quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

2014...JÁ PASSOU...




Já Passou


Chico Buarque

Já passou, já passou
Se você quer saber
Eu já sarei, já curou
Me pegou de mal jeito
Mas não foi nada, estancou
Já passou, já passou
Se isso lhe dá prazer
Me machuquei, sim, supurou
Mas afaguei meu peito
E aliviou
Já falei, já passou
Faz-me rir
Ha ha ha
Você saracoteando
Daqui prá acolá
Na Barra, na farra
No forró forrado
Na Praça Mauá, sei lá
No Jardim de Alah
Ou num clube de samba
Faz-me rir, faz-me engasgar
Me deixa catatônico
Com a perna bamba
Mas já passou, já passou
Recolha o seu sorriso
Meu amor, sua flor
Nem gaste o seu perfume
Por favor
Que esse filme
Já passou

SE...


Por Gerivaldo Neiva *

“Se eu pudesse novamente viver a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais, seria mais tolo do que tenho sido.” [2]
Por muito tempo, como sei que também outras pessoas, acreditei que a confissão acima fosse parte de uma poesia do escritor argentino Jorge Luis Borges. Depois de certo tempo, porém, ao ler um artigo sobre a autoria incerta da poesia, percebi claramente que o texto jamais poderia ter sido escrito por Borges, pois em nada o estilo se parece com o gênio argentino. Na verdade, a poesia não é de Borges, com certeza, e pode ser de uma escritora americana chamada Nadine Stair ou Nadine Stain, mas isto também é controverso. [3]
Inspirado nesta bela poesia, certamente, Sergio Brito, dos Titãs, compôs a música Epitáfio:“Devia ter amado mais, ter chorado mais, ter visto o sol nascer. Devia ter arriscado mais e até errado mais. Ter feito o que eu queria fazer. Queria ter aceitado as pessoas como elas são. Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração.” [4]
Outro grave equívoco com relação à autoria de poesias diz respeito ao caso daquele escrito que muitos panfletos revolucionários utilizaram como sendo de Brecht ou Maiakovski: “Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada”. Na verdade, esta poesia é de autoria do poeta brasileiro Eduardo Alves da Costa e o texto transcrito acima é apenas um trecho do belo poema. [5]
Pois bem, antes que simplesmente me aposente e lamente o tempo perdido, como confessa o autor no poema que serviu de mote para este texto, confesso que ingressei na magistratura da Bahia em dezembro de 1990, (quase 24 anos de labuta), passei por várias Comarcas, julguei milhares de processos, condenei, soltei, dei conselhos e esporros em partes e testemunhas, estudei pouco, segui muitos pareceres do Ministério Público com preguiça de pensar mais sobre o caso, fui extremamente legalista e positivista… Enfim, fui apenas mais um Juiz de Direito que acreditava realizar a justiça apenas com sua autoridade e a aplicação da lei.
Confesso, também, que somente agora, depois de tudo isso, sinto-me quase preparado para assumir a jurisdição da minha primeira Comarca (a pequena Urandi, no extremo sudoeste da Bahia) e fazer tudo melhor do que fiz. Assim, como diz a poesia que não é de Borges, “se eu pudesse viver novamente a minha vida…”
Não custa nada, no entanto, exercitar um pouco. Vamos lá.
Então, se eu pudesse viver novamente a minha vida de Juiz de Direito, não tentaria ser tão perfeito e legalista e procuraria julgar os casos muito mais procurando realizar a Justiça garantida no projeto constitucional brasileiro de construir uma sociedade livre justa e solidária, fundada na cidadania e dignidade da pessoa humana, do que aplicando cegamente leis e normas inferiores e, sobretudo, teria muito mais consciência de que não estava acima das pessoas e ser muito menos “autoridade” do que fui.
