domingo, 30 de setembro de 2012

RENATO BORGHETTI...





A FESTA DE DIANA CALDAS PEREIRA BEZERRA








A FIDELIDADE DE PRINCÍPIOS DA ESQUERDA FESTIVA...



ANALFABETOS INSTITUCIONAIS

Ruy Fabiano
A reação do PT ao julgamento do Mensalão mostra a escassa cultura democrática do partido, para dizer o mínimo. Antes de mais nada, atribuir o encaminhamento do julgamento a uma suposta ação oposicionista é ignorar a estrutura institucional do país.
Ainda que tivéssemos uma oposição firme e exacerbada, como foi a do PT – e isso, definitivamente (e lamentavelmente), não temos -, não teria meios de influir num julgamento.
A tibieza da oposição brasileira ficou patente ao tempo do próprio Mensalão, quando teria meios de constranger Lula, pela evidência de sua participação no processo, agora confirmada por Marcos Valério.
Antes, já fora mencionada por Roberto Jefferson e pelo próprio José Dirceu, que assegurou que tudo o que fez foi com o conhecimento e a autorização de Lula.
Mas a oposição optou por nada fazer. O próprio Fernando Henrique, como à época noticiaram os jornais, foi procurado por emissários do PT, para que poupasse Lula, o que pareceu desnecessário, já que a oposição entendera desde o início que nada era preciso fazer e que Lula “sangraria” em praça pública e até um poste o derrotaria nas eleições. Mas o poste perdeu.
Lula conseguiu se reeleger. E, inversamente às desculpas que pedira pelos “erros do PT”, passou a dizer que o Mensalão não existira, que fora uma tentativa de golpe contra seu governo e que iria prová-lo quando deixasse a Presidência.
Ora, o lugar de prová-lo era exatamente na Presidência, quando disporia dos meios institucionais para fazê-lo.
Função de ex-presidente, como ele mesmo dissera a FHC, era a de ser um conselheiro, só abrindo a boca quando solicitado. Não é o que tem feito. Aliás, Lula não é exatamente pródigo em matéria de coerência. Entre sua palavra e sua prática, há um imenso abismo.
Mas, voltando à ignorância institucional do PT: além de acusar a oposição de estar interferindo no encaminhamento do julgamento, o partido sustenta que a transmissão pela TV e o noticiário da imprensa seriam fatores a tirar a isenção dos juízes.
Há aí, além de grave ofensa aos juízes, uma inversão do raciocínio lógico. Os juízes, com seus votos, geram o noticiário – e não o contrário. A transmissão põe o público a par do que se passa – e não o contrário.
O abaixo-assinado dos artistas e intelectuais (?!) é uma barbaridade. É a primeira vez na história (possivelmente do mundo) em que se protesta contra um julgamento de corruptos – e a favor dos corruptos. Ninguém nega os fatos; nega-se a necessidade de Justiça.
Nesse sentido, o deputado Paulo Rocha foi estupendo. Disse que “ninguém nega a fraude dos empréstimos”, mas que sua destinação não foi o bolso dos parlamentares, mas o cofre eleitoral, como se isso fizesse alguma diferença.
A inclusão de Lula no Mensalão não decorre da matéria de Veja com Valério. Meses depois da eclosão do escândalo, veio a público um livro, farto em documentos, intitulado “O Chefe”, de Ivo Patarra, disponível também de graça na internet (clique aqui para ler). Nele, mais que se acusar, demonstra-se a liderança de Lula no processo.
Roberto Jefferson, ainda que tardiamente, acusou o ex-presidente em discurso, na sessão em que foi cassado, na Câmara. Tardiamente porque, no curso das CPIs (foram três a tratar do tema), fez questão de preservar Lula, chamando-o de “um homem bom e inocente”.
Seguramente, esperava com isso abrir uma janela para negociações em torno de seu futuro. Como não funcionou e acabou cassado, decidiu abrir o jogo, não a tempo, no entanto, de ver Lula incluído no relatório do procurador-geral da República.
O PT, portanto, deveria agradecer a oposição que tem, que não lhe causa qualquer problema. O Mensalão foi denunciado por um parlamentar da base governista (Jefferson), levado ao Judiciário pela Procuradoria-Geral da República e agora agravado pela denúncia de Marcos Valério, que o operou a pedido do PT.
Nenhuma força externa – nem a burguesia (a não ser os burgueses do próprio PT, que o comandam), nem a oposição, nem o Judiciário – criou essa situação. É totalmente made in PT.
A colheita, no entanto, como determina o Estado democrático de Direito, está sendo imposta, nos termos da lei, pelo Poder institucionalmente incumbido de fazê-lo: o Judiciário.
É o beabá institucional, algo desprezível dentro da lógica totalitária dos que defendem os mensaleiros.

