terça-feira, 30 de junho de 2015

A INTELIGENCIA DOS VERÍSSIMOS...

Foto de Portal Meionorte.

"Dez coisas que levei anos para aprender ...
1. Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom, não pode ser uma boa pessoa.

2. As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas.

3. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance.

4. A força mais destrutiva do universo é a fofoca.

5. Não confunda nunca sua carreira com sua vida.

6. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite.

7. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria “reuniões”.

8. Há uma linha muito tênue entre “hobby” e “doença mental”.

9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito.

10. Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic.
Luís Fernando Veríssimo

segunda-feira, 29 de junho de 2015

CONVERSA DE BAR...



FILOSOFIA DE BAR

POR ARISTEU BEZERRA.
“ESTADO CIVIL: (…) Pegue uma bebida porque a história é confusa!”
“Dê um peixe a um homem e ele o comerá. Ensine-o a pescar e ele ficará todo o dia sentado no barco a beber cerveja.”
“O que foi dito bêbado, foi pensado sóbrio.”
“Não há melhor momento do que hoje para deixar para amanhã o que você não vai fazer nunca.”
“Comecei a beber por causa de uma mulher e nunca tive oportunidade de agradecê-la.”
“Mal por mal, prefiro o de Alzheimer ao de Parkinson. É melhor esquecer de pagar a cerveja do que derrubar tudo no chão.”
“Beba moderadamente, mesmo que em grandes quantidades.”
“Galileu, quando afirmou que o mundo girava, ele simplesmente afirmou o que nós bêbados já sabíamos.”
“Já que cada vez as mulheres estão indo em busca dos seus direitos, bem que na volta poderiam trazer uma cerveja…”
“Parei de beber, parei de fumar, parei de jogar e parei com as baladas. Só não consigo parar de mentir.”
FDB
“Falam que o álcool causa a morte de muitas pessoas, mas nunca falam quantas pessoas nasceram por causa dele.”
“Dizem que a bebida resolve todos os problemas. Pra mim ainda não resolveu, mas eu sou brasileiro e não desisto nunca.”
“Só preciso de uma dose para ficar bêbado. Costuma ser a décima quinta, por aí.”
“Todo o conhecimento humano passa pelo bar. O que não nasce no bar é discutido nele.”
“Pessoas que gostam de cerveja sem álcool não gostam verdadeiramente de cerveja; elas apenas gostam de urinar!”
“Da minha casa até o bar são 5 minutos, enquanto do bar até minha casa são 1h50 minutos.”
“O álcool não é a resposta. Ele apenas faz você esquecer a pergunta.”
“As pessoas dizem que beber leite da força. Beba 5 copos de leite e tente mover uma parede. Você não consegue. Agora beba 5 doses de vodka. A parede se move sozinha. Fato!”
“Você me acha engraçado bêbado? Que coincidência só bebo pra te achar engraçado!”
“Eu não choro sobre o leite derramado, mas experimenta derramar a minha cerveja pra ver o barraco que vou fazer!”
“Ah! vamos pedir a saideira. Garçom, trás o “S” aí.”

domingo, 28 de junho de 2015

FILOSOFIA...



PEDAGOGIA

Sócrates

Para o pensador grego, só voltando-se para seu interior o homem chega à sabedoria e se realiza como pessoa



Texto Lucita Briza
Nova-Escola
Foto: Creative Commons
Foto: Mesmo condenado à morte, o filósofo não voltou atrás com suas idéias
Mesmo condenado à morte, o filósofo não voltou atrás com suas idéias
Frases de Sócrates:

"É sábio o homem que pôs em si tudo que leva à felicidade ou dela se aproxima"

"O princípio dos raciocínios é constituído pela essência das coisas do mundo"


Sócrates nasceu em Atenas por volta de 469 a.C. Adquiriu a cultura tradicional dos jovens atenienses, aprendendo música, ginástica e gramática. Lutou nas guerras contra Esparta (432 a.C.) e Tebas (424 a.C.). Durante o apogeu de Atenas, onde se instalou a primeira democracia da história, conviveu com intelectuais, artistas, aristocratas e políticos. Convenceu-se de sua missão de mestre por volta dos 38 anos, depois que seu amigo Querofonte, em visita ao templo de Apolo, em Delfos, ouviu do oráculo que Sócrates era "o mais sábio dos homens". Deduzindo que sua sabedoria só podia ser resultado da percepção da própria ignorância, passou a dialogar com as pessoas que se dispusessem a procurar a verdade e o bem. Em meio ao desmoronamento do império ateniense e à guerra civil interna, quando já era septuagenário, Sócrates foi acusado de desrespeitar os deuses do Estado e de corromper os jovens. Julgado e condenado à morte por envenenamento, ele se recusou a fugir ou a renegar suas convicções para salvar a vida. Ingeriu cicuta e morreu rodeado por amigos, em 399 a.C.

