quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

ACABOU NOSSO CARNAVAL....POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.

ENFIM o Brasil vai descer a ladeira...começou o ano...hoje todas as ilusões são deletadas e entramos no mundo real...vamos ao trabalho, com as água de Março fechando o verão...

A BARRA DE CUNHAÚ suave , aos poucos vai ficando deserta...O RIO CUNHAÙ cheio,vai levando para o fundo do mar,os fragmentos dos últimos sonhos, as últimas lágrimas, os humores do prazer...faz anos , que é sempre assim...a quarta feira de cinza é um dia triste...tem esta cor cinza,tem cheiro de ansiedade e de muito trabalho...

Hoje , se encontram no fundo do mar,os sonhos dos netos e filhos de hoje, com os mesmos sonhos dos avós e bisavós,dos antigos veranistas...O Carnaval é um ópio, para tornar mais suave, o fardo de cada um...
HOJE amanhecemos sem o bom dia matinal de ZÉ GERALDO e GERALDO GUERRA,que desapareceram com todos os vestígios da vida...no fundo do mar, ainda deve ter resquícios do seu bem querer , por este veraneio, por este Carnaval, é assim...é a vida.

Depois que a gente se aproxima dos sessenta anos, se conclui que é muito pouco, uma vida dígna, em média,só durar setenta anos...depois, a sub-vida, do HOME CARE,da sonda nasogástrica, da traqueostomia, da gastrostomia... A MANUTENÇÃO FORÇADA DO QUE ACABOU, PELA FORÇA DE TERCEIROS, para evitar que se acabem as pensões, os benefícios, que alimentam ao redor do lar, os conflitos...


AGORA, VIOLANTE ME CHAMA PARA VER AS QUENGAS...ainda uma centena de pessoas, de foliões, que não acreditaram que o tempo passou...

AO longe, um barco descreve um arco,deslizando nas águas,e uma senhora idosa olhando o horizonte...na sua testa,uma marca de polegar, feita de cinzas,lembrando que : DO PÓ VIEMOS, E AO PÓ VOLTAREMOS...


NÃO FUI A IGREJA TOMAR CINZAS, MAS, JÁ TENHO E TRAGO NA ALMA, O SENTIDO DO QUE AS CINZAS REPRESENTAM...

A minha alma já está cris...quem sabe, até o próximo carnaval...


Marcha da Quarta feira de Cinzas

Carlos Lyra e Vinicius de Moraes.

Acabou nosso carnaval, ninguém, ouve cantar canções
Ninguém passa mais brincando feliz
E nos corações saudades e cinzas foi o que restou
Pelas ruas o que se vê é uma gente que nem se vê
Que nem se sorri, se beija e se abraça
E sai caminhando, dançando e cantando cantigas de amor
E no entanto é preciso cantar
Mais que nunca é preciso cantar
É preciso cantar e alegrar a cidade
A tristeza que a gente tem qualquer dia vai se acabar
Todos vão sorrir, voltou a esperança
É o povo que dança, contente da vida feliz a cantar
Porque são tão tantas coisas azuis, há tão grandes promessas de luz
Tanto amor para amar que a gente nem sabe
Quem me dera viver pra ver e brincar outros carnavais
Que marchas tão lindas
E o povo cantando seu canto de paz

Nenhum comentário:

Postar um comentário