terça-feira, 31 de maio de 2011

DR.RICARDO LAGRECA E A ANUNCIAÇÃO DO ANJO...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL



Um Depoimento para a História...

Eram dezesete horas...caminhava no corredor do Hospital Onofre Lopes...me encontro com um médico fazendo um check-list...conferindo se tinha escalpe,xylocaína,cateter central,na farmácia do Hospital...o médico estava deprimido,triste e me desabafou:AMANHÃ DE MANHÃ, VOU FAZER UMA CIRURGIA CARDIÁCA, MAS, TENHO QUE VIR NA VÉSPERA, CHECAR O MATERIAL...FALTANDO MUITOS ITENS...EU DEVIA ESTAR EM CASA DESCANSANDO,PARA OPERAR AMANHÀ...FICO ATÉ UMA HORA DESTA ,ME CANSANDO....


Eu encarei o doutor e disse:por que você não toma as rédeas, e assume a direção do Hospital? ele respondeu,por que não deixam...o pessoal me tem como um médico de fora, um médico de Recife...


Interroguei mais uma vez o doutor...EU POSSO DIZER AO SISTEMA, QUE TENHO UMA PROCURAÇÃO SUA,DIZENDO QUE, QUER SER DIRETOR?ELE DISSE, NÃO VAI ADIANTAR NADA...MAS PODE DIZER...


Nesta época, quando se criticava a direção improvisada do hospital, o diretor dizia:eu não posso me dedicar...estou aqui por que ninguém quer...Era a desculpa corrente,para se justificar nulidades, clientelistas...que contemporizavam, para incoorporar a gratificação ...


UM DIA, numa reunião com o sistema, eu escutei esta desculpa, e reagí: tem quem queira se dedicar a direçào...tem...EU TENHO UMA PROCURAÇÃO DE DR. LAGRECA, DIZENDO QUE ACEITA SER DIRETOR....O CORAL REPETIU EM UNÍSSONO:ELE QUER NADA!


Eu não acredito em bruxarias não, mas que elas existem, existem...com um mês, o Dr. Lagreca foi nomeado diretor,e eu, convidado para ser o seu VICE.


Dado e passado na cidade do Natal, há mais de dezesete anos...depoimento histórico e veradeiro, que faz parte da história do NOVO HOSPITAL ONOFRE LOPES.

COISAS DO CÃO...







* * *

Houve harmonia no paraíso. O diabo vendo isso resolveu complicar…

Deus deu a mulher cabelos sedosos e esvoaçantes. O diabo deu pontas duplas e ressecadas.

Deus deu a mulher seios firmes e bonitos. O diabo os fez crescer e cair.

Deus deu a mulher um corpo esbelto e provocante. O diabo inventou a celulite, as estrias e o culote.

Deus deu a mulher músculos perfeitos. E o diabo os cobriu com lipoglicerídios.

Deus deu a mulher uma voz suave, doce e melodiosa. O diabo a fez falar demais.

Deus deu a mulher um temperamento dócil. E o diabo inventou a TPM.

Deus deu a mulher um andar elegante. O diabo investiu no sapato de salto alto.

Então Deus deu a mulher infinita beleza interior. E o diabo fez o homem perceber só o lado de fora.

Deus fez a mulher ficar maravilhosa aos 30, vibrante aos 40. O diabo deu de presente a menopausa aos 50…

Só pode haver uma explicação para isso:

O diabo é VIADO !!!!! ô Bicha invejosa dos infernos!

O OLHAR QUE SOLTA ANDA PRESO...ROBERTA SÁ.



Desenredo

Boca Livre
Composição : Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro


Por toda terra que passo
Me espanta tudo o que vejo
A morte tece seu fio
De vida feita ao avesso

O olhar que prende anda solto
O olhar que solta anda preso
Mas quando eu chego
Eu me enredo
Nas tranças do teu desejo

O mundo todo marcado
A ferro, fogo e desprezo
A vida é o fio do tempo
A morte é o fim do novelo

O olhar que assusta
Anda morto
O olhar que avisa
Anda aceso

Mas quando eu chego
Eu me perco
Nas tramas do teu segredo

Ê, Minas
Ê, Minas
É hora de partir
Eu vou
Vou-me embora pra bem longe

A cera da vela queimando
O homem fazendo o seu preço
A morte que a vida anda armando
A vida que a morte anda tendo

O olhar mais fraco anda afoito
O olhar mais forte, indefeso
Mas quando eu chego
Eu me enrosco
Nas cordas do teu cabelo

Ê, Minas
Ê, Minas
É hora de partir
Eu vou
Vou-me embora pra bem longe

A VOZ DO CORDEL...



Siqueira de Amorim

Aguardente geribita
Feita da cana caiana
Eu bebo desde o começo
Até o fim da semana
O cantador só é forte
Quando canta e bebe cana!

Um pouquinho de aguardente
A muita gente conforta
Faz esquecer a tristeza
Revive a esperança morta
Até as mulheres bebem
Também por detrás da porta!

Quando eu pego na viola
Disposto a cantar repente
Digo ao dono do pagode
— Traga um pouco de aguardente
Bebo pra matar o frio
E bebo pra ficar quente!

Hoje bebe todo mundo
Deputado e senador
Bebe o soldado, o sargento
O juiz, o promotor
Como é que pode deixar
De beber o cantador?

* * *

Otacílio Batista

A praia é uma virgem deitada na areia,
De olhos abertos, contemplando a Lua.
Enquanto, nas águas, a barca flutua,
Lá no firmamento, Diana passeia…
O Sol, com ciúme, a praia incendeia,
Com raiva da Lua que não quis casar:
A Lua queixosa começa a chorar…
Na cama do céu, coitada, desmaia!
Derramando prantos de prata na praia;
Que cousa bonita na beira do mar!

* * *

Diomedes Mariano

Lutar pelo bem comum,
cada qual tem seu direito,
fazer o bem é virtude,
ser triste não é defeito,
o mar dos olhos só sangra
se chover dentro do peito.

* * *

Onézimo Maia

Fico feliz quando canto
Meus versos de improviso;
Os dedos chutando as cordas,
Os lábios com ar de riso;
Sopra o vento de repente
Raspando o chão do juízo.


*

Você canta Portugal,
Canta França, canta Hungria
Mas se eu tirar a tampa
Do baú da putaria
Nunca mais ninguém dá fé
da sua sabedoria.

*

O sapo tem muitas coisas
Mas nenhuma vale nada:
Tem couro e não dá baínha
Tem tripa e não dá buchada,
Tem sangue e não dá chouriço
Tem leite e não dá coalhada.

*

Já vi whisky importado
Ter perdido pra Pitú
Saiba que um bacharel
Precisa de um papangu
Porque Monteiro Lobato
Cresceu com Jeca Tatu.

* * *

Leandro Gomes de Barros

A SOGRA ENGANANDO O DIABO

Dizem, não sei se é ditado,
Que ao diabo ninguém logra;
Porém vou contar o caso
Que se deu com minha sogra.
As testemunhas são eu,
Meu sogro, que já morreu,
E a velha, que é falecida.
Esse caso foi passado
Na rua do Pé Quebrado
Da vila Corpo Sem Vida.

Chamava-se Quebra-Quengo
A mãe de minha mulher,
Que se chamava Aluada
Da Silva Quebra-Colher,
Filha do Zé Cabeludo.
Irmã de Vítor Cascudo
E de Marcelino Brabo,
Pai de Corisco Estupor;
Mas ouça agora o senhor
Que fez a velha ao diabo.

Minha sogra era uma velha
Bem carola e rezadeira,
Tinha seu quengo lixado,
Era audaz e feiticeira;
Para ela tudo era tolo,
Porque ela dava bolo
No tipo mais estradeiro.
Era assim o seu serviço:
Ela virava o feitiço
Por cima do feiticeiro!

Disse o demo: — Quebra-Quengo,
Qual é a tua virtude?
Dizem que és azucrinada
E que a ti ninguém ilude?
Disse a velha: — Inda mais esta!
Você parece que é besta!
Que tem você c’o que faço?
Disse ele: — Tudo desmancho,
Nem Santo Antônio com gancho
Te livra hoje do meu laço!

Ela indagou: — Quem és tu?
Respondeu: — Sou o demônio,
Nem me espanto com milagre,
Nem com reza a Santo Antônio!
Pretendo entrar no teu couro!
E nisto ouviu-se um estouro!
Gritou a velha: — Jesus!
Ligeira se ajoelhou
E, depois, se persignou
E rezou o Credo em cruz!

Nisto, o diabo fugiu.
E, quando a velha se ergueu,
Ele chegou de mansinho,
Dizendo logo: — Sou eu!
Agora sou teu amigo
Quero andar junto contigo,
Mostrar-te que sou fiel.
Minha carta, queres ver?
A velha pediu pra ler
E apossou-se do papel.

— Dê-me isto! grita o diabo,
Em tom de quem sofre agravo.
Diz a velha: — Não dou mais!
Tu, agora, és o meu escravo!
Disse o diabo: — Danada!
Meteu-me numa quengada!
Sou agora escravo dela!
E disse com humildade:
— Dê-me a minha liberdade,
Que esticarei a canela!

Disse a velha: — Pé de pato,
Farás o que te mandar?
Respondeu: — Pois sim, senhora,
Pode me determinar,
Porque estou no seu cabresto
Carregarei água em cesto,
Transformarei terra em massa,
Que para isso tenho estudo;
Afinal, eu farei tudo
Que a senhora disser — faça!

Disse a velha: — Vá na igreja,
Traga a imagem de Jesus.
Respondeu: — Posso trazê-la,
Mas ela vem sem a cruz,
Porque desta tenho medo!
Disse a velha: — Volte cedo!
Ele seguiu a viagem
E ao sacristão iludiu:
Uma estampa lhe pediu
Que só tivesse uma imagem.

A velha, então, conheceu
Do cão o quengo moderno,
E, receando que um dia
A levasse para o inferno,
Para algum canto o mandou
E em sua ausência traçou
Com giz uma cruz na porta.
Voltou o cão sem demora,
Viu a cruz, ficou de fora,
Gritando com a cara torta.

Gritou o cão no terreiro:
— Aqui não posso passar!
Venha me dar minha carta,
Quero pro inferno voltar!
Disse a velha que não dava,
Mas ele continuava
A rinchar como uma besta.
— Pois fecha os olhos! ela diz.
Ele fechou e, com giz,
Fez-lhe outra cruz bem na testa!

Aí entregou-lhe a carta
E o demo pôs-se na estrada,
Dizendo com seus botões:
— Não quero mais caçoada
Com velha que seja sogra,
Porque ela sempre nos logra!
Foi, assim, a murmurar.
Quando no inferno chegou,
O maioral lhe gritou:
— Aqui não podes entrar!

— Então, já não me conhece?
Perguntou ao maioral.
— Conheço, porém, aqui
Não entras com tal sinal:
Estás com uma cruz na testa!
Disse ele: — Que história é esta?
Que é que estás aí dizendo?
Mirou-se dum espelho à luz:
Quando distinguiu a cruz,
Saiu danado, correndo!

E, na carreira em que ia,
Precipitou-se no abismo,
Perdeu o ser diabólico,
Virou-se no caiporismo,
Pela terra se espalhou,
Em todo lugar se achou,
Ao caipora encaiporando,
Embaraçando seus passos
E com traiçoeiros laços
As sogras auxiliando…

Deste fato as testemunhas
Já disse todas quais são.
Agora, quer o senhor
Saber se é exato ou não?
Invoque no espiritismo
Ou pergunte ao caiporismo,
Este que sempre nos logra,
Se sua origem não veio
Do diabo imundo e feio
E do quengo duma sogra!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

SOBRE LADRÃO RICO...

Miguel Reale Júnior

O recente affaire Palocci apresenta um significativo paralelismo com o sucedido com Francenildo dos Santos Costa, caseiro da chamada “casa do lobby” em Brasília, alugada por ex-assessores da prefeitura de Ribeirão Preto para negócios e prazeres. O então ministro da Fazenda, em 2006, negou que frequentasse a casa. Convocado para depor na CPI dos Bingos, Francenildo desmascarou o ministro até ser calado por mandado de segurança, em decisão absurda do Supremo Tribunal Federal, na qual se considerou que, por suas “condições culturais”, o caseiro não teria como contribuir para o esclarecimento dos fatos.

Não bastou o silêncio imposto pela Justiça que desqualificou o homem humilde, era necessário desmoralizá-lo. Dois dias depois, o caseiro teve o sigilo bancário violado pela Caixa Econômica Federal, subordinada ao Ministério da Fazenda, como tentativa de desacreditar a sua palavra.

Com precipitação, festejou-se o encontro de depósitos de R$ 25 mil e concluiu-se, apressadamente, ter sido o caseiro comprado. Para o governo, a violação praticada seria pecado venial, diante do pecado mortal da compra da declaração do caseiro por inimigos do ministro.

Os súcubos do ministro, após violarem o sigilo bancário, deram a órgão de imprensa a tarefa de espalhar a calúnia. Para dar ares de legitimidade à acusação leviana o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) mandou ofício à Polícia Federal, no dia seguinte à quebra do sigilo, aventando a possibilidade de ocorrência de lavagem de dinheiro.

O tiro saiu pela culatra. O homem simples era honesto, recebera a importância de seu pai e fora submetido ao mais puro arbítrio do Estado, em grave uso abusivo do aparelho estatal. Francenildo, em lição de moral agora esquecida pelo atual ministro da Casa Civil, disse depois, ao depor na Corregedoria do Senado: “O lado mais fraco não é o do caseiro, é o da mentira. Duro é falar mentira que você tem de ficar pensando. A verdade é fácil”.

O Supremo Tribunal Federal, por cinco votos a quatro, entendeu não haver provas da participação do ministro no crime de quebra do sigilo, pois “o suposto interesse de Palocci em ter desacreditado o depoimento do caseiro à CPI dos Bingos não basta para que ele seja responsabilizado, se não há provas concretas”. Em suma, os cinco votos a seu favor reconheciam que não quebrara o sigilo, mas recebera os dados bancários e aceitara a prática do crime que pretensamente o beneficiava.


Agora, os fatos também se apresentam por detrás de um biombo que esconde a verdade. Após ter saído do governo Lula, Palocci fundou empresa com sua mulher. Depois, em dezembro de 2006, alterou-se o objeto social para consultoria financeira e econômica, tendo Palocci, do capital de R$ 2 mil, cotas no valor de R$ 1.980 como sócio e administrador. O outro sócio, um jovem economista, detinha apenas cota no valor de R$ 20. Em dezembro de 2009 o capital foi alterado para R$ 52 mil, dos quais Palocci tinha cotas correspondentes a R$ 51.980 e o jovem economista (presença necessária para a inscrição da empresa no Conselho Regional de Economia) continuava com os mesmos R$ 20. Em setembro de 2010, aumentou-se o capital para R$ 102 mil e Palocci passou a ter R$ 101.960 e o economista, R$ 40.

Em novembro de 2010, eleita Dilma Rousseff, de cuja campanha Palocci fora coordenador, bem como o responsável pelo processo de transição, a mesma firma de consultoria recebeu vultosos pagamentos. O lucro não foi distribuído, pois a empresa, que se confunde com seu sócio majoritário, comprou imóveis, um deles o apartamento para uso de seu administrador, avaliado em mais de R$ 6 milhões.

Em informação obrigatória prestada à Comissão de Ética Pública da administração federal, o já ministro da Casa Civil informou ser possuidor de cotas de empresa agora com objeto social modificado, não mais de consultoria financeira e econômica, mas de administração de imóveis. É apenas uma parte da verdade, pois o ministro informa ser titular de 99,99 cotas de uma empresa de administração de imóveis cujo capital é de R$ 102 mil. No entanto, usufrui valioso apartamento adquirido por sua empresa, investimento alheio totalmente ao objeto social da companhia, do qual passou a ser ocupante, sem notícia de que pague pela locação do imóvel. É um consabido subterfúgio de possuir um bem sem constar diretamente como proprietário.

Se não fosse a denúncia efetivada pela imprensa, nada do patrimônio real do ministro-chefe da Casa Civil seria sabido. E dele apenas se ouviram pedidos de respeito à confidencialidade, que tanto desprezara com relação ao humilde caseiro Francelino.

O Código de Conduta da Alta Administração Federal, de cuja elaboração participei como membro da Comissão de Ética, timbra ter por finalidade que a sociedade possa aferir a lisura do processo decisório governamental, motivo pelo qual busca evitar conflitos entre interesses públicos e privados. Por isso estabelece o Código de Conduta que, além da declaração de bens, cabe ao administrador público dar informações sobre sua situação patrimonial que, real ou potencialmente, possa suscitar conflito com o interesse público. Saber, portanto, quais foram os clientes dessa empresa de consultoria financeira administrada e pertencente, em 99,99% da cotas, a um médico sanitarista, em serviços pagos quando já previsto como forte ministro, é essencial para se poder ter a transparência visada pelo Código de Conduta.

Como dizia Francenildo, “duro é falar mentira que você tem de ficar pensando”, e para não pensar os líderes do governo decretam infantilmente: “O episódio está encerrado”. Chega de cinismo: o episódio apenas começa e deve-se é desvendar a verdade para verificar se houve ou não novamente abuso e tráfico de influência, que podem contaminar a confiança no atual governo.

DE QUE SONHOS EU NASCÍ...? POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.




VENHO DA RUA DO ADVINHÃO, NO ALTO DAS FLORES, NUMA CIDADE CHAMADA NOVA CRUZ, NA MARGEM DIREITA DO RIO CURIMATAU, QUE DESEMBOCA NO RIO CUNHAU, QUE SE ENTREGA AO MAR NA PRAIA DE BARRA DE CUNHAU, CANGUARETAMA RN.

JA CAMINHEI 56 ANOS NA VIDA, MAS NAO CONSEGUI SAIR DA MINHA RUA...

MUITO CEDO A POESIA ME ENFEITIÇOU A ALMA... CRESCI COMO UM TEXTO BARROCO: DE UM LADO DESPACHAVA NO BALCÃO DO COMERCIO DO MEU PAI, E NO OUTRO MINHA MÃE ME FALAVA DO QUE SÓ SE APRENDE COM O CORAÇÃO... CONVIVI COM ANTÍTESES... MAS FOI MUITO BOM... E FOI TUDO...SOU UMBILICALMENTE LIGADO AO CÉU, A MUSICA, A NATUREZA, A TOLERÂNCIA E A CARIDADE... QUANDO COMECEI A FAZER MEDICINA, NA HORA DAS DESPEDIDAS DAS VIAGENS Á CASA PATERNA, AINDA ESCUTO O GRITO DE MAMÃE: MEU FILHO DEUS TE ABENÇOE E LEMBRE SE : PRIMEIRO OS POBRES...




Até o Fim

Chico Buarque
Composição : Chico Buarque


Quando nasci veio um anjo safado
O chato do querubim
E decretou que eu estava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim
"inda" garoto deixei de ir à escola
Cassaram meu boletim
Não sou ladrão , eu não sou bom de bola
Nem posso ouvir clarim
Um bom futuro é o que jamais me esperou
Mas vou até o fim
Eu bem que tenho ensaiado um progresso
Virei cantor de festim
Mamãe contou que eu faço um bruto sucesso
Em quixeramobim
Não sei como o maracatu começou
Mas vou até o fim
Por conta de umas questões paralelas
Quebraram meu bandolim
Não querem mais ouvir as minhas mazelas
E a minha voz chinfrim
Criei barriga, a minha mula empacou
Mas vou até o fim
Não tem cigarro acabou minha renda
Deu praga no meu capim
Minha mulher fugiu com o dono da venda
O que será de mim ?
Eu já nem lembro "pronde" mesmo que eu vou
Mas vou até o fim
Como já disse era um anjo safado
O chato dum querubim
Que decretou que eu estava predestinado
A ser todo ruim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim

SOBRE A JUSTIÇA...

NO TÚNEL DA JUSTIÇA


Fernando de Barros e Silva

Em 20 de agosto de 2000, Lula nem sonhava (ou apenas sonhava) ser presidente da República. As torres gêmeas estavam lá, imponentes e intactas. E faltavam ainda quase dois anos para que o Brasil conquistasse o pentacampeonato. Sob vários aspectos, estamos falando de antigamente.

Em 20 de agosto de 2000, um domingo, o jornalista Pimenta Neves assassinou Sandra Gomide com dois tiros pelas costas. Ele tinha 63 anos; ela, 32. Pimenta Neves foi preso nesta semana, aos 74, quase 11 anos depois do crime que cometeu e assumiu desde o início.

A indignação das pessoas se justifica plenamente: que Justiça, afinal, é essa? Ontem, na Folha, o pai da vítima dizia: “A Justiça no Brasil não funciona como balança. Me senti na parte de baixo da balança desequilibrada. Quem tem dinheiro está em cima”. Algum magistrado se oferece para contestá-lo?

Muito a propósito, o presidente do STF, Cezar Peluso, citou esse caso tão ilustrativo para voltar a defender a redução das instâncias recursais no país - hoje, na prática, são quatro, uma aberração que, segundo ele, só existe por aqui.

Pela proposta de Peluzo, que depende de emenda constitucional, as sentenças de segunda instância (dos TJs estaduais) teriam validade imediata. E os recursos aos tribunais superiores (STJ e STF) seriam “ações rescisórias” (de anulação posterior da decisão), deixando de funcionar como instrumentos para embromar o fim do processo.

Se isso estivesse em prática, Pimenta Neves estaria preso desde 2006. Solto estava, solto permaneceu. A defesa do jornalista recorreu mais de 20 vezes ao STJ e ao STF desde que o TJ paulista confirmou a condenação do Tribunal do Júri, há quase cinco anos.

Impor restrições a esse ritual infinito de recursos à mão de advogados ilustres não vai resolver os problemas do Judiciário. Nem fazer, isoladamente, com que a balança se equilibre. Mas é um passo contra os descalabros da Justiça.


Hino de Duran

Chico Buarque
Composição : Chico Buarque (1979)


Se tu falas muitas palavras sutis
Se gostas de senhas sussurros ardís
A lei tem ouvidos pra te delatar
Nas pedras do teu próprio lar

Se trazes no bolso a contravenção
Muambas, baganas e nem um tostão
A lei te vigia, bandido infeliz
Com seus olhos de raios X

Se vives nas sombras freqüentas porões
Se tramas assaltos ou revoluções
A lei te procura amanhã de manhã
Com seu faro de dobermam

E se definitivamente a sociedade
só te tem desprezo e horror
E mesmo nas galeras és nocivo,
és um estorvo, és um tumor
A lei fecha o livro, te pregam na cruz
depois chamam os urubus

Se pensas que burlas as normas penais
Insuflas agitas e gritas demais
A lei logo vai te abraçar infrator
com seus braços de estivador

Se pensas que pensas estás redondamente enganado
E como já disse o Dr Eiras,
vem chegando aí, junto com o delegado
pra te levar...

domingo, 29 de maio de 2011

DR. RICARDO LAGRECA E DR. IVONILDO REGO:DOS BASTIDORES PARA A HISTÓRIA...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.













