terça-feira, 30 de novembro de 2010
LEMBRANDO DO PAI...
Velho Amigo
BADEN POWELL.
Nesse dia de natal
Em que já não estás comigo
Ah, deixa-me chorar ao relembrar a valsa
De um natal antigo
Ao chegar a velha hora
Eu te lembro velho amigo
Entrar bem devagar, me beijar
E ir chorando embora
Meu velho amigo
Porque foste embora
Desde que tu partiste o meu natal é triste
Triste e sem aurora
Se o céu existe, se estás lá agora
Lembra bem lá do céu
UM CONTO...
(Conto de Moreira Campos)
Chão rude, áspero, mais de pedregulhos. Um que outro bode ou cabra nas escarpas. O vento e os redemoinhos de folhas secas. Sobre os lajedos, ao meio-dia, modorravam lagartos. Os casebres em distância de léguas. Seres em farrapos, as calças dos homens em tiras dos joelhos para baixo, olho da enxada ao ombro. As mulheres mal podendo apresentar-se: os restos de roupa remendados não cobriam bem as vergonhas. Esse o pudor com que elas se entremostravam, escondidas no umbral da porta para servir a caneca d'água, moringa na mão, olhos em terra. Nesse mundo Belarmino lavrava o roçado onde possível: o veio d'água, o poço barrento, que os músculos rijos aprofundavam no verão maior. Trabalhava o roçado em companhia do filho, até o dia em que a cobra, em mudança de pele, cega, muito veneno nas presas, picou o rapaz perto do buraco do antigo formigueiro sob a oiticica, única mancha permanentemente verde naquele mundo de cinzas.
O garrote de tira de pano no tornozelo, onde o beiço da pele já crescia duro e roxo. A vista empanada, quase sem luz, o delírio no fundo da tipóia:
– Água.
O ferro em brasa, que a própria mulher do filho trouxe da trempe de tijolos na cozinha. O gemido, contorções do corpo. A pele de fumo voltou a cobrir a ferida. Morreu três horas depois. Longe os vizinhos. Légua e meia o mais próximo. Belarmino teve de ir até lá (o cachorro enrolava-se no chão sob a tipóia do morto). Trouxe outros seres em molambos e grunhidos. E a marcha fúnebre – tipóia oscilante presa à estaca de sabiá – se fez em direção ao distante arruado, onde havia a capela e o telheiro abatido do mercado.
No mais, a solidão da noite e dos seres. A viúva-menina, sem lágrimas. Duro mundo, carente de umidades. Muitas lições de renúncia. Tão trabalhados todos como a escarpa fendida e crestada pelo tempo, por onde subiam bodes e cabras.
– Ahn?
– Ô.
Eram as palavras, na noite que se comprimia, se fechava, vinda dos horizontes, da ramaria seca, de onde voavam bacuraus. Da folhagem do imbuzeiro chegava o rasgo da coruja, sem que o mau agouro espantasse mais. Apenas o cachorro erguia as orelhas, consultava o imbuzeiro e latia, insistente.
– Te cala, bicho!
O menino chorava no berço de varas. A viúva-menina enfadava-se. Erguia-se, limpava com a mão o cisco ligado aos molambos do vestido (a nudez moça e magra contra a chama da trempe na cozinha ou à luz do dia) e servia o mingau de farinha ao filho.
Continuou a levar ao roçado o prato de comida ao sogro, naquele tamanho meio-dia, a colher de latão de través no amarrado do pano. O cachorro a acompanhava, desviando-se pelas veredas: o faro de um que outro preá, mais presente, em pulsações de narinas, no cair da tarde. Belarmino fincava a enxada no barro. Voltava a correr o indicador na testa para livrar-se do suor. Cuspia cuspo grosso. Deslocava-se do canto da boca e punha na pedra a masca de fumo. Sentava-se, benzia-se e iniciava o almoço.
Palavras poucas. Mais os pressentimentos e a compreensão das duras coisas do mundo. Tanto que ela não se assustou quando ele um dia pousou a mão áspera, de muitos calos, um casco, sobre a sua coxa magra. Antes deu-se, sem espanto. Um objeto. Sabia que os olhos dele já lhe varavam o vestido ralo à luz da trempe ou do dia. Entregou-se à sombra do oitizeiro, forrando-se com o próprio pano em que envolvia os pratos.
O cachorro, apoiado nas patas traseiras, orelhas sempre erguidas, foi a única testemunha, sem contar o anum, que teve vôo rasteiro de uma estaca para outra da cerca, ou o lagarto que correu entre folhas secas.
Ela pôs barriga, apareceram as olheiras. A falta de ar já não lhe permitia levar a comida ao roçado. Belarmino valia-se da própria trempe de tijolos sob o mesmo oitizeiro.
A notícia correu de boca em boca, de légua em légua, ouvidos apurados. Uma velha benzeu-se. No nono mês, o próprio Belarmino lhe fez o parto, panela d'água fervente na trempe da cozinha, os molambos molhados. O umbigo do filho ficou crescido pelo corte sem arte. E assim, de grande umbigo, ele começava a engatinhar no chão de barro, o meio irmão já firme nas pernas, o volume da barriga (não perdia o vício de comer barro). Riam os dois, o cachorro entre eles brincando de esconder-se, tudo menino.
Um dia, bateu à porta do casebre o Peregrino. Grande chapéu de palha, o camisolão com o cordão de São Francisco, as alpercatas e o cajado. Nos tornozelos, grudado, o pó das longas estradas. Pregava a Bíblia, os ensinamentos de Deus, em febre de vozeirão e chamas do inferno. As loucuras. A grande barba negra, partida ao meio, tremia. Já trazia notícia daquela mancebia e incesto.
Baixou os olhos diante do vestido ralo da viúva-menina, que já se protegia no umbral da porta. Viu todos: Belarmino, o menino mais crescido, o filho do incesto, que engatinhava e ria sem dentes, o grande umbigo. Pediu pousada, que lhe foi dada na esteira de palha da sala. A noite caiu. Os mesmos seres sem palavras. Mais, em tom de voz e luta com as trevas, as andanças do Peregrino, o mundo de chão que lhe comera as sandálias.
– Este mundo de meu Deus! – dizia, abrangendo o todo num grande gesto.
Não teve recriminações bíblicas. Cessaram ali as chamas do pecado, das condenações eternas. Apagou-se o fogo do inferno. Talvez tivesse tido a intuição de que a palavra de Deus era pequena ou grande demais para compreender a necessidade e a solidão. A mão cabeluda, de unhas sujas, voltou a agradar a cabeça dos meninos. Agradeceu a dormida e o alimento. Apoiou-se ao cajado, e as suas sandálias voltaram a palmilhar os caminhos do mundo.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
MINHA HOMENAGEM A QUEM NÃO TEM PÃO...
Ontem pela manhã, ao sair da gosto de Pão da jaguararí, após tomar um lauto café,um rapaz muito gentil, com as feições dos meus filhos, suplicante, de uns 17 anos, me abordou,pedindo até desculpas por ter fome:Doutor um pão com manteiga é um e noventa,me dê um, pra eu tomar café...se o senhor não acreditar que eu compro, compre o senhor mesmo e me dê...É claro que eu dei o dinheiro,mas fiquei passado de pena...ainda hoje estou sofrendo...Jamais me acostumo com a injustiça do mundo...com a injustiça social,criada pelo próprio homem...tenho cinquenta e cinco anos,mas não perdí a capacidade de escutar os pobres...não perdí a capacidade de sofrer diante de certas cenas...é por isto que eu tenho tanto ódio de quem desvia dinheiro público...quero que Deus me leve, um dia antes,daquele dia que eu ficar indiferente a dor dos pobres...é a minha lei...é a minha questão.
Quem merece mais a nossa atenção, a nossa compreensão, a nossa ternura e o nosso respeito são os pobres... é esta a reflexão permanente da minha solidão, neste dialogo permanente que eu tenho com Deus.
domingo, 28 de novembro de 2010
A BURGUESINHA...