Seu pensamento marca uma reviravolta na história humana. Até então, a filosofia procurava explicar o mundo baseada na observação das forças da natureza. Com Sócrates, o ser humano voltou-se para si mesmo. Como diria mais tarde o pensador romano Cícero, coube ao grego "trazer a filosofia do céu para a terra" e concentrá-la no homem e em sua alma (em grego, a psique). A preocupação de Sócrates era levar as pessoas, por meio do autoconhecimento, à sabedoria e à prática do bem.

Nessa empreitada de colocar a filosofia a serviço da formação do ser humano, Sócrates não estava sozinho. Pensadores sofistas, os educadores profissionais da época, igualmente se voltavam para o homem, mas com um objetivo mais imediato: formar as elites dirigentes. Isso significava transmitir aos jovens não o valor e o método da investigação, mas um saber enciclopédico, além de desenvolver sua eloqüência, que era a principal habilidade esperada de um político.

Sócrates concebia o homem como um composto de dois princípios, alma (ou espírito) e corpo. De seu pensamento surgiram duas vertentes da filosofia que, em linhas gerais, podem ser consideradas como as grandes tendências do pensamento ocidental.
Uma é a idealista, que partiu de Platão (427-347 a.C.), seguidor de Sócrates. Ao distinguir o mundo concreto do mundo das idéias, deu a estas o status de realidade; e a outra é a realista, partindo de Aristóteles (384-322 a.C.), discípulo de Platão que submeteu as idéias, às quais se chega pelo espírito, ao mundo real.

O nascimento das idéias, segundo o filósofo

Sócrates comparava sua função com a profissão de sua mãe, parteira - que não dá à luz a criança, apenas auxilia a parturiente. "O diálogo socrático tinha dois momentos", diz Carlos Roberto Jamil Cury, professor aposentado da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. O primeiro corresponderia às "dores do parto", momento em que o filósofo, partindo da premissa de que nada sabia, levava o interlocutor a apresentar suas opiniões. Em seguida, fazia-o perceber as próprias contradições ou ignorância para que procedesse a uma depuração intelectual. Mas só a depuração não levava à verdade - chegar a ela constituía a segunda parte do processo. Aí, ocorria o "parto das idéias" (expresso pela palavra maiêutica), momento de reconstrução do conceito, em que o próprio interlocutor ia "polindo" as noções até chegar ao conceito verdadeiro por aproximações sucessivas. O processo de formar o indivíduo para ser cidadão e sábio devia começar pela educação do corpo, que permite controlar o físico. Já para a educação do espírito, Sócrates colocava em segundo plano os estudos científicos, por considerar que se baseavam em princípios mutáveis. Inspirado no aforismo "conhece-te a ti mesmo", do templo de Delfos, julgava mais importantes os princípios universais, porque seriam eles que conduziriam à investigação das coisas humanas. 

Ensino pelo diálogo

Nas palavras atribuídas a Sócrates por Platão na obra Apologia de Sócrates, o filósofo ateniense considerava sua missão "andar por aí (nas ruas, praças e ginásios, que eram as escolas atenienses de atletismo), persuadindo jovens e velhos a não se preocuparem tanto, nem em primeiro lugar, com o corpo ou com a fortuna, mas antes com a perfeição da alma".

Defensor do diálogo como método de educação, Sócrates considerava muito importante o contato direto com os interlocutores - o que é uma das possíveis razões para o fato de não ter deixado nenhum texto escrito. Suas idéias foram recolhidas principalmente por Platão, que as sistematizou, e por outros filósofos que conviveram com ele. Sócrates se fazia acompanhar freqüentemente por jovens, alguns pertencentes às mais ilustres e ricas famílias de Atenas. Para Sócrates, ninguém adquire a capacidade de conduzir-se, e muito menos de conduzir os demais, se não possuir a capacidade de autodomínio. Depois dele, a noção de controle pessoal se transformou em um tema central da ética e da filosofia moral. Também se formou aí o conceito de liberdade interior: livre é o homem que não se deixa escravizar pelos próprios apetites e segue os princípios que, por intermédio da educação, afloram de seu interior.

Opondo-se ao relativismo de muitos sofistas, para os quais a verdade e a prática da virtude dependiam de circunstâncias, Sócrates valorizava acima de tudo a verdade e as virtudes - fossem elas individuais, como a coragem e a temperança, ou sociais, como a cooperação e a amizade. O pensador afirmava, no entanto, que só o conhecimento (ou seja, o saber, e não simples informações isoladas) conduz à prática da virtude em si mesma, que tem caráter uno e indivisível.