Ontem, após dezeseis anos,voltei a apertar a mão de Ivonildo Rego...relembramos uma passagem, que aqui relato.

Certo dia, ao chegar no Hospital Onofre Lopes,fui avisado que naquela manhã, haveria um encontro do reitor recém eleito, com os médicos do hospital....o futuro reitor queria se inteirar dos problemas,para planejar as suas ações...
Me dirigí a Dr Lagreca, diretor do hospital e o chamei,para descermos para o quarto subsolo...o meu diretor disse-me:eu não vou participar desta reunião....eu votei para reitor em Dr Carlos Fonseca, eu não votei em ivonildo...eu fui para a reunião sozinho...
No calor dos desabafos, a esquerda festiva questionava a ausência do diretor do hospital, e colocava fogo....
No final da reunião, eu me aproximei do futuro reitor e falei:eu sou Dr. Bernardo,vice diretor de Dr. lagreca....expliquei o motivo da sua ausência,e disse:se eu fosse o senhor procurava falar com ele...Ivonildo respondeu: e eu quero, onde ele está?
Peguei o futuro reitor pelo braço e subí ate a sala da direçào...abrí a porta e disse:Dr lagreca taí o futuro reitor...deixei-os á sós...após meia hora o visitante se retirou..
Voltei pra Lagreca e perguntei: e aí? ele respondeu:ele me convidou para, sexta feira,ir com ele numa besta,conhecer o Hospital Lauro Wanderley, que é o Hospital Unversitário de João Pessoa....MAS, eu não irei...Neste instante eu fui incisivo:ASSIM ESTÁ RUIM...E FALEI PARA O DR LAGRECA, O QUE O GAL. GOLBERY DO COUTO E SIlVA ,DISSE CERTA VEZ AO GAL. FIGUEIREDO:QUERENDO SER PRESIDENTE É DIFÍCIL, QUANTO MAIS DIZENDO QUE NÃO QUER...SE VOCÊ NÃO FOR A ESTA VIAGEM, VOCÊ ESTÁ PEDINDO PARA SAIR...E O HOMEM SORRIU...
NA SEXTA FEIRA PROCUREI O DIRETOR, E ELE TINHA IDO A JOÃO PESSOA, COM O FUTURO REITOR...DESDE ESTA ÉPOCA, GRADATIVAMENTE FOI SE CONSTRUINDO O NOVO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ONOFRE LOPES.
RELEMBREI ESTA HISTÓRIA AOS DOIS,ONTEM NA INAUGURAÇÃO DO EDIFÍCIO DE ENFERMARIAS...E DISSE:NESTA MARAVILHOSA EVOLUÇÃO DO HOSPITAL EU ESTOU COMPROMETIDO, ASSIM COMO O SOL TEM IMPORTANCIA PARA O LUAR...ELES RIRAM.

SOBRE BEIJA-FLOR...





DESPEDIDAS
Affonso Romano de Sant'Anna

Começo a olhar as coisas
como quem, se despedindo, se surpreende
com a singularidade
que cada coisa tem
de ser e estar.

Um beija-flor no entardecer desta montanha
a meio metro de mim, tão íntimo,
essas flores às quatro horas da tarde, tão cúmplices,
a umidade da grama na sola dos pés, as estrelas
daqui a pouco, que intimidade tenho com as estrelas
quanto mais habito a noite!

Nada mais é gratuito, tudo é ritual
Começo a amar as coisas
com o desprendimento que só têm
os que amando tudo o que perderam
já não mentem.



Liberdade beija-flor


Imagens de liberdade aos meus olhos
Mar, sol, amizade, carinho...
Coleção de momentos de brisa
Leveza pluma poetiza.

Feliz de mim que tenho tua amizade
Nesse mundo cercado de tanta crueldade
Beija-flor livre pelo mundo
Sob o céu azul de um dia de domingo.

André F. Frutuoso



Beija-Flor
MPB4

Composição : Noel Silva/Augusto Tomás Jr./Nelson Cavaquinho


Vai beija-flor
Deixa a roseira
Faz me lembrar
O meu amor
Hoje sou triste
Sinto saudade
Volta para mim
Felicidade

Pobre de quem
Desiste da vida
Não quero ser
Um suicida
A dor me abraça
Ah, tão cruel
Minha esperança é Deus no céu

sábado, 28 de maio de 2011

A FESTA DO HOSPITAL ONOFRE LOPES...AS FOTOS...


Muito concorrida a inauguração de um edifício de enfermarias ,no Hospital Onofre Lopes...um prédio novo com nove andares . Há dezesseis anos uma onda constante de PROGRESSO vem modernizando o Hospital Universitario...todos estes benefícios se deve a um grande chefe,um grande comandante, o DR.Ricado Lagreca, que se dedicou de corpo e alma, á causa do Hospital...Abdicou na vida,de ser o grande cirurgião cardíaco que ele era, para dedicar todo o seu tempo á uma causa nobre...Para Lagreca primeiro é o hospital,primeiro é o público, depois vem a vida...é um abnegado...Nas aulas de cardiologia, no Hospital Oswaldo Cruz no Recife,se faz ainda alusào á um grande cirurgiao cardiaco, que foi precussor,que confeccionava as válvulas cardíacas artesanalmente,a partir de tecidos bovinos...
O Hopital Onofre Lopes se encontra um luxo,tão remodelado como qualquer Hospital privado de Natal, e melhor do que muitos...O DR LAGRECA , no seu discurso enfatizou: A ENTREGA DESTAS ENFERMARIAS DE DOIS LEITOS, NOVAS, DECENTES,É A FORMA MAIS APURADA DE SE FAZER A CARIDADE.
DR. JOSE RICARDO LAGRECA É UM REI QUE ABDICOU DO TRONO....PRA ELE, A MÁXIMA DOS NAVEGADORES PORTUGUESES:NAVEGAR É PRECISO, VIVER NÃO É PRECISO...O QUE ELE SONHOU NA SUA SOLIDÃO, ESTÁ CHEGANDO E BENEFICANDO MILHARES DE CORACÕES...LAGRECA FOI A FLOR MAIS BONITA E DÍGNA,QUE JÁ NASCEU NO CAMPUS UNIVERSITÁRIO.
DR BERNARDO ,DR LAGRECA, O REITOR IVONILDO REGO, E O ASSESSOR DO MEC.





















DR.ANÍSIO VIRGOLINO,DR BERNARDO,DR.JOSÉ MARIA.

DRA SUELENE,DR.JOSÉ MARIA,DRA.EMÍLIA.
OS PROCTOLOGISTAS:DRA. EMÍLIA TRIGUEIRO, DR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL, E DRA.SUELENE ALENCAR.

PARA RACIOCINAR...

Numa cidade, os habitantes, endividados, estão vivendo às custas de
crédito.
Por sorte chega um gringo e entra no único hotel.
O gringo saca uma nota de R$100,00, põe no balcão e pede para ver um
quarto.
Enquanto o gringo vê o quarto, o gerente do hotel sai correndo com a
nota de R$100,00 e vai até o açougue
pagar suas dívidas com o açougueiro.
O açougueiro, pega a nota e vai até um criador de suínos a quem deve
e paga tudo.
O criador, por sua vez, pega também a nota e corre ao veterinário
para liquidar sua dívida.
O veterinário, com a nota de R$100,00 em mãos, vai até à zona pagar
o que devia a uma prostituta
(em tempos de crise essa classe também trabalha a crédito).
A prostituta sai com o dinheiro em direção ao hotel, lugar onde
levava seus clientes; e como ultimamente não
havia pago pelas acomodações, paga a conta de R$100,00.
Nesse momento, o gringo chega novamente ao balcão, pede sua nota de
R$100,00 de volta, agradece e diz não ser o que esperava e sai do hotel
e da cidade.
Ninguém ganhou um vintém, porém agora todos saldaram suas dívidas e
começam a ver o futuro com confiança!