SOBRE DIETAS...







 o cirurgião americano Caldwell Esselstyn, 77 anos, fala sobre a dieta que aplica nos seus pacientes cardiopatas e que não só evita e detém as doenças cardíacas, como também as reverte.
A alimentação por ele proposta se baseia no uso exclusivo de folhas, frutas, legumes e grãos integrais, deixando definitivamente de lado as carnes (vermelhas ou brancas), o leite e seus derivados, as massas e os cereais refinados e açúcar. O método alimentar, aperfeiçoado nos últimos 30 anos, propõe que garfos e facas substituam os bisturís nas nossas vidas.
O método do médico americano foi tema do documentário Forks over knives (Garfos em vez de bisturís), lançado nos States e ainda inédito no Brasil. O filme conta a história exitosa dos pacientes de Esselstyn tratados pelo método na Cleveland Clinic, de Ohio, e que superaram suas cardiopatias e evitaram cirurgias de alto risco ao adotar a dieta.
Em entrevista por telefone ao jornal Folha de São Paulo, o cirurgião afirma o seguinte: “Se você come a dieta típica ocidental, cheia de carne, óleo e laticínios, você vai ver que, entre mil pessoas, algumas terão infarto aos 40 anos, outras aos 50, outras aos 60, 70 ou 80. Você pode dizer que, geneticamente, quem tem infarto só aos 80 é mais forte para resistir a essa dieta extrema. Por outro lado, se todo mundo come uma dieta baseada em vegetais, todos são poupados”.
Segundo dr. Esselstyn, toda vez que comemos azeite, óleo, leite manteiga, queijo, sorvete iogurte e carne, machucamos o endotélio, delicado revestimento das artérias que produz uma molécula chamada óxido nítrico, que é vaso dilatadora e protege as paredes dos vasos sanguíneos.
No seu método curativo, o médico coloca sob suspeita até mesmo o uso do azeite de oliva na alimentação diária: “Quando você estuda o efeito do azeite de oliva com um teste de ultrassom da artéria braquial, no braço, que mede os danos ao endotélio, vemos que o óleo machuca os vasos”.
Afirma ainda: “A medicina tem evoluído no sentido de criar uma lista cara de remédios e de procedimentos perigosos, como a colocação de stents e pontes de safena. Com o tempo, é preciso colocar outro stent, fazer outra ponte, tomar mais remédios, e, no fim, a pessoa morre do coração assim mesmo. Os médicos, não sei o porquê, passaram a acreditar que as pessoas não são capazes de mudar seu estilo de vida. A revolução da saúde nunca vai acontecer por causa da descoberta de um remédio. A revolução vai acontecer quando as pessoas estiverem informadas do ponto de vista nutricional, para evitar as comidas que vão fazê-las perecer por uma doença”.
E encerra a sua entrevista com uma crítica pertinente: “O Brasil está destruindo a atmosfera e o mundo ao queimar as florestas que são ótimas para capturar o CO2. Por quê? Para produzir carne, que vai fazer as pessoas morrerem cedo e ter vidas miseráveis e infelizes. Se toda essa área for substituída por vegetais, é possível produzir muito mais. Vamos comer plantas, é para isso que fomos criados”.
Tive o trabalho de encaminhar esse material para as mais de 300 pessoas que compõem a minha lista de relacionamento e apenas três dessas pessoas (menos de 1%) se sensibilizaram ao apêlo.
Enfático, o meu amigo Alberto Felix, que mora em Osasco, assim respondeu: “Que merda! Nós vamos comer casca de pau e folha de mato e ser feliz? Uma porra! Eu quero churrasco, picanha, chambaril e mão de vaca (sem esquecer uma boa feijoada). Os naturebas podem ir para o partido de Marina e Sting!”
O músico e poeta Wagner Ortiz foi mais ponderado nas suas colocações: “Gostei, Clóvis. Venho tentando mudar minha alimentação nas últimas décadas, preferindo saladas, frutas, produtos orgânicos e integrais, mas é difícil deixar aquele bifinho suculento. É a cultura adquirida, nós aprendemos isso. Agora, temos que aprender a comer somente verduras!”
Ubiratan Souza, músico e compositor maranhense, mesmo não respondendo diretamente, teve o cuidado de repassá-lo para a sua lista de contatos.

sábado, 29 de setembro de 2012

O ANIVERSÁRIO DE DIANA...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.


DIANA E A MANA VIOLANTE PIMENTEL...
       


               NO DIA DE HOJE, COMEMORAMOS O ANIVERSÁRIO DA MINHA SOBRINHA QUERIDA, DIANA CALDAS PEREIRA BEZERRA...
         HÁ ANOS, A NOSSA FAMÍLIA SE REÚNE NO NICK BUFFET  DA HERMES DA FONSECA...
          

LÁ ESTARÃO OS PIMENTEL BEZERRA  E OS DESCENDENTES DE JOSÉ CANCÃO, JOSÉ ARAÚJO PEREIRA, QUE ERA O AVÔ DE DIANA.

          NA VIDA, DEUS TANTO DÁ FAVAS COMO DÁ FADAS...

A MIM, FUI PRESENTEADO COM DUAS FADAS:

 A MINHA IRMÃ VIOLANTE E A MINHA SOBRINHA DIANA...

PESSOAS INTEGRANTES E ESSENCIAIS NA MINHA VIDA...

PESSOAS QUE POVOAM EM MIM , TODAS AS DIMENSÕES...

          VIOLANTE, ADVOGADA , PROCURADORA DO ESTADO APOSENTADA,PRESENTE EM TODOS OS  MOMENTOS DA  MINHA VIDA...NOS BONS E NOS MALES...

 A QUEM MAMÃE CONFIOU A CAIXA DE CHOCOLATE TORRÃO,PARA QUE ELA ME DESSE DOIS NA HORA DO RECREIO DO JARDIM DA INFÂNCIA,PARA EU NÃO COMER A CAIXA TODA...
          

DIANA, ADVOGADA,FILHA DE VIOLANTE E EROS CALDAS, JÁ FALECIDO,ME ENTERNECE DE GENTILEZAS
...CHEGA A ME ADIVINHAR OS GOSTOS E OS DESEJOS, E AS PALAVRAS ...

COMANDA O VERANEIO NA BARRA DE CUNHAÚ E BANCA TODAS AS FESTAS, ORGANIZA, DECIDE...MANDA...

EU CHEGO COM A BOCA E O VIOLÃO, E SOU DONO DA SUITE NÚMERO DOIS...COMO CABERIA A UM POETA CANTOR.

          DIANA, LHE DESEJO TODA A FELICIDADE DO MUNDO...SUA DISCRIÇÃO E SIMPLICIDADE, NEUTRALIZA A MINHA VAIDADE.

UM BEIJO...
          


DIANA PEREIRA:
Obrigada, tio Bernardo, por essa bela homenagem. O senhor também é muito querido por nós e é parte integrante das nossas vidas. Beijos.


Violante Pimentel Obrigada, meu irmão querido, por essa linda homenagem a Diana. Você sempre me surpreende e mexe com minhas emoções. Você é o irmão e amigo mais certo, das horas certas e incertas, e faz parte do ar que eu respiro. Você, Gracinha, Brena e Paulo, Breno e Adriana, Bruno e Aline, são partes integrantes da minha vida e a de Diana.

LENDAS BRASILEIRAS...CANTADA POR CHICO BUARQUE...


Lendas Brasileiras

Aldir Blanc

Dizem lendas que um labro marador
Viu num luzeiral a Saruí
Tendo ao lado dela
Um Par da França
Com a lança e o elmo em fogo de Santelmo
Vendo o marador a meiga Saruí
Transtornou-se em flor de cambuci
Tingida de aniz marijuana
Que azimbra as Malvinas das iguanas...
Ah, o arco-íris virou quebra-luz
Tuma ardilou-se em penas de avestruz
E a minha avó batia pão-de-ló
No sino da igreja do Jarí
Ao ver casar Nhá-Piná e Raoni
Peixe de água doce quis luceliçá
Junto ao seringal do Xapuri
Mas apareceu um Par de França
E disse a ele: "- Esse rendez-vou, cancele!"
E levou o peixe na Praça Paris
Pra estudar na Escola Patati
Onde, diz-se, um pato ao tucupi
Foi graduado Cisne do Itamaraty
E aí, o peixe doce virou caximir
E a onda trouxe um guinga e um Aldir
E foi então que o pobre enriqueceu
Valeu. Todas as lendas são assim:
Pra relembrar o que não aconteceu

SOBRE CONFERENCIA...



 
 
 
Palestra na Madrugada
Imagem inline 1
Quatro horas da manhã, um homem com andar meio cambaleante caminha pela rua escura. Um carro da polícia se aproxima e os policiais resolvem averiguar a  situação:
- Onde vai o cidadão a uma hora destas??
- Estou indo assistir uma palestra...?
- Palestra?! A esta hora? Sobre o quê??
- Sobre os  efeitos do álcool e das drogas no corpo humano. Os danos causados pela esbórnia. A farra na degradação da vida amorosa e conjugal. Nos impactos negativos sobre o  sistema nervoso central e periférico advindos dessa vida desregrada. Dos malefícios aos órgãos internos e também externos devastados pela  ingestão desenfreada de fumo, álcool e drogas ilícitas. E a vida sem Deus  no coração.
Aí, um dos policiais pergunta: quem vai dar essa palestra a essa hora da madrugada???
- Minha esposa, quando eu chegar em casa !!!
 
 

CHURRASCO NO TORTO...



CAL NO CHURRASCO DO TORTO
 
    Lula da Silva ficou surpreso ao verificar que havia um monte de sacos de cal na churrasqueira da Granja do Torto, e pergunta ao churrasqueiro: 
     -Quem pediu esses sacos de cal? 
    -O senhor, respondeu o rapaz! 
    -Eu?????? Perguntou indignado. 
    -Sim, foi o senhor mesmo, companheiro presidente! 
    -Mas como você me acusa de uma coisa dessas, companheiro? disse esbravejando, mas elegante com sua face vermelha combinando com um terno Armani novinho. 
    -Lógico! disse o jovem mostrando ao ilustre presidente o bilhete para as compras que o mesmo havia deixado. Estava claramente escrito: 102 quilo de CAL 
    -Mas você é iletrado mesmo, companheiro! Disse Lula babando de ódio com a ousadia do fedelho. 
    Eu apenas esqueci de pôr cedilha no C. 
    É lógico que era ÇAL para o churrasco, seu ignorante. 
    E adonde você viu que eram 102 quilos, seu retardado? 
    Eu escrevi 1 Ô 2 quilo, seu burro!
 

MÃE SÓ TEM UMA...

MÃE SÓ TEM UMA !!!!


> A professora mandou os alunos escreverem uma redação que terminasse com:
> 'Mãe... só tem uma'.

> No dia seguinte, ela chama o THOMAS para ler sua composição e o garoto
> assim começa: 'Eu estava doente, espirrando, tossindo,febril, não conseguia
> comer nada, não podia brincar, nem vir à escola. Aí,de noite, a mamãe
> esfregou Vick Vaporub no meu peito, me deu um leitinho quente com um
> comprimidinho, me cobriu, eu dormi e, no dia seguinte acordei bonzinho e
> feliz. Mãe...só tem uma.'

