segunda-feira, 21 de março de 2011

SOBRE A AUSENCIA DO CARA...

Escrito por Josias de Souza


FHC e o sumiço de Lula: ‘Espero que não seja ciúme’




No 5º ato de “A Comédia dos Erros”, Shakespeare levou aos lábios da Abedessa meia dúzia de palavras sobre o ciúme.

A personagem diz na peça que “as queixas amargas” inspiradas pelo ciúme “envenenam mais do que os dentes de cão raivoso”.

Ao comentar a ausência de Lula no almoço servido a Barack Obama em Brasília, FHC disse esperar que o antecessor não tenha provado do veneno:

“Ele realmente pode ter tido outros compromissos. Me parece que tinha o aniversário do filho...”

“...Mas realmente é difícil para um ex-presidente ter de voltar a Brasília. Ele pode ter achado que não contribuiria...”

“...Achar que foi por ciúmes, pelo fato de Obama ter vindo ao Brasil no governo da Dilma e não no dele, seria pequeno. E eu espero que não tenha sido isso”.

FHC voltou a elogiar o fato de Dilma Rousseff tê-lo convidado para o repasto. Lembrou que, sob Lula, não merecera semelhante deferência:

“Foi um gesto de civilidade. O convite foi uma posição madura da presidente Dilma. É normal na democracia essa atitude...”

“...Principalmente quando se trata de assuntos de interesse da nação. Quando eu fui presidente, convidei todo mundo para ir ao Palácio, inclusive o Lula...”

“...Ele foi ao Palácio do Planalto várias vezes. Depois de eleito, mesmo ainda quando não era presidente, eu cedi a ele a Granja do Torto...”

“...Mas no governo dele não me convidou nenhuma vez. Só me chamou para ir ao enterro do Papa. Agora não, a Dilma foi muito gentil”.

Um dos quatro ex-presidentes incluídos no rol de convidados para dividir a mesa com Obama, José Sarney também enxergou “amadurecimento” no gesto de Dilma:

“Mostra que os problemas políticos são menores quando se trata do interesse nacional. É um avanço democrático”.

E quanto à ausência de Lula? Para Sarney, “ele não quis ir ao almoço para não estabelecer uma comparação, um confronto dele com a presidente Dilma”.

Acha que Lula quis “preservar a visita de possíveis saias justas”. Sarney esmiuçou o raciocínio:

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