DO INFERNO...

Um carteiro que roubava cheques dos aposentados e pensionistas do INSS morre e chega ao inferno.
O demônio então vira pra ele e diz:
_ Pelos pecados cometidos em vida, estás condenado pela eternidade a ficar enterrado até o pescoço naquela piscina de merda!
O carteiro então olha para a piscina e vê a Dilma com merda apenas até a cintura. Irritado diz para o demônio :
_ Eu roubei mas tb não foi tanta coisa assim! Eu nunca matei ninguém , nem participei de grupos terroristas na época da ditadura!
Nunca roubei dinheiro público e nem dei bolsa-esmola para ninguém! Não roubei nem 1% do que aquela senhora ali e ela está com merda até a cintura! Por que eu tenho q ficar atolado até o pescoço????
O demônio irritado olha para a piscina e diz:


DILMA!!! DESÇA JÁ DOS OMBROS DO LULA!!

CONSELHO DA CHINA...

Receita chinesa para viver mais e melhor

Um ocidental em visita à China ficou surpreso de ver a quantidade de velhos saudáveis e, curioso a respeito da milenar medicina chinesa, indagou a um experiente médico qual o segredo para se viver mais e melhor.

Ouviu do mesmo a sábia resposta:

"É muito simples.
É só:
-Comer a metade.
-Andar o dobro.
-E rir o triplo."

sexta-feira, 27 de maio de 2011

PINTO DO ACORDEON... SE BOTAR MAIS UM BICHO, O RABO FICA DE FORA.




Por amor ao Forro

PINTO DO ACORDEON

Pra chegar nessa festa tão linda
Só Deus sabe o que já passei
Já rasguei o couro da zabumba
A sanfona já desafinei
Joguei minha sorte na estrada
Já andei na poeira, no sol
Já cantei, já sofri, já chorei
Tudo só por amor ao forró

Tudo só por amor ao forró (Bis)

Minha terra tem tanto poeta
Poesia faz parte de mim
A sanfona sempre foi minha dona
Me conhece tim tim por tim tim
Onde chega é sempre alegria
Muita gente ao meu redor
E assim a vida vou cantando
Tudo só por amor ao forró

Eu nasci numa casa de taipa
O meu berço foi um caçuá
A banheira foi uma gamela
O travesseiro um tronco de juá
Me criei bem lá no pé-da-serra
Foi lá que deixei meu xodó
Vou voltar e fazer uma seresta
Vai ter festa no meu piancó


Vem Viver Essa Paixão
Fagner
Composição : (Pinto Do Acordeon)


Da minha casa pra tua
É tão perto eu vou de pé
Daqui sinto o teu perfume
O cheirinho do café

Escuto você cantando
Com essa voz de mulher
Mesmo assim fica tão longe
Porque você não me quer

Faça isso não meu bem
Faça isso não
Você tão perto de mim
Longe do meu coração
Faça isso não meu bem
Faça isso não
Tenha dó de quem te ama
Vem viver essa paixão

ORDEM DO DIA...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.



















1...Amanhà as 9h,inauguraçào de um EDIFICIO de enfermarias, nove andares, no HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ONOFRE LOPES...ponto para Dr Ricardo Lagreca e para o povo do Rio Grande do Norte....vou deixar de viajar, para atender ao meu amigo Lagreca, que por telefone me disse que não dispensava a minha presença e que eu tinha faltado á FESTA DOS CEM ANOS DO HOSPITAL,e lamentou a minha ausência. Irei amanhã prestigiar este grande amigo, e homem de elevadas qualidades humanas,éticas e administrativas.Escutaremos a ORQUESTRA SINFÓNICA DA UFRN.


2...O Dr Flaubert,médico de Currais Novos, me encaminhou para tratamento , uma paciente com uma patologia,que só existe um caso descrito no Brasil, e menos de dez, no mundo...É A HISTIOCITOSE ANAL...raríssima...estou com um grupo estudando para fazermos o tratamento e publicar o caso.




3...Não Votei em Dilma, mas penso que ela é a LETRA TORTA DE DEUS...estou triste, em saber que ela está sendo teleguiada por LULA e sua Gang, e pressionada Pelo triste PMDB, o inescrupuloso partido.

BRIGA ENTRE GATO E CACHORRO...OU MUNDIÇA CHIC..

Palocci ameaça Temer com demissão de ministros do PMDB



Foi uma trombada feia, a que ocorreu na noite de terça-feira (24) entre o ministro Palocci, da Casa Civil e o vice-presidente e presidente licenciado do PMDB, Michel Temer.

Quando o governo se convenceu de que seria aprovada a emenda do PMDB ao projeto do novo Código Florestal, dando autonomia aos estados para regularizar as atividades nas Áreas de Preservação Permanente (APPs), Palocci telefonou para Temer.

Primeiro informou da insatisfação da presidenta Dilma Rousseff com a emenda. Segundo, pediu para que o partido a retirasse. Por último, adiantou que a aprovação poderia provocar a demissão dos ministros do PMDB.

Temer respondeu que não seria necessário demitir os ministros do partido caso a emenda fosse aprovada porque ele na condição de presidente licenciado do PMDB e de vice-presidente da República garantia que os ministros pediriam demissão de imediato no dia seguinte.

A certa altura da conversa, Temer lembrou que como vice-presidente merecia respeito.

A conversa terminou sem acordo.

Pouco antes de a emenda ser aprovada, em discurso da tribuna da Câmara, o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder do governo, deu o recado: “A presidente Dilma considera [a emenda] uma vergonha”.

O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), relator da proposta do novo Código Florestal, exigiu aos gritos que o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), confirmasse se era isso mesmo que pensava Dilma.

“É uma vergonha”, repetiu Maia.

A emenda foi aprovada por 273 votos a 182.

O ETERNO ESGOTO...

LULA E O ESGOTO


Guilherme Fiúza

O escândalo de corrupção na prefeitura de Campinas não tem nada de escandaloso. Tudo nesse caso é absolutamente normal.

Há uma ordem de prisão contra o vice-prefeito, do PT, que está foragido. Segundo o Ministério Público, ele é uma das cabeças de um propinoduto montado no serviço de águas e esgotos. Qual é a novidade? Nenhuma. É mera repetição do padrão consagrado, que tem no caso Celso Daniel seu emblema máximo: PT, lixo, esgoto, propina.

Em meio a essa mesmice, mais uma revelação trivial: no caminho da propina entre a empreiteira e a companhia de saneamento aparece, como suspeito, um empresário. Adivinhe de quem ele é amigo?

Acertou. É amigo do filho do Brasil.

Luiz Inácio da Silva, o homem e o mito, é candidato a um verbete no Guinness. Entrará no livro dos recordes como o cidadão com o maior número de amigos acusados de alguma trampolinagem.
Até no episódio do dossiê dos aloprados, os principais suspeitos eram amigos de Lula. Tinha o churrasqueiro do presidente, o segurança e personal-chapa do presidente, o sindicalista de fé e irmão camarada do presidente desde os anos 70, e assim por diante.

Isso para não falar em Delúbio, Silvinho, Gushiken e grande elenco mensaleiro – todos da cota afetiva de Lula.

O aparecimento de mais um amigo do ex-presidente no caso do esgoto de Campinas não tem, portanto, qualquer relevância. Será possível que o Ministério Público ainda não entendeu o jeito Lula de fazer amizades?

Em vez de ficarem implicando com o ex-operário, deveriam estimulá-lo a ampliar o temário de suas valiosas palestras. Além de ensinar o jeito PT de administrar, Lula poderia discorrer sobre a importância do afeto na política. E explicar como se faz para ter um milhão de amigos fichas-sujas, mantendo intacta a estampa de herói.

Seria um sucesso. Ele nem precisaria explicar como ficou amigo de Dilma Rousseff.

DILMA COMEÇA A MORRER...

Lula assume o comando (Estadão)
O Estado de S.Paulo

Passados 144 dias de sua descida da rampa do Palácio do Planalto, Lula assumiu - se não o controle da administração de sua afilhada Dilma Rousseff - a condução política do governo.

A volta foi ostensiva, deliberadamente ostensiva. Não é que até então ele tivesse deixado de influir em decisões da sucessora, a começar da formação da sua equipe, enquanto dizia ora que ex-presidentes não devem dar palpites sobre o que fazem os novos, ora que não lhe estava sendo fácil "desencarnar" da Presidência.

Mas a sua atuação se dava nos bastidores, mediante telefonemas e reuniões discretas. À parte isso, a sua agenda política se concentrava em levar o PT a lançar um nome novo - presumivelmente, o ministro da Educação, Fernando Haddad - para disputar a Prefeitura paulistana no ano que vem.

Anteontem tudo mudou. Diante do desastroso manejo do escândalo que se abateu sobre o titular da Casa Civil, Antonio Palocci, tanto por parte do governo do qual, segundo Lula, ele é "o Pelé", quanto por parte do partido onde o ex-ministro da Fazenda não é propriamente uma unanimidade, o primeiro-companheiro decidiu entrar em campo para comandar o time político.

Almoçou e posou para fotos com ar de comandante-chefe com 12 dos 14 membros da bancada do PT no Senado, os quais exortou a sair em defesa de Palocci de uma vez por todas.

Revelado o fenomenal enriquecimento do ministro entre 2006 e 2010, quando acumulou o mandato de deputado com a atividade dita de consultoria, apenas 3 senadores petistas foram à tribuna se solidarizar com ele.

Lula não ficou nisso. Calejado no ramo do despiste desde a descoberta, em 2004, de que a Casa Civil do seu governo tinha um assessor parlamentar já flagrado cobrando propina, Lula deu duas ordens.

Aos senadores e a tutti quanti, mandou bater na tecla de que o ônus da prova cabe a quem acusa - a imprensa e a oposição -, de que não há prova alguma de que o dublê de consultor e líder informal do governo na Câmara tenha feito fortuna ilicitamente e que, portanto, ele não deve explicações além das que deu à Comissão de Ética da Presidência.

Ao mais íntimo homem de confiança no Planalto, o seu ex-chefe de Gabinete e atual secretário de Dilma, Gilberto Carvalho, Lula mandou desviar o foco do problema, culpando o secretário municipal de Finanças de São Paulo, Mauro Martins Costa, principal aliado do ex-governador tucano José Serra na gestão do prefeito Gilberto Kassab, pela revelação dos ganhos auferidos pela Projeto, a firma de Palocci.

DO HOMEM DE ITABIRA...

Estâncias - Carlos Drummond de Andrade



Amor? Amar? Vozes que ouvi, já não me lembra
onde: talvez entre grades solenes, num
calcinado e pungitivo lugar que regamos de fúria,
êxtase, adoração, temor. Talvez no mínimo
território acuado entre a espuma e o gnaisse, onde respira
- mas que assustada! uma criança apenas. E que presságios
de seus cabelos se desenrolam! Sim, ouvi de amor, em hora
infinda, se bem que sepultada na mais rangente areia
que os pés pisam, pisam, e por sua vez - é lei - desaparecem.
E ouvi amar, como de um dom a poucos ofertado; ou de um crime.
De novo essa vozes, peço-te. Escande-as em tom sóbrio,
ou senão, grita-as à face dos homens; desata os petrificados; aturde
os caules no ato de crescer; repete: amor, amar.
O ar se crispa, de ouvi-las; e para além do tempo ressoam, remos
de ouro batendo a água transfigurada; correntes
tombam. Em nós ressurge o antigo; o novo; o que de nada
extrai forma de vida; e não de confiança, de desassossego se nutre.
Eis que a posse abolida na de hoje se reflete, e confundem-se,
e quantos desse mal um dia (estão mortos) soluçaram,
habitam nosso corpo reunido e soluçam conosco.

Carlos Drummond de Andrade (Itabira, Minas Gerais, 31 de outubro de 1902 - Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987) - Considerado um dos maiores poetas brasileiros, autor de uma vasta obra poética, que também inclui contos e crônicas. Morou no Rio de Janeiro a maior parte de sua vida, onde, foi funcionário público. Foi traduzidos para vários idiomas e é uma referência fundamental na poesia brasileira.

A MORTE DE DILMA...JÁ DIAGNOSTICADA.

Reinaldo Azevedo

Dilma já não conduz; é conduzida
O que a fala de Dilma em defesa de Antonio Palocci evidencia — já que ele próprio optou por nada dizer até agora? A presidente da República é hoje instrumento de uma estratégia de defesa elaborada por Franklin Martins e Lula. Não tem autonomia nem para dizer “não”. Já não conduz mais nada; é conduzida.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

QUE PAÍS É ESTE...?

Fazendo “vista grossa” até nisso!

Assunto: A Filha de Ministro do STJ

Lamentável o nosso judiciário.

Neste nosso País, onde sempre prevalece a “Lei de Gerson”, aquela de levar vantagem em tudo, tudo é possível e sempre iremos nos deparar com casos como esse, uma rotina do nosso dia a dia. *Muda-se o nome do boi mas o boi é sempre o mesmo*


QUANDO É QUE ISTO VAI ACABAR? PELO ANDAR DA CARRUAGEM… NUNCA!…

A “filhinha” de Min. do STJ é beneficiada numa “maracutaia imoral”, deixando para trás cerca de 300 candidatos aprovados em concurso. Depois ficam reclamando que os bandidos estão dominando o país. Que bandidos ?

Glória Maria Lopes Guimarães de Pádua Ribeiro Portela –(é nome para “fela da puta” nenhum botar defeito)- filha do ministro do STJ Antonio de Pádua Ribeiro, aquela que entrou com queixa de assédio sexual contra o ministro do STJ Paulo Medina, acaba de conseguir uma decisão na justiça federal que é uma imoralidade e um desrespeito sem tamanho ao direito de candidatos a concursos públicos.

O processo é a ação ordinária Nº 1998.34.00.001170-0 classe 1300, que está no Tribunal Regional Federal da 1ª região.

Autora: Glória M. P. Ribeiro e Rés: a União Federal e a Fundação Universidade de Brasília.

Glória Maria fez concurso público pela Cespe-UnB para o cargo de técnico-judiciário, área-fim em 27.05.05 para o STJ, onde seu pai é ministro.

Foi REPROVADA na prova objetiva. Entrou com uma ação cautelar e, adivinhem, obteve liminar. Fez a prova da segunda fase, a prova discursiva. Foi REPROVADA novamente.

Entrou com nova ação para ver seus pontos aumentados. Adivinhem: ganhou nova liminar, e mais: foi “nomeada provisoriamente” e está ganhando esse tempo todo no tribunal do papai (desde 1995 !).

Detalhe: Havia tirado 13,45 pontos e pediu que esses pontos fossem elevados a 28,22. Parece brincadeira, mas conseguiu. Seus pontos foram elevados num passe de mágica. O “caminho das pedras” foi arranjar um “professor particular” (isso mesmo !) que corrigiu sua prova, para quem estava tudo mais que certinho, e praticar o tráfico de influência de seu pai ministro, Antonio Ribeiro.

Aí, veio o julgamento do mérito do caso. O juiz federal de Brasília (1ª instância), José Pires da Cunha, não caiu nessa e refutou o pedido, que considerou ilegal e imoral e ainda condenou Glória Maria Pádua Ribeiro, nas custas e honorários de R$ 10.000,00 (ainda existem juizes !), mas houve recurso ao Tribunal Regional Federal da 1ª região e, adivinhem, os juizes Fagundes de Deus, João Batista e Antonio Ezequiel louvaram a candidata. Analisaram tim-tim por tim-tim sua prova e aprovaram-na com louvor !

