terça-feira, 29 de março de 2011

ARTES...




O quadro de hoje é dos mais importantes de Velázquez, o que significa que é dos mais importantes da História da Pintura. É necessário conhecer um pouco da história das guerras em que a Espanha se envolveu, para apreciá-lo melhor.

Breda é uma cidade holandesa situada na província de Brabante do Norte. De 1581 a 1590, e depois de 1625 a 1637, pertenceu à Espanha. Sua captura, em 1625, é “um dos poucos sucessos espanhóis durante a Guerra dos Trinta Anos”.

O comandante das tropas espanholas foi o general genovês Ambrogio Spinola.

Podemos calcular o que isso significou para os espanhóis, humilhados por anos de guerras e desmandos. Algum tempo depois, a Espanha de novo exangue com outras derrotas, o rei Felipe IV se lembra de pedir a Velázquez que retrate esse momento de glória.

Também conhecido como “As lanças”, o óleo sobre tela, de 3m07 por 3m67, é considerado por grande parte dos críticos de arte como a tela mais perfeitamente equilibrada do pintor. É sua única obra de tema histórico.

O quadro consegue que o espectador, encantado pela beleza, pela força e originalidade da composição, seja levado para dentro da cena, no momento em que a praça forte de Breda, antes considerada inexpugnável, é entregue pelos vencidos aos vencedores.

O general vitorioso está à nossa direita e o holandês, Justijn van Nassau, à nossa esquerda.

Apesar das aparências, os dois campos não confraternizaram. O fim de um sítio de dez meses deixou marcas tenebrosas que podemos calcular olhando para o fundo da tela. O gesto aparentemente afável de Ambrógio nos remete ao fato de que ele não era nem espanhol, nem holandês.

Como Velázquez não esteve em Breda, nem era militar, baseou-se em relatos feitos a ele pelo general genovês, na segunda viagem que fez à Itália.

Mas é só olhar com olhos de ver as expressões dos soldados, de ambos os lados, voltados para nós, e captar sua mensagem...



Acervo Museu do Prado, Madrid

Fontes: www.en.wikipedia.org/ www.ibiblio.org/

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