> A classe toda aplaudiu, a professora elogiou, deu dez para Thomas.


> Chamou o MICAEL , que já foi logo lendo a dele:
> ' Eu tinha prova de Conhecimentos Gerais no dia seguinte, não sabia nada,
> não conseguia decorar nada, comecei a chorar, achando que ia tirar zero. Aí
> a mamãe sentou do meu lado, pegou o livro, me explicou tudo direitinho,
> tomou a minha lição e eu fui dormir sossegado. Quando acordei senti que
> sabia tudo, vim à escola. Fiz a prova e tirei 10. Mãe... só tem uma'.



> A classe, emocionada, também aplaudiu Micael. A professora deu dez para ele
> também.


> Desta vez chamou o Wandergleidson Júnior:


> ' Cheguei no barraco, minha mãe que estava na cama com um cara que não
> conheço, diferente do cara da semana passada, gritou para mim:
> Wandergleidson Júnior, seu neguinho filho da puta , vai lá na geladeira e
> traz duas celveja. Aí eu abri a geladeira e gritei pra ela:
> - Mãe... Só tem uma!'

O TERREMOTO...


TERREMOTO NO CEARÁ


Depois dos terremotos ocorridos na Ásia, o governo brasileiro resolveu
instalar um sistema de medição e controle de abalos sísmicos, que cobre todo
o país. O então recém-criado Centro Sísmico Nacional, poucos dias após
entrar em funcionamento, já detectou que haveria um grande terremoto no
Nordeste do país. Assim, enviou um telegrama à delegacia de polícia de ICÓ,
uma cidadezinha no interior do Estado do Ceará.

Dizia a mensagem:
' Urgente. Possível movimento sísmico na zona. Muito perigoso. Richter 7.

Epicentro a 3km da cidade. Tomem medidas e informem resultados com
urgência.'

Somente uma semana depois o Centro Sísmico recebeu um telegrama que dizia:
'Aqui é da polícia de ICÓ. Movimento sísmico totalmente desarticulado.
Richter tentou se evadir, mas foi abatido a tiros. Desativamos as zonas.
Todas as putas estão presas. Epicentro, Epifânio, Epicleison, Epitácio e
os outros cinco irmãos estão detidos. Não respondemos antes porque houve um
terremoto da porra aqui.'

UMA ANÁLISE DOS PARTIDOS BRASILEIROS...


POR HARDY GUEDES.
O PT NÃO QUER MILITANTES, QUER FANÁTICOS!

Independente dos resultados das urnas, o PT é um partido agonizante.
Pode eleger vários prefeitos e vereadores nestas eleições e, futuramente, deputados, senadores, governadores e mesmo reeleger Dilma Roussef ou o próprio Lula, que continuará sendo um partido agonizante.
Isso porque virou uma coisa amorfa, sem sentido. Consegiu igualar-se ao PMDB que só se interessa por poder pelo poder. Não tem mais ideologia e, hoje em dia, pretende-se de esquerda, mas é só da boca pra fora.
Como, de resto, praticamente todos os demais partidos brasileiros têm uma ideologia somente no papel. Na prática, o que prevalece é o fisiologismo.
Esquerda de verdade não se vende, não corrompe, nem se deixa corromper.
O PT, fingindo-se de esquerda, mantém o mesmo discurso de sempre. Fala contra as “zelites” e contra os “conservadores”, mas anda de braços dados com eles, seus aliados, como Sarney, Maluf e outros mais.
Partidos políticos só sobrevivem como tal, quando mantêm uma identidade coerente com a sua filosofia e, principalmente, se prega e permanece nos limites da ÉTICA.
O PMDB, por exemplo, começou na esquerda, lutando pelas liberdades democráticas, por eleições livres, em posição antagônica à ARENA, que era o partido da ditadura.
Depois, para conquistar o poder, trouxe José Sarney para os seus quadros e este, por um acaso do destino, tornou-se presidente do Brasil.
De lá pra cá, o PMDB, dito o maior partido do ocidente, ficou girando em torno do poder, fazendo alianças, aceitando toda sorte de políticos em seus quadros… Perdeu a identidade inicial.
Perdeu tanto a legitimidade que, não raro, sequer tem mais candidato próprio a cargos majoritários. Gruda em alguém bem cotado em troca de apoio parlamentar.
O PSDB agiu da mesma forma. Um partido que deveria ser de esquerda, dentro da filosofia da social-democracia, mas aliou-se à direira (DEM) e esqueceu de seus estatutos e filosofia.
O PT segue o mesmo caminho. Aliou-se à direita para conquistar o poder e se perdeu tanto que, por conta do mensalão e do envolvimento de alguns dos seus “expoentes” com a corrupção, foi obrigado a “inventar” Dilma Roussef, oriunda do PDT de Brizola, para substituir Lula na presidência, já que os possíveis candidatos de seus quadros tinha telhado de vidro demais.
Agora, com o julgamento do mensalão despertando a população e até mesmo os militantes do PT de que foram ludibriados por um governo que pregou a ética antes de chegar ao poder e abandonou os seus princípios depois de assumir o comando da nação, os dirigentes do PT querem que o povo saia às ruas para defender os malfeitores e, consequentemente, os malfeitos.
Ora, é pretensão demais!
Obviamente, alguns fanáticos poderão querer erguer a bandeira do PT, mas os militantes tradicionais que aderiram ao partido em função da ética e de uma administração pública voltada para a decência e salvaguarda dos interesses da população, abraçando a causa socialista, não irão, por certo, cair mais nessa conversa.
O povo (incluindo-se militantes autênticos do PT) não quer mais safadeza na política. Quer decência, quer ética e, tenho certeza, quer a condenação exemplar daqueles que patrocinaram o mensalão e encheram os bolsos seus e de outros políticos, em detrimento de toda a pregação anterior do partido.
Espero, sinceramente, que as urnas demonstrem isso.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

VERSOS FESCENINOS...


Eis o que tenho a explicar:
Isto aqui só lê quem gosta.
E a quem ler e não gostar,
Permito que vá à bosta.
Rocha Ramos (MG)
Na França, pescoço é cou
(como anda tudo a esmo!)
No Japão, Ku é ministro
No Brasil, cu é cu mesmo
Barão de Itararé – RS
É a inflação que fode a gente,
É soldado, é Capitão.
- E o puto do Presidente
Vive fodendo a Nação!
José Jurandir Siqueira – AP
Tatu mora no buraco,
Guaximim, beira da praia.
O bicho que mata homem
Mora debaixo da saia.
Aluízio Moura, Macaíba – RN
Definição competente
De quem o verbo capricha:
- Boceta é um cachorro quente
À espera de uma salsicha.
Antônio Juraci Siqueira- PA
Político é fodedor,
Fode tão completamente,
Que a si se fode se for
Pensando foder a gente…
Rocha Ramos – MG
Ao ver o nome cretino,
O professor deu um berro.
Era o nome do menino:
Antônio Botelho Ferro.
Hildemar de Araújo Costa – BA
Eu tenho duas cabeças,
Todas duas sem censura.
A de cima é democrática,
A debaixo é a dita dura!
Juca Chaves – RJ
Não gosto de violão,
Detesto o fedor de bode,
O defunto sem caixão
E a boceta que não fode!
M. C. P. – RS
Neste lugar solitário
Onde a vaidade se acaba
Todo covarde faz força
Todo valente se caga
Folclore
Neste lugar apertado
Onde tudo se descobre,
Tanto faz estar sentado
Cu de rico ou cu de pobre.
Folclore (Recolhida pelo Trovador, Alydio C. Silva, na extinta Confeitaria Colombo, em Vitória em 1950)
Embora tudo aconteça,
De valente não me gabo.
Do peixe quero a cabeça,
Da mulher, prefiro o rabo.
Zé Areia, RN
Eu que vivia fodendo,
Eu, que fodendo vivia,
Agora vivo fodido
Sem a tua companhia.
Manuel Bandeira (Quem diria!)

SOBRE VOTOS...


