quinta-feira, 31 de março de 2011
MAIS VELASQUEZ...
Pintura: As Fiandeiras ou a Lenda de Aracne (c.1657)
A cena se passa no interior das oficinas de tapeçaria do rei. O tema é simples, inusitado, diria até pobre, mas o tratamento que o pintor dá a ele, diz tudo. Em nenhum outro quadro ele foi tão surpreendente com as cores.
É uma paleta simples: vermelho, azul-esverdeado, cinza e preto, em tons variados e misturados com maestria. O ambiente é escuro, insalubre. Há um feixe de luz ao fundo e no ambiente das fiandeiras, a luz que vem da direita: é admirável como ele conseguiu, com cores tão limitadas, uma luminosidade que sempre associamos aos Impressionistas e isso 250 anos antes...
Considerado um dos momentos mais altos da pintura, “As Fiandeiras”, também conhecida como a “Fábula de Aracne”, é óleo sobre tela (2m22 x 2m93). Vemos, no primeiro plano, cinco mulheres, as fiandeiras. Ao fundo, senhoras ricas e elegantes que examinam uma tapeçaria.
A peça examinada por elas conta a lenda de Aracne, jovem que se vangloriava de tecer tão bem quanto Palas Atena; a deusa, enfurecida, ordena que ela passe o resto de seus dias tecendo e a transforma em uma aranha.
Velázquez se utiliza da lenda e mostra, na peça pronta que as senhoras examinam, o momento em que a deusa, reconhecida pelo capacete, ergue o braço e amaldiçoa Aracne.
Como em outros de seus quadros, há dois temas: as senhoras elegantes que examinam a tapeçaria e olham curiosas para as fiandeiras que tecem sem parar, são o segundo tema; o primeiro plano, esse é o tema da tela onde o pintor sintetiza seu fantástico conhecimento das possibilidades da pintura e seu absoluto domínio do espