sexta-feira, 30 de março de 2018



UM PERÍODO PARA A REFLEXÃO...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL...

DO PAPA FRANCISCO NA HOMILIA DA MISSA DO NATAL: JESUS CRISTO FOI A COISA MAIS IMPORTANTE QUE ACONTECEU NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE...

CONCORDO!!! SEM DÚVIDAS!!

           HOJE É O DIA MAIS IMPORTANTE DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE:

O NASCIMENTO DE JESUS CRISTO, O FILHO DE DEUS...

NÃO EXISTE NINGUÉM MAIS IMPORTANTE QUE O FILHO DE DEUS...

CHEGOU AO MUNDO DITANDO O PARÂMETRO DA SIMPLICIDADE...

UM PARTO NUM CURRAL, NO MEIO DOS BICHOS, MAS JÁ ILUMINADO PELAS ESTRELAS, JÁ APONTANDO PARA O CÉU,ONDE SE ENCONTRA A ALMA E O ESPÍRITO...

          FELIZ DE QUEM PEDE AO CÉU...

DE QUEM TEM OS OLHOS PARA DEUS...

FELIZ DE QUEM TEM DEUS COMO SEU REFÚGIO...
SABE BATER A SUA PORTA...
NA DOR....
NO SOFRIMENTO,
NO SEU SUPLÍCIO...
ESTÁ ESCRITO...

          A SÚMULA DA VIDA COMEÇA COM O NASCIMENTO DE JESUS CRISTO, E TERMINA NA QUINTA FEIRA SANTA,

 COM O SUPLÍCIO,
 A VIA CRUCIS, DESTE MENINO,
 CUJO NASCIMENTO COMEMORAMOS HOJE...

UMA CRIANÇA PERSEGUIDA DESDE O DIA DO SEU NASCIMENTO, ATÉ O SEU  ÚLTIMO SUSPIRO...
A SUA AGONIA...

UM HOMEM BOM, CUJA HUMANIDADE,O DESPREZOU, EM DETRIMENTO DE UM LADRÃO...

HÁ SEMPRE UMA FORMA DE RENASCER NO NATAL...AMACIAR O CORAÇÃO...PERDOAR...

SE LIVRAR DA VAIDADE E DA PREPOTÊNCIA QUE SUJA OS HOMENS...

RESPONSÁVEIS PELA SUA ANGÚSTIA, PELA SUA SOLIDÃO INTERIOR...

PELO SEU DESESPERO...


NA ÓTICA HUMANA, A VIDA DE JESUS CRISTO FOI UM FIASCO....

UM HOMEM QUE SE PROCLAMOU O FILHO DE DEUS...

RESSUSCITOU LÁZARO...

RESTITUIU A VISÃO A CEGOS...

FEZ TODO TIPO DE MILAGRE,
MAS TEVE MEDO,
SENTIU-SE ABANDONADO,
TEVE TODAS AS FRAQUEZAS HUMANAS NA SUA VIA CRUCIS,

INCLUSIVE SE DEIXOU SER CRUCIFICADO...

A MORTE DO FILHO DE DEUS, DEU PARA TODOS OS HOMENS ,

UM CARTÃO DE CRÉDITO ILIMITADO,PARA SER USADO POR SÉCULOS E SÉCULOS,

TODA VEZ QUE A DOR BATER NA NOSSA PORTA...

TODA VEZ QUE A DESESPERANÇA DESTRUIR O NOSSO EU...

A MORTE DE JESUS CRISTO É UMA CARTA DE CRÉDITO DE VALOR ILIMITADO,

PARA SE RESGATAR A PAZ...

A PAZ SÓ CHEGA POR JESUS CRISTO...

NÃO SE ILUDA COM A PSEUDO PAZ, QUE MOMENTANEAMENTE PODE SER ENCONTRADA NOS PRAZERES DO MUNDO...

NÃO HÁ PAZ QUE NÃO VENHA DE DEUS...

DO PONTO DE VISTA RACIONAL, NINGUÉM EXPLICA A VIDA...

SOMENTE COMPREENDENDO-A  COMO UM MISTÉRIO, ELA SE TORNA CLARIVIDENTE...

ESTE MISTÉRIO, ESTA COMPREENSÃO, SÓ BROTA DA FÉ...

DA SINTONIA DO ESPÍRITO COM DEUS E O CÉU.

          DESEJO A TODOS, AOS AMIGOS  E AOS INIMIGOS,

TODA A FELICIDADE DO MUNDO...UM FELIZ NATAL...