Segundo Sócrates, só age erradamente quem desconhece a verdade e, por extensão, o bem. A busca do saber é o caminho para a perfeição humana, dizia, introduzindo na história do pensamento a discussão sobre a finalidade da vida.


O despertar do espírito


O papel do educador é, então, o de ajudar o discípulo a caminhar nesse sentido, despertando sua cooperação para que ele consiga por si próprio "iluminar" sua inteligência e sua consciência. Assim, o verdadeiro mestre não é um provedor de conhecimentos, mas alguém que desperta os espíritos. Ele deve, segundo Sócrates, admitir a reciprocidade ao exercer sua função iluminadora, permitindo que os alunos contestem seus argumentos da mesma forma que contesta os argumentos dos alunos. Para o filósofo, só a troca de idéias dá liberdade ao pensamento e a sua expressão - condições imprescindíveis para o aperfeiçoamento do ser humano.

Para pensar


Ao eleger o diálogo como método de investigação, Sócrates foi o primeiro filósofo a se preocupar não só com a verdade mas com o modo como se pode chegar a ela. Eis por que ele é considerado por muitos o modelo clássico de professor. Quando você prepara suas aulas, costuma levar em conta a necessidade de ajudar seus alunos a desenvolver procedimentos para que possam pensar por si mesmos?

sábado, 27 de junho de 2015

UMA LUZ QUE ILUMINAVA O MEU JARDIM...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.

    




           Acordei hoje com um desejo estranho:comprar uma Lamparina...com medo de um apagão...

               fui a feira de santo Antônio, aí começou a chover e eu voltei no escuro....tenho lanternas de pilhas,mas queria uma lamparina, que tivesse asa para eu segurar,queimasse gás, fizesse um fogo,e fizesse tisna...tenho ficado até tarde lendo ou escrevendo, no terraço,a 100 metros do meu quarto...se faltar luz,será problemático...a vela é difícil de encontrar e o vento apaga...vento não apaga lamparina,esta só fica apagada se derramarem o gás...não é uma crise maníaca, é um reliquat de um menino criado em Nova Cruz sem luz , onde os antigos não deixavam de ficar sem um candeeiro na mão... é uma nostalgia, coisas da criança que nunca saiu de dentro da gente...

               A minha avó, no escuro, caminhava com o alumiar da lamparina,Lica Mousinho, outra velha da minha infância, reputava o seu candeeiro como o bem mais precioso da sua vida, pois tinha pavor do escuro...e isso era tão verdadeiro, que a compositora, Dona Ivone Lara, compôs, o candeeiro da vovó, que fala da tristeza da velha negra, quando roubaram o seu bem precioso, que ela havia trazido da África, de Angola.


               Eu sou um homem que Não acredito em almas,mas tenho um medo terrível delas...e no meu jardim piorou...

               Trabalhava, cuidando dele, um velho muito duro, macho, de oitenta anos, chamado BIRÓ...Biró só gostava de tratar o meu jardim, de mascar fumo e de mulher...as vezes,perguntávamos se ele transava...o seu sorriso amarelo,convencia-nos, que era uma AVE TREPADORA...
               Biró era aposentado, era casado com Edite,aposentada por loucura, e Não tinha juízo para temperar um cuscus,que só leva água e sal...estourava o dinheiro das duas aposentadorias,era estroina,pródiga,Biró só comentava rindo,mas acho que ele gostava muito da companheira, do umbigo pra baixo...

               Todo ano nascia um Birozinho, sem ser filho do vizinho.Edite fazia contas volumosas na bodega, que instantaneamente diluia o dinheiro das duas aposentadorias, no instante recebido...Biró escapava, comendo os meus pirões...dava expediente integral, no meu jardim...
             EU parava para ver o seu delírio, varrendo e mascando fumo...nunca me perguntou nada, e só respondia o que eu perguntava, com sorrisos, e eu entendia perfeitamente as respostas, pois na vida, aprendí a ouvir estrelas...

               as vezes, se dizia, amanhã é feriado,Não precisa você vir,poupando-o...ele retrucava: eu venho tratar do jardim por prazer, por que eu gosto...

               e certa vez me disse:gosto tanto daqui, que quando eu morrer,vou viver neste jardim...eu não sairei dele, viverei aguando as plantas...
               Relembrando o velho octogenário Biró, na sua humildade e na sua felicidade,eu revejo Cervantes duas vezes, quando escreveu: O PRAZER ESTÁ NA ESTRADA...

               TRISTE DE QUEM SÓ TEM PRAZER NA HOSPEDARIA.
               EU NÃO ACREDITO EM BRUXARIAS NÃO,MAS QUE ELAS EXISTEM,EXISTEM.






A MOÇA DO SONHO...OU O DIA QUE CHICO BUARQUE SE SUPEROU...








A Moça do 


Sonho



Chico Buarque



Súbito me encantou
A moça em contraluz
Arrisquei perguntar: quem és?
Mas fraquejou a voz
Sem jeito eu lhe pegava as mãos
Como quem desatasse um nó
Soprei seu rosto sem pensar
E o rosto se desfez em pó
Por encanto voltou
Cantando a meia voz
Súbito perguntei: quem és?
Mas oscilou a luz
Fugia devagar de mim
E quando a segurei, gemeu
O seu vestido se partiu
E o rosto já não era o seu
Há de haver algum lugar
Um confuso casarão
Onde os sonhos serão reais
E a vida não
Por ali reinaria meu bem
Com seus risos, seus ais, sua tez
E uma cama onde à noite
Sonhasse comigo
Talvez
Um lugar deve existir
Uma espécie de bazar
Onde os sonhos extraviados
Vão parar
Entre escadas que fogem dos pés
E relógios que rodam pra trás
Se eu pudesse encontrar meu amor
Não voltava
Jamais

LITERATURA DE CORDEL...



Poetas repentistas Edmilson Ferreira e Antonio Lisboa glosando o mote

“O amor ao próximo deveria
ser a meta de todo ser humano”
* * *
Improvisos de Sebastião Dias

Das quatro e meia em diante,
sinto de Deus o poder,
um sopro espatifa as nuvens
para o dia amanhecer,
Deus enfeita o firmamento
E a vassoura do vento
Varre o céu pra o sol nascer.
* * *
Antônio, tire o canário
deste horrível sofrimento!
Ele já foi amarelo,
Mas tá ficando cinzento,
Que a frieza do presídio
Transforma a cor do detento!
* * *
Vamos parar a cantiga
que a garganta está cansada!
Já vejo nos horizontes
Os reflexos da alvorada
E a noite sentindo dores
Pra ser mãe da madrugada!
* * *
Já é hora em que o menino
na calçada come fuba,
debaixo de uma choupana
coberta de carnaúba,
dessas que a ventania
com qualquer sopro derruba!
* * *
Na Capital Bandeirante
eu vim fazer um passeio,
mas, ao deixar o Nordeste,
parti a alma no meio…
Ou vem a banda de lá,
Ou vai a banda que veio.
* * *
O pintor caprichou tanto
e a pintura está tão boa,
que até a garça pintada
no aceiro da lagoa
está tão linda e perfeita
que se espantar ela voa.
* * *
Dessa hora por diante
a terra aclama o mormaço;
um pedaço de jurema
se esfrega noutro pedaço;
parecem duas pessoas
pegando queda-de-braço.
* * *
Quando o chão está molhado
aparecem coisas boas:
se levantam cogumelos
que as capas parecem broas;
os sapos chocam de ruma;
bordam com cachos de espuma
o cenário das lagoas.
* * *
Hoje a Bandeira do Nego
hasteou só a metade;
a Paraíba chorou
como uma irmã com saudade,
porque Pinto do Monteiro
partiu para a eternidade.
* * *
O cemitério é a casa
dos nossos restos mortais;
ambição, ódio e vingança
ficam do portão pra trás,
porque, do portão pra frente,
todos nós somos iguais.
* * *
Na madrugada altaneira,
geme o vento atrás do monte;
um cururu toma banho
na água fresca da fonte
e a lua dorme emborcada
no colchão do horizonte.
* * *
Paulo tem duas estrelas
dentro das suas manhãs:
Uma mãe teve dois filhos
Para invejar outras mães
E um bom padeiro inventou
Uma forma pra dois pães.
* * *
Depois que a chuva caiu,
ficou verde o arrebol,
a babugem cobre o chão;
parece um verde lençol,
cicatrizando as feridas
das queimaduras do sol.
* * *
Deixei uma seca grande
no Nordeste brasileiro:
de verde, só aveloz,
papagaio e juazeiro,
que o Nordeste, pra sorrir,
tem que Deus chorar primeiro!
* * *
É um dia de tristeza
quando a mãe para o céu vai.
Os filhos se cobrem em prantos;
O caçula diz: ô pai,
Não vê, mamãe ta dormindo!
Abra o caixão que ela sai!
* * *
A Feitosa e a Ferreira,
pedir licença eu queria,
para dar um empurrão
no final da cantoria,
pra ver o corpo da noite
cair por cima do dia.
* * *
Vou me tornar vagabundo,
cantar pra o meu público fã,
que Deus, em forma de nuvem,
está por detrás da chã
pra ver o rosto do dia
nos espelhos da manhã.
* * *
Pode cantar à vontade
se apresentando pro povo,
que eu não vou jogar terra
na cara de um pinto novo
que está com o bico de fora
E o resto dentro do ovo.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

NINA...CHICO BUARQUE...

