AGOSTO – Anderson Braga Horta
Na atmosfera pesada e cinzenta de Agosto,
inda há pouco, flutuava o fumo das queimadas.
Brincava a escória no ar, tombando nas estradas
e ao sequioso viajor enodoando o rosto.
inda há pouco, flutuava o fumo das queimadas.
Brincava a escória no ar, tombando nas estradas
e ao sequioso viajor enodoando o rosto.
Agosto já findou. Mas inda nas chapadas
paira a desolação do solo decomposto.
E no aspecto embaciado e triste das quebradas
conserva o dia a luz opaca do sol-posto.
paira a desolação do solo decomposto.
E no aspecto embaciado e triste das quebradas
conserva o dia a luz opaca do sol-posto.
Dentro de mim é sempre Agosto. Meu destino,
lavrador impiedoso, estrangulou-me o sonho.
Hoje, dessa ilusão, só resta uma fumaça…
lavrador impiedoso, estrangulou-me o sonho.
Hoje, dessa ilusão, só resta uma fumaça…
E em vão pergunto ao céu se em mim, claro e divino,
outro amor vai florir, ou se arderei tristonho
no infecundo bulcão que eternamente passa.
outro amor vai florir, ou se arderei tristonho
no infecundo bulcão que eternamente passa.
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