SONETO DEDICADO A DINAMENE
Dinamene foi uma asiática a quem Camões amou e que morreu num naufrágio.
-
Alma minha gentil que partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa la no céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.
-
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
-
E se vires que pode merecer-te
Alguma coisa a dor que me ficou
Da mágua, sem remédio, de perder-te.
-
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.
-
Nenhum comentário:
Postar um comentário