Vago numa montanha altíssima,
flutuo com o meu espírito...
a minha alma é alegre e extremamente triste...
o meu tempo é pouco...
estou á milhas dos meus desejos...
Tenho o peito inundado de sonhos,
meu mundo é bonito...
o meu coração está em festas e em chamas...
eu vivo vivo...
aprendí a cicatrizar o meu drama,
com fogos de artifícios...
Sou uma barragem que transborda de amor,
nas mãos a ternura sai como de uma fonte,
na lembrança mil olhares,
cenas de sonhos no meu horizonte...
um substantivo abstrato no peito e na fronte...
Caminho estradas floridas,
jardins de rosas me consomem,
sou astro,sou só,me basto,
tenho a menina e o lobisomem...
vasta vida, vastos dias,
na alma a fartura e a fome,
de tempo, amores e sonhos,
o meu instante me consome...
Sou o que nunca fui,
vivo do que tanto desejo,
uma dor surda me acomete,
e eu a suporto meio sem jeito,
sou uma luz que não se apaga,
me incendeio de desejos...
Fujo das regras e do compasso,
o limite do poeta ultrapassa a linha do horizonte,
fortes lembranças,sangue no psíquico,
sangue nas flores,escorrem dos montes...
o meu peito trás o grito,
da solidão dos monges.
EU TENHO A PRESSA DE QUEM ANDA PRA TRÁS...
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