Se eu pudesse viver novamente a minha vida de Juiz de Direito, leria cada petição com muito mais cuidado e procuraria entender que, ao contrário do que me ensinou a dogmática, o mundo, a vida e os conflitos das pessoas estão nos autos e tentaria extrair desses autos as tragédias pessoais das partes de cada processo.
Diferente de interrogar, sob compromisso e penas da lei, eu procuraria conversar mais com as partes e testemunhas, buscando entender melhor o conflito em que se envolveram, as razões de cada um, as expectativas com relação ao judiciário. Enfim, estaria mais ocupado em entender o conflito e tentar mediá-lo do que perder tempo matutando uma “roupagem jurídica” para a decisão que já tinha em mente.
Não seria mais tão ávido por cumprir metas em números de sentenças, mas iria designar muito mais audiências para tentar mediar os conflitos e deixar que as partes dialogassem sobre o problema e buscassem uma solução.
Não seria mais tão iludido em imaginar que o Direito tivesse condições de resolver e julgar as tragédias humanas e não iria determinar tantas prisões de delinquentes comuns, “mulas” e “aviões do tráfico”. Agindo assim, talvez tivesse entendido bem antes que a “guerra às drogas” e o combate ao tráfico causa mais violência do que as próprias drogas.
Buscaria compreender as razões dos loucos e drogados e iria ouvi-los com paciência para entender um pouco mais sobre a mente humana, desejos, pulsões, recalques, inconsciente etc. Saberia, assim, que a psicanálise é fundamental para quem se arvora julgador de atos humanos que resultam na morte de outra pessoa.
Deixaria de “conceder”, como se estivesse dando o que não era meu, liminares ou liberdades provisórias, mas procuraria reconhecer presos como sujeito de direitos e lhe garantir esses direitos quando fossem detentores deles, ou seja, livrar-se da prisão não é uma concessão ou vontade do juiz, mas um direito de quem foi preso injustamente.
Enfim, se eu pudesse voltar a viver minha vida de juiz em minha primeira comarca, passearia muito mais de bermudas e sandálias nas praças da cidade, tomaria sorvete, andaria de bicicleta, conversaria mais com as pessoas, teria mais amigos, teria muito mais tempo para brincar com meus filhos, contemplaria mais amanheceres e entardeceres, seria muito mais pessoa humana do que autoridade… Se eu pudesse voltar a viver a minha vida de Juiz de Direito.
Não vou concluir como o autor da poesia (“Mas, já viram, tenho 85 anos e estou morrendo”), pois não penso sequer em me aposentar e sei que, depois de mais de 20 anos, sou quase como gostaria de ter sido, apesar de continuar aprendendo mais um pouco a cada dia. Neste aprendizado, jamais estarei pronto, tenho certeza, para assumir minha primeira Comarca com a sabedoria necessária. De outro lado, não me falta a certeza da loucura de acreditar que juntos, nós que sonhamos, podemos mudar a forma de ser Juiz de Direito e sua relação com os desvalidos do mundo, podemos construir um Direito para os que tem fome e sede de justiça e, sonhando mais ainda, podemos mudar o mundo.
Gerivaldo Neiva Juiz de Direito (Ba), membro da Associação Juízes para a Democracia (AJD), membro da Comissão de Direitos Humanos da Associação dos Magistrados Brasileiros e Porta-Voz no Brasil do movimento Law Enforcement Against Prohibition (Leap-Brasil).

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

A POESIA DE JUVENAL ANTUNES...



ELOGIO À PREGUIÇA 

(Juvenal Antunes)


Bendita sejas tu, preguiça amada.
Que não consentes que eu me ocupe em nada!

Mas queiras tu, Preguiça, ou tu não queiras,
Hei de dizer, em versos, quatro asneiras.
Não permuto por toda a humana ciência
Esta minha honestíssima indolência.
Lá está, na Bíblia, esta doutrina sã:
-Não te importes com o dia de amanhã.
Para mim, já é grande sacrifício
Ter que engolir o bolo alimentício.
Ó sábios, dai à luz um novo invento:
-A nutrição ser feita pelo vento!
Todo trabalho humano, em que se encerra?
Em, na paz, preparar a luta, a guerra!
Dos tratados, e leis, e ordenações,
Zomba a jurisprudêwncia dos canhões!
Juristas, que queimais vossas pestanas,
Tudo que legislais dá em pantanas.
Plantas a terra, lavrador? Trabalhas
Para atiçar o fogo das batalhas…
Cresce o teu filho? É belo? É forte? É louro?
-Mais uma rês votada ao matadouro!…
Pois, se assim é, se os homens são chacais,
Se preferem a guerra à doce paz.
Que arda, depressa a colossal fogueira
E morra, assada, a humanidade inteira!
Não seria melhor que toda gente
Em vez de trabalhar, fosse indolente?
Não seria melhor viver à sorte,
Se o fim de tudo é sempre o nada, a morte?
Queres riquezas, glórias e poder?…
Para que, se amanhã tens de morrer?
Qual mais feliz? – o mísero sendeiro,
Sob o chicote e as pragas do cocheiro,
Ou seus antepassados que, selvagens,
Viviam, livremente, nas pastagens?
Do Trabalho por serem tão amigas,
Não sei se são felizes as formigas!
Talvez sejam mais, vivendo em larvas,
As preguiçosas, pálidas cigarras!
…………………………….
…………………………….
Ó Laura, tu te queixas que eu, farsista,
Ontem faltei, à hora da entrevista,
E, que ingrato, volúvel e traidor,
Troquei o teu amor – por outro amor…
Ou que, receiando a fúria marital,
Não quis pular o muro do quintal.
Que me não faças mais essa injustiça!…
Se ontem não fui te ver – foi por preguiça.
…………………………………..
Mas, JUVENAL, estás a trabalhar!
Larga a caneta e vai dormir…sonhar…
 O poeta Juvenal Antunes (1883-1941) veio de Ceará-Mirim (RN) para o Acre como promotor de Justiça. Boêmio inveterado, o terno nunca foi seu uniforme. Passava os dias metido num robe, na porta do hotel Madrid, onde vivia em Rio Branco, bebendo, fazendo versos e proclamando seu amor por Laura, mulher casada que lhe inspirou os mais belos sonetos. Não saia dali nem para receber o ordenado, que lhe chegava por exercícios findos. Em 1922, publicou "Acreanas", o primeiro livro de poesia escrito no Acre. O jornalista Armando Nogueira e a novelista Glória Perez, ambos acreanos, são os maiores divulgadores do poeta cuja estátua fica na porta da Fundação Cultural do Acre. Ali funcionava o hotel Madrid, da família da novelista, onde Antunes era hóspede.

DEUS ESCREVE CERTO MESMO EM LINHAS TORTAS...



A Borboleta e a Flor


Certa vez, um homem pediu a DEUS uma flor e uma borboleta.
Mas DEUS lhe deu um cacto e uma lagarta.
O homem ficou muito triste pois não entendeu o porque do seu pedido vir errado.
E então pensou: Também, com tanta gente pra atender...
Mas desistiu, e resolveu não questionar.
Passado algum tempo, o homem foi verificar o pedido que deixara esquecido.
Para sua surpresa: Do espinhoso e feio cacto havia nascido a mais bela das flores;
e a horrível lagarta trasnformara-se em uma belíssima borboleta.
Então, reflita.
DEUS sempre age certo.
O seu caminho é o melhor, mesmo que aos nossos olhos pareça está tudo dando errado.
Mesmo se você pediu a DEUS uma coisa e recebeu outra, confie!
Tenha Certeza de que ele sempre te dá o que você precisa no momento certo!
Mas... Nem sempre o que você deseja... é o que você precisa!
Como nosso Justo DEUS, nunca erra, siga em frente sem murmurar ou duvidar.
O espinho de hoje... Será a flor de Amanhã!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

QUANTO AO TEMPO...




O tempo é muito lento para os que 


ESPERAM... 





Muito rápido para os que tem medo;


Muito longo para os que lamentam;


Muito curto para os que festejam;


Mas, para os que amam, o tempo é eterno.


Shakespeare

NO ESTADO DA POESIA...






MEU CÉU INTERIOR (J.G. de Araújo 

Jorge)


Voltaste as folhas, uma a uma, - e 

agora


Vais fechar esse livro...A noite é 

finda...


O meu céu interior já se descora


À luz de um dia que não vive 

ainda...





Não sei se achaste a minha noite 

linda,


- Se sentiste, como eu, o vir da 

aurora...


Vai a luz aumentando...A noite é 

finda...


