terça-feira, 28 de agosto de 2012

LITERATURA DE CORDEL...




AS PALHAÇADAS DE BIU – Manoel Camilo dos Santos
No sertão Pernambucano
no interior do estado
distante d´uma cidade
um velho remediado
tinha uma fazendola
vivia ali descansado.
Chamava-se Zé Gibão
esse velho fazendeiro
tinha um filho somente
e esse ainda solteiro
foi o maior caipora
que houve no mundo inteiro.
Biu enquanto foi menino
numa escola aprendia
era muito inteligente
mas sempre sempre sofria
devido o seu caiporismo
apanhava todo dia.
Sempre lhe acontecia
na escola uma moleza
virava ali um tinteiro
borrava os livros da mesa
era uma surra de “bolo”
que levava com certeza.
Quando nada acontecia
devido a moleza dele
era um se levantar
e o banco cair com ele
além da queda a vaia
só botavam a culpa nele.
Antes mesmo ele aprendeu,
ler, escrever e contar
depois deixou a escola
pra não morrer de apanhar
já estava rapaz feito
só pensava em se casar.
Biu sabia muito ler
mas era muito acanhado
se via moça de perto
ficava encabulado
baixava a vista e ficava
muito tempo ali calado.
Portanto o saber de Biu
de quase nada servia
não queria trabalhar
não comprava nem vendia
como era filho único
o pai não o aborrecia.
Um dia Biu disse ao pai:
“Eu… sô um menino sortêro
mai minha vida é iguá
a de um prisionêro
vô inventá um negoço
pra tomém ganha dinhêro.
O velho disse: “É verdade
eu sempre tenho dizido
qui você mô fio é
um tanto esmurecido
num sôi fio de pai pobe
tem idade e soi sabido.”
Biu disse: “Eu tenho vontade
de cortá carne na fêra”
disse o velho: “pôi então
mate a vaca lavandêra
leve pra cidade e venda
é negoço de premêra”.
Na quinta-feira seguinte
logo cedo combinaram
pegaram a dita vaca
no mesmo instante mataram
fizeram a carne em mantas
depois de seca emalaram.
Biu junto com um portador
saíram de madrugada
uma égua com a carga
e Biu em outra selada
quando chegaram na rua
a feira estava trancada.
Quando chegaram na feira
embora com pouco jeito
arranjaram uma torda
Biu ficou bem satisfeito
ficando mesmo de frente
ao sobrado do Prefeito.
Depois Biu casualmente
olhando para as janelas
do sobrado do Prefeito
viu três moças muito belas
passou o dia entretido
somente a olhar pra elas.
As moças passaram o dia
na varanda do sobrado
destraindo com a feira
Biu de lá admirado
passou o dia e à tarde
vendeu a carne fiado.
As três moças na varanda
passaram o dia brincando
nem viram aquele “besta”
que lhes estava espreitando
era Biu, o qual voltou
pra casa se pabulando.
Quando Biu chegou em casa
o velho lhe perguntou:
“Cuma te fosse de fêra
vendeu tudo que levô?”
Biu disse: “A fêra foi rim
e a carne toda sobrô.
“Cuma a fêra foi rim
vendí a carne fiado
arrumei um casamento
cum a moça do sobrado
e quero qui mô pai vá
acertá o meu noivado.”
O velho disse: “Mô fio
casamento assim num vai
logo da premeira vei
qui você na rua sai?”
Biu sorrindo disse ao velho:
“Eu sou jeitoso mô pai.”
O rapaz dizendo isto
no mesmo instante saiu
o velho olhando a velha
lhe perguntou: “Você viu?
Mim diga se acha jeito
naquela históra de Biu.”
A velha disse: “Eu sei de lá
tudo pode acontecê
gente moça é o fute
se lembra o qui fei você
do mermo jeito é seu fio.”
Disse o velho: “Pode sê.”
A velha disse: “Essas coisa
é mermo da mocidade
e eu sendo você ia
logo amanhã na cidade
justá este casamento.”
O velho disse: “É verdade.”
O velho disse: “É mermo
apoi amenhã eu vô
Qui tudo só presta im quente
Você agora acertô
e Biu você vai tomém.”
Biu respondeu: “Sim senhô.”
No outro dia cedinho
se prepararam direito
vestiram roupa de mescla
e botaram para-peito
selaram as bestas e sairam
cada qual mais satisfeito.
Quando chegaram na rua
bem de frente ao sobrado
amarraram os animais
num pé de figo copado
bateram palmas na porta
nisto saiu um criado.
O criado perguntou-lhes:
- Tem negócio com o patrão?
“Tenho e num tenho seu moço
tá im casa o capitão?
Quiria falá cum ele”,
disse o criado: – Pois não.
O Prefeito se achava
na sala superior
o criado foi entrando
e dizendo: – Senhor doutor
lá fora tem dois vaqueiros
querem falar com o senhor.
O Prefeito que estava
bastante preocupado
disse: – Ora inda mais esta
não negocio com gado
mas diga a eles que entrem
- disse o Prefeito zangado.
O criado disse: – Entrem
o velho disse: “Por não”
entrou um atrás do outro
tudo de chapéu na mão
com as esporas arranhando
o mosaico do salão.
Quando chegaram na sala
o velho disse: “Bom dia
seu majó, eu sô o dono
da Fazenda da Cutia
e vim justá o casamento
do mô fio cum sua fia.”
- E que casamento é este?
- o Prefeito perguntou,
o velho disse: “Num seio
taí ele qui contô.”
Biu disse: “Tô pá casá
cum a fia do sinhô.”
O doutor disse: – Ou Lindalva,
nisso a mais velha chegou:
- Será esta a sua noiva?
o Prefeito perguntou:
Biu levantou a cabeça
e respondeu: “Nom sinhô.”
- Volte minha filha e mande
a sua irmã Conceição
e esta quando chegou
o pai perguntou: – Então
será esta sau rapaz?
Biu olhou e disse: – Não.
Volte minha filha e mande
a sua irmã Nazaré
esta chegando na sala
disse: – Pronto pra que é
disse o doutor: – Será esta?
Biu olhou e disse: – É.
- És noiva deste rapaz?
perguntou o doutor ligeiro
a moça lhe respondeu:
- Nunca vi este vaqueiro
Biu disse: “Mai eu já vi
a sinhora um dia intêro.”
Biu disse: “Eu sô aquele
Qui onte passei o dia
cortano carne na fêra
e mencê cum alegria
lá de riba do sobrado
uiava eu e sirria.”
“Apoi bem eu sô aquele
qui quando mencê sirriu
eu balancei pá seu lado
o lenço qui inté caiu
eu lhe perguntei baixinho
mencê qué casá cum Biu”?
“E de tarde fui pra casa
cum todo contentamento
passei a noite agarrado
cum mencê no pensamento
e agora vim pra gente
acertá o casamento.”
O doutor fez ar de riso
pro rapaz e pro velhote
a moça se retirou
dizendo: – Que parparote
em dias de minha vida
nunca vi este timote.
Disse o Prefeito: – Pois vamos
cuidar dessa arrumação
e disse ao criado: – Vá
diga ao tenente João
que me mande as ordenanças
porque tenho precisão.
Nisto o doutor retirou-se
Biu perguntou sem consolo:
“Ordenança será sordado?”
disse o velho: “Ou rapai tolo
qui danado de sordado
ordenança num é bolo.”
Disse o velho: “Ele mandou
foi fazê café pra gente
e mandou buscá os bolo
na casa de seu tenente.”
Nisso a polícia chegou
o velho disse: “Oxente!”
Disse o Prefeito aos soldados:
- Os senhores sem demora
agarrem estes vaqueiros
e os arrastem para fora
dêem cada um, um molho
depois mandem irem embora.