Burguesinha
Seu Jorge
Composição: Seu Jorge / Gabriel Moura / Pretinho da Serrinha
Vai no cabeleireiro
No esteticista
Malha o dia inteiro
Pinta de artista
Saca dinheiro
Vai de motorista
Com seu carro esporte
Vai zoar na pista
Final de semana
Na casa de praia
Só gastando grana
Na maior gandaia
Vai pra balada
Dança bate estaca
Com a sua tribo
Até de madrugada
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha
Só no filé
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha
Tem o que quer
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha
Do croissant
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha
Suquinho de maçã
PÉROLAS DE CHICO BUARQUE DE HOLANDA...
QUEM TE VIU, QUEM TE VÊ.
Você era a mais bonita das cabrochas dessa ala
Você era a favorita onde eu era mestre-sala
Hoje a gente nem se fala mas a festa continua
Suas noites são de gala, nosso samba ainda é na rua
Hoje o samba saiu, lá lalaiá, procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais esquece não pode reconhecer
Quando o samba começava você era a mais brilhante
E se a gente se cansava você só seguia a diante
Hoje a gente anda distante do calor do seu gingado
Você só dá chá dançante onde eu não sou convidado
O meu samba assim marcava na cadência os seus passos
O meu sonho se embalava no carinho dos seus braços
Hoje de teimoso eu passo bem em frente ao seu portão
Pra lembrar que sobra espaço no barraco e no cordão
Todo ano eu lhe fazia uma cabrocha de alta classe
De dourado eu lhe vestia pra que o povo admirasse
Eu não sei bem com certeza porque foi que um belo dia
Quem brincava de princesa acostumou na fantasia
Hoje eu vou sambar na pista, você vai de galeria
Quero que você me assista na mais fina companhia
Se você sentir saudade por favor não de na vista
Bate palma com vontade, faz de conta que é turista
Flor da Idade
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque de Holanda
A gente faz hora, faz fila na vila do meio dia
Pra ver Maria
A gente almoça e só se coça e se roça e só se vicia
A porta dela não tem tramela
A janela é sem gelosia
Nem desconfia
Ai, a primeira festa, a primeira fresta, o primeiro amor
Na hora certa, a casa aberta, o pijama aberto, a família
A armadilha
A mesa posta de peixe, deixe um cheirinho da sua filha
Ela vive parada no sucesso do rádio de pilha
Que maravilha
Ai, o primeiro copo, o primeiro corpo, o primeiro amor
Vê passar ela, como dança, balança, avança e recua
A gente sua
A roupa suja da cuja se lava no meio da rua
Despudorada, dada, à danada agrada andar seminua
E continua
Ai, a primeira dama, o primeiro drama, o primeiro amor
Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava Paulo
Que amava Juca que amava Dora que amava Carlos que amava Dora
Que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava
Carlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amava
a filha que amava Carlos que amava Dora que amava toda a quadrilha
NA RÁDIO CABEÇÁ DO POTENGÍ: TERESA CRISTINA...
Gema
Caetano Veloso
Brilhante ê!
De noite, dentro da mata
Na escuridão, luz exata
Vejo você
Divina ê!
Diamantina presença
Na solidão de quem pensa
Só em você
Esquecer, não
Revelação
Deixa eu ver
Pedra-clarão da floresta
Gema do olho da festa
Deixa eu saber
Meu amor
Dona da minha cabeça
Não, nunca desapareça
Do seu amor
Esquecer, não
Me perder, não
Estrela ê!
Na taça negra da selva
Gota de luz sobre a relva
Meu bem-querer
Lua-Sol ê!
Centro do meu pensamento
Meu canto dentro do vento
Busca você
Esquecer, não
Esconder, não
Brilhante ê!
sábado, 27 de novembro de 2010
"O tamanho da amizade não se mede pelo número de visitas, mas pela alegria de cada reencontro ". Luís da Câmara Cascudo
ONDE ESTÁ O DINHEIRO ?
