Ana Lima Pimentel
Vida:
Ana Lima Pimentel nasceu em Assu (RN), em 16 de maio de 1882. Muito inteligente e sensível, foi autodidata, e costumava ler tudo o que encontrava, principalmente a literatura romântica.
Ana Lima, ou Ana de Lima, como também costumava assinar, colaborou em diversos jornais e revistas do Norte e Nordeste, comoA República (1903), O Lyrio (Recife, 1903), Almanach Literário de Histórico do Município de Assu (1904), entre outros, utilizando muitas vezes o pseudônimo de "Sinhá". Em 1901, aos dezenove anos, publicou o livro de poemas Verbenas, que recebeu elogioso prefácio de Pedro Avelino, jornalista muito conhecido e seu conterrâneo.
Em 22 de dezembro de 1906, casou-se com o professor Celestino Pimentel, com quem tem seis filhos. Aos trinta e seis anos, grávida do sétimo filho, a poetisa sofre uma queda que provocou a morte imediata de seu filho e, semanas mais tarde, a sua própria, em 18 de janeiro de 1918.
Segundo informações de conterrâneos e parentes, Ana Lima teria deixado um segundo livro com o título de "Natalinas", que lamentavelmente desapareceu antes de ser impresso, e muitos poemas esparsos.
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Verbete organizado por: Constância Lima Duarte e Diva Cunha
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Ana Lima Pimentel
Obra:
Colaborou em diversos jornais e revistas: A República (1903), O Lyrio (Recife, 1903), Almanach Literário de Histórico do Município de Assu (1904), entre outros, utilizando muitas vezes o pseudônimo de "Sinhá".
Livro publicado:
Verbenas, 1901.
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Verbete organizado por: Constância Lima Duarte e Diva Cunha
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Ana Lima Pimentel
Textos:
Rimas Alegres
Dorme minha alma sorrindo
Da esperança no regaço,
E sonha que estão fugindo
Pelo doce azul do espaçoSuas crenças perfumosas,
Como pétalas de rosas.
Não vês dos sonhos na calma
Desabrocharem meus versos?
Eles são as flores da alma
Da lira sutis dispersos!
Quero embalar-te os ouvidos,
Nestes harpejos queridos!
Nunca sofri dissabores,
Não sei se existe amargura,
Passo uma vida de flores,
De moça a vida mais pura.
Me alente o canto das rimas...
Com teu sorriso me animas.
Leio o futuro ridente
Na cor dos olhares teu!
E sei dizer, docemente,
Todos os dias: meu Deus!
Fazei permanente a origem
Dos róseos sonhos da virgem ...
Cerca-me o zelo paterno,
Tenho as maternas carícias,
Do lar ao aconchego terno
Canto venturas, delícias!
São tão formosos e tantos,
De minha vida os encantos...
Creio nas louras quimeras
Filhas diletas do amor;
Minhas gentis primaveras
Da adolescência na flor,
Não me mentem enganosas,
Sim, me sorriem ditosas!
Estas estrofes singelas
Não pensem ser ilusão,
São elas todas estrelas
Do céu do meu coração.
Primor que a vida matiza
E o meu viver sintetiza.
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Página Íntima
Não pense, minha flor, que o triste pranto,
Que ora desprende o meu olhar sentido,
Vá magoar o afeto estremecido
Que me inspirou teu virginal encanto.
Se agora eu fujo ao teu olhar querido,
Cheio de luz, de intérmino quebranto,
Eu sinto da alma num pequeno canto
Teu doce amor ao meu amor unido ...
Quebrou-se o fio dos meus sonhos belos
E caíram no manto cetinoso
Dos anéis aromais de teus cabelos.
Guarde em teu seio o meu gentil desejo,
Faz do meu canto um madrigal formoso,
E em cada verso deposita um beijo.
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