Um soldado foi ao velho
tomou-lhe logo o quicé
e o outro agarrou Biu
e danou-lhe um pontapé
Biu disse: “Taí mô pai
café com bolo o que é.”
Nada valeu peditório
foi couro não houve jeito
o facão falou francês
foi a torto e a direito:
- Casamento bom é este
dizia em grito o Prefeito.
Quando a polícia soltou-os
eles fizeram carreira
nas bestas e onde passavam
era grande a tinideira
com tanta velocidade
que só se via a poeira.
A velha estava na porta
cheia de contentamento
foi dizendo: “Viva os norvo”
o velho neste momento
pulou e disse: “Égua véia
fala aí im casamento.”
“Pro caso desse poiquêra
apanhei qui quage morro
tô cum a guela rouca
de tanto pidir socorro
eu num seio aonde é qui tô
qui num mato esse cachorro.”
“Levei tanta facãozada
qui ví a hora morrê
pro caso desse safado
mai agora eu vô dizê
se falare nisso ainda
eu mato ele e você.”
No outro sábado seguinte
Biu disse: “Hoje eu resôvo
aquela carne fiada
qui vindi aquele povo”
o velho disse: “O que
tú vai apanhá de novo.”
Biu disse: “Mô pai aquela
mim butô sá na mulêra
aquela mim ficará
pro premêra e derradêra”
disse o velho: “Já seu corno
namore moça na fêra.”
Biu disse isso e montou-se
e saiu muito vexado
entrou na rua com medo
de encontrar com soldado
procurou seu devedor
o qual não foi encontrado.
Ficou muito desgostoso
no meio do pessoal
então para distrair-se
comprou ali um jornal
lendo encontrou um anúncio
que vinha da capital.
Dizia assim o anúncio:
Precisamos de um rapaz
o que tiver competência
em casas comerciais
se apresente em Recife
na rua Largo da Paz
Na casa número cinquenta
com loja e mercearia
a firma é a seguinte:
J. M. & Cia.
o emprego é guarda livro
assim o jornal dizia.
Biu quando leu o jornal
fez logo um plano certeiro
disse: “Vô comprá uma roupa
e mandá cusê ligêro
e digo a mô pai qui vô
pro Recife sê caxêro.”
Biu chegou em casa e disse
o plano que já trazia
o velho disse: “Mô fio
eu seno você num ia.”
Biu disse: “Eu vô mô pai
caxêro tem garantia.”
Biu mandou fazer a roupa
vestiu-se e fez partida
pra rua e pegou o trem
bem satisfeito da vida
no mesmo dia chegou
na capital referida.
Quando chegou na Central
no meio da multidão
quase que fica assombrado
vendo gente em borbutão
perguntou a um chapiado:
“Hoje aqui tem prucissão?”
Disse o chapiado: – Não
isso aqui é todo dia:
“E esse povo qui qué
qui buzina qui arrilia
um passa e ôto passa
chega mim fai agunia.”
Perguntou-lhe o chapiado:
- Aonde és morador?
“Na Fazenda da Cutia
onde mô pai me criô”:
- Já tinha vindo em Recife?
Biu respondeu: “Nom sinhô.”
“Foi essa a premêra vei
qui eu vim me impregá
cunhece seu J. M. ?
é pá onde eu vô e pá lá
é lá no Laigo da Pai
vamo mai eu mim insiná.”
O rapaz lhe disse: – Vamos
mas você me paga bem
eu levo sua maleta
Biu lhe disse: “Num convém
aqui tem muito gatume
eu num cunfio im ninguém.”
Disse o rapaz: – Está certo,
seguiram nesse momento
Biu que nunca tinha visto
semelhante movimento
ia de cara pra cima
que parecia um jumento.
No Mercado São José
Biu fez uma palhaçada
ia olhando pra cima
e tropeçou na calçada
caiu com maleta e tudo
foi uma queda danada.