Autor: João Pajeú
GRANDE DEBATE: VOTO BRANCO E VOTO NULO NA CAMPANHA ELEITORAL
Eu me chamo Voto Branco,
Ficha limpa e transparente.
Devido à desconfiança
– Com razão – de muita gente,
Eu lidero as eleições
No Brasil, daqui pra frente.
Eu me chamo Voto Nulo,
O nome já tá dizendo
Que não sirvo para nada,
Mas o povo está querendo
Em mim votar, por protesto
–  Já estou prevalecendo.
Voto Branco
Voto Branco não garante,
Não promete nem engana,
Por isso, sou preferido
De muita gente bacana.
Sou a melhor opção,
Digo sem bater pestana.
Voto Nulo
Voto Nulo é preferido
Do eleitor revoltado
Com político desonesto
Que só tem papo furado,
É por esta e outras coisas
Que hoje sou tão cotado.
Voto Branco
Sei que sou aproveitado
Da contagem no final;
Porém, minha maioria
É a prova essencial
Que o povo manifesta
De insatisfação geral…
Voto Nulo
O Voto Nulo é sinal
Da grande insatisfação
Do eleitor brasileiro
Contrário à corrupção
Praticada a toda hora
Por ficha suja ladrão.
Voto Branco
Eu chamo mais atenção,
Porque sou mais coerente.
Quem não acha candidato
Com proposta diferente,
Vota Branco, com certeza,
Que voto Branco não mente.
Voto Nulo
Eu já sou mais eloquente
E muito mais radical,
Sou preferido dos jovens,
Se procurar no jornal,
Pode ver que estou ganhando
Na pesquisa eleitoral.
Voto Branco
Colega, não leve a mal,
Votar Branco é mais sensato.
Prefeito e vereador,
Com seu discurso barato,
Não me vence neste pleito,
Desafio o candidato!
Voto Nulo
O povo é quem paga o pato
Quando vota em quem não presta,
E com dinheiro do povo
Vive só de fazer festa.
Diante de tanto abuso
Sou a opção que resta.
Voto Branco
É por mim que o povo atesta
Que goza do seu direito
De não votar em ninguém
Que depois de ser eleito,
Só quer se locupletar,
Principalmente prefeito.
Voto Nulo
Por isso, agora no pleito
De outubro, dia 7,
Muito eleitor brasileiro
Votar no Nulo promete…
Eu, que não prometo nada,
O povo aprova e repete.
Voto Branco
Até mesmo na internet
Estão fazendo campanha
Em favor do Voto Nulo,
E quando a coisa se assanha,
Eu não quero nem saber,
É Voto Nulo quem ganha!
Voto Nulo
Nossa descrença é tamanha
Que Voto Branco lidera,
Pois de quatro em quatro anos
O povo vota e espera
A solução que não vem,
Somente o roubo prospera.
Voto Branco
Tem político besta-fera
Que apodrece no poder
Enganando todo mundo
Sem jamais nada fazer
Em prol da população,
Isso eu já cansei de ver.
Voto Nulo
Vote Nulo, com prazer,
Mostrando a revolta sua
Contra o roubo do dinheiro
Do povo que tanto sua,
E divulgue essa campanha
Seja no mato ou na rua.
Voto Branco
O Voto Branco insinua
Que o povo está consciente.
A mesma mídia que ajuda
Pedir o voto da gente,
É essa mesma que mostra
O ladrão na nossa frente.
Voto Nulo
Por isso o povo, somente,
É quem de direito deve
Manifestar seu repúdio
O mais urgente, o mais breve,
E no dia da eleição
Nem votar, e fazer greve.
Voto Branco
Eu, porém, pego mais leve,
Pois o voto é consagrado,
Um direito democrático
Do cidadão preparado,
Por isso é que muita gente
No Branco já tem votado.
Voto Nulo
Colega, estou do seu lado,
Mas repito, sou melhor,
Porque votando no Nulo
O povo sabe de cor
Que votou foi por protesto
A quem rouba seu suor.
Voto Branco
Eu não sei qual o pior
Candidato, não senhor.
Para prefeito, nenhum,
Demonstra que tem valor
Da mesma forma acontece
Votar pra vereador.
Voto Nulo
Foi cassado um senador,
Grande cargo da Nação,
Por ter o nome envolvido
Em esquema de ladrão,
Por isso é que o Voto Nulo
Traduz nosso grande NÃO!
Voto Branco
Vejo agora o Mensalão
No Supremo ser julgado,
E são 38 réus,
Cada qual mais acusado
De roubar nosso dinheiro
E ninguém vai processado.
Voto Nulo
Eu nunca fui enganado
Que mentira eu não engulo.
Comigo não tem porém,
Eu dou pinote, dou pulo,
Não desisto da campanha
De votar no Voto Nulo.
Voto Branco
Do meu lado, também bulo,
Minha parte estou fazendo,
Nós estamos quase empates
Pelo jeito que estou vendo,
Mas o voto de cabresto
Também tá aparecendo
Voto Nulo
É o voto mais horrendo,
Contrário à Democracia,
Pois o voto de cabresto
É voto da tirania,
Irmão do voto comprado
Sem a menor garantia.
Voto Branco
Meu colega, esta porfia
Já vai chegando ao final.
Voto Branco não é certo,
Porém é o menos mal.
Não achando em quem votar
Lembrem de mim, pessoal.
Voto Nulo
Somos iguais, afinal,
Somos votos de protesto…
Como tanto candidato
Eu sei que também não presto.
Vamos ver no dia sete:
Vote Nulo, o resto é resto…

SOBRE A MORTE POLÍTICA...


POR LUIZ OTÁVIO CAVALCANTI.
ATRAÇÃO FATAL

Morrer politicamente é fato natural. Líderes nascem, crescem e desaparecem. Como tudo na vida, têm seu ciclo. Uns, vão-se subitamente, em meio a crises. Consequência de atos violentos que os atingem. Foi o caso de Getúlio, fundador do Brasil moderno. Apontando o revólver contra o peito. E ferindo seus adversários.
Outros, vão-se vagarosamente, esperneando nostalgia, gotejando saudade do poder. Não conseguem viver sem o calor de palácio. E quanto mais o tempo passa, e o sol de põe, mais estressados ficam. É o caso de Lula, fundador do Brasil social.
Antigas lideranças diminuem ou crescem com o passar do tempo. Dependendo da qualidade de sua obra. E da lapidação que sobre ela produz a memória. Memória é artigo vivo. Que se atualiza no conhecimento aprofundado de fatos de antiga gestão. Em condutas do cidadão que existe em todo ex poderoso. Em fazeres infindos de quem caminha na areia prateada de passada glória, feita retrato na parede.  
A grandeza de um líder não desaparece com seu ocaso político. Ela apenas se coloca em outro patamar. O do respeito pela contribuição pública, o da reverência por conquistas alcançadas. Ou não. Por isso, é preciso zelo e compostura. Zelo com a história. E compostura consigo próprio.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

POETAS DO POVO...


Severino Lourenço da Silva Pinto (Pinto do Monteiro) – 1896/1990
Pinto do Monteiro glosando o mote:
Se já gozei no passado,
Posso sofrer no presente.
Para falar sobre a farra
Não é bom que eu me afoite,
Entrava à boca da noite,
Saía ao quebrar da barra.
Fui mais do que almanjarra,
Pra moer cana no dente,
Quando eu bebia aguardente,
Cerveja, vinho e quinado.
Se já gozei no passado,
Posso sofrer no presente.
* * *
Pinto do Monteiro glosando o mote:
Na grandeza do Amazonas
Encontrei meu grande amor.
O pobre do seringueiro
Tem o índio por vigia,
O macaco por espia,
E o tigre por companheiro!
A bem de ganhar dinheiro,
Trabalha seja onde for.
Mas eu fui foi ver a flor
Que habita àquelas zonas!
Na grandeza do Amazonas,
Encontrei meu grande amor.
* * *
João Paraibano glosando o mote:
Vou no trem da saudade todo dia
Visitar o lugar que fui criado.
No vagão da saudade eu tenho ido
Ver a casa onde antes nasci nela
Uma lata de flores na janela
A parede de taipa, o chão varrido
Milho mole esperando ser moído
Numa máquina do veio enferrujado
Que apesar da preguiça e do enfado
Mãe botava de pouco e eu moía
Vou no trem da saudade todo dia
Visitar o lugar que fui criado.
Vou pra ver nessa casa que foi minha
Minha rede já pença duma banda
O batente na porta da varanda
Um bueiro de lata na cozinha
Mãe prendendo os dois pés duma galinha
Num cordão de algodão descaroçado
Um espeto cheirando a milho assado
E um cuscuz fumaçando na bacia
Vou no trem da saudade todo dia
Visitar o lugar que fui criado.
Eu não posso esquecer que o rouxinol
Dessa casa também foi habitante
Mãe cortando pedaço de bramante
Pra colocar o remendo no lençol
Pai voltando da roça ao pôr-do-sol
Cochilando com o peso do enfado
Um pé sem chinelo, outro calçado
Uma mão ocupada, outra vazia
Vou no trem da saudade todo dia
Visitar o lugar que fui criado.
Lembro a boca redonda da cumbuca
Que mamãe tirou sal pro alimento
A vassoura do rabo dum jumento
Espantando um enxame de mutuca
Um cancão desarmando uma arapuca
Um canário cantando engaiolado
Um cachorro latindo acocorado
Sem cobrar um tostão pra ser vigia
Vou no trem da saudade todo dia
Visitar o lugar que fui criado.
Toda noite eu me lembro de lembrar
De um pião enrolado até o meio
Mãe botando carvão num ninho cheio
Pra ninhada da franga não gorar
Uma gata lambendo um alguidá
Com o cabelo da testa penteado
Depois subia pra cima do telhado
Na certeza que o gato também ia
Vou no trem da saudade todo dia
Visitar o lugar que fui criado.
* * *
João Furiba glosando o mote:
Com três meses depois da eleição
Ninguém lembra o que disse ao eleitor.
Eu recordo que um certo candidato
Lá em casa chegou de cara lisa,
Prometeu-me uma calça, uma camisa,
Um chapéu, a gravata e um sapato,
Na parede pregou o seu retrato,
E eu lhe disse: meu voto é do senhor,
Prometeu um pirão de corredor,
Não deu nem a farinha do pirão,
Com três meses depois da eleição
Ninguém lembra o que disse ao eleitor.
* * *
Luiz Amorim glosando o mote:
Está provado que reza
Não dá saúde a ninguém.
Ventre caído e olhado
Nunca mais mando rezar
Deixei de acreditar
Que reza deixa curado
Que se curasse operado
Tancredo estaria bem
Quanto mais reza, mais vem
Um mal terrível que pesa
Está provado que reza
Não dá saúde a ninguém.
Tinha por ele rezando
Os cento e trinta milhões
E suas infecções
Todo dia piorando
Terminou se ultimando
Me fazendo crer também
Que rezar males de alguém
Fica pra pessoa lesa
Está provado que reza
Não dá saúde a ninguém.
* * *
José Honório glosando o mote:
É o xerém triturado da saudade
No angu requentado da ilusão.
É o desejo querendo ser real
É a vontade buscando ser de vera
É verão cortejando a primavera
É um amor que só dura um carnaval
É sereno, é chuvisco, é temporal
É namoro curtido no portão
É olhar que penetra o coração
E se esconde por trás da amizade
É o xerém triturado da saudade
No angu requentado da ilusão.
É a voz do querer dizendo vem
É o receio do nada e que diz:-para!
Esperança que arma uma coivara
Faz o fogo arder sob o moquém
É a viagem do sonho que não tem
Compromisso nenhum com a razão
É a força indomável da paixão
Que se instala com toda liberdade
É o xerém triturado da saudade
No angu requentado da ilusão.
* * *
Um folheto de José Pedro Pontual
AS PRESEPADAS DE SATANÁS NA IGREJA
Quem crê na misericórdia
Da Providência Divina
Nunca cai em tentação
Nem também sofre ruína
Sendo justo para Deus
Satanás não lhe domina
E quem não crê nas palavras
Do nosso Deus criador
Não pode viver feliz
É um ente malfeitor
Que vive solto no mundo
Causando o maior pavor
Para provar o que digo
Vou contar um ocorrido
Que servirá de exemplo
A qualquer ente banido
Que profana contra as forças
Do Messias prometido
Na usina Santo Inácio
Perto da cidade Cabo
Um macumbeiro perverso
Virou-se num bichão brabo
Com o satanás no couro
Contendo esporão e rabo
Chamava-se esse ente
Antônio Pedro Morais
