terça-feira, 21 de agosto de 2012

COISAS DO FORUM...POR DRA.VIOLANTE PIMENTEL...


O SENHOR IA, DOUTOR?
(Tirado do "Anedotário Forense do Rio Grande do Norte" - Dr. Manoel Medeiros)

Há anos atrás, o Juiz Titular da Comarca de Macaíba, Dr. Asclepíades Fernandes, recebeu uma petição de anulação de casamento e teve que tomar as primeiras medidas, objetivando evitar a separação do casal. Espalhou-se na cidade que, na hora do "chega pra cá", a mulher fugia do marido igual ao diabo fugindo da cruz. O contrato nupcial, portanto, não se completou. O Juiz designou a data da audiência, para ouvir cada uma das partes, em particular e separadamente. A mulher continuava irredutível no seu intento. O homem, inconformado, não entendia a repulsa da mulher, pois, antes do casamento, ela demonstrava ser apaixonada por ele. O Juiz esgotou toda a sua dialética, como conselheiro, mas não conseguiu fazer a mulher desistir do pedido de anulação de casamento. Depois de muita conversa, a mulher criou coragem
 e resolveu relatar o motivo verdadeira dessa sua atitude. - "Doutor: realmente eu me casei com Antônio, tendo a melhor das intenções. Tudo normal e dentro da mais completa alegria e satisfação. Eu sonhava com o momento da nossa lua de mel. Na noite do casamento, logo que os convidados se ausentaram, fomos para a nossa residência. Percebi logo que Antônio estava nervoso e apressado. Foi direto para o banheiro e tomou aquele banho...Enxugou-se com a melhor toalha do meu enxoval, que havíamos recebido de presente. Teve o cuidado de se perfumar todo e, realmente, estava cheiroso e palpitoso. Quando olhei para a cama, estava aquele homem cheio de talco e de papo para cima. Aí, Doutor, confesso que nunca tinha sequer imaginado houvesse uma arrumação daquele tipo e que, em sã consciência, pudesse chegar a tanto. Foi nesse exato momento, que me veio a lembrança das cenas daquele famoso filme brasileiro - "O homem de ITU". O certo é que não tive coragem de enfrentar aquela "barra." Entendi ser um suicídio para mim, aceitar uma relação sexual naquelas condições tão desiguais. Eu, pouquinha, delicada, uma mulher, em princípio, de formação, não podia aguentar aquela monstruosidade de tamanho descomunal, querendo-me a todo custo. Não posso, Doutor. É demais. Não vou aceitar mesmo e está resolvido." Diante da irredutibilidade da jovem criatura, o Juiz Asclepíades ainda voltou a tentar convencer a moça, com outros argumentos, mas inutilmente. -"Não, Doutor. Não dá pra fazer. Agora pergunto, Doutor. Com aquele tamanho todo, muito além do que se tem notícias, portanto, fora do comum, o Sr. ia? O Sr. enfrentava, Doutor? Porque de minha parte, o diabo é quem vai lá. Está resolvido. Eu, nunca! Com Antônio, não é possível. Ele é demais e até parecia que ia acontecer uma cena macabra em que mulher nenhuma haveria de se sair inteira e normal. Prefiro que V. Exa. decida e eu possa voltar viva para a casa dos meus pais."

Nenhum comentário:

Postar um comentário