segunda-feira, 16 de maio de 2011

REPENTISTAS...






Zé Amâncio

Roubaram um pobre poeta
Além de pobre, doente,
Inda mais deficiente
Com uma perna incompleta
Levaram-lhe a bicicleta
Com pneu, câmara e catraca
Um ladrão de alma fraca,
Esse roubo não descobre
Quem rouba um poeta pobre
Vendo Jesus, mete a faca.

* * *

Zé Limeira

Na corrida de mourão
quem corre mais é quem ganha
São Tomé vendia banha
na fogueira de São João
foi na guerra do Japão
que se deu essa ingrizia
Camonge quase morria
de gangrena berra-berra
quem se morre se enterra
adeus até outro dia.

* * *

João Furiba

Admiro o guabiru
bicho lá do meu sertão
que anda pelo roçado
fazendo vez de ladrão
sentado em cima do rabo
descaroçando algodão.

* * *

Cego Sinfrônio

Anda já em quarenta ano
Que eu vivo somente disso
Achando quem me proteja,
Eu sou bom nesse serviço:
Eu faço vez de machado
Em troco de pau muciço .

Esta minha rabequinha
É meus pés e minha mão,
Minha foice e meu machado,
É meu mio e meu feijão,
É minha planta de fumo,
Minha safra de algodão

* * *

Pinto do Monteiro

Estou muito diferente
Do que já fui no passado
Vivendo um resto de vida
Como um macaco chumbado
Botando folha nos furos
Sem obter resultado.

* * *

Jó Patriota

O mar que no bojo guarda
Todo os mistérios seus
Inda é um grão de mostarda
Perante os olhos de Deus.

Estes teus seios pulados,
que estão me desafiando,
são dois carvões faiscando
no fogão dos meus pecados!
São dois punhais afiados,
que ferem muitos cristãos!
Para os meus lábios pagãos,
são dois sapotis maduros!
Quero ver teus seios puros
Nas conchas das minhas mãos!


* * *

João Paraibano

Há três coisas nesta vida
Que Deus me deu e eu aceito:
A terra para os meus pés,
A viola junto ao peito
E um castelo de sonhos
Pra ruir depois de feito.

* * *

Um folheto de Antonio Barreto

A MORTE DE BIN LADEN NA BOCA DO POVO

O suposto assassinato
Ordenado por Obama
Aniquilando de vez
O seu ex-parceiro Osama
Caiu na boca do povo
Que este cordel proclama.

Quando Obama anunciou
Tal fato no Paquistão
Peguei caneta e papel
Pra colher a opinião
Do povo de Salvador
E cordelizar, então.

Sem nenhuma acanhação
Eu pude aqui registrar
Neste singelo cordel
Da cultura popular
A voz do povo, nas ruas,
Conforme vou lhe mostrar:

— Esse dia 2 de maio
De 2011 o ano
Ficou marcado na história
Pois é o dia do engano:
Um Primeiro de Abril
Ao sabor do “americano”!

— Tá pensando que Obama
É Lulinha paz e amor?!
O gringo lá dos “states”
É “o cara” do terror
Além de matar Bin Laden
Planta espinho em vez de flor.

— Pode ser até verdade
Mas parece artimanha.
Eu creio que o assassino
Foi o tal do Homem Aranha
Ou talvez o Super-Homem
O dono dessa façanha!

— Quem matou o barbudão
Foi a Mulher Maravilha
Dando viagra a Bin Laden
Numa pequenina ilha
E na hora do “bem-bom”
O cabra “apagou a pilha”!

— Essa história de dizer
Que Obama é pacifista
Exemplar pai de família
Um anjinho africanista
Saiba que o Inferno é cheio
Desse tipo de artista!

— Quem mata a cobra, leitor
E depois não mostra o pau
Não merece confiança
Não avança no degrau
Da justiça e do amor
Porque é um homem mau.

— Onde rola prepotência
Arrogância e maldade
Só devemos esperar
Desamor, leviandade:
A farsa se sobrepondo
Sempre em nome da verdade.

— O corpo do tal Bin Laden
Ninguém sabe onde está
Mas Obama – homem bom
Piedoso pra “daná”
Resolveu depositá-lo
Nas águas de Iemanjá!

— Essa história tá confusa
Mais confusa a sua trama
Pois envolve muita gente
Que vive num mar de lama
Ambos do mesmo quilate:
O Bin Laden e o Obama.

— O Bin Laden, meus amigos
Há muito tempo morreu.
Esse fato é tão preciso
Que o mundo já esqueceu
Mas Obama quer ibope
Pra dizer que o feito é seu!

— O Barack já matou
De Kadafi, três netinhos
Também o filho mais novo
E outros nesses caminhos.
E nós temos que ficar
Bem calados, quietinhos…

— Coitado do Luther King
Lá no pedestal da luz,
Acompanhado de Buda,
Nossa Senhora e Jesus
Sabe o quanto é difícil
Carregar a nossa cruz!

— Carregar a nossa cruz
Sem poder solucionar
As façanhas do Império
Que não pára de humilhar
As culturas diferentes
De todo e qualquer lugar.

— Toda paz que desejamos
Tio Sam nunca semeia.
Estou quase convencido:
Obama não “alivêia”!
Quem tocar nessa verdade
A CIA logo “judêia”!

— Eu queria uma Ceia
Que não fosse a de Natal
Uma ceia de amor
No plano espiritual
Mas tudo que ora sonho
Vai se tornando irreal.

— Quem leva todo o petróleo
Pelo preço de um tostão?
Quem derrama tanto sangue
Do Iraque ao Paquistão?
Hiroshima e Nagasaki
Não saem do meu coração…

— O Satanás sempre engana
O povo desavisado
Mas eu fico aqui alerta
Muito mais que antenado
Pois algo profundo e belo
Nunca está daquele “lado”.

— Inda bem que é Casa Branca
O nome da maldição
Donde saem todas as leis
Pra tanta destruição…
Depois eles vão dizer
Que tô ficando doidão!

— Sobre a “América do Norte”
A população não erra:
A prepotência do mundo
Quase toda ali se encerra.
Quando não tem opressão
Tem farsa, tortura e guerra.

— Os mísseis do seo Obama
Vão brincando de matar.
O mundo inteiro calado
E a imprensa a aprovar.
O Obama morde e assopra
Mas nunca vai me enganar.

— Obama veio ao Brasil
Pelas ondas da alegria
Enganando ao mundo inteiro
Como o Satanás queria
Ordenando o ataque à Líbia
Sim senhor, naquele dia!

— Nesse mundo de poder
Arrogância e muita fama
Logo a gente reconhece
Quem está dentro da lama
Porque todo ser de luz
A força do bem proclama.

— Obama quer nos impor
Crer no tal Papai Noel
Querendo ser bom mocinho
Um justiceiro fiel
Porém ele nunca engana
O autor desse cordel!

— Tem que ser olho por olho
Tem que ser dente por dente
O Obama, sim senhor,
É um grande presidente:
Um homem religioso
Que tem Deus na sua mente…

— Um ataque terrorista,
Agora vou lhe explicar:
Não deixa de ser um modo
Do outro contra-atacar
Porque quem é ofendido
Claro que vai revidar.

— Essa suposta matança
De Bin Laden – o terrorista
É o orgasmo do Obama
Da tribo imperialista
Que tem várias invasões
Marcadas na sua lista.

— Uma farsa bem montada
Foi o que ocorreu ali
Mataram só a família
Do famoso “javali”
Pois ele estava surfando
Numa praia do Havaí

— Bin Laden tá descansando
Lá pras bandas do sertão
Justo em Feira de Santana
Acredite, meu irmão!
E vai sempre a Santa Bárbara
Pra comer bom requeijão!

— Se a mentira “americana”
Ficar rondando ao meu lado
Uma coisa eu vos digo:
Não posso ficar calado
Mas se o cara é da Luz
Meu respeito é redobrado!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário