segunda-feira, 12 de setembro de 2011

UMA OUTRA VISÃO...

O ONZE DE SETEMBRO SOB OUTRO OLHAR

Compreendo e legitimidade do luto pelos mortos nos atentados de 11 de setembro de 2001, quando terroristas “cortaram os chifres da besta” (assim chamavam as torres gêmeas) americana, sustentáculo do capitalismo voraz que imprimiu um bloqueio criminoso à Cuba e causou um destroço sem precedentes à sua população.

Tento compreender porque ninguém nunca se rebelou contra a sanha belicista dos ianques que mataram dez vezes mais pessoas do que Bin Laden e seus suicidas dizimaram naquele fatídico dia. Eu não sou do time dos bandidos, mas também não dou dado a mocinhos de ficção.

Queria tanto que a mídia se libertasse da emoção sensacionalista barata e analisasse os fatos à luz da justiça. Vocês sabem quantas pessoas tombaram no Vietnã? Vocês têm idéia de quantas mortes os Estados Unidos patrocinaram na Guerra do Golfo? E o Iraque? E etc. etc. etc.

Na verdade eu me comovi quando vi aqueles aviões decepando torres como se fossem córneos. A genialidade (mesmo que a serviço do mal) de Osama Bin Laden, também me arrepiou. Fiquei completamente atônito, mas lhes confesso que desde cedo aprendi, lendo, que toda guerra deixa muitas cruzes pelo caminho.

Fiquei sim, triste pelos mortos do Word Trade Center, fiquei triste pelos órfãos, pelos viúvos e viúvas. Fiquei triste de forma enviesada, porque infelizmente o mundo só tem se transformado no furacão das guerras. Cheguei a chorar pelas crianças, estas sim; alvos inocentes de um débito que a América do Norte tinha com o restante do mundo.

Cresci vendo (e lendo) os EUA bebendo sangue, como um vampiro celerado que precisava demonstrar seu poder bélico para submeter os países menores à sua soberana vontade. Nós brasileiros pagamos também por esta configuração criminosa que “Tio Sam” encontrou para tentar reger o mundo ao seu bel prazer.

O “11 de Setembro” me remete ao kardecismo no qual se estuda a lei de “causa & efeito” e onde se decodifica a tese de que ninguém morre por acaso. Toda morte é possivelmente explicável, e aqui eu evoco uma fantástica palestra que assisti de Sueli Andrade Dias sobre esse tipo de evento em que muitas pessoas desencarnam.

Para fazer-me entender mais claramente, afirmo que jamais desejaria que aquelas pessoas morressem durante os ataques, mas ao mesmo tempo não vou ser cabotino de negar que em outro viés se fazia necessário um “soco” no queixo da “besta” capitalista bebedora de sangue. Indiretamente sobrou uma parte disso tudo para nós terceiro-mundistas que batíamos cabeça e balançávamos o rabinho que nem lagartixas a tudo que Tio Sam nos impunha.

Botamos bebop no nosso samba bem antes de Tio Sam pegar no tamborim. Nosso baião nunca chegou aos salões americanos e a zabumba sequer soou quando as torres ruíram. Á luz do legalismo recuaríamos até a lei de “causa e efeito” e a inevitável construção do “quem bate leva”. Chorei a 11 de setembro de 2001. Chorei sim. Chorei do meu peito humano. Chorei para desembaçar a minha opinião e fazer-me crer que realmente nada é por acaso e tudo tem seu lado positivo.

Sem Osama Bin Laden não teríamos chegando tão rápido a Barack Obama. Entre Osama e Obama mora um rio. Provavelmente um rio que a história saberá guardar para recontar o “11 de Setembro” sem a névoa do simplismo. O mundo muda com a paz e também muda com a guerra. Segundo o poeta Gil “a guerra é produto da paz” e “uma bomba sobre o Japão fez nascer um Japão de paz”.

Quem era pior: Bush ou Bin Laden? Quem matou mais? Quem fez mais guerras? Quem fez mais mal ao mundo, os EUA ou o Oriente? O Vietnã não nos deixa dúvidas. O Golfo, Cuba, etc. Façamos uma oração pelos que choram os mortos do 11 de setembro. Choremos mais ainda pelos tantos mortos pelos EUA. Esqueçam Hollywood. Esqueçam as matérias postas nas tevês. Meditem. (Re) vejam a história. Não há inocentes nesse imbróglio.

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