domingo, 19 de fevereiro de 2012

A POESIA DOS MAIAS...

Improvisos de Onézimo Maia

Canto pra Tarcísio Maia
Porque sou Maia também;
Eu sou Maia e vivo mal;
Ele é Maia e vive bem;
Ele tem o que não tenho
Eu tenho o que ele não tem
*
Você canta Portugal,
Canta França, canta Hungria
Mas se eu tirar a tampa
Do baú da putaria
Nunca mais ninguém dá fé
Da sua sabedoria.
*
Fico feliz quando canto
Meus versos de improviso;
Os dedos chutando as cordas,
Os lábio com ar de riso;
Sopra o vento do repente
Raspando o chão do juízo.
*
Já vi uisque importado
Ter perdido pra Pitú
Saiba que um bacharel
Precisa de um papangu
Porque Monteiro Lobato
Cresceu com Jeca Tatu.
*
Doutor Aluizio Alves
Agora compareceu
Botou a mão no meu bolso
Vou ver quanto ele deu,
Do jeito que ele é vivo
Pode ter levado o meu.
*
O sapo tem muitas coisas
Mas nenhuma vale nada:
Tem couro e não dá baínha
Tem tripa e não dá buchada,
Tem sangue e não dá chouriço
Tem leite e não dá coalhada.
*
Quando eu voltar aqui
Seu menino tem crescido
Sua filha tem casado
Já tem deixado o marido
Sua mulher tá com outro,
O senhor já tem morrido.

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