Antonio Ganga... O Pintor...
Facies de um
Senhor, se despedindo do neto, para se
in ternar num abrigo de velhos...por que
a
casa de seus filhos não lhe cabe
mais...por que a velhice é
repugnável...por que ele como velho,
não
vale mais nada...
DEIXO A MINHA HOMENAGEM A
TODOS OS VELHOS que
compulsoriamente são depositados em
abrigos, pois se tornaram incomodo, um
estorvo, um tumor... a maior ingratidão
da vida...gaiola de ouro não dá comida a
passarinho...
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Antigamente, no fim do ano,todo mundo
pintava a casa...em Nova Cruz, pintar a
a
casa era status, era promessa de festa,
de papai noel, de alegria...
Se pintava a casa com Oca, tinta
amarela,Roxo terra, tinta vermelha,
geralmente para dar a barra,azul rei,e os
mais ricos pintavam sempre com tinta a
óleo...
as nossa casas não viam regularmente a
tinta á óleo, pois meu pai achava caro e
detestava gastar dinheiro...as nossa
casas eram caiadas, todo ano.
O pintor popular era António ganga, um
caiador, humilde e simples...
chegava Outubro e António ganga era
visto com a escada nas costas...isto eu
ví
durante toda a minha vida...
A maior feira da nossa loja, era a do
natal, se vendia muito Hidracor e tinta
xadrez, para fazer o cal ficar de cor...nós
saíamos do comercio as 18h, todo
mundo sujo de tinta e a gaveta cheia de
dolar...
O tempo passa e António ganga ficou
viúvo e sem ninguém...veio a
velhice...ele
só valia o que pintava...
Um dia, António ganga procura minha
mãe para se despedir...estava
abandonado, ninguém cozinhava para
ele...ia se render num abrigo de
velho...disse tudo isso a minha mãe, que
escutava apreensiva...mamãe tentou
dissuadi-lo da idéia, ele retrucou, não,
falei agora mesmo com o padre da
cidade, e ele me deu conselho, que eu
fosse...
Mamãe , com a autoridade e a a
resolução que Deus lhe deu afirmou: eu
me admiro é o padre, não ter vergonha
de lhe dar este conselho, é o padre
achar
isso normal... Não vá Não, seu Antonio,
e
todo dia venha buscar o seu almoço que
eu lhe dou...não abandone a sua
casinha
não...
Durante muitos anos vi mamãe fazendo
o
Farnel de Antonio Ganga, que chegava
pontualmente,, lã em casa as onze
horas...mamãe aconchegava a comida,
numa vasilha com tampa, pessoalmente
fazia isso,até o último dia, do velho
pintor... com todo prazer e respeito...
Na velhice de minha mãe, ela me dizia:
na vida, só não me arrependo é de ter
feito muita caridade... primeiro os
pobres...
Mamãe detestava quem colocava os
seus
velho, para morrer em abrigo de
velhos...dizia que era a ingratidão Maior...
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