O VINHO TENTA OCUPAR O LUGAR DA DOR...CHICO BUARQUE.



Copo Vazio


Chico Buarque

É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar.
É sempre bom lembrar
Que o ar sombrio de um rosto
Está cheio de um ar vazio,
Vazio daquilo que no ar do copo
Ocupa um lugar.
É sempre bom lembrar,
Guardar de cor que o ar vazio
De um rosto sombrio está cheio de dor.
É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar.
Que o ar no copo ocupa o lugar do vinho,
Que o vinho busca ocupar o lugar da dor.
Que a dor ocupa metade da verdade,
A verdadeira natureza interior.
Uma metade cheia, uma metade vazia.
Uma metade tristeza, uma metade alegria.
A magia da verdade inteira, todo poderoso amor.
A magia da verdade inteira, todo poderoso amor.
É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar.

 

O VINHO” (Joaquim G Pereira)


EXISTE MAIS FILOSOFIA NUMA GARRAFA DE VINHO, QUE EM TODOS OS LIVROS (PASTEUR).

A PENICILINA CURA OS HOMENS, MAS É O VINHO QUE OS TORNA FELIZES (A. FLEMMING).


OS VINHOS SÃO COMO OS HOMENS: COM O TEMPO, OS MAUS AZEDAM E OS BONS APURAM (CÍCERO).


NUNCA FIZ AMIGOS BEBENDO LEITE, POR ISSO BEBO VINHO (SILAS SEQUETIN).

.

NAS VITÓRIAS É MERECIDO, NAS DERROTAS É NECESSÁRIO (NAPOLEÃO BONAPARTE).



O BOM VINHO ALEGRA O CORAÇÃO DOS HOMENS (SAGRADA ESCRITURA).
.

OS QUE BEBEM VINHO VIVEM MAIS DO QUE OS MÉDICOS QUE O PROÍBEM (MUSSOLINI).
.

COM O PASSAR DOS VINHOS, OS ANOS FICAM MELHORES.


CRISTO NÃO CONSAGROU A ÁGUA, O LEITE OU A COCA-COLA: CONSAGROU O PÃO E O VINHO COMO ALIMENTO DO CORPO E DO ESPIRITO (FERNANDO SABINO).


AGORA QUE A VELHICE COMEÇA, PRECISO APRENDER COM O VINHO A MELHORAR ENVELHECENDO E, SOBRETUDO, ESCAPAR DO TERRÍVEL PERIGO DE, ENVELHECENDO VIRAR VINAGRE

(DOM HELDER CÂMARA)

quinta-feira, 25 de junho de 2015

PARA SE DELEITAR...




FRASES DE CARLOS 
DRUMMOND DE ANDRADE


Os homens distinguem-se pelo que fazem;
as mulheres pelo que levam os homens a fazer.
***
Quem gosta de escrever cartas para os jornais não deve ter namorada.
***
No adultério há pelo menos três pessoas que se enganam.
***
As academias coroam com igual zelo o talento e a ausência dele.
***
Há livros escritos para evitar espaços vazios na estante.
***
Não é fácil ter paciência diante dos que têm excesso de paciência.
***
A confiança é ato de fé, e esta dispensa raciocínio.
***
A leitura é uma fonte inesgotável de prazer,
mas, por incrível que pareça,
a quase totalidade, não sente esta sede.

O MAIOR POETA DO MUNDO...




Álvaro de Campos (heterónimo de Fernando Pessoa)

Bicarbonato de Soda


Súbita, uma angústia... 
Ah, que angústia, que náusea do estômago à alma!
Que amigos que tenho tido!
Que vazias de tudo as cidades que tenho percorrido!
Que esterco metafísico os meus propósitos todos!
.
Uma angústia,
Uma desconsolação da epiderme da alma,
Um deixar cair os braços ao sol-pôr do esforço...
Renego.
Renego tudo.
Renego mais do que tudo.
Renego a gládio e fim todos os Deuses e a negação deles.
Mas o que é que me falta, que o sinto faltar-me no estômago e na circulação do sangue?
Que atordoamento vazio me esfalfa no cérebro?
.
Devo tomar qualquer coisa ou suicidar-me?
Não: vou existir. Arre! Vou existir.
E-xis-tir...
E--xis--tir ...
.
Meu Deus! Que budismo me esfria no sangue!
Renunciar de portas todas abertas,
Perante a paisagem todas as paisagens,
.
Sem esperança, em liberdade,
Sem nexo,
Acidente da inconsequência da superfície das coisas,
Monótono mas dorminhoco,
E que brisas quando as portas e as janelas estão todas abertas!
Que verão agradável dos outros!
.
Dêem-me de beber, que não tenho sede!
.
20-6-1930
Poesias de Álvaro de Campos.
.
Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993). - 287.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

SOBRE MACHADO DE ASSIS...