PROCUREMOS  RENASCER NESTA NOITE MILAGROSA,

 E  ENCONTREMOS  A PAZ QUE SÓ VEM DE DEU

sábado, 17 de março de 2018

GATO QUE BRINCAS NA GRAMA: UM POEMA DE FERNANDO PESSOA...


SAMBA DE ORFEU: ANTONIO MARIA E LUIZ BONFÁ...


UMA CRONICA DE ANTONIO MARIA...

Dinheiro — Preciso 35 mil

cruzeiros empréstimo,

boas referencias.

Pago no vencimento

50 mil 30 dias.


— Mas, a gente vai separar por quê?

— perguntou o marido. A conversa

começou cerca da meia-noite, e

eram oito da manhã. Marilda só

dizia que ia separar e que não

ficava mais nem um dia. Na hora de

explicar o motivo, se trancava. A

pergunta “você tem um novo

alguém”, Jaribe lhe fizera umas mil

vezes. Marilda se arrepiava da

cabeça aos pés, com a forma “um

novo alguém”. Foi quando Jaribe

levantou, foi no armário e, de urna

malinha da Varig, trouxe um Smith

Wesson 38, carga dupla.



— Fala, Marilda. Se não falar eu me

mato aqui mesmo.



Marilda não sabia daquele revólver.

Nunca vira, antes, alguém com um

revólver na mão. Sentiu uma

náusea. A violência, qualquer

espécie de violência, lhe nauseava.

Pediu:



— Guarde o revólver que eu falo.



Jaribe atirou o revólver, de

qualquer maneira, no armário.



— Vai, fala.



Marilda ergueu metade do corpo e

recostou no espaldar da cama.

Tinha que falar. Um homem nunca

se conforma em separar-se sem

ouvir, bem direitinho, no mínimo

500 vezes, que a mulher não gosta

mais dele, por que e por causa de

quem. Já mulher, não (pensava).

Basta que o homem lhe diga uma

vez que quer ir embora, nasce-lhe

um brio, um ódio poderoso, uma

espécie de soberba, tão grande, que

ela se veste toda, pega um telefone,

pede um táxi e sai. Mulher (pensara

Marilda, a noite inteira) pode não

ter muita vergonha nos outros

lugares. Mas, na cara, tem. Mulher

não se importa de vestir o menor

dos biquínis e deixar que a vejam,

horas. Mas não consente que o

homem que a despreza lhe olhe a

cara, um só minuto.



Mas tinha que falar, porque homem, enquanto não sabe do pior, não sossega. E começou, Marilda, sem um segundo de sono (seis “dexas”), recostada no espaldar.

— Escuta, bem. Você sabe que eu tenho minhas coisas, não sabe? Fala. Sabe ou não sabe?

— Mas conta.

— Você vai dizer que eu sou louca, se eu disser que, no terceiro mês de casada, não agüentava ouvir ou dizer seu nome. Nós estamos casados há dois anos e três meses, não é? Pois bem, qual foi a última vez que você me ouviu chamar você pelo nome?

Jaribe fez uma rápida busca no tempo e só lembrou de Marilda a chamá-lo de “meu bem”. Ou, então, quando não havia ninguém perto, falar assim: “hei”!… e dizer o que queria.

Marilda continuava:

— Tentei o seu sobrenome. Você se lembra que, de junho a agosto do ano passado, eu passei chamando você de Carvalho? Mas não podia continuar. Mulher chamar marido pelo sobrenome é humilhante demais.

— Mas meu nome é tirado da Bíblia — … apelou Jaribe.

Marilda continuou:

— Mas não é só isto. Você fala umas coisas que não há mulher que agüente.

Houve uma pausa, que Jaribe se apressou em quebrar:

— Por exemplo?

Marilda preferia não dizer. Ajeitou-se no espaldar da cama, puxando o lençol acima dos seios, pois naquela posição a camisola não estava dando conta. Mulher não diz nada sério, não assume mesmo a mínima dignidade, se houver qualquer de suas pudícias à mostra. Marilda puxou o lençol até o pescoço.

— Eu estou esperando — insistiu Jaribe.

E Marilda falou o resto:

— Outra coisa: você fala “menas”.

— Como assim?

— Você diz muito: “menas gente”.

Jaribe a amava como um louco. Sentia, por dentro, uma dor enorme. Aquela dor da falta de ginásio. Mas queria saber tudo:

— E você tem um novo alguém?

Marilda botou o rosto dentro das mãos e começou a chorar. Chorava e falava, ao mesmo tempo:

— Me manda embora! Me manda um mês para fora pra ver se a gente conserta! Deixa eu ficar dois meses no Paraná com a família da minha madrasta! Vai, arranja um dinheiro e me manda! Depois a gente acerta.

Jaribe o que queria era esperança. Como todo homem que sente perder a mulher, queria a esperança de ainda retê-la. Tivesse ou não “um novo alguém”, ele queria Marilda. Honra? O que é honra? Em que parte do corpo está localizada?

Com a lucidez dos enganados, Jaribe descobria todas as verdades da vida.

Pobre Jaribe! Iria arranjar o dinheiro, custasse o que custasse. Com uns 35 mil cruzeiros, solucionaria o problema. Qualquer agiota lhe emprestaria 35 por cinqüenta, em trinta dias. Qualquer um. O próprio contador da Importadora. Se falhasse, era só botar um anúncio no Jornal do Brasil. Naquela efusão de suas esperanças, pensou: “Por que será que a Condessa comprou a Tribuna?”. Pôs-se de pé.

— Olha, Marilda. Você vai para o Paraná, sim. Depois de amanhã. Fica lá, descansa, passa o tempo que quiser e depois volta.

— Faz uma coisa — pediu Marilda —. Você me escreve, tá?

— Claro. Você vai para descansar.

E Jaribe foi para o banheiro, alentado por todos os maus alentos. Vigiar-se-ia dali por diante quando falasse.

Precisava de Marilda. Retê-la-ia, custasse o que custasse. E, coitado, em tudo o que pensava, não estava mais que estruturando sobre o absurdo.

A MÚSICA BRASILEIRA MAIS TOCADA NO MUNDO...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL

               Nada é mais comovente do que uma criança dormindo...e quanto mais pobre for esta criança, maior é a comoção que ela provoca...
               jornalista Antônio  Maria.
               Antônio Maria foi um jornalista pernambucano que fez sucesso como jornalista, como cronista e como compositor...teve parcerias com Vinícius de Moraes, Luíz Bonfá, o saxofonista.
               A canção brasileira que se toca mais no mundo é MANHÃ DE CARNAVAL, DE Antônio Maria E  Luiz  Bonfá...TOCA MAIS DO QUE A GAROTA DE IPANEMA...
               Do  Recife foi para o sul, brilhando no Rio de Janeiro dos anos dourados...
               Certa vez se encontrou com Danuza  Leão,uma paixão sua antiga, e comemoravram o encontro, daí surgiu esta linda canção em parceria com Vinicius de morais:
               Quando tu passas por mim...


             

sexta-feira, 16 de março de 2018

A ÚLTIMA CRÔNICA DO JORNAISSTA ANTONIO MARIA

Último texto

Mulher dos outros

Antônio Maria



Dia claro. Primeiras horas do dia claro. Havíamos bebido e procurávamos um café aberto, para uma média, com pão-canoa. Quase todos estavam fechados ou não tinham ainda leite ou pão. Fomos parar em Ipanema, num cafezinho, cujo dono era um português e nos conhecia de nome de notícia. Propôs-nos, em vez de café, um vinho maduro, que recebera de sua terra, "uma terrinha (como disse) ao pé de Braga". Não se recusa um vinho maduro, sejam quais forem as circunstâncias. Aceitamo-lo. Nossa grata homenagem a José Manuel Pereira, que nos deu seu vinho.

Nesse café, além de nós, havia um casal, aos beijos. As garrafas vazias (de cerveja) eram quatro sobre a mesa e seis sob. Beijavam-se, bebiam sua cervejinha e voltavam a beijar-se. Não olhavam para nós e pouco estavam ligando para o resto do mundo. Em dado momento, entraram dois rapazes e pediram aguardente no balcão. Ambos disseram palavrões, em voz alta. O casal dos beijos e da cerveja parou com as duas coisas. Outros palavrões e o cabeça do casal protestou:

— Pára com isso, que tem senhora aqui!

Um dos rapazes dos palavrões:

— Não chateia!

— Não chateia o quê? Pára com isso agora!

Um dos rapazes do palavrão:

— E essa mulher é tua mulher?

— Não é, mas é mulher de um amigo meu!

A briga não foi adiante. Todos rimos. O dono da casa, os rapazes dos palavrões, o casal. Está
provado que: quem sai aos beijos com mulher de amigo não tem direito a reclamar coisa alguma.