MADAME BUCET
POR MARCOS ANDRÉ.
Conta meu colega de escritório, Dr. Djacy Véras, ardoroso defensor e preservador da cultura nordestina, uma história que leu em algum livro lá pras bandas de Afogados da Ingazeira.
POR MARCOS ANDRÉ.
Conta meu colega de escritório, Dr. Djacy Véras, ardoroso defensor e preservador da cultura nordestina, uma história que leu em algum livro lá pras bandas de Afogados da Ingazeira.
Zé de Cazuza, poeta repentista e violeiro paraibano do Cariri Oriental, acompanhava o já consagrado Josué de Castro, médico, nutrólogo, professor, geógrafo, cientista social, político, escritor e ativista brasileiro que dedicou sua vida ao combate à fome.
Josué de Castro voltava do exílio, depois de vários anos morando na Europa e norte da África, e trouxe consigo um casal de franceses, amigos e intelectuais professores de Sorbone e Mompellier.
Para impressionar os visitantes, Castro resolveu mostrar o melhor das expressões culturais e folclóricas da sua terra aos franceses, Gérome Antonie Bucet e Madaileine Clarie Bucet, que depois de percorrerem a região dos Cariris Velho foram conhecer na cidade de Sumé, uma noite de poesia e viola no melhor estilo nordestino, ou “pé de parede” onde a cantoria discorria sobre variados temas: fome, sofrimento, bravura, fé, sertão, saudade, e por ai vai.
Lá pelas tantas a cantoria corria solta noite a dentro, quando Zé de Cazuza, pra lá de “queimado”, resolveu, a pedidos, quase que desafiado na obrigação de prestar homenagem à ilustre presença de madame Bucet, fazer um verso improvisado.
E ele, não se fazendo de rogado, se saiu com esta:
“Vou convidar Madame Bucet
Uma distinta pessoa
Desculpe o pobre poeta
Meu repente minha loa
Mas, seu nome tira um fino
Numa coisa muito boa”
Uma distinta pessoa
Desculpe o pobre poeta
Meu repente minha loa
Mas, seu nome tira um fino
Numa coisa muito boa”
Nenhum comentário:
Postar um comentário