A reputação de Machado de Assis


A REPUTAÇÃO DE MACHADO DE ASSIS

A reputação de Machado de Assis refere-se ao prestígio de sua pessoa e de sua obra desde seu tempo de vida até os dias atuais. Sabe-se que Machado usufruiu de grande prestígio em vida, fato raro para um escritor na época. Desde cedo ganhou reconhecimento de Antônio de Almeida e José de Alencar, que liam-no através de suas crônicas e contos nas revistas e jornais cariocas. Em 1881, com a publicação de Memórias Póstumas..., Urbano Duarte escreveu que sua obra era "falsa, deficiente, sem nitidez, e sem colorido." Com o impacto inovador do volume, Capistrano de Abreu questionava se o livro era mesmo um romance, ao passo que um outro comentarista chamava-lhe "sem correspondência nas literaturas de ambos os países de língua portuguesa".
Em 1908, a publicação de História da Literatura Brasileira, de José Veríssimo, intensificou esta última perspectiva crítica posicionando Machado de Assis como o cume da literatura nacional. Veríssimo entrou em conflito intelectual com Sílvio Romero, que também atribuía a Machado o título de maior escritor brasileiro, embora não notasse em seu trabalho uma maior expressividade. O Brasil do fim do século XIX e o Brasil no início do século XX eram precários nos meios gráficos e de difusão, todavia a obra machadiana alcançou distantes regiões do país: na primeira metade do século XX, intelectuais e escritores do Mato Grosso já liam Machado e apoiavam-se em seu estilo como grande influência estética. Os modernistas de 22, contudo, consideravam-no "artificioso, sem vida e fora da realidade cotidiana". Mário de Andrade escreveu que, embora tenha produzido apaixonante obra e "do mais alto valor artístico", detestaria tê-lo por perto. Enquanto Astrojildo Pereira preconizava o "nacionalismo" em Machado, Octávio Brandão desprezava a suposta ignorância que o escritor teria do socialismo científico de Marx e Engels. Desta época, destaca-se também a crítica de Augusto Meyer, para quem o uso do homem subterrâneo na obra machadiana é um meio em que ele encontrou para relativizar todas as certezas, e de Barreto Filho, que nota "o espírito trágico que enformaria a obra inteira de Machado, guiando os destinos para a loucura, o absurdo e, no melhor dos casos, a velhice solitária."
A revolução modernista durante o começo e o meio do século vinte aproveitou a obra de Machado em objetivos da vanguarda. Ela foi alvo de feministas da década de 1970, como Helen Caldwell, que enxergou a personagem feminina Capitu de Dom Casmurro como vítima das palavras do narrador-homem, mudando completamente a perspectiva que se tinha até então deste romance. Antonio Candido escreveu que a erudição, a elegância e o estilo vazada numa linguagem castiça contribuíram para a popularidade de Machado de Assis. Com estudos da sexualidade e a psique humana, bem como com o surgimento do existencialismo, atribuiu-se um certo psicologismo às suas obras, especialmente "O Alienista", muitas vezes comparando-as com as de Freud e Sartre. A partir dos anos 80 e seguinte, a obra machadiana ficou amplamente aberta para movimentos co mo a psicanálise, filosofia, relativismo e teoria literária, comprovando que é aberta a diversas interpretações e que nos últimos tempos tem crescido um grande interesse em sua obra.
Chegando aos dias de hoje, com recentes traduções para outras línguas, nos últimos tempos ele tem sido considerado, por críticos e artistas do mundo inteiro, como um "gênio injustamente relegado à negligência mundial".  Harold Bloom o posicionou entre os 100 maiores gênios da literatura universal e "o maior literato negro surgido até o presente". Sua obra tem sido estudada hoje em dia por críticos do mundo inteiro.
Gregory Rabassa analisa suas possíveis influências, acredita que Machado é um autor que "traduz a si mesmo" e que é sábio, e concorda com Bloom quando este posiciona Machado ao lado dos grandes da literatura universal, mas não concorda quando ele diz que Machado é um escritor negro: Rabassa acredita que Machado seja, acima disso, um escritor brasileiro. Outros o enxergam como o maior narrador da psicologia do escravismo, em obras como Memórias Póstumas de Brás Cubas. John Gledson, por exemplo, o considera um autor preocupado com as questões grandes e pequenas de sua época. Críticos recentes, como João Cézar de Castro Rocha, notam que o gênio de Machado constitui-se de severo estudo, trabalho, e de uma dedicação que "vai na contramão da cultura do fácil, do espontâneo, do improviso, que ainda predomina no Brasil.

terça-feira, 23 de junho de 2015

A MORTE DE TANCREDO NEVES NA VISÃO DO CORDEL...

