quinta-feira, 9 de agosto de 2012

FLORBELA...


CASTELÃ DA TRISTEZA – Florbela Espanca

Altiva e couraçada de desdém,
Vivo sozinha em meu castelo: a Dor!
Passa por ele a luz de todo o amor…
E nunca em meu castelo entrou alguém!
Castelã da Tristeza, vês?… A quem? …
- E o meu olhar é interrogador -
Perscruto, ao longe, as sombras do sol-pôr…
Chora o silêncio… nada…ninguém vem…
Castelã da Tristeza, porque choras
Lendo, toda de branco, um livro de horas,
À sombra rendilhada dos vitrais?…
À noite, debruçada, plas ameias,
Porque rezas baixinho? … Porque anseias?…
Que sonho afagam tuas mãos reais?

Nenhum comentário:

Postar um comentário