O meu céu interior já se descora...


Cada folha voltada, - foi assim


Como um raio de luz a mais, 

brilhando...


-Como uma estrela que encontrou 

seu fim...


Esta folha, - é da noite o último 

véu...


E este verso que lês, e vai findando,


A última estrela a se apagar no 

céu!...

domingo, 28 de dezembro de 2014

TENENTE STYVENSON...O HOMEM DO ANO...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.



          O PAÍS  está dominado pela inversão de valores...nunca foi tão válida a frase de Cecília Meireles:
          toda VEZ QUE UM JUSTO GRITA,
UM CARRASCO O VEM CALAR,
          Quem não presta fica vivo, 
quem é bom mandam matar...

          DE REPENTE, surge um tenente da POLICIA MILITAR, que se preocupa com a VIDA DA POPULAÇÃO...
          UMA AÇÃO LOUVÁVEL...
          DIGNA DE ELOGIOS...
          QUE ENALTECE A POLÍCIA MILITAR DO RN...
          NUM estado de DESMANDOS, SEM GOVERNO, NUM ANO COM GRAVES denuncias DE IRREGULARIDADE na própria JUSTIÇA, surge um homem que cumpre com o seu papel...
TEM RESPONSABILIDADE COM A VIDA...
PERSEGUE QUEM DIRIGE ALCOOLIZADO...
CUMPRE A LEI...
          OPERAÇÃO QUE DURANTE O ANO SURPREENDEU ATÉ MILITARES DIRIGINDO EMBRIAGADOS...
          DE REPENTE APARECE PESSOAS  PARA CRITICAR O NOSSO GRANDE TENENTE...
AO INVÉS DE PARABENIZA-LO...
INCENTIVA-LO...
          PARABÉNS TENENTE STYVENSON...
CONTINUE CUMPRINDO O SEU PAPEL...
          ENQUANTO O BEM EXISTIR  O MAL TEM CURA...
          NESTE ESTADO DE MERDALHA RADA,ONDE QUALQUER TRANSEUNTE DE UMA FUNÇÃO, EFÊMERA ,É AGRACIADO COM MEDALHAS DE MÉRITOS, SE CONDENA UM HOMEM DE BEM COMO ESTE TENENTE...
          SE EU FOSSE O COMANDANTE DA POLÍCIA MILITAR, REUNIA TODA A TROPA E COLOCARIA UMA MEDALHA DE HONRA AO MÉRITO NO SEU PEITO...
          EU, BERNARDO CELESTINO PIMENTEL,MÉDICO, POETA, ESCRITOR E BOÊMIO, GOSTO DO VINHO, MAS JAMAIS DIRIJO PUXANDO FOGO...
MAS SE UM DIA, POR UMA INFELICIDADE, EU TRANSGREDIR ESTA NORMA,PODE ME AUTUAR E CUMPRIR RIGOROSAMENTE A LEI...EU FICO MUITO AGRADECIDO A SUA AÇÃO...
          GRANDE ABRAÇO TENENTE...
RECEBA O MEU ABRAÇO E MINHA SOLIDARIEDADE...
TODO APOIO AO SEU TRABALHO.
          REPUTO O SENHOR, O HOMEM MAIS IMPORTANTE PARA ESTE ESTADO NO ANO QUE ESTÁ TERMINANDO:2014...
        NEM TIVE A HONRA DE LHE CONHECER, NUNCA LHE VÍ, MAS TENHO RESPONSABILIDADE COM O CERTO E COM A VIDA...
         O QUE EU NÃO SUPORTO É A BANANA QUERER COMER O MACACO...

A POESIA DE MACHADO DE ASSIS...




SONETO DE NATAL – Machado de Assis

Um homem, – era aquela noite amiga,
Noite cristã, berço no Nazareno, -
Ao relembrar os dias de pequeno,
E a viva dança, e a lépida cantiga,
Quis transportar ao verso doce e ameno
As sensações da sua idade antiga,
Naquela mesma velha noite amiga,
Noite cristã, berço do Nazareno.
Escolheu o soneto… A folha branca
Pede-lhe a inspiração; mas, frouxa e manca,
A pena não acode ao gesto seu.
E, em vão lutando contra o metro adverso,
Só lhe saiu este pequeno verso:
“Mudaria o Natal ou mudei eu?”

