sábado, 19 de novembro de 2011

RESPOSTA AO TEMPO...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL...

Voce já acordou com alguém batendo palmas na sua porta? notou que este alguém era o tempo? e o tempo começou a lhe questionar? e voce teve que tomar uma dose para enfrenta-lo? o meu poeta e psiquiatra Aldir Blanc explica isto, nesta canção, que já foi tema de novela, mas deve ter passado despercebida, com relação a mensagem que ela revela e a introspecção a que ela leva.
Esta semana eu me preocupei com o tempo...Reví duas pessoas que fazia quarenta anos que eu não via...é o tempo...Nada como o tempo para passar...
Mas hoje é sábado... estou na praia... em barra de Cunhaú...estamos num dia azul de verão, e Há a perspectiva de um domingo.
E lembre-se sempre, de tudo o que eu digo, de tudo o que eu falo, de tudo o que eu ensino, o mais importante é viver...e, pra você que tem coração de ferro, desejo que dele faça bom proveito...pois, o meu é de carne, e sangra todo dia...E, o que escrevo hoje ,na minha solidão,sei que amanhã será compartilhado por milhares de corações...escrevo e componho ouro,que tem brilho próprio, e um dia refletirá a luz do sol, apesar de mim...
Nascí um ourives, para retirar o ouro da sensibilidade...eu garimpo e dou forma ao sentimento, á dor da alma,ao subjetivo...ao que os olhos não vêem, mas fechando-0s, se enxerga...e essa percepção é tudo, é rara, é um dom da própria alma...eu busco a verdade da vida, que está nas intenções, nas auras,no inconsciente...e, quando a intenção destoa da ação, o meu coração fecha os olhos, e chora...e, de joelhos, a vida pede perdão á vida...
eis-me aqui,separando a dor da alegria, e procurando dar ao gesto, a entonação e o destino da intenção.bom feriadão...beijos.
É desta forma, que eu posso responder ao tempo,que transformou o menino da rua do grupo, de Nova Cruz,em médico e poeta...mas, mesmo antes do tempo passar, eu já sabia e sentia...Sempre entendi as flores que brotam no meu quintal,e traduzia o dialeto dos pássaros, no Alto das Flores...mesmo quando eu não sabia o quanto viver é perigoso, e no meu sono, eu sonhava somente com fadas...E estas, me saciavam e me satisfaziam,todos os desejos...e os meus sonhos permaneciam reais, quando eu acordava.


Resposta Ao Tempo
Aldir Blanc


Batidas na porta da frente
é o tempo
Eu bebo um pouquinho pra ter
argumento
Mas fico sem jeito, calado
ele ri
Ele zomba de quanto eu chorei
porque sabe passar
e eu não sei
Num dia azul de verão sinto vento
há folhas no meu coração é o tempo
recordo um amor que eu perdi
ele ri
Diz que somos iguais
se eu notei
pois não sabe ficar
e eu também não sei
E gira em volta de mim
sussurra que apaga os caminhos
que amores terminam no escuro
sozinhos
Respondo que ele aprisiona,
eu liberto
Que ele adormece as paixões
e eu desperto
E o tempo se vai com inveja
de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
pra tentar reviver
No fundo é uma eterna criança
que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
me esquecer

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