sexta-feira, 31 de agosto de 2012

SOBRE PIGMEUS E GIGANTES...


LUIZ OTÁVIO CAVALCANTI...
GIGANTES E PIGMEUS

Pessoas, nos cargos que ocupam, crescem ou diminuem. Na medida da obra que realizem. Algumas pessoas, pelo talento, ou pela coragem, tornam-se maiores na função desempenhada. Outras pessoas, aparecem menores.
O julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal, finalizado o primeiro capítulo, constitui divisor de águas. No conceito de julgamento dos ministros sobre conjunto de evidências que incriminam réus em delitos de corrupção. E também no aperfeiçoamento de parâmetros republicanos na vida pública brasileira.
Renato Janine Ribeiro diz que o Brasil “é um país traumatizado”. Pelas dores da colonização, da escravatura, da injustiça. Ele prefaciou livro do médico pernambucano, Jurandir Freire Costa. Este escreveu que “tudo que se estuda sobre o homem tem algum nível de dor. E a dor tem, entre suas causas, em lugar de destaque, a injustiça”.
Talvez, por isso, certos dias, a gente acorde sentindo dor indefinida. Sem saber exatamente do que se trata. Outros dias, a gente acorde experimentando bem estar improvável. É o que me aconteceu, hoje, depois de encerrada a rodada que julgou os primeiros mensaleiros. Senti-me confortado. Não pela condenação em si. Mas pelo sentimento da prática da justiça. Pela misericórdia da condenação de Santo Agostinho.
Numa nação em que a impunidade varia conforme o nível de renda, o que os brasileiros acabam de ver é sinal de esperança. É pigmeu o ministro Dias Toffoli, no seu parcialismo. Gigante é o ministro Joaquim Barbosa, no seu destemor. É pigmeu o ministro Ricardo Lewandowski, no seu desamor. Gigante é o ministro Cesar Peluso, no seu profundo humanismo.
 São as instituições que patrocinam mudanças na sociedade. Orientadas pelo caráter de cada um. E inspiradas no senso ético da maioria. Essa é a lição que o STF está legando ao Brasil. O país ficou mais próximo do seu sonho.

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