O Hospital Infantil Varela santiago precisa pedir esmolas para sobreviver...e o sobrevive GRAÇAS A COMPETENCIA INQUESTIONÁVEL DA SUA DIREÇÃO.
Onde Está o Dinheiro?
Gal Costa
Onde está o dinheiro?
O gato comeu, o gato comeu
E ninguém viu
O gato fugiu, o gato fugiu
O seu paradeiro
Está no estrangeiro
Onde está o dinheiro?
Onde está o dinheiro?
O gato comeu, o gato comeu
E ninguém viu
O gato fugiu, o gato fugiu
O seu paradeiro
Está no estrangeiro
Onde está o dinheiro?
Eu vou procurar
E hei de encontrar
E com o dinheiro na mão
Eu compro um vagão
Eu compro a nação
Eu compro até seu coração
Onde está o dinheiro?
O gato comeu, o gato comeu
E ninguém viu
O gato fugiu, o gato fugiu
O seu paradeiro
Está no estrangeiro
Onde está o dinheiro?
Onde está o dinheiro?
O gato comeu, o gato comeu
E ninguém viu
O gato fugiu, o gato fugiu
O seu paradeiro
Está no estrangeiro
Onde está o dinheiro?
No norte não está
No sul estará
Tem gente que sabe e não diz
Está tudo por um triz
E aí está o xis
E não se pode ser feliz
Onde está o dinheiro?
O gato comeu, o gato comeu
E ninguém viu
O gato fugiu, o gato fugiu
O seu paradeiro
Está no estrangeiro
Onde está o dinheiro?
Onde está o dinheiro?
O gato comeu, o gato comeu
E ninguém viu
O gato fugiu, o gato fugiu
O seu paradeiro
Está no estrangeiro
Onde está o dinheiro?
Eu vou procurar
E hei de encontrar
E com o dinheiro na mão
Eu compro um vagão
Eu compro a nação
Eu compro até seu coração
REFLETINDO SOBRE AS ÚLTIMAS REVELAÇÕES EM LARAPIOPÓLIS..
Vale a pena ser honesto? Penso que sim. Afirmo que não! É diante deste paradoxo que escrevo este texto.
Rui Barbosa, no discurso de renúncia ao cargo de senador em 1921 disse: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.
O velho filósofo grego Diógenes, andava pelas ruas em plena luz do dia com uma lanterna acesa na mão. E ao ser questionado respondia que estava a procurar um homem honrado.
Ah meu caro Rui! De lá pra cá, as coisas mudaram muito, e mudaram pra pior. A desordem grassa no meio da sociedade, ninguém é de ninguém; todo mundo acusa todo mundo, todos estão preocupados em se dar bem, ao mais desonesto o maior quinhão. A palavra empenhada não mais vale nada; em época de campanha, os nossos políticos, “prometem como sem falta pra faltar como sem dúvida”.
Aposentaram o velho baú onde guardavam nossos réis, transformaram o dinheiro em reais, colocaram no fundo da cueca e o guardaram em paraísos fiscais. E as mudanças não pararam por aí, até o português sofreu a ação predadora das reformas: tiraram o “PH” de farmácia, o “C” mudo de doctor; até lingüiça perdeu o trema (¨)/mais continua linguiça/ tranq uilo, não tem problema/colocar trema, dá uma preguiça. A homofonia alastrou-se tanto no velho português que hoje: genro não é só o marido da filha, manteiga não é apenas um derivado do leite, lula não é só um molusco marinho…
Alguns políticos nesse país se sentem atraído pelo poder, pelo os altos salários, pela mordomia… tal qual as mariposas se sentem atraídas pela luz. E nada vêem, nada sentem, nada ouvem. Só o que lhes interessa. O analfabetismo, a fome, a miséria… não os prejudica. Ao contrário os beneficia, pois, o miserável é fácil de ser corrompido e o analfabeto é fácil de ser convencido.
