domingo, 20 de março de 2011

SHAKESPEARE...

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“Adeus, um longo adeus a toda a minha
grandeza. Esse é o destino de todo homem:
hoje lhe nascem as folhinhas tenras
da esperança: amanhã ele floresce,
carregado ficando de honrarias.
Mas no terceiro dia vem a geada,
uma geada mortal, e no momento
preciso em que ele - quão simplório e calmo! -
crê que sua grandeza esta madura,
ela a raiz lhe morde, caindo ele
tal como agora eu caio. Aventurei-me,
como crianças que nadam como bexigas,
durante estios vários num oceano
de glórias, mas profundo em demasia.
Minha vaidade, inflando-se ao extremo,
arrebentou sob mim, ora deixando-me
cansado e envelhecido no serviço,
ao sabor de uma rude correnteza
que para sempre acabará tragando-me.
Glórias vãs deste mundo, pompas fúteis,
tenho-vos ódio!
O coração se me abre
a novos sentimentos.
Triste a sorte
de quem depende do favor dos príncipes!
Entre o sorriso a que ele aspira tanto,
o aspecto prazenteiro do monarca,
e sua ruína, há mais angústia e medo
do que na guerra ocorre ou nas mulheres.
E quando a queda vem, quem cai é Lúcifer,
privado de esperança.”
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Shakespeare
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Dormir é repousar. Esse repouso será sono sem sonhos? Ai, a morte será dormir? Talvez sonhar? Quem sabe?”
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Shakespeare
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“O amor é tão fugaz como o som, tão passageiro como a sombra, tão curto como o sonho, tão rápido como o relâmpago em noite escura que bruscamente descobre aos nossos olhos o céu e a terra e antes que se tenha o tempo de dizer - olhai - desaparece no seio das trevas; tão certo é que tudo quanto brilha está próximo a dissipar-se.”
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Shakespeare
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“O olhar do poeta, girando em delírio,
Vai do céu para a terra, da terra para o céu;
E, no que a imaginação vai tomando corpo,
Sua pena capta a essência das coisas desconhecidas,
Moldando-lhes a forma e dando a um nada construído no ar
Um nome e um ponto de referência.”
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Shakespeare

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