Debalde a Universidade de Brasília (UNB) peticionou dizendo que a prova foi igual para todos e não seria justo que um professor escolhido pela candidata corrigisse a prova de todos. Não é justo ? A UNB argumentou que, pela jurisprudência, o judiciário não corrige provas de concurso, devido independência da banca e porque senão a Justiça não faria mais nada, a não ser se transformar numa super-banca dos milhares de concursos. Todo mundo sabe o que houve nos bastidores… Houve apostas no meio jurídico se a “banca Pádua Ribeiro” iria conseguir.

Veio agora recentemente a sentença do TRF 1ª região, 5ª turma, que é mais um descalabro, mostrando a necessidade de controle externo. Pádua Ribeiro e dua”patota” espoliaram o verdadeiro dono da vaga, que disputou em igualdade de condições e passou. Passou e foi preterido ! Glória Maria de Pádua Ribeiro ganhou no tapetão cujo do tráfico de influência. De 13 pontos passar a 28, quando um décimo (veja bem: um décimo) já elimina muitos candidatos !

A sentença analisa as preposições, as conjunções, a virgulação, a ortografia da redação, acatando a tese da “banca Pádua Ribeiro”.

Nem tudo está perdido. Existem recurso para o STJ, e todos esperam que a União Federal, a Advocacia da União e o Ministério Público Federal não fiquem coniventes. Se Glória Maria Pádua Ribeiro perder a causa, perde o cargo e o verdadeiro dono da vaga, pobre mortal sem padrinhos, será chamado.

E agora vem a chave de ouro, a deixar claro que este País não é sério mesmo.

O mesmo Pádua Ribeiro, ministro do STJ, pai da falcatrua acima relatada e de muitas outras praticadas por sua mulher, a famosa Glorinha, está prestes a assumir o cargo de Corregedor do Conselho Nacional de Justiça (o chamado controle externo), conforme noticiário nos jornais.
Parece gozação !…

UM SONETO DE CHICO BUARQUE DE HOLANDA...





Soneto
Chico Buarque


Por que me descobriste no abandono
Com que tortura me arrancaste um beijo
Por que me incendiaste de desejo
Quando eu estava bem, morta de sono

Com que mentira abriste meu segredo
De que romance antigo me roubaste
Com que raio de luz me iluminaste
Quando eu estava bem, morta de medo

Por que não me deixaste adormecida
E me indicaste o mar, com que navio
E me deixaste só, com que saída

Por que desceste ao meu porão sombrio
Com que direito me ensinaste a vida
Quando eu estava bem, morta de frio

VICTOR HUGO...


A ÁGUA QUE NÃO CORRE FORMA UM PÃNTANO, A MENTE QUE NÃO TRABALHA FORMA UM TOLO...

A ALMA TEM AS ILUSÕES, COMO AS AVES TEM AS ASAS...ELAS É QUEM LHE PERMITEM VOAR...

A CURIOSIDAE É UMA DAS FORMA DA VALENTIA FEMENINA...

A ESPERANCA MUDOU DE CAMPO...O COMBATE MUDOU DE ALMA...

A GLÓRIA ,ASTRO TARDIO, LUA SERENA E SOMBRIA QUE SE LEVANTA SOBRE OS TÚMULOS...

A GUERRA É A GUERRA DOS HOMENS...A PAZ É A GUERRA DAS IDÉIAS..

O QUE SE COMENTA...

Modelo (Israel) se separou recentemente do ator Leonardo DiCaprio, depois de cinco anos de relacionamento









A ÇITUASSÃO ESTÁ GRAMÁTICA!


Agamenon Mendes Pedreira

Eu não entendo o Brasil: se por uma lado (no caso, o de trás) o STF (Soltando Totalmente a Franga) liberou as relações estáveis homoafetadas, por outro lado, o MEC resolveu perseguir a Língua Portuguesa, independente do gênero, número e grau. Num caso flagrante de gramaticofobia, os livros escolares agora estão ensinando que falar e escrever errado não tem nada demais. Na verdade, o governo está implantando no país um novo método pedagógico e revolucionário: a Demagogia do Oprimido.

O MEC (Ministério dos Erros de Concordância) não vai parar por aí: o ministro Fernando Errahd vai tornar obrigatória a introdução no currículo escolar do idioma sindical, a Língua Presa. Essa grande virada na educação brasileira começou com o presidente Luís Sintáxio Lula da Silva que nunca acertou uma concordância na vida. Alíás, minto: a única concordância que o Lula aceita é a concordância verbal, a que trata do uso das verbas públicas. Por falar em Dramática, quer dizer, Gramática, vamos fazer um pequeno exercício de Análise Sintática.

Na oração: O MINISTRO PALOCCI FATUROU UMA GRANA PRETA, quem é o sujeito? Bem, o ministro Pallocci não é sujeito. Sujeito à investigação. O que existe, na verdade, é um sujeito oculto: o sujeito que pagou a consultoria mas não quer aparecer de jeito nenhum. E o predicado? Não tem predicado, só tem prejudicado. No caso, o contribuinte. A única coisa que está errada mesmo na oração é a expressão “grana preta”, um flagrante exemplo de preconceito lingüístico contra as minorias “diferenciadas”. Na verdade, o politicamente correto seria: O MINISTRO PALOCCI FATUROU UMA GRANA AFRO DESCENDENTE.

SOBRE BOB DYLAN...




RICARDO ANÍSIO


BOB DYLAN, MAIOR POETA DA CANÇÃO POPULAR




O impacto que Bob Dylan me causou quando ouvir um disco seu pela primeira vez (no início da década de 1980) foi brutal. Ora, eu estava saindo da fase em que tudo que não fosse rock era tolice. E mais; imaginem-me naquela época, ouvindo um cantor fanho se acompanhando de violão e da popular gaita de boca, hoje conhecida muito mais como harmônica. Foi tudo estranho. Eu nem pensei em aderir ao grupo de aficionados que arrancavam os cabelos para advogar em defesa do autor de “Like a Rolling Stone”.

Todos os argumentos me levavam sempre a gostar mais de bandas como Led Zeppellin e Deep Purple e, com cada vez mais convicção, correr para longe do autor de “Blowin’in The Wind”. Lembro-lhes que eu não tinha mais que 22 anos, me iniciando no jornalismo e tendo estreado como articulista com um texto sobre o movimento Punk. Ou seja, da pedrada do The Clash para o folk caipira de Bob Dylan, eu correria o risco de ter um choque e fatal. Por isso foi melhor que o tempo se encarregasse de fazer o meu namoro com o baixinho de nariz de papagaio e dono de uma das vozes mais feias da história do folk-rock.

Um belo dia estava eu namorando uma bela gaúcha recém-chegada a esta linda Parahyba, quando ela me convida a uma audição musical em sua vivenda. E qual seria o prato sonoro? Bob Dylan, exatamente ele. Foi quando ela botou na vitrola o LP “Blonde on Blonde”, o libelo psicodélico do bardo americano. Então eu me apaixonei por Dylan e nunca mais consegui ter um namoro tão apaixonado quanto platônico.

Por aí fui devorando todos os seus discos. Do sofrível “New Morning” ao escandalosamente genial “Another Side of Bob Dylan” (que a esmagadora maioria da crítica detona sem dó nem piedade) onde encontrei a mais bela canção popular de todos os tempos; para meu gosto, claro. A balada “Chimes Of Freedom” é como uma oração para mim, pois a escuto todo santo dia. Os “Carrilhões da Liberdade” chegaram a me inspirar alguns poemas do meu livro “Canção do Caos” e foi por causa de Dylan que eu decidi que um dia seria poeta, e venho tentando sê-lo.

