sábado, 25 de novembro de 2017

PAI , POR QUE NOS ABANDONASTES? POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL

   


              Tenho o hábito de levar  UM JORNAL PARA LER, QUANDO VOU AO SANITÁRIO...
               LER NOTÍCIAS DE NATAL É O MAIOR LAXANTE PARA O MEU ORGANISMO...
               Existe cronicas que apressam melhor o funcionamento do intestino grosso...funcionam instantaneamente, é semelhante a Bisacodil: ducolax, gutalax...
               Existe jornalistas que são laxantes menores, são mamões, ameixas...leva mais tempo...
               Hoje levei ao banheiro um jornal cujas notícias eram atuais,pareciam do dia...as mesmas...ao olhar a data constatei que era de 20 de novembro de 2016...poderia ter sido vendido como de 20 de novembro de 2017...
               QUE TERRINHA CHOCA...ESTAGNADA...A DE SEMPRE...
               A PRINCIPAL MANCHETE ERA : GOVERNO VAI ATRASAR O DÉCIMO TERCEIRO...RESERVATÓRIOS DE ÁGUA SECANDO...POR ISTO SE FECHA JORNAL TODO DIA NESTA TRIBO DE POTI...
               SOMENTE PARA ACENTUAR O DRAMA PSICOLÓGICO REPITO:
UM JORNAL, UM ANO DEPOIS, BATE E COMENTA OS MESMOS ASSUNTOS...
               ESTA TERRA PAROU...É UM TÚMULO DAS ESPERANÇAS...É O QUE NÃO TEM GOVERNO...SÓ NÃO FALTA DINHEIRO É PARA FAZER AS FESTAS,QUE DÁ DINHEIRO A MUITO INTERMEDIÁRIO...TEM MUITO SABIDÃO SE DANDO BEM FAZENDO FESTA PRO GOVERNO...PODEMOS TER A MAIOR CRISE FINANCEIRA, MAS AS FESTAS NÃO PODEM PARAR,
DINHEIRINHO FÁCIL...
               AINDA ESPERO QUE O GOVERNADOR ASSUMA O GOVERNO PARA O QUAL ELE FOI ELEITO, E PASSE A NÃO FAZER TUDO O QUE ELE COMBATIA DO GOVERNO DESASTROSO DE ROSALBA CIARLINE....MAS TUDO CONTINUA COMO ERA ANTES NO QUARTEL DE ABRANTES...

               Pela primeira vez na história do mundo, um grupo de corruptos assume um governo, para resolver e sanar um problema de corrupção...parece até um tratamento homeopático...
               Neste país,
corrupto nascem de cachos...corruptos analfabetos e letrados...irmãos siameses na corrupção e na safadeza.
               Perdemos a vergonha, perdemos a coragem, perdemos a indignação, perdemos a capacidade de se indignar...
              É tempo de repetir muitas vezes a sagrada frase do Santo Suplício:
               PAI, POR QUE NOS ABANDONASTES...?

SAUDADES DE WILSON DAS NEVES...

Wilson das Neves (Rio de Janeiro, 14 de junho de 1936 – Rio de Janeiro, 26 de agosto de 2017) foi um baterista, cantor e compositor brasileiro.
Simpático, sempre alegre e elegante, era um exímio criador de frases de efeito e bordões, dentre as quais podemos destacar as seguintes:
“Eu nasci sem saber nada e também vou morrer sem aprender tudo. E se a morte é um descanso, Meu bem, eu prefiro viver é cansado.”
“Não importa o que você é, mas o que você faz, se é que faz alguma coisa”,
“Eu tenho tudo, porque não quero nada”,
“Barata viva não atravessa terreiro”,
“Se a onça morrer o mato é nosso” e
“Quem me ensinou sabia”.
Dentre os bordões, o mais famoso é “Ô, sorte”, uma saudação que costumava trocar com o amigo músico Roberto Ribeiro, comemorando a felicidade de serem ambos do Império Serrano. “Ele morreu, eu fiquei com o bordão. É um agradecimento à vida, a meus orixás, a tudo”, disse o baterista.
Das Neves, como era chamado, foi parceiro de Aldir Blanc, Paulo Cesar Pinheiro, Nei Lopes, Ivor Lancellotti, Claudio Jorge, Marcelo Amorim, Moacyr Luz e Chico Buarque, com quem tocou muito tempo.
Além de compositor podemos dizer que ele e o Paulo César Pinheiro, na composição da música “O DIA QUE O MORRO DESCER E NÃO FOR CARNAVAL” foram visionários, ou seja, eles estavam à frente de seus tempos, ao preverem os últimos acontecimentos na cidade do Rio de Janeiro.
É ouvir pra crer!
Um abraço,

sábado, 11 de novembro de 2017

NO TEMPO DA GARAPA...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL

         