Quando Biu se levantou
o povo todo sorria
disse o chapiado: – Vamos
não posso perder um dia
seguiram e logo chegaram
na dita mercearia.
O rapaz disse: – É aqui
me pague, eu quero voltar
Biu botou a mala abaixo
disse: “Votê é pá pagá?
você nem trove a maleta
num vei só me insiná.”
O rapaz disse: – A maleta
eu lhe pedi pra trazer
você não quis me entregar
a razão não sei por quê
a viagem é dois mil réis
Biu respondeu: “Pago o que.”
- Não paga? Ora não paga
você paga é até mais
nisto foi chegando um guarda
e disse: – Pague ao rapaz,
Biu aí pagou e disse:
“Dêxa tistá satanai.”
Ele pagou e entrou
na casa comercial
disse: “Bom dia patrão
eu só vim na capitá
foi pro caso dum anunço
qui incontrei num jorná.”
 
O comerciante disse:
- E o senhor tem competência?
Biu respondeu: “Eu num seio
dizê a sua incelença”,
o patrão disse: – Queremos
um rapaz de consciência.
- Você é do interior?
lhe perguntou o patrão:
Biu lhe disse: “Nom sinhô
eu moro lá no sertão
mô pai é um fazendêro
qui se chama Zé Gibão.”
O patrão disse: – Está certo
tome conta do escritório
vá enchendo essas faturas
é serviço provisório
quero ver se você faz
serviço satisfatório.
 
Nessa dita casa tinha
seis ceixeiros no balcão
Biu começou nas faturas
a ensino do patrão
até que chegou a hora
de fazerem refeição.
As onze horas do dia
chegou na porta a criada
e disse: – Pronto, patrão
está pronta a feijoada.
Nisso o patrão disse: – Vamos
almoçar, rapazeada.
Os caixeros foram entrando
Biu também se levantou
bateu a mão no tinteiro
e a tinta derramou
em cima do escritório
tudo que tinha borrou.
O patrão disse: – Oh! Rapaz
botasse tudo a perder.
Biu tirou um lenço branco
começou a embeber
a tinta que nos papéis
era tanta a correr.
Disse o patrão: – Deixe isso
e vá embora almoçar
os caixeiros já estão
na mesa a lhe esperar.
Biu entrou muito vexado
quase sem poder falar.
Quando ele entrou na sala
tropeçou em um batente
foi de arrojo e peitou
em um espelho na frente
o qual devido a pancada
ficaram os cacos somente.
Quando Biu chegou na mesa
quase assombrado sentou-se
nem disse ali aos caixeiros
o que lá fora passou-se
começou logo a comer
no mesmo instante instalou-se.
Botou café em um pires
deu um chupo e engoliu
formou um nó na goela
fechou os olhos e tossiu
esticou-se na cadeira
todo mundo ali sorriu.
Debaixo da dita mesa
tinha um cachorro deitado
quando Biu esticou a perna
foi logo abucanhado
ele ai pulou de costas
e foi feio o resultado.
Um botão do palitó
quem tinha se colocado
no crochê da dita mesa
estava bem engatado
quando Biu pululou de costas
arrastou o toalhado.
Pulou com o toalhado
por cima duma cadeira
os pratos cairam todos
e ficou a bagaceira
o cachorro vendo aquilo
endoideceu na carreira.
Os caixeiros ali ficaram
tudo de talher na mão
Biu assombrado correu
nessa mesma ocasião
com a toalha entre as pernas
foi esbarrar no balcão:
O patrão quase se assombra
quando Biu chegou lá fora
entrou e viu o prejuízo
disse: – Ou tipo caipora
voltou e disse: – Rapaz
pegue a reta e vá embora.
Dali Biu voltou pra casa
dizendo muito zangado:
“Quage mim acunticia
cuma da vei do sobrado
demo leve certo emprego,
patrão caxêro e sordado.”
E segiu pra casa a pés
um tanto mal satisfeito
quase liso resolveu
a ir trabalhar no eito
no “Engenho Chega e Fica”
ai sim, sofreu direito.
Quando chegou no engenho
foi logo ao barracão
comprou 100 gramas de carne
e tomou um bom pifão
começou a conversar
dizendo ser valentão.
O senhor do engenho disse:
- Vá botar lá no banheiro
umas quatro latas d’água
e seja muito ligeiro
Biu lhe disse: “Vâ você
eu num sô seu paricêro.”
O homem partiu em cima
pegou-o pelo gogó
Biu disse: “Mô patrãozinho
num me mate tenha dó.”
Nisto o mijo já estava
correndo no mocotó.
Tremendo e todo mijado
aí o homem o soltou
e Biu chorando correu
a meia-noite chegou
numa grande casa velha
para dormir embocou.
Então no quarto da casa
tinha um defunto enforcado
ele quando entrou, bateu
com a cara no finado
e assombrado agarrou-se
com o defuntão inchado.
E deu um grito tão grande
quando o caso aconteceu
deu um empurrão no defunto
que a casa estremeceu
e assombrado gritando
de estrada afora correu.
No outro dia cedinho
numa pequena cidade
arranjou logo um serviço
com muita facilidade
entendeu de se casar
foi nova infelicidade.
Quando ali ganhou dinheiro
comprou roupa se ajeitou
com u’a moça doidada
logo um namoro arranjou
e a pedi-la em casamento
um dia se destinou.
Na casa do pai da moça
falou na porta e bateu:
“Ou de casa”: – Ou de fora
o velho lhe respondeu.
- Quem é? perguntou o velho:
“Num é ninguém não sô eu.
Quando o velho abriu a porta
o besta só fez dizer:
“Eu vim pidí sua fia
dê se quisé ou num dê.”
O velho disse: – Primeiro
me diga quem é você.
Ele disse: “Eu sô Biu
e mô pai é Zé Gibão.”
O velho disse: – Está certo
entre aqui para o salão
vamos acertar direito
e tratar da arrumação.
Biu entrou e se sentou
num recanto do salão
com o chapéu entre as pernas
e a bengala na mão
e com a cabeça baixa
a ninguém dava atenção.
E batendo com os pés
o chapéu escapoliu
ele apanhou o chapéu
nisso a bengala caiu
com todo o peso que tinha
que o salão todo “zuniu”.
Todo mundo ali sorriu
com a queda da bengala
e Biu de encabulado
já tinha perdido a fala
nisso trouxeram o café
para tomarem na sala.
Porém Biu que não sabia
se o café estava quente
encheu a boce e gritou:
no meio de toda gente
espanou café na cara
de quem estava na frente.
Caíram os pires das mãos
o café se derramou
por cima das pernas dele
queimando tudo, gritou
“Ô café quente danado”,
ai de costas pulou.
Pulou de costas e bateu
com a cabeça na janela
que estava aberta atrás dele
Biu agarrou-se com ela
mordeu-a e ficou chorando
com a dor da pancada dela.
Biu chorando com a dor
disse: “Qui casa danada
mim queimei com o café
E essa amardiçuada
quage me quebra a cabeça
isso é uma iscumungada.
Abriu a porta e saiu
vermelho como uma brassa
dizendo: “Cum essa é dua
danado é quem mai se casa
pode havê o qui hové
morro e num sai mai de casa.”
Daí foi chegar em casa
com três semanas e meia
contou tudo o que sofreu
ao pai com cara feia
disse o velho: “Tú soi mole
qui só rabo de uveia.”
Malimpregado mô fio
As letra qui tu aprendesse
Nem valeu a pena o meno
Os leite qui tu bebesse
E os fogo que sortei
Logo assim qui tu nacesse.
Cum nada mai mim importa
Assim Biu respondeu
Mai nunca eu sai de casa
Inda que diga um judeu
Longe de casa tu inrica
O cão qui vá mai não eu.

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