quinta-feira, 14 de abril de 2011

OS OITENTA ANOS DE CHICO ANÍSIO...


Chico Anísio como o babalorixá Painho, um de seus tipos mais inesquecíveis

Ontem, 12/04, foi o aniversário de 80 anos de Francisco Anysio de Paula, grande artista brasileiro nascido em Maranguape/CE em 12/04/1931. Chico, além de imenso humorista é também ator, escritor, compositor e cantor. Como cantor tem sete LPs gravados, mas é praticamente um desconhecido no mundo da música.

Após 110 dias internado, a maior deles num CTI, Chico finalmente teve alta para alegria dos seus fãs espalhados pelo Brasil afora. Nos tipos mais notáveis que representou nos seus programas da TV, fez um trabalho tão bom que aquilo tudo parecia mais uma incorporação mediúnica sofrida pelo comediante, tal a perfeição com que encarnou todos aqueles tipos, e por isso, alguns deles se tornaram inesquecíveis para o público apreciador de programas humorísticos.

Chico começou sua carreira artística no Rio de Janeiro como redator e ator de programas humorísticos na Rádio Mayrink Veiga na década de 50, mas já naquela época, paralelamente, deixou aparecer o seu lado de compositor. Um exemplo dessa outra veia artística dele é “A fia de Chico Brito”, gravada por Dolores Duran no LP “Estrada da Saudade”, lançado pela Copacabana.

Dolores Duran ainda gravou no LP “Esse Norte é Minha Sorte” as canções “Não se Avexe Não” e “Tá Nascendo Fio”, ambas compostas por ele em parceria com Haydée Paula e posteriormente Chico fez “Zéfa Cangaceira” também gravada por Dolores. Chico compôs também com Luiz Gonzaga a música “Dia dos Pais”. Ele adora o baião e se tornou um excelente criador no gênero.

Mas em 1954 Chico teve a marcha “Guarda Chuva de Pobre”, parceria com Rubens Silva e Raul Sampaio, gravada com sucesso pelos Vocalistas Tropicais na Continental. Essa música foi escolhida no ano seguinte por um júri reunido no Teatro João Caetano para figurar entre as dez marchas mais populares do carnaval de 1955.

Em 1960 o próprio Chico gravou pela Todamérica as marchas “Não Sou de Nada” e “Eu Sou Durão”, ambas de Bruno Marnet e Mário Lago. Em 1965 compôs com João Roberto Kelly a marcha rancho “Rancho da Praça Onze”, gravada por Dalva de Oliveira e que foi um dos grandes sucessos daquele ano.

Em 1968, foi classificado em terceiro lugar pelo júri popular do IV Festival de Música Brasileira, promovido pela TV Record de São Paulo, com a música “A Família”, composta em parceria com Ari Toledo e defendida por Jair Rodrigues.

Nos anos 1970, fez com Nonato Buzar o sucesso “Rio Antigo”, que foi gravado pela cantora Alcione. Gravou discos com muitos dos personagens humorísticos que interpretava em programas de televisão, dentre eles “Azambuja”, “Coalhada” e “Roberval Taylor”.

Em 1974, lançou “Baiano e os Novos Caetanos”, ao lado de seu parceiro em diversas composições, Arnaud Rodrigues. Juntos formavam a dupla que parodiava Caetano Veloso e os Novos Baianos e que fez muito sucesso, especialmente com a música “Eu Vou Batê Pa Tú Podê Batê”, de Arnaud Rodrigues. A música satirizava com o cotidiano daquela época em que o regime militar mandava e desmandava.

Em 1976, Chico lançou um disco com o personagem radialista “Roberval Taylor” pela gravadora Som Livre, disco que contou com a participação de artistas como Carlos Alberto, Altemar Dutra, Nelson Gonçalves, Betinho, entre outros. Foi ainda eventual parceiro de diversos outros artistas da MPB, como Benito Di Paula, com quem compôs “De Quem É Essa Morena”.

Aqui eu procuro destacar o trabalho de Chico como compositor. Conforme afirmei acima, Chico adora o baião e os poucos baiões que ele compôs têm uma beleza extraordinária. Esse talento para compor, além de cantar, foi o que fez Chico se tornar um artista completo.

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