A POESIA DE CÃMARA CASCUDO...




Tem um rio e tem o mar.
Cinemas. Autos.
Sal de Macau. Algodão do Seridó.
Cera de carnaúba. Couros.
Açúcar de quatro vales largos e verdes.
O pneu amassa o chão vermelho
dos comboios lerdos, langues, lindos.
Poetas.
Morros, areias, orós, mangues,
siris e aratus grudados nas pedras.
Centros operários.
Cidade pintada de sol
com uma alegria de domingo.
À noite, pesca de aratu com facho,
nas praias longes de Areia Preta.
Cajueiros. Coqueiros. Mongubeiras.
Bailes do Natal-Club.
Luar impassivelmente romântico.
Serenatas.
Bó-nito! Grog à frio.
Magestic, Anaximandro, Cova da Onça.
Bonds. Auto-Omnibus subindo.
Pregões.
Por cima das casas, zunzeiam, ronronantes e zonzos,
motores roncando no caminho sem rastos dos aviões.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

POR QUE OS CINCO ANOS DE BLOG...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.


          Faz CINCO ANOS que fiz um blog...
para desencarcerar o espírito...
para dizer a verdade...
sair do trivial...do fisiologismo desta província, que só idolatra dinheiro e políticos safados...leiam os jornais,que voces só vêem URUBÚS SENDO TRATADOS COMO MEUS LOUROS...
          O eterno elogio aos malandros ricos,de dinheiro público,com agenesia de qualquer talento...os farsantes...o elogio e a vitória de quem devia estar preso...OS QUE NUNCA DERAM UM PREGO NUMA BARRA DE SABÃO...e ostentam com o dinheiro que deveria estar nos hospitais,na boca dos inocentes,que ficam sem leite e sem merenda...
          Pinço permanentemente o Belo, nas letras, nos poetas, na música,nas ações,no céu,na vida, e transmito para vocês, com a boa vontade de um samaritano...
     não tenho fins lucrativos...
     o meu lucro é a sua satisfação,é poder contribuir com minha sensibilidade, para ajudar a limpar a angústia que suja os homens...
          angústia que nos entristece e nos deprime...
          combato a dor de não saber sorrir, de não saber beijar....de não sentir, de não se abrir em flor, de não amar, de não saber florescer,de não se ser humano, de não ser irmão, e não se ser igual...De não ser um rio cheio e poder transbordar...
          As vezes me pergunto, será que gostam do que escrevo?
         a minha poesia tem finalidade?
          eu posso contribuir, com a beleza que eu extraio das letras e do pensamento, para tornar a vida mais amena, mais pensante,mais bela?
Ontem fiquei recompensado...disse a minha secretária,veja a crônica que eu escreví sobre a caridade...acho que está bonita...e entrei no consultório...quando saí,encontrei a moça em prantos,e ELA ME disse: eu não aguento mais ler...é emocionante...
Naquele instante, pensei como Tom Jobim e Chico Buarque, que dizem no samba,O PIANO na MANGUEIRA: A MINHA música não é de levantar poeira,mas pode entrar no barracão, onde a morena pendura a SAIA no amanhecer da quarta feira...e concluí:com medo de ferir tocando, eu tento acariciar e excitar toada a sensibilidade das pessoas,o lado bom do ser,o bem que é bonito e se encontra na música e na poesia...com maestria...
Luto para que tenhamos uma vida interior...e quem tem vida interior jamais padecerá de solidão.
             E assim, você Pensa,você SENTE,e você AGE.


