco
E o seu vizinho também
Requebre Que Eu Dou Um Doce:Dorival Cayme
Requebre que eu dou um doce
Requebre que eu quero ver
Requebre, meu bem, que eu trouxe
Um chinelo pra você, ai
Pra você requebrar
Moreninha da sandália do pompom grená
Quando acabar com a sandália de lá
Venha buscar essa sandália de cá
Pra não parar de sambar
Pra não parar de sambar
Morena, balance as contas
Não pare de peneirar
Eu vim pra lhe ver sambando
Eu vim pra lhe ver sambar
A roda da sua saia
Da barra de tafetá
Me põe a cabeça à roda moreninha da sandália de pompom grená
Desafinado
Tom Jobim
Composição: Tom Jobim
Quando eu vou cantar, você não deixa
E sempre vêm a mesma queixa
Diz que eu desafino, que eu não sei cantar
Você é tão bonita, mas tua beleza também pode se enganar
Se você disser que eu desafino amor
Saiba que isto em mim provoca imensa dor
Só privilegiados têm o ouvido igual ao seu
Eu possuo apenas o que Deus me deu
Se você insiste em classificar
Meu comportamento de anti-musical
Eu mesmo mentindo devo argumentar
Que isto é Bossa Nova, isto é muito natural
O que você não sabe nem sequer pressente
É que os desafinados também têm um coração
Fotografei você na minha Rolley-Flex
Revelou-se a sua enorme ingratidão
Só não poderá falar assim do meu amor
Este é o maior que você pode encontrar
Você com a sua música esqueceu o principal
Que no peito dos desafinados
No fundo do peito bate calado
Que no peito dos desafinados também bate um coração
TUM TUM TUM: Jackson do Pandeiro.
No tempo que eu era só
E não tinha amor nenhum
Meu coração batia mansinho:
Tum... tum... tum...
(coro repete)
Depois veio você
O meu amor número um
E o meu coração
Pôs-se a bater
Tum-tum-tum, tum-tum-tum...
Coração Vagabundo
Caetano Veloso
Composição: Caetano Veloso
Meu coração não se cansa
De ter esperança
De um dia ser tudo o que quer
Meu coração de criança
Não é só a lembrança
De um vulto feliz de mulher
Que passou por meus sonhos sem dizer adeus
Sem dizer adeus
E fez dos olhos meus
Um chorar mais sem fim
Meu coração vagabundo
Quer guardar o mundo
Em mim
Meu coração vagabundo
Quer guardar o mundo
Em mim
A Flor E O Espinho
Composição: Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito, Alcides Caminha
Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Hoje pra você eu sou espinho
Espinho não machuca a flor
Eu so errei quando juntei minh'alma a sua
O sol não pode viver perto da lua
Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Hoje pra você eu sou espinho
Espinho não machuca a flor
Eu so errei quando juntei minh'alma a sua
O sol não pode viver perto da lua
É no espelho que eu vejo a minha magoa
A minha dor e os meus olhos rasos d'agua
Eu na sua vida já fui uma flor
Hoje sou espinho em seu amor
Eu so errei quando juntei minh'alma a sua
O sol não pode viver perto da lua
Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Que eu quero passar com a minha dor
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