sábado, 6 de novembro de 2010

REVENDO A HISTÓRIA...

HARDY GUEDES.

O puxa-saquismo é uma doença terrível. Quando acompanhado de fanatismo, então, nem se fala. Gera distorções terríveis, a ponto de, quando o “líder”, alvo de veneração, abre a boca, haver gente que diga que “O mundo se ilumina!”

É preciso, pois, ter muito cuidado! Hitler começou assim e o mundo, realmente, ficou iluminado, mas pelo clarão das explosões das bombas, na 2ª Grande Guerra.

Um fato que venho notando, com um certa frequência, são alguns seguidores de Lula repetindo a mesma asneira que ele diz, quando afirma que em 500 anos de existência, o Brasil foi governado pelas elites e que essas nunca se importaram com OS pobres.

Onde será que Lula, que nunca leu um livro, estudou História, para fazer uma afirmação tão estúpida!?

Em primeiro lugar, o Brasil não tem 500 anos. O Brasil só passou a ser uma nação livre e soberana em 07 de setembro de 1822, quando D. Pedro I proclamou a independência. Ou seja, o Brasil tem somente 188 anos. Antes disso, éramos Portugal.

E quem proclamou a nossa independência não foi ninguém filiado ao PT, nem quem tivesse sido metalúrgico do ABC, mesmo porque, naquele tempo, esses nem existiam.

Tampouco foi algum político de esquerda, de centro ou de direita. O autor da façanha foi o príncipe herdeiro da coroa portuguesa. Ou seja, alguém das “zelites”. E bota elite nisso.

Antes disso, a tentativa civil de libertar o Brasil ocorreu em 1789, a Inconfidência Mineira, que terminou com a morte de Tiradentes e o degredo de vários de seus pares.

Os participantes eram militares, membros do clero e intelectuais, ou seja, não eram operários do ABC ou coisa parecida. Eram burgueses, se considerarmos as nomenclaturas atuais para denominar a classe média.

Esse movimento surgiu paralelamente ou inspirada na Revolução Francesa, que pregava Liberdade, Igualdade e Fraternidade, iniciada em maio daquele mesmo ano.

Se recuarmos um pouco mais, veremos que ambos os movimentos devem ter sido inspirados na Independência Americana, ocorrida em 1783.

A nossa república, com certeza, instaurada em 1889, portanto há 121 anos (relativamente nova), inspirou-se na Independência Americana.

Foi tanta a inspiração que o nosso país, inicialmente, chamou-se ESTADOS UNIDOS DO BRASIL e a nossa primeira bandeira, por sugestão de Rui Barbosa, era listada como a bandeira Americana, só que nas cores Verde e amarela.

E não foram civis que implantaram a república. Foram os militares, quem diria! A ponto do nosso primeiro presidente ter sido um marechal, Deodoro da Fonseca, e o segundo, também: Floriano Peixoto.

A História não pode ser analisada de forma isolada. As ideias, disseminadas a partir de algum lugar, ultrapassam fronteiras e podem, ou não, inspirar movimentos similares em outros lugares do mundo.


Tudo vai se ajeitando aos poucos, à medida em que vão surgindo novas ideias e a sociedade vai apresentando novas exigências ou tomando consciência.

O sindicalismo, ainda incipiente, começou no século XVIII, na Inglaterra, país que iniciou a chamada Revolução Industrial, embora alguns afirmem que foi na França, em 1865. Ou seja, o sindicalismo nasceu em decorrência da industrialização.

No Brasil, no início do século passado, os trabalhadores começaram a se organizar e a nossa “Revolução Industrial” começou após 1930.

Logo, somente os índios podem falar em 500 anos de opressão por parte das “zelites”.

E índio não tem barba.

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