Alguns pais, não estão mais ensinando aos filhos: a ética, a moral, os bons costumes… esqueceram de ensinar-lhes que a maneira mais conveniente de alcançar o topo, é o trabalho duro, é escalar a escada, degrau após degrau… e não a esperteza, a conveniência, a conivência, os atalhos escusos…
Ah meu caro Diógenes! A claridade não nos faz vê a honradez dos homens, nem a escuridão encobre seus vícios. Ambos sente-se na pele, na barriga vazia, na falta de moradia, no desemprego, na ambição de alguns políticos por poder e consequentemente por bons salários, em detrimento da maioria que não ganha nem o suficiente para sobreviver. E por aí a tragédia vai se instalando, caminhando e dominando a situação, piorada com a escuridão originada na pane do sistema de segurança, instalando-se o apagão do setor, somando-se aos apagões de muitos outros sistemas de serviços essenciais para a sociedade brasileira, literalmente órfã de governo.
Hoje é fácil comprovar que a nossa justiça é cega, nossas leis são frágeis e não são iguais para todos. Basta vê os dois casos a seguir: Desempregado, Paulo, 28 anos, casado com Sonia, grávida de 4 meses, sem ter o que comer em casa, foi ao rio Piratuaba, em São Paulo, pertinho de sua casa, pescar pra botar comida na mesa. Pegou alguns lambaris, menos de um quilo. Mas não sabia que era proibido pescar naquele rio.
Foi preso, apanhou na delegacia e saiu dois dias depois porque um amigo pagou a fiança de R$ 280,00. (duzentos e oitenta reais) E ainda foi multado pelo IBAMA em R$.724,00. (setecentos vinte e quatro reais) Sonia, a esposa grávida, desesperada com o sumiço de Paulo, passou mal e foi parar no hospital. Resultado: perdeu o filho. Os peixes que Paulo pescou, certamente, apodreceram no lixo da delegacia. Caso ocorrido em 31/01/2009.
Em Atalanta, Santa Catarina, em 13/03/2008. A empresa “Indústria e Comércio de Malhas Atalanta Ltda, lançou dejetos de sua tinturaria no rio Dona Luiza, no centro da cidade de Atalanta, alcançando também o Parque Municipal Mata Atlântica. Vale registrar que os resíduos são altamente poluentes, o crime ambiental foi testemunhado por técnicos da Apremavi, do Grupo Pau-Campeche e da Federação de Entidades Ecologistas Catarinense. A Apremavi registrou a denúncia na Polícia Ambiental de Rio do Sul, mas obteve como resposta a informação da impossibilidade do atendimento, verificação e autuação do crime ambiental no mesmo dia, mesmo havendo 3 funcionários no escritório no momento da denúncia.
Moral da história: se Deus é brasileiro como andam dizendo por aí, com tanta terra boa, neste imenso Brasil, cheio de encantos mil, bem que podia ter feito o homem um pouco melhor.
É, meus caros: Rui e Diógenes! Este mundo está à deriva/sua gente está na fossa/meia culpa é dos políticos/a outra metade é nossa…
Entre meus atrevimentos, ouso perguntar ao caro leitor: Vale a pena ser honesto?
Francisco Itaerço...
O Ladrão Besta E O Sabido
Caju & Castanha
Quem é que vive mais o ladrão besta ou o sabido
O besta morre logo e o sabido é garantido
Diz o ladrão sabido só anda bem arrumado
O seu relógio é de ouro o seu carro é importado
Passa no meio da policia ainda é cumprimentado
Você vê o ladrão besta vive igual um Bacurau
Não pode ouvir um alarme pensa que é o auaua
Sai com a peste da carreira que é pra não morrer no pau
Quem é que vive mais o ladrão besta ou o sabido
O besta morre logo e o sabido é garantido
Diz o ladrão sabido come muito e não enjoa
Conhece vários países não liga pra coisa à toa
E no guarda-roupa dele só entra seda da boa
Você vê o ladrão besta só come mesmo é batata
O que tem na casa dele é percevejo e barata,
Muriçoca, mosca e rato e um cachorro vira-lata.
