domingo, 11 de setembro de 2011

DIALÉTICA...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL...






Nunca mais paixão,orgia e canção...
nunca mais espírito,luz e tesão...
nunca mais não...

nunca mais não disse,nunca mais fostes, nunca mais sei não...
nunca mais beijos na boca, nunca mais voos, nunca mais não...

nunca mais histórias de amor, nunca mais vitórias, nunca mais conquistas,
nunca mais limpar a vista, nunca mais senão...

nunca mais afeto, nunca mais boleros, nunca mais perdão...
nunca mais fuga, nunca mais lutas, nunca mais as mãos...

nunca mais um novo dia, nunca mais amanhecer,nunca mais solidão,
nunca mais a tudo, nunca mais o chão, nunca mais a chuva,nunca mais em vão...

nunca mais abraço, nunca mais os fardos , nunca mais sem chão...
nunca mais o sonho, nunca mais o beijo, nunca mais flutuar...

nunca mais mistérios, nunca mais fugas, nunca mais ilusão...
nunca mais a rosa, nunca mais a prosa,nunca mais a roda,nunca mais são João...

nunca mais a sorte, nunca mais o norte,nunca mais não...
nunca mais nunca mais...
nunca mais NÃO.
NUNCA MAIS A MÃO NAQUILO...
NUNCA MAIS AQUILO NA MÃO...
NUNCA MAIS AGRESTE...
NUNCA MAIS SERTÃO...


Valsa Do Bordel

Vinicius de Moraes

Longas piteiras
Perfumes no ar
Roxas olheiras
Em torno do olhar

Que brincadeira
Fazer profissão
Da mais antiga e
Mais sem solução

Discos franceses
Tão sentimentais
Velhos fregueses
Com taras iguais

Ah, quem me dera voltar para trás
Sem sentir mais tanta solidão
E, de repente, entre tanto cliente
Lá chega o gostosão
E, incontinênti, abre conta corrente
Em nosso coração

A gente apanha
Mas sente prazer
Dá o que ganha

E o que se vai fazer?
Ele é a paixão, todo resto é saber
Vender um pouco de ilusão

E um dia assim
Como quem faz porque acontece
Num abraço ela me desse
A esperança de poder dizer-lhe adeus

Lua Cheia

Chico Buarque

Ninguém vai chegar do mar
Nem vai me levar daqui
Nem vai calar minha viola que desconsola,
Chora notas pra ninguém ouvir
Minha voz ficou na espreita, na espera,
Quisera abrir meu peito, cantar feliz
Preparei para você uma lua cheia
E você não veio, e você não quis
Meu violão ficou tão triste, pudera,
Quem dera abrir janelas, fazer serão
Mas você me navegou mares tão diversos
E eu fiquei sem versos, e eu fiquei em vão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário