Ricardo Noblat
Quantas entrevistas concedeu Carlos Lupi, ministro do Trabalho, desde que foi acusado de fazer negócios suspeitos com ONGs e outras entidades? Seguramente mais de 20, entre entrevistas formais, organizadas e improvisadas. Esteve no Congresso duas vezes depondo por livre e espontânea vontade. Em todas as ocasiões jurou inocência.
- Vai dar, ministro? – perguntou um repórter sobre a possibilidade de Lupi ficar no governo.
- Não sei. Estou fazendo o que posso – respondeu ele à saída do Congresso na semana passada.
Quantas entrevistas concedeu Lupi desde o último sábado quando a Veja publicou que ele voara no Maranhão em jatinho providenciado por um empresário – e na companhia do empresário? Nenhuma. Soltou uma nota negando tudo. E foi só. Nunca mais foi visto.
Desde ontem, quando o empresário o desmentiu e fotografias e vídeos mostraram o ministro desembarcando do tal avião na companhia do empresário, parceiro do Ministério do Trabalho, nem nota saiu mais. Baixou o mais barulhento silêncio nas vizinhanças do ministro. Sinal de que se esgotou seu estoque de mentiras.
Lupi mentiu para o Congresso quando negou conhecer o empresário que providenciou o jatinho no qual viajou pelo Maranhão. E naturalmente, mentiu para Dilma a quem repassou a mesma informação.
O que espera Dilma para se livrar de Lupi? Que se esgotasse o feriado? Esgotou-se à meia noite de ontem. Que a imprensa descubra novos fatos para arrebentar de vez com Lupi? É desnecessário. E, a essa altura, seria uma crueldade. Arrebentado Lupi já está.
Espera que ele caia em si e peça demissão? Improvável, a se levar em conta o monte de tolices ditas por ele desde a semana passada.
Que o PDT convença Lupi a ir embora? O PDT é Lupi. O dono do partido é ele. Ninguém ousa ali confrontá-lo.
Por que Dilma não chama Lupi e diz, simplesmente: “Chega. Não dá mais”? Esse tipo de serviço está no contracheque dela.
Quem mandou se render à vontade de Lula e manter no governo um bando de pilantras?
Arque com a conta.
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