               Nasci e me criei no agreste...em Nova Cruz, onde de dia faltava água e á noite faltava luz....
               Caminhei 62 anos, mas não consegui fugir da minha rua...da minha calçada...do paraíso da minha infância...
              Hoje sobrevoo outras planícies, mas Nova Cruz ainda é a minha outra asa.
               Lá aprendi com o inverno e o estio e me tornei um homem...
               Vim ao mundo pelas mãos de Dona Maria gorda, a parteira que fez todos os partos de mamãe...
               Uma criança gorda, um adolescente gordo, um adulto gordo...mas graças a Deus serei um velho magro...
               O mundo detesta gente gorda...a vida também...o gordo é engraçado, mas ninguém compra...a propósito de ter sido uma criança gordinha, me lembrei ontem de um episódio da infância, que a minha meninice escutou e se posicionou,diferenciando-me.
               Meu pai, Chico Bezerra, comprava um carro de trem de açúcar, para revender na cidade...o vagão trazia esta mercadoria acondicionada em sacos de 60 kilos...
               Um grupo de cabeceiros empreitava com o velho para descarregar o trem...
               O Vagão estacionava na escadaria do Bar de Chico LÔLÔ, e começava o trabalho de formiguinha...automaticamente os homens traziam na cabeça  um saco, formava-se uma verdadeira Fila, um caminho, do vagão até o nosso depósito...
               Meu pai ficava no armazém vendendo,
mas no balcão se posicionava com o um goleiro:olho no armazém e olho no depósito, vigiando o descarregamento.
               NO DEPÓSITO ficava eu e mamãe e a gata Bolinha, caçadora de catitas da loja...seu pelo era de bolas pretas e bolas brancas...
               Eu observava o vai e vem dos homens fazendo força...
               Tinha o nego Sérgio, forte, musculoso, sabido, irreverente...
               Tinha Zé Meira, alto, moreno, calado, impenetrável como um peixe...
               Tinha Coca Cola, educado por natureza, macio,discreto...
               Tinha Falcão, alto, branco ou anêmico, um meninão...
               Tinha Antônio, que seguia o que Sérgio dizia...
               Tinha pena deles, trabalhavam tanto, mas sobre os quais  a vida não teve  nenhuma complacencia...aprendi com eles a valorizar o trabalho e não reclamar de barriga cheia...
               Mas neste dia, Falcão usou uma frase e foi mal interpretado...
               Lá vinha ele  com um saco na cabeça, e ao me ver, falou: Como este menino está gordo???parece até filho de ladrão quando o pai está solto...
               Esta evidencia, caiu como uma centelha num barril de pólvora...e mamãe explodiu veementemente contra o cabeceiro...
               Eu podia ter no máximo sete anos,entendi mamãe mas compreendi o trabalhador...fui um bombeiro...
               Disse mamãe, ele não quis chamar Papai de ladrão...ele usou um ditado comum, do cotidiano...desculpe-o...é um pobre...
               Mamãe era excelente,caridosa,mas explodia, como explodem os PIMENTEL...são temperamentais, ficam vermelhos quando tem raiva, daí serem assemelhados a pimenta, segundo Câmara Cascudo...
               Todas estas explosões eram sanadas apenas com uma garapa de açúcar...quando eu era criança, era um excelente tranquilizante.
               Toda a família tomava uma garapa para se acalmar, baixar a pressão, diminuir a frequencia cardíaca.era um santo remédio...
o mais usado.
          Toda a minha família já escapou de morrer tomando uma garapa de açúcar.
          E parafraseando Dr. Ramos,  o nosso medico na metade do século passado, mesmo quem tomou uma garapa e morreu, morreu muito melhorado.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

VINICIUS DE MORAES...O CLÍMAX DO ESTADO DE POESIA.


A QUE HÁ DE VIR...

QUE SERÁ MINHA, COMO A FORÇA É DO FORTE E A POESIA É DO POETA...



Vinícius de Moraes

Aquela que dormirá comigo todas as luas
É a desejada de minha alma.
Ela me dará o amor do seu coração
E me dará o amor da sua carne.
Ela abandonará pai, mãe, filho, esposo
E virá a mim com os peitos e virá a mim com os lábios
Ela é a querida da minha alma
Que me fará longos carinhos nos olhos
Que me beijará longos beijos nos ouvidos
Que rirá no meu pranto e rirá no meu riso.
Ela só verá minhas alegrias e minhas tristezas
Temerá minha cólera e se aninhará no meu sossego
Ela abandonará filho e esposo
Abandonará o mundo e o prazer do mundo
Abandonará Deus e a Igreja de Deus
E virá a mim me olhando de olhos claros
Se oferecendo à minha posse
Rasgando o véu da nudez sem falso pudor
Cheia de uma pureza luminosa.
Ela é a amada sempre nova do meu coração
Ela ficará me olhando calada
Que ela só crerá em mim
Far-me-á a razão suprema das coisas.
Ela é a amada da minha alma triste
É a que dará o peito casto
Onde os meus lábios pousados viverão a vida do seu coração
Ela é a minha poesia e a minha mocidade
É a mulher que se guardou para o amado de sua alma
Que ela sentia vir porque ia ser dela e ela dele.
Ela é o amor vivendo de si mesmo.
É a que dormirá comigo todas as luas
E a quem eu protegerei contra os males do mundo.
Ela é a anunciada da minha poesia
Que eu sinto vindo a mim com os lábios e com os peitos
E que será minha, só minha, como a força é do forte e a poesia é do poeta

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

AS COISITAS DO NOVA CRUZ DO NUNCA MAIS...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.

              Bons tempos aqueles em que eu tinha um sorriso largo e existir era diferente de viver...
          Nova cruz sem luz e sem água, mas meus sonhos claros como um dia, e o meu jardim repleto de orvalhos de sonhos...
               De repente me vem á tona os tipos psicológicos da minha terra, e eu me lembro de velhas estórias que me fizeram rir...
               Na chegada dos telefones na cidade, todo mundo dava uma telefonada para ver como era...
              Seu Zezinho, bodegueiro em cuja bodega tinha até mertiolate, foi a mais sortida que eu conheci...O comerciante levanta-se eufórico para atender o seu primeiro telefonema...escuta:
Seu Zezinho, o senhor tem sardinhas em lata...o senhor solícito e orgulhoso responde: tenho, quer quantas latas? o interlocutor responde: Homem, solte as bichinhas...o comerciante desligou o telefone com angina pectoris.

                        
              Já Marieta,afrodescendente, filha do querido Sebastião Vedar, era quem puxava a ALA MOÇA de José Peixoto, nas passeatas...
               E a passeata desceu pra fazenda LAPA, a casa do Coronel Severino Augusto de Morais...
               A morena não se aguentou quando viu o telefone dando bobeira e disse: vou já ligar pra madrinha Lila...Dona LILA era a esposa de Dr Octacílio, e era Geraldista, apoiava Geraldo Guerra para prefeito...já era perto de meia noite quando Marieta LIGA:
               Madrinha Lila diga onde eu estou? a senhora já atendeu aborrecida pela hora...
              Eu estou na LAPA, na casa do Coronel,no comício de José Peixoto...já comi foi muito...banquetão....e acabei de soltar um PEIDO.
               Resposta de Dona Lila:
foi safada?...por que não colocou o cu no telefone para eu escutar?...

               Mas comerciante mesmo era José Cirilo...ninguém saía da loja do homem sem comprar nada...ele sabia oferecer...substituir...era simpático...paciente.
              Certa vez, Reginaldo Miranda, meu sogro, entrou na loja de JOSÉ e perguntou se tinha GILLETE...o proprietário se desculpou dizendo: infelizmente está faltando, mas eu acabei de receber uns pínicos muito bons...veja , observe, que coisa fina...
               Seu Reginaldo ficou sério, e respondeu:são lindos José,mas  como danado eu vou fazer a barba com um pinico?????
O CARTÓRIO E A CASA DO JUIZ...

PARA A HISTÓRIA DE NOVA CRUZ:


             O DR GALDINO DOS SANTOS LIMA ERA IRMÃO DA MINHA AVÓ MATERNA, A POETISA ANA LIMA, CASADA COM O PROFESSOR CELESTINO PIMENTEL...É O AVÔ DE EVILENE E BISAVÔ DE JANAÍNA...
O TIO GALDINO ERA JUIZ DE DIREITO EM NOVA CRUZ, NO INÍCIO DO SÉCULO PASSADO...MORAVA VIZINHO AO CARTÓRIO QUE DEPOIS FOI DE ALBERTO DELGADO...ERA A CASA DO JUIZ DA CIDADE...
UM DIA, ESTAVA REALIZANDO UM CASAMENTO...PAROU O PROCEDIMENTO E PEDIU AOS NOIVOS PARA SE AUSENTAR POR INSTANTES E FOI NA SUA CASA...DEMOROU MUITO, E OS NOIVOS ESPERANDO...APÓS MUITA ESPERA, FORAM NA CASA DO JUIZ, CHAMARAM E NADA...ARROMBARAM A PORTA DO BANHEIRO, E O TIO GALDINO HAVIA MORRIDO, SENTADO NO SANITÁRIO...