quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

A PREFERENCIA NACIONAL: A BUNDA...





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Bunda genuinamente brasileira


Veja o que diz Gilberto Freyre a respeito da bunda brasileira. De onde vem o encanto do brasileiro pela bunda? O professor Gilberto Freyre, que estudou nossas raízes sociológicas em Casa-Grande & Senzala, aceitou o desafio de investigar as origens dessa magnífica preferência num ensaio. Por motivos de espaço, transcrevemos os principais trechos e resumimos algumas partes do estudo, erudito, de 26 páginas. Erudito, mas que nem por isso evita a ressonante palavra. Lembra alguns sinônimos, principalmente nordestinos, como bagageiro, balaio, banjo, bomba, bubu, além dos tradicionais rabo, traseiro, pop, rabic bumbum, tralal e outros.
Gilberto faz uma análise e tira conclusões: o brasileiro tem suas razões para gostar de bunda. Pode não saber quais, mas tem. Vamos a elas.
“Do andar afrodisíaco das bundas ondulantes – E aqui observação de Havelock Ellis, quanto a uma das superioridades da mulher ibérica sobre as ortodoxamente europeias estar na assimilação, pela ibérica, de remota influência africana do andar, como se dançasse. Um movimento de bundas bastante amplas para permitirem essa ondulação como que afrodisíaca de andar.
A grande número de mulheres brasileiras, a miscigenação pode-se sugerir ter dado ritmos de andar e, portanto, de flexões de nádegas, susceptíveis de ser considerados afrodisíacos. Atente-se nesses ritmos, em cariocas miscigenadas, em confronto com as beldades argentinas que o observador tenha acabado de admirar. Os ritmos de andar da miscigenada brasileira chegam a ser musicais, na sua dependência de bundas moderadamente ondulantes. Para Havelock Ellis, o andar da mulher mais tipicamente ibérica, em contraste com a da ortodoxamente europeia teria alguma coisa de graciosa qualidade de um corpo felino inteiramente vivo.
O homem médio brasileiro não pode deixar de ser sensível pela imensidade de provocações que o rodeiam. Não tanto ao vivo, como por meio de anúncios de revistas ilustradas, que se vêm esmerando na utilização de reproduções coloridas de bundas nuas, como atrativos para uma diversidade de artigos. No Brasil de hoje, uma enorme comercialização da imagem da bunda de mulher em anúncios atraentes. Estéticos uns, alguns lúbricos. Também se vem fazendo esse uso na televisão. E, sonoramente, em músicas apologéticas da beleza da bunda de mulher. O sexo da mulher vem, através dessa comercialização da bunda em anúncios, quase perdendo, em publicidade apologética, para esse nada insignificante rival, no Brasil.” (Gilberto Freyre)
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