POR ARISTEU BEZERRA...

A MORTE DE TANCREDO NEVES

Tancredo Neves venceu o candidato Paulo Maluf no colégio eleitoral em 15 de janeiro de de 1985. Assumiria o cargo de presidente em 15 de março, porém foi internado na véspera da posse.Tancredo Neves
Tinha uma diverticulite. A doença se manifesta quando os divertículos se inflamam ou contraem infecções. O problema pode causar complicações no peritônio – membrana serosa que reveste a cavidade abdominal e também algumas vísceras.
O tratamento havia sido adiado com o receio de que a transição do regime militar para o civil fosse abortada. Vaidade e erros médicos contribuiram para sua morte após trinta e sete dias de dor, cirurgias e um sentimento de frustração. Coube a José Sarney, o vice, concluir a transição democrática, que completou 30 anos no dia 15 de março de 2015.
No admirável mundo do repente, a visão da morte de Tancredo Neves toma uma conotação e um vocabulário riquíssimo de termos regionais. Certa vez, durante um festival de violas em João Pessoa/PB, uma dupla de cantadores foi sorteada para cantar sobre a vida e a morte de Tancredo Neves. Um deles com mais esclarecimento sobre o assunto, terminou uma sextilha com os versos:
“A morte do presidente
O país todo sentiu.”
A informação do seu colega de cantoria era muito pouca sobre a doença que levou a óbito o famoso político mineiro. Seu conhecimento se restringia ao doutor Walter Pinnoti que cuidou do presidente. Ele lançou mão da maior criatividade possível dentro de suas limitações a respeito de um tema tão complicado:
“Meia-noite, ele pediu
Um copo d’água a Pinote
Pinote deu-lhe um caneco
D’água barrenta do pote:
Bateu dentro, ele caiu
Ciscando como um caçote.”

TRADUZIR-SE...



Traduzir-se

Fagner

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?

MEA CULPA...




CONFISSÃO


POR FRANCISCO ITAÉRCIO


Sou casado, pela lei de Deus e dos homens
Porém, todavia… sou adultero confesso
Tenho amantes, com endereços e nomes
Amo a composição desse universo
Tenho uma ninfa pronta, todos os dias
Sempre a me esperar, no meu harém
Com a religião a semana principia
Na segunda é só família e tudo bem
Terça feira me dedico todo à vida
Quarta feira me entrego à poesia
Quinta feira, continuo minha lida
O Criador, fez comigo um negócio:
Te faço livre, pra amar a quem quiser
Desde que ame igualmente, teu próximo

segunda-feira, 22 de junho de 2015

CANTORIA...UM BAIÃO DE BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.





               FUI ENGORDANDO COM A DOR QUE VEM DE DENTRO...
               E FOI DOENDO COMO O QUE NÃO QUER SARAR...
               PERDÍ O BONDE LÁ NO ENGENHO DE DENTRO...
               TOQUEI VIOLA, DEI PARA CANTAR...

CAÍ DA VIDA, CAÍ NO MAR...
CAÍ DA VIDA , CAÍ NO MAR...

             E A MOÇA TRANSAVA NA CHUVA E LAVAVA A CALCINHA NA ÁGUA DO MAR...
              E A MOÇA TRANSAVA NA CHUVA E LAVAVA A CALCINHA NA ÁGUA DO MAR.

               PEGUEI COM FORÇA COMO TESÃO DE JUMENTO...
               FUI ESPUMANDO COMO CASCA DE JUÁ...
               FUI ACENDENDO COMO LUZ DE CATAVENTO...
               CAÍ NA GRAMA, DEI PRA CANSAR.
               FIQUEI CANSADO E DEI VINTE PASSAMENTOS...
               EU VÍ A MORTE RELAMPEAR...

               E A MOÇA TRANSAVA NA CHUVA E LAVAVA A CALCINHA NA ÁGUA DO MAR...
               E A MOÇA TRANSAVA NA CHUVA E LAVAVA A CALCINHA NA ÁGUA DO MAR.

MACHADO DE SSIS...



BONS AMIGOS
(Machado de Assis)
Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!
Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!
Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!
Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!
Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!
Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinhos,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!

domingo, 21 de junho de 2015

CANTIGA AZUL E VERMELHA...UMA COMPOSIÇÃO DE BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.








CANTIGA AZUL E VERMELHA

letra e música de Bernardo Celestino Pimentel, e voz...



IMENSA PAISAGEM,
COM OS OLHOS NO MAR,
HÁ QUANTO AZUL,
ME FAZ TORTURAR...
OLHA O MAR,
NA BÔCA DA NOITE,
HÁ QUANTA DOR,
NO FIM DO HORIZONTE...

EU SEI QUE VOU VIVER ASSIM SONHANDO,
EU SEI QUE VOU MORRRER ASSIM CANTANDO,
TOCANDO O MEU BANDOLIN,
SONHANDO UMA BÔCA CARMIM,

EU SEI QUE O MEU AMOR É TUDO.


           COMPUS esta valsa, para quem, há muitos anos  pousou os olhos da imensidão do mar, na tentativa diária de lavar dos seus olhos, a angústia que suja o seu coração...a sua alma...o seu eu profundo...
             Quantos olhos pararam, há quarentenas, na linha do horizonte, buscando em cada visão, em dada embarcação, em cada delírio, uma nesga de esperanças.

               è no mar  , que buscamos no horizonte, o motivo para crer...
o lugar certo para pedir e  orar...o lugar se se compreender
Deus...

          Quantos olhos azuis se mimetizam com o azul do mar, em busca do azul da vida...aguardando uma felicidade, que possa vir , nem que seja numa pequena marola,e traga para um peito ferido, o analgésico que a vida não tem.

          À NOITE todos os gatos são pardos...e olhando a imensidão do mar , todos os olhos são azuiz, e a cor de toda alma , de todo o interior, é a cor verde da esperança...
               Vejo o mar como o altar de DEUS, coberto com uma toalha azul, e o criador, sempre de pé, na linha do horizonte...


sábado, 20 de junho de 2015

BOCAGE...


DEIXE DE PÊTAS


POR LUIZ BERTO
               Dois leitores fubânicos me alertaram quanto a uma postagem do jornalista Reinaldo Azevedo, a propósito de uma palavra usada num poema de Bocage. E eu achei muito intessante.
Vou explicar pra vocês:
Um dos livros da minha estante, na seção de Poesias, é o volume “Poesias Eróticas, Burlescas e Satíricas“, contendo primorosos poemas do poeta português Manoel Maria Barbosa du Bocage, o popularíssimo Bocage.
Adquiri este livro lá pelo final dos anos 60 e, desde então, sou um apaixonado pela obra deste gênio da poesia lusitana.
POESIAS_EROTICASManuel_Maria_Barbosa_du_Bocage
Desde aquele tempo decorei vários sonetos de Bocage e costumo fazer declamações quando a roda de cachacistas se reúne no terraço aqui da minha casa. Os poemas bocagianos são sempre sucesso.
Um dos meus sonetos prediletos, que sei de cor desde a primeira vez que o li, é este aqui:
Não lamentes, oh Nise, o teu estado;
Puta tem sido muita gente boa;
Putíssimas fidalgas tem Lisboa,
Milhões de vezes putas têm reinado:
Dido foi puta, e puta dum soldado;
Cleópatra por puta alcança a c’roa;
Tu, Lucrécia, com toda a tua proa,
O teu cono não passa por honrado:
Essa da Rússia imperatriz famosa,
Que inda há pouco morreu (diz a Gazeta)
Entre mil porras expirou vaidosa:
Todas no mundo dão a sua greta:
Não fiques, pois, oh Nise, duvidosa
Que isto de virgo e honra é tudo peta.
Foi neste soneto que aprendi mais dois sinônimos de buceta: as palavras “cono” e “greta“.
Mas o que eu queria ressaltar é outra coisa, outra palavra.
Vejam que o poema se encerra com a palavra “peta” que, em qualquer dicionário de português, significa “mentira, trapaça, invenção, fraude, engodo, lorota“.
No Dicionário Aurélio, a palavra está grafada da maneira como se pronuncia, som fechado, com acento circunflexo, “pêta“.
Vejam:
pêta
Quem conta mentiras é mentiroso.
E quem conta petas? É petista, claro!
Uma coisa óbvia e que já estava estabelecida gramaticalmente há muito tempo. Desde os tempos de Bocage.
Mas nunca é tarde pra gente aprender mais um pouco.
Quem vive mentindo e soltando petas é petista, não esqueçam.