Piano na Mangueira
Chico Buarque
Composição: Tom Jobim / Chico Buarque




Mangueira
Estou aqui na plataforma
Da Estação Primeira
O Morro veio me chamar
De terno branco e chapéu de palha
Vou me apresentar à minha nova parceira
Já mandei subir o piano pra Mangueira

A minha música não é de levantar
Poeira
Mas pode entrar no barracão
Onde a cabrocha pendura a saia
No amanhecer da quarta-feira
Mangueira
Estação Primeira de Mangueira

ACORDO DE CORNOS...POR VIOLANTE PIMENTEL

FOGO CRUZADO
Jalmar e Ana, Maurício e Odete, eram dois casais jovens e muito amigos, que moravam quase vizinhos. Por mais de uma vez, ao chegar do trabalho, Jalmar surpreendeu Maurício saindo da sua casa, sozinho, sob o pretexto de ter ido conversar com Ana. Enciumado, Jalmar resolveu chegar em casa antes da hora prevista, para ver se descobria alguma coisa. Uma tarde, chegou sem a mulher esperar e viu, de longe, o amigo saindo de sua casa. Ao chegar no quarto, encontrou a cama desarrumada, e a esposa se recompondo na penteadeira, com os cabelos molhados. Não havia mais dúvida de que Ana e Maurício eram amantes.corno
Jalmar enfrentou a esposa, jogando-lhe na cara que ela o estava traindo, e que iria embora da vida dela para sempre. A mulher não se defendeu e disse que queria mesmo a separação. Jalmar ficou calado alguns minutos e resolveu dizer à mulher que estava disposto a abafar o caso e continuar com ela, mas com uma condição:
Ela iria chamar o amante para um encontro em sua casa no dia seguinte, dizendo que o marido havia viajado. Na hora em que eles estivessem no quarto, ouviriam o portão da garagem se abrir, indicando que ele estava chegando. A esposa, então esconderia o amante dentro do guarda-roupa e fecharia de chave. Em seguida, deveria ir chamar a esposa do amante, para ir até sua casa, sob qualquer pretexto.
Coagida, Ana viu-se obrigada a obedecer às ordens do marido. Convidou Maurício para ir à sua casa na manhã seguinte, dizendo que Jalmar iria viajar. Maurício chegou na hora marcada, e os dois amantes foram direto para o quarto do casal. Quando estavam se acariciando, ouviram o portão da garagem se abrir. Entendendo que o dono da casa havia chegado inesperadamente, o amante aceitou se esconder dentro do guarda-roupa. A mulher fechou a porta e tirou a chave. Cumprindo as ordens do marido, ela foi chamar Odete, a esposa do seu amante, para ir até sua casa, olhar alguma coisa especial. A mulher veio imediatamente.
Jalmar cumprimentou a amiga, segurou-a pela mão e levou-a até o quarto, trancando a porta por dentro. Assustada, Odete ouviu Jalmar dizer que descobriu que sua esposa Ana e Maurício eram amantes. Queria se vingar dos dois, pagando na mesma moeda. Levou a mulher para junto do guarda-roupa e ali mesmo conseguiu possuí-la com luxúria , gemidos e sussurros. Disse-lhe que, quando terminassem o ato sexual, iria lhe dar uma joia muito valiosa.
A mulher, vendo-se num beco sem saída, aceitou tudo o que o amigo Jalmar quis fazer. Só não queria perder o marido, pai dos seus dois filhos pequenos..
Maurício, trancado no guarda-roupa, ouviu toda a conversa e acompanhou o ato sexual entre sua esposa Odete e o amigo, a quem ele vivia corneando. Reconheceu que tinha errado, mas agora era tarde.
Terminado o ato de amor, a mulher perguntou pela joia que o amigo lhe havia prometido.
Jalmar abriu a porta do quarto e chamou a esposa adúltera para que abrisse o guarda-roupa:
O “pé-de-lã“ saiu do guarda-roupa na frente da esposa, e ouviu o amigo dizer:
- Eis aí, minha amiga, a joia que lhe prometi!
Os dois homens se olharam envergonhados.
Jalmar, então, falou:
- Agora estamos quites! A nossa amizade era tão grande que partilhávamos tudo, menos as nossas mulheres. Agora não falta partilhar mais nada…
E os dois casais continuaram com a mesma amizade.

POESIA DE CORDEL...