Ruim igualmente a peste
Matou os seus próprios pais
Maltratava Jesus Cristo
Gostava do satanás
Ele ainda era solteiro
De ruim vivia só
Era doido por um jogo
De baralho ou dominó
Dava tudo por Xangô
Vivia do catimbó
Na macumba ele fazia
Moça casar sem querer
E tendo raiva de um
Fazia o pobre correr
Latindo de mundo afora
Para quem quisesse ver
Mulher casada que ele
Pensasse um pouquinho nela
Preparava sete pingos
Das lágrimas de uma vela
Com enxofre e creolina
E botava na porta dela
Pó de cavalo do cão
Com sua feitiçaria
Tronco de jurema preta
Cuspia em cima e benzia
Qualquer mulher se entregava
A ele no mesmo dia
Tinha um molambo enrolado
Num pacote de cordão
Um esqueleto de um sapo
E um livro de oração
Uma coruja pelada
Nas garras de um gavião
Dezesseis caranguejeiras
E uma lacraia choca
Um urubu e um gato
Dentro de uma maloca
Quatro dentes da finada
Bisavó da mãe de Noca
Raspa de unha e um dente
Da víbora de faraó
A queixada de um jumento
Do tempo da sua avó
Sete espinhas de jiboia
Dentro de um caritó
A polícia o perseguia
Mas nunca pôde pegá-lo
Porque ele se envultava
Em gato, cão ou cavalo
Cegava as autoridades
E não sofria um abalo
Nunca existiu um cristão
Pra dar um tabefe nele
E nem houve macumbeiro
Para trabalhar contra ele
O que tentasse morria
Tudo tinha medo dele
Tinha um tacho muito grande
Que o satanás lhe deu
Nesse tacho cozinhava
Qualquer um preparo seu
Muito mais que Cipriano
O infeliz aprendeu
Ele tinha a oração
De Pezeta e Cafuringa
Uma caveira e uma negra
Chamada Tota do Pinga
Os olhos e a boca eram
Cobertos de pichilinga
Tinha as pestanas da negra
Verdelenga Curutuba
Um chifre de cabra preta
E um saco de curuba
E dizia abertamente:
Meu poder ninguém derruba
Dizia mais que Jesus
Para ele não existia
Era a ilusão dos bestas
Igreja era outra arrelia
O satanás para ele
Era um ser de mais valia
A força que acredito
É a de pai Lúcifer
Com ela eu devoro um
A hora que bem quiser
Desonro qualquer donzela
Descaso qualquer mulher
O cabra que me abusar
Eu lhe empesto com brocha
E sangue de gato preto
Nunca mais ele debocha
Morre roído na rua
Igual tapuru na rocha
Dizem que o padre Cícero
Pode mais que satanás
Mas é também macumbeiro
Como eu e nada mais
Cristo era o poderoso
Morreu, perdeu o cartaz
Só acredito que ele
Era bamba de primeira
Se me virasse um bicho
Daqui para quinta-feira
E fosse daqui do cabo
Até lá numa carreira
Quando ele disse isso
Viu o diabo em sua frente
Deu um rinchado tão grande
Que assombrou muita gente
Saiu danado correndo
Igual cachorro doente
Nasceu-lhe um rabo comprido
Um esporão na canela
Sua língua ficou preta
Que só fundo de panela
Assim contou-me uma moça
Que ele foi dono dela
Na carreira que ele ia
Destinou-se ao Juazeiro
Dando cada relinchado
De assombrar qualquer romeiro
Com os olhos encarnados
Que parecia um braseiro
Passou em Serra Talhada
Com o maior desespero
Numa certa encruzilhada
Mordeu um catimbozeiro
Cortou o nariz dum corno
Na estrada de Salgueiro
Adiante ele encontrou-se
Com uma mulher chifreira
Ela deu-lhe uma dentada
No cangote bem certeira
Que rasgou até os pés
Todo o couro da traseira
Na quinta-feira bem cedo
Em Juazeiro chegou
Entrou de igreja adentro
Defronte ao altar parou
Nessa hora o padre Cícero
Na sua frente ficou
Ele disse: Meu padrinho
O diabo está em meu couro
Corria o povo assombrado
Com aquele desadouro
Padre Cícero tocou nele
Com seu cajado de ouro
Padre Cícero disse a ele:
Nesta hora preso estás
Com sete correntes santas
Das forças celestiais
E dizei a que viestes
Que daqui não passes mais
Ele disse: Eu profanei
Do autor da criação
E também dos seus poderes
E vim lhe pedir perdão
Nisso vem chegando um negro
Trazendo um livro na mão
Tinha os olhos cor de fogo
Chegou montado num bode
E foi dizendo: Seu padre
Salvá-lo o senhor não pode
Porque ele me pertence
Desde os pés até o bigode
Disse o padre: Se retire
Com seu monstro vá embora
O negro lhe respondeu:
Eu não vou dizer agora
Que ainda tem mais gente
Pra eu levar nesta hora

Aqui tem mulher casada
Ajoelhada rezando
Que o chifre do marido
De grande está entortando
E eu de lá do inferno
A tudo estava anotando
Mulher de unhas de pontas
E a saia bem ligada
Os lábios da cor de sangue
As sobrancelhas raspadas
O que vem ver na igreja
Presta pra minha morada
Aqui tem tanta chifreira
Que ninguém mais dará breque
E tem homem tão chifrudo
Que dá pente, escova e leque
Que deixa a mulher sair
Para criar o moleque
Moça que não é mais nada
Aqui dentro tem também
Mulher de casas suspeitas
Aí tem pra mais de cem
E eu vim lhe reclamar
Porque essas me convêm
Com essa voz do diabo
Padre Cícero se ergueu
Mostrou-lhe um crucifixo bento
O moleque estremeceu
Pegou o monstro no meio
Dali desapareceu
Por toda parte do mundo
O caso foi espalhado
Nas grandes bibliotecas
Também ficou registrado
Uma luz do meu padrinho
Aqui termino o livrinho
Leva quem achar de agrado