Quem é que vive mais o ladrão besta ou o sabido
O besta morre logo e o sabido é garantido
Diz o ladrão sabido só rouba muito dinheiro
Rouba hoje no Brasil amanhã no estrangeiro
Se hospeda em cinco estrelas e ninguém sabe seu roteiro
Você vê o ladrão besta dorme até no meio da praça
Rouba o relógio de um vende pra tomar cachaça
Que quando a policia pega volta pra mesma desgraça
Quem é que vive mais o ladrão besta ou o sabido
O besta morre logo e o sabido é garantido
Se morre o ladrão sabido o seu enterro é filmado
Sai em jornal e revista passa três dias velado
E o velório se enche de ladrão engravatado
Ladrão besta quando morre nem tem vela nem tem cruz
Ele apodrece no mato seu corpo ninguém conduz
E o corpo dele fede de longe pra os urubus
Quem é que vive mais o ladrão besta ou o sabido
O besta morre logo e o sabido é garantido
Diz o ladrão sabido rouba carro e avião
Seqüestra filho de rico leva ele pro Japão
Se o rico quiser seu filho tem que pagar um milhão
Você o ladrão besta se acorda de manhãzinha
Entra no quintal alheio vai roubar uma galinha
Recebe um tiro de doze bem pela porta da cozinha
Quem é que vive mais o ladrão besta ou o sabido
O besta morre logo e o sabido é garantido
Diz o ladrão sabido tem médico e advogado
Mora em uma mansão vive muito sossegado
Até pra falar com ele tem que ser autorizado
Você vê o ladrão besta quando não tem condição
Dorme até no meio da praça em favela e barracão
E quando a policia chega derruba as tábuas no chão
Quem é que vive mais o ladrão besta ou o sabido
O besta morre logo e o sabido é garantido
Diz o ladrão sabido tem até rádio amador
Telefone escritório tv e computador
Tem mais vinte secretárias que lhe tem muito valor
Você o ladrão besta é pior do que otário
Rouba de noite e de dia pra ele não tem horário
Se é de roubar um barão rouba que ganha uma salário
Quem é que vive mais o ladrão besta ou o sabido
O besta morre logo e o sabido é garantido
Diz o ladrão sabido vai buscar aonde tem
Ele rouba, mas não mata e toda vez sai bem
E quem mora junto dele é o cidadão de bem
Se você vê o ladrão besta vive de cabeça tonta
No bairro que ele mora dificilmente ele apronta
Mas quando aparece um roubo todo mundo lhe aponta
Quem é que vive mais o ladrão besta ou o sabido
O besta morre logo e o sabido é garantido
Diz o ladrão sabido tem mais de uma empregada
Tem a que faz a comida que serve a água gelada
A que lava sua roupa e uma que limpa a morada
Você vê o ladrão besta no dia que é flagrado
Leva tanta cacetada fica todo esculhambado
Não tem um tostão no bolso que pague o advogado
Quem é que vive mais o ladrão besta ou o sabido
O besta morre logo e o sabido é garantido
Diz o ladrão sabido vai ao parque e a igreja
Vai ao clube vai a praia vai aonde ele deseja
E quem for amigo dele tem grana whisk e cerveja
Você vê o ladrão besta tem uma vida ruim
Rouba sapato cueca rouba calça trança e linho
Muitos não chega nem vive porque os homens dão lhe fim
Quem é que vive mais o ladrão besta ou o sabido
O besta morre logo e o sabido é garantido
Diz o ladrão sabido vive de barriga cheia
Possui terra e fazendo e com nada se aperreia
Quando vai preso se solta não passa um dia em cadeia
Você vê o ladrão besta anda amarelo e doente
Quando rouba cem cruzeiros vai comer cachorro-quente
E a policia chega grite teje preso novamente
Quem é que vive mais o ladrão besta ou o sabido
O besta morre logo e o sabido é garantido
Quem é que vive mais o ladrão besta ou o sabido
O besta morre logo e o sabido é garantido
Quem é que vive mais o ladrão besta ou o sabido
O besta morre logo e o sabido é garantido
Para melhorar o Capô do fusca...
