sábado, 20 de novembro de 2010

ROBERTO CARLOS...




O REI E OS COMPOSITORES NEGROS


“Eu sou um negro gato de arrepiar/ E essa minha vida é mesmo de amargar/ Só mesmo de um telhado/ Aos outros desacato/ Eu sou um negro gato...” Com essa música do compositor Getúlio Côrtes, lembro neste 20 de novembro, dia da Consciência Negra que esse foi o autor negro mais gravado pelo rei Roberto Carlos. Ele também foi o primeiro compositor que teve por três vezes, duas músicas gravadas pelo Rei em um mesmo disco, fato ocorrido no LP “Jovem Guarda” em 1965, o LP de 1966 e “O Inimitável”, em 1968. São dele, as seguintes canções: “Noite de terror” (1965), “O Feio” em parceria com Renato Barros (1965), “Pega ladrão” (1965),” Negro gato” (1966), “ O gênio” (1966), “O Sósia” (1967), as belíssimas “Quase fui lhe procurar” e “O Tempo vai apagar” essa em parceria com Paulo César Barros no ano mítico e místico de 1968., “Nada tenho a perder” (1969), “Uma palavra amiga” (1970), “Eu só tenho um caminho” (1971), “Atitudes” (1973), “Por motivo de força maior” (1976).
A compositora Helena dos Santos foi primeira mulher a ter canções gravadas por Roberto. São dela: “Na Lua não há”, (1963), “Meu grande bem” (1964),”Como é bom saber” (1965), “Sorrindo para mim” (1965), “Esperando você” (1966), “Fiquei tão triste” (1967), “Nem mesmo você” (1968), “Do outro lado da cidade” (1969), “O Astronauta” (1970), “Agora eu sei” (1972), “Recordações” (1982),as três últimas em parceria com Edson Ribeiro. Por falar em Edson Ribeiro, foi o primeiro negro a ter músicas gravadas pelo Rei, tendo participado, inclusive, de seu primeiro LP lançado em 1961 com a canção “Só você” uma parceria com Renato Côrte Real. Compôs ainda: “Aquele beijo que te dei” (1965),”Não precisas chorar” (1966), “Você deixou alguém a esperar” (1967), “Ninguém vai tirar você de mim” e “Custe o que custar”, ambas em parceria com Hélio Justo no ano de 1968, “Não adianta” (1969), “O Astronauta (1970), “Agora eu sei” (1972) e “Recordações” (1982).
Do genial Tim Maia gravou: “Não vou ficar” (1969); do talentoso Djavan “A Ilha” (1980). De Wando: “A menina e o poeta”(1976). Do Golden Boy Renato Correia: “É papo firme” parceria com Donaldson Gonçalves (1966) e “Eu amo demais” (1968). Do romântico Nenéo: “Quero ter você perto de mim” (1969), “O dia-a-dia”, parceria com Fred Jorge (1976) e “Hoje é domingo” com Dalmo Belote (1993). Do compositor Pilombeta: “Escreva uma carta meu amor” parceria com Tito Silva (1965) e “Tudo que sonhei” (1967). Do autor Niquinho: “Gosto do jeitinho dela” (1965) e “Ar de moço bom” (1966), ambas com Othon Russo. Do monstro sagrado Dorival Caymmi, “Acalanto” (1972). Do maravilhoso Ataulfo Alves em parceria com Mário Lago: “Ai que saudades da Amélia” (1976). De Altay Veloso: “Dito e feito” (1992) e “Parabéns” (1993). E por fim do fera Milton Nascimento com Wagner Tiso: “Coração de estudante”no CD Duetos (2006).
Esses são, portanto, autores negros que enriqueceram a discografia do rei Roberto Carlos e ajudaram-lhe a ser o cantor mais amado pelos brasileiros como retrata bem a saudosa Helena dos Santos na canção: “Nem mesmo você pode entender porque tanto amor me prende a você...”
José Normando Bezerra
Pte. Fã Clube Além do Horizonte/ Natal/RN,novembro/2010

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