terça-feira, 1 de novembro de 2011

UMA LOUVAÇÃO Á NATUREZA...

Quanto é Grande O Autor da Natureza
(Zé Vicente da Paraíba – Passarinho do Norte)


O que prende demais minha atenção
É um touro raivoso na arena,
Uma pulga do jeito que é pequena
Dominar a bravura de um leão:
Na picada ele muda a posição
Pra coçar-se depressa, com certeza,
Não se serve da unha e nem da presa,
Se levanta da cama e fica em pé,
Tudo isto provando quanto é
Poderosa e suprema a Natureza.
Admiro demais o beija-flor
Que com medo da cobra inimiga
Só constrói o seu ninho na urtiga
Recebendo lição Do Criador.
Observo a coragem do condor
Tendo os montes rochosos como empresa,
Urubu empregado da limpeza,
Como é triste a vida do abutre…
Quando encontra um morto é que se nutre
Quanto é grande O Autor da Natureza.
A abelha por Deus foi amestrada
Sem haver um processo bioquímico,
Até hoje não houve nenhum químico
Pra fazer a ciência desvendada.
Um buraco pequeno na morada
Facilita a passagem, com franqueza,
Uma é sentinela de defesa
E as outras se espalham no vergel,
Sem turbina, sem tacho fazem mel.
Quanto é grande O Autor da Natureza.
Não há pedra igualmente a diamante
Nem metal tão querido como o ouro,
Não existe tristeza como o choro
Nem reflexo igual ao do brilhante
Nem comédia maior que a de Dante
Nem existe acusado sem defesa
Nem pecado maior que avareza
Nem altura igual ao firmamento
Nem veloz igualmente o pensamento
Nem há grande igualmente à Natureza.
Não há forte igualmente às vitaminas
Nem fraqueza igual debilidade
Não há tempo igualmente à mocidade
Nem soldados iguais aos caça-minas.
Não há fontes iguais às cristalinas
Nem cidades mais lindas que Veneza,
Não há língua igualmente à Portuguesa
Nem pecado igualmente original
Nem amor igualmente ao maternal
Nem há grande igualmente à Natureza.
Não existe ladrão igual a rato,
Não existe leal como o cachorro,
Não existe liberto como o forro,
Não existe ligeiro como o gato,
Não existe tão bom como sensato,
Não existe cruel como tristeza,
Não existe emoção como surpresa
Nem um rei igualmente a Salomão
Nem há força igualmente a de Sansão.
Nem há grande igualmente à Natureza.

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