PROFESSOR CACHORRO...
Se um cachorro fosse professor...
Se um cachorro fosse professor, você aprenderia coisas assim:
Quando alguém que você ama chega em casa, corra ao seu encontro.
Nunca perca uma oportunidade de ir passear.
Permita-se experimentar o ar fresco do vento no seu rosto.
Mostre aos outros que estão invadindo o seu território.
Tire uma sonequinha no meio do dia e espreguice antes de levantar.
Corra, pule e brinque todos os dias.
Tente se dar bem com o próximo e deixe as pessoas te tocarem.
Não morda quando um simples rosnado resolve a situação.
Em dias quentes, pare e role na grama, beba bastante líquidos e deite
debaixo da sombra de uma árvore.
Quando você estiver feliz, dance e balance todo o seu corpo.
Não importa quantas vezes o outro te magoa, não se sinta culpado...volte e
faça as pazes novamente.
Aproveite o prazer de uma longa caminhada.
Se alimente com gosto e entusiasmo.
Coma só o suficiente.
Seja leal.
Nunca pretenda ser o que você não é.
E o MAIS importante de tudo....
Quando alguém estiver nervoso ou triste, fique em silêncio, fique por perto
e mostre que você está ali para confortar.
A amizade verdadeira não aceita imitações!!!
E NÓS PRECISAMOS APRENDER ISTO COM UM ANIMAL QUE DIZEM SER IRRACIONAL!!!!
RAMIRO ROSS.
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
NATAL(LARAPIOPÓLIS)...
SIGMUND FREUD...
1...UMA TRISTEZA: TODO MUNDO ROUBANDO...TÊTA GOSTOSA, ESTA DA MÁQUINA PÚBLICA.O DISCURSO BONITO É SOMENTE NO PALANQUE, NA TELEVISÃO...AÍ TODO MUNDO É PROGRESSISTA,GUERREIRO,É O NÔVO...NOS BASTIDOERES IMPERA A FALCATRUA,A SAFADEZA...SE DEBRUÇAM SOBRE O DINHEIRO PÚBLICO,COMO UM PORCO SE DEBRUÇA SOBRE O COXO.
2...VÍ NO TWITTER: A LICITAÇÀO DESERTA DA ARENA DAS DUNAS É PROPOSITAL...OS TOLINHOS ESPERAM É A DISPENSA DE LICITAÇÃO, DE ÚLTIMA HORA...É BEM MELHOR!!!
3...NUMA CIDADE QUE SE ROUBA DO CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE LIMPEZA,IMAGINEM COM UMA FÁBULA DE DINHEIRO, COMO É A ARENA DAS DUNAS...
4...ENQUANTO ISTO, O HOSPITAL WALFREDO GURGEL SEM NADA...FALTANDO ESPARADRAPO...FALTANDO FIO DE SUTURA...
5...FOI PAGO 200.000 REAIS PARA HOSPEDAGEM DE ARTISTAS DE CINENA EM NATAL...ENQUANTO ISTO O HOSPITAL INFANTIL VARELA SANTIAGO PRECISA CONSTANTEMENTE DE PEDIR ESMOLAS...
6...O QUE SE COMENTA HOJE NO PLANO PALUMBO É O CASAMENTO CHIQUE DE SILVIA ARRUDA,FILHA DO ILUSTRE LEONARDO ARRUDA CÃMARA E GRAÇA.
7...NO DIA EM QUE O MORRO DESCER E NÃO FOR CARNAVAL,QUEBRAM E ESPATIFAM O CRISTO REDENTOR...
8...ESTOU CHEGANDO A CONCLUSÃO QUE NÃO HÁ VERMELHOS NEM VERDES...TODO MUNDO É MARRON...QUE É A COR DE BOSTA.
SOBRE A MORTE...