Outros discos de Dylan que ouço sistematicamente são “The Times They Are Changing” e “The Freewheelin’ Bob Dylan”, mas não dispenso o fabuloso “Desire” e o estranhíssimo “Self Portrait”. Ou seja, quase tudo em sua discografia me tocam de alguma forma. Por isso eu até suporto o CD que Zé Ramalho dedicou inteiramente a sua obra, que deixa a desejar muito mas Dylan é Dylan. É como a versão cantada por Geraldo Azevedo para “Tomorow Is a Long Time”, que não é lá um dos clássicos do cancioneiro dylaniano, mas que tem um verso que vale por tudo, que é a filosofia de que “o amanhã é distante”, porque na verdade nunca alcançaremo-lo.

Enfim, um cara nanico, narigudo e de voz tão sofrível não chegaria aonde chegou se não fosse um gênio. Meio mundo de artistas gravou canções suas, de Steve Wonder a Gal Costa, dos Rolling Stones a Vitor Ramil. Ou seja, minha paixão por Bob Dylan é daquelas às quais chamamos de eternas. Porque a genialidade não tem fim, nem teve começo. Saiu do meio de um ventre de estrelas garimpadas em um jardim de versos.



A POESIA DE ZÉ LIMEIRA...O POETA DO ABSURDO.



Quem vem lá é Zé Limeira,
Cantô de força vulcânica,
Prodologicadamente
Cantô sem nenhuma pânica,
Só não pode apreciá-lo
Pessoa semvergonhânica.

*

Meu nome é José Limeira,
Cantô que não é pilhérico,
Mais já sofreu d’alguns males,
Foi atacado de histérico,
Chame logo a junta médica,
Faça o exame cadavérico.

*

Esse é Lourisvá Batista,
Que é Batista Lourisvá,
É filho da cobra preta,
Neto da cobra corá,
Tanto faz daqui pra ali ,
Como dali pra acolá

*

Às tantas da madrugada,
O vaqueiro do Prefeito
Corre alegre e satisfeito
Atrás da vaca deitada,
Deitada e bem apojada
Com a rabada pelo chão…
A desgraça de Sansão
Foi trair Pedro Primeiro…
O aboio do vaqueiro
Nas quebradas do Sertão

*

Frei Henrique de Coimbra,
Sacerdote sem preguiça,
Rezou a Primeira Missa
Na beira duma cacimba.
Um índio passou-lhe a pimba,
Ele não quis aceitá
E agora veve a berrá
Detrás dum pau de jureme…
O bom pescador não teme
As profundezas do mar

Frei Henrique descansou
Nas encosta da Bahia,
Depois fez a travissia
Pra chegá onde chegou,
Pegou a índia, champrou,
Ela não pôde falá,
Assou carne de jabá,
Misturou com queroseme…
O bom pescador não teme
As profundezas do má

A noite vinha saindo
Pru dentro da ventania,
Vi o rastro da cutia
Na minha rede dormindo,
A tremela foi caindo,
Gritei pelo meu ganzá,
Anum preto, anumará,
Só gosto de nega feme…
O bom pescador não teme
As profundezas do má


*

Minha mãe era católica
E meu pai era católico,
Ele romano apostólico,
Ela romana apostólica,
Tivero um dia uma cólica
Que chamam dor de barriga,
Vomitaro uma lumbriga
Do tamanho dum farol,
Tomaro Capivarol,
Diz a tradição antiga

*

Minha avó, mãe de meu pai,
Veia feme sertaneja,
Cantou no coro da Igreja,
O Major Dutra não cai,
Na beira do Paraguai
Vovó pegou uma briga,
Trouve mamãe na barriga,
Eu vim dentro da laringe,
Quage me dava uma impinge,
Diz a tradição antiga

*

Não sei onde fica esse tá de oceano,
Nem sei que pagode vem sê esse má…
Eu sei onde fica Teixeira e Tauá,
Que tem meus moleques vestido de pano…
A minha patroa é quem traça meus prano,
Cem culha de milho inda quero prantá,
Farinha, lugume, feijão e jabá,
Com mói de pimenta daquela bem braba,
Valei-me São Pedro, Limeira se acaba,
Cantando galope na beira do má.

*

O navi navega só
Como a muié nos espeio
Pru dentro do mar vermeio
Que sai lá no Moxotó
O poeta vive só.
A lua tem mais calô,
O jardim logo murchô,
Quage morri da patada…
Nos olhos da minha amada
Brilham estrelas de amor

*

Peço licença aos prugilos
Dos Quelés da juvenia
Dos tofus dos audiacos
Da Baixa da silencia
Do Genuino da Bribria
Do grau da grodofobia

*

Eu sou corisco pastando
No vergel da vantania
Oceano disdobrado
No véu da pilogamia
No dia trinta de maio
Pelei trinta papagaio
Santo Deus, Ave-Maria.

*

Heleno, que bicho é esse
Que tem fala de homem macho?
Parece um tatu quadrado
Cum cinturão no espinacho
É uma coisa tão pouca
Mas ninguém sabe se a boca
Fala pro riba ou pro baixo

*

Lá na Serra do Teixeira
Nasci, sendo bem criado
Na Alemanha os japonês
Já sabe lê um bucado
Conheço esse mundo inteiro
Fica tudo no estrangeiro
Do Teixeira do outro lado

*

Eu me chamo Zé Limeira
Cantadô que tem ciúme
Brisa que sopra da serra
Fera que chega do cume
Brigada só de peixeira
Mijo de moça sorteira
Faca de primeiro gume

*

Os Hemisférios do prado
As palaganas do mundo
Os prugis da Galiléla
Quelés do meditabundo
Filosomia Regente
Deus primeiro sem segundo

*

Canto repente no Norte
Arranco feijão no Sul
Toco fogo no paul
Não tenho medo da morte
Uma mulata bem forte
Uma novilha parida
Uma sala bem comprida
Um cangote, duas perna
Poço, cacimba e cisterna
Tenho saudade da vida

*

Viajou Nossa Senhora
Naquele passado dia,
Perto duma travissia
Descansou sem ter demora.
Cortou de pau uma tora
Debruçada sobre o vento.
Ali, naquele momento,
São José sartou do jegue,
Jesus passou-lhe um esbregue.
Diz o Novo Testamento.

*

Gritou Dom Pedro Primeiro
No tempo da monarquia:
Jesus, filho de Maria.
Trovão do mês de janeiro,
São Pedro sendo o porteiro
Da capela de Belém.
Thomé comendo xerém
Com sarapaté de figo.
Se eu não me casar contigo.
Não caso com mais ninguém.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A ROUBALHEIRA NA BOCA DO POVO...
















Eurípedes Barbosa Ribeiro

De um remédio com urgência
Ando muito precisado
Pra curar minha falência
Nem sei se tem no mercado
Já não sei o que fazer
Pro dinheiro aparecer
Mesmo que seja um trocado!

Sei que há remédio pra tudo
Pra lombriga e pra lambança
Pra enriquecimento ilícito
E pra quem tem o rei na pança
Se ministro voce for
E ainda mais se for doutor
Tem um que traz a bonança!

Remédio que faz milagre
Como multiplicação
Mesmo estando na miséria
Voce vira um figurão
Monta uma consultoria
E da noite para o dia
Seu real vira um milhão!


Tem um moço que eu conheço
Hoje muito abastado
Que vivia do salário
De um simples deputado
Enriqueceu de repente
Mas não explica pra gente
Qual o remedio tomado!

Comprou um apartamento
Pelo minha casa, minha vida
E os mais de seis milhões
Pagou com o suor da lida
Agora querem que explique
Porque um apê tão chique
Pra essa gente enxerida!

Para ensinar para o povo
Com a sua sabedoria
Que o pobre ficar rico
Não é mera fantasia
Basta que seja esperto
Do poder ficar bem perto
Com uma consultoria!

Eu que sou moço modesto
Um mero contribuinte
Não quero ser consultor
Nem ter mansão de requinte
Só quero que o salário
Deste eleitor e otário
Dure até o mês seguinte!