terça-feira, 19 de abril de 2011

SOBRE O REI ROBERTO CARLOS...70 AN0S...






Ana
Roberto Carlos
Composição : Roberto Carlos / Erasmo Carlos
Todo tempo que eu vivi,
Procurando o meu caminho,
Só cheguei a conclusão
Que eu não vou achar sozinho,

Oh, Ana, Ana, Ana,
Oh oh, oh oh Ana,
Que saudade de você,

Toda essa vida errada
Que eu vivo até agora,
Começou naquele dia,
Quando você foi embora...

Oh Ana, Ana, Ana,
Oh oh oh oh Ana,
Que saudade de você,

Ana eu me lembro com saudade
Do nosso tempo nosso amor nossa alegria,
Agora só te vejo nos meus sonhos
E quando acordo minha vida é tão vazia,

Oh Ana, Ana, Ana,
Oh oh oh oh Ana,
Que saudade de você.







ANA PAULA, QUE SAUDADE DE VOCÊ.

"Todo tempo que eu vivi/ Procurando meu caminho/ Só cheguei a conclusão/ Que não vou achar sozinho/ Oh, oh, A - na, A - na, Ana/ Oh, oh, oh, oh, A - na/ Que saudade de você...Ana eu me lembro com saudade/ Do nosso tempo nosso amor nossa alegria/ Agora eu só te vejo nos meus sonhos/ E quando acordo minha vida tão vazia/ Oh, oh, A - na, A - na, Ana/ Oh, oh, oh, oh, A - na/ Que saudade de você."
Essa música do Rei Roberto Carlos gravado no disco de 1970 foi uma homenagem do cantor a sua enteada Ana Paula, filha de Cleonice Rossi, com quem o rei se casou no ano de 1968. Segundo algumas revistas da época, Roberto fez essa canção a pedido da esposa. Um presente para a garota que tinha apenas 4 anos, quando eles foram viver juntos.
Infelizmente neste 16 de abril, às 11 h recebo uma ligação do padrinho da minha filha Roberta Luciana, Wagner Cavalcanti, do fã clube "Além do Horizonte" de Natal - RN, informando-me da morte da filha do rei Roberto Carlos, Ana Paula, que tinha apenas 47 anos. Corri para o computador e confirmei a triste notícia. A tragédia se repete na vida do nosso maior artista praticamente no mesmo período, pois no ano passado com diferença de apenas dois dias o rei perdia a sua mãe, Lady Laura, o que comoveu o país inteiro, já que o sepultamento aconteceu do dia do aniversário do rei.
A dor, o sofrimento e os traumas são uma constante na vida desse artista tão amado no mundo inteiro. Exemplifico: aos seis anos de idade na festa de sua cidade natal, Cachoeiro do Itapemirim, em 29 de junho de 1947, num descuido de criança, um trem destrói parte de sua perna direita, fato que o rei narra na música "O Divã": "Relembro bem a festa o apito/ E na multidão um grito/ O sangue no linho branco/ A paz de quem carregava/ Em seus braços quem chorava/ E no céu ainda olhava/ E encontrava esperança de um dia tão distante encontrar a paz sonhada..."
No início de sua carreira artística numa viagem para fazer um show, seu carro virou e o seu empresário morre. O seu primeiro filho com Nice, Roberto Carlos Segundo, o Segundinho nasce com glaucoma congênito e na tentativa de curar o problema de visão do garoto, vai para Amsterdã na Holanda, e na hora da cirurgia no jardim do hospital compõe uma das suas mais belas canções: "As flores do jardim da nossa casa morreram todas de saudades de você/ as rosas que cobriam nossa estrada perderam a vontade de viver/ Eu já não posso mais olhar nosso jardim/ Lá não existem flores tudo morreu pra mim...". Na década de 90 perde a sua ex mulher, Cleonice Rossi, vítima de câncer, fato que se repete em 1999 com o seu grande amor Maria Rita, quando desabafou na canção "Eu te amo tanto": "Eu não me acostumo sem seus beijos/ E não sei viver sem seus abraços/ Aprendi que pouco tempo é muito/ Se estou longe dos seus braços...". Também a mãe do seu primeiro filho, Rafael Braga, Lucila Torres, morreu do mesmo mal. Quanto a Ana Paula, que fazia parte da produção dos shows do rei, sendo inclusive casada com o guitarrista da orquestra " Paulinho Ferreira", relembro o último contato que tive com ela em junho de 2009, no show no ginásio Machadinho, quando lhe perguntei se sua tia Norma Braga tinha vindo a Natal, pois queria conversar com ela e entregar-lhe uma placa de poesias dedicadas ao rei. Vendo através da televisão a saudosa Ana Paula sendo sepultada confesso que chorei e lembrei da música "Despedida":"Já está chegando a hora de ir/ Venho aqui me despedir e dizer/ Em qualquer lugar por onde eu andar/ Vou lembrar de você/ Só me resta agora dizer adeus/ E depois o meu caminho seguir/ O meu coração aqui vou deixar/Não ligue se acaso eu chorar/ Mas agora adeus..."

José Normando Bezerra
Pte. Fã Clube "Além do Horizonte"
Natal (RN), abril de 2011.

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