OS CRITÉRIOS DA MORTE
Há algum tempo me encontrei com a morte, não faz muito tempo. A vi cara a cara, olho no olho! Cazuza tinha razão. Ela vive!
Não hesitei, puxei conversa, comecei elogiando, porque se até os sábios gostam de elogios, visto que é regra geral:
- Parabéns por ser implacável e justa!
A morte já começou a ficar vulnerável, sorriu pra mim. Tive medo que ela me gostasse e me quisesse consigo. Tremi sem disfarçar. Por um minuto me arrependi por ter iniciado tal diálogo. Podia ter passado despercebida ou até me escondido dela.
Ela botou a mão esquerda sobre meus ombros, por uma fração de segundo me senti protegida. Depois caí em mim. Recuperei a razão e, com ela, o meu medo . Não consegui me mover, nem mover um dedo, nem pensar, nem enxergar um palmo diante de meu nariz.
Ela falou:
- Não sou justa como pensam maioria dos mortais. Levo a todos mas tenho meus critérios de prioridade. Tem alguns que levo primeiro e outros, obviamente, deixo pra depois. Logo se vê que a injustiça é a característica mais viável para mim. Sou injusta e, muitas vezes, sou fria e calculista. Não sei como você pôde ver justiça em mim.
Eu tentei redizer o dito, dar um retoque:
Apenas vejo que a senhora leva a todos, mais tarde ou mais cedo, independente de credo, etnia, cor, entre tantos outros…
Não sei como consegui proferir essas palavras. Eu estava fria, verde e desesperada. Vi que diante da morte a gente perde as forças, perde o orgulho, perde o rumo, perde completamente a razão. A gente fica pequeno diante da morte. Pequeno não. A gente fica invisível. A gente vira um nada.
Respirei… precisava ter certeza de que estava viva. Respirei.
Pela insistência da curiosidade, busquei forças, não sei onde, clamei a Deus em silêncio. Pedi uma segunda chance e indaguei a morte:
- A senhora me disse que leva uns antes outros depois. Quem são esses? Que critérios usa na divisão desses dois grupos?
Primeiro levo os bons. Os bons agradam a muitos, são sem sal e sem açúcar e conseguem espalhar felicidade. Não gosto da alegria da maioria. Isso me irrita! Deixo pra depois os sábios e os tolos : esses irritam a quase todos e me divirto com as pataquadas deles, conservo-os, por mais tempo entre os vivos, para agonia dos mortais.
Fiquei feliz: não pude disfarçar, já vi, de primeira, que eu não iria de pronto, poderia me enquadrar num dos grupos dos que vão depois, me pus a pensar em mim: Estava a salvo!
Já nem precisei buscar forças. Falei com facilidade total e fluência de voz:
- Há algum grupo que a senhora não gostaria de levar?
- Sim. Existem alguns poucos mortais que conseguem ser sábio e tolo ao mesmo tempo. Esses irritam mais que quase todos! São os quase imortais!!!
Prendi, não sei como, uma gargalhada!
Me esforcei, pois me restava ainda uma esperança de imortalidade a alguma criatura dessa terra e, que por certo, não me perdoaria por ter deixado de fazer tal pergunta:
- Morte, na sua sabedoria e critérios, já tornou algum terrestre imortal?
- Sim. Recentemente consegui essa conquista! Imortalizei um grupo, com o qual não consigo conviver, sendo assim, tenho certeza de que é a turma que consegue perturbar a todos! Se trata dum grupo bem grande: esse consegue irritar a todos. Rasgam, amassam e jogam no lixo os padrões socialmente estabelecidos, “piadizam” sábios, tolos e bons, debocham de Deus, do diabo e até de mim. Se auto intitulam artistas: são os loucos!
O silêncio tomou conta de mim…
Saí andando para trás: de costas pra mim, de frente para a morte! Mantive meu olhar fixo nela .Tive de medo cuidar o caminho e ser pega de surpresa. Não hesitei em seguir ao contrário. Não tive coragem de me despedir …
Fui, paulatinamente, me distanciando da morte…
MARIZA LIMA DE SOUZA”