* * *
Louro Branco
Antigamente eu fazia
Oito meninos brincando
Agora eu só faço um
Se for de barro amassando,
Com um pedreiro do lado
E seis servente ajudando.
* * *
Adauto Ferreira Lima
Quando o sujeito envelhece
Quase tudo lhe embaraça
Convida a mulher pra cama
Agarra, beija e abraça
Porém só faz duas coisas:
Soltar peido e achar graça.
* * *
Cego Clemente
Colega não vá brigar
Por causa de uma truaca;
Você vai bater num mole
E o mole dana-lhe a faca;
Quem mata se solta logo,
Quem morre toma na jaca.
* * *
Zito Siqueira
Mulher, se lembre das juras
Que fizemos na matriz;
Se esqueça de advogado,
De promotor e juiz;
Se acostume a levar ponta
Pra gente viver feliz.
* * *
Severino Feitosa
Desta luta terá um vencedor
Que eu já posso contar com a vitória
Quem conhece meu verso e minha historia
Sabe o tanto que tenho de valor
Obedeça ao seu mestre por favor
Se comporte direito em minha escola
No gramado do verso eu sou cartola
Dominando quem entra no gramado
No Brasil meu nome é respeitado
O maior repentista da viola.
* * *
Geraldo Amâncio
Entre os Dez Mandamentos dos sermões,
Respeitar pai e mãe é o primeiro,
O defeito de um filho é ser grosseiro;
A virtude dos pais é serem bons.
Todo filho tem três obrigações:
Escutar, respeitar e obedecer;
Respeitar pai e mãe é um dever;
Esquecer mãe e pai é grosseria,
Se não fossem meus pais, eu não teria
O direito sagrado de viver.
* * *
Merlânio Maia
Nasci no Sertão me criei sertanejo
Foi Itaporanga o meu berço querido,
Sou paraibano, meu canto é sentido,
Igual o que sinto, o que ouço, o que vejo,
Nordestinidade é o canto que festejo
Deixando a viola me hipnotizar
Seu canto de encanto fez-me apaixonar
De lá até hoje meu verso é um emblema
Levando o Nordeste dentro de um poema
Trazendo o Sertão para a beira do mar!
Repente, embolada, desafio, poesia,
Os cocos de roda, mazurca e baião,
Forró pé de serra com xote e rojão,
Aboio dolente, ou viola vadia,
Cordel declamado de noite e de dia
Foi a educação do meu pré-escolar
O banco da escola foi pra completar
Pois tudo que eu tenho a poesia me deu
De verso em cascata o meu peito se encheu
Cantando galope na beira do mar!
Por todo o Nordeste cantei com amor
Em Shows, em Congresso e até Cantoria,
As crenças diversas ouviram a poesia
Que trago na alma e derramo aonde for
Inflama-me o peito como o do Condor
Com a força que o verso nasceu pra levar
Com a rima e com a métrica peculiar
Do som tão precioso nascido do povo
Que remoça o velho e dá juízo ao novo
Cantando galope na beira do mar!
* * *
Dedé Monteiro
Quem não quer ficar velho é infeliz
Perde a calma de tudo e não sossega:
Passa o tempo no espelho atrás de prega
Pra depois dar serviço aos bisturis…
Quem remói a idade mas não diz,
Fica velho por dentro sem querer
Tenha fé, deixe a ruga aparecer,
Não se lance de encontro à natureza
Pra findar a viagem sem tristeza,
É preciso saber envelhecer.
* * *

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

A NOSSA CEIA DO NATAL...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.

          ONTEM NOS REUNIMOS EM FAMÍLIA...
          Como sempre VIOLANTE PIMENTEL E A FILHA DIANA organizaram a festa...
          FARTURA,AMIZADE,COMUNHÃO DE PASSADOS,COMUNHÃO DE GENS, BENÇÃOS DE DEUS...
          NOS NOSSO ENCONTROS SOMAMOS AS NOSSAS ALEGRIAS E DIVIDIMOS AS NOSSAS PEQUENAS DORES...POIS,

ATÉ AQUI, O SENHOR NUNCA NOS FALTOU...
          COMO PODEREMOS AGRADECER AO SENHOR POR TUDO AQUILO QUE ELE NOS FEZ...
          AGORA, VOLTAMOS AO PALÁCIO DE VIOLANTE PARA COMERMOS O R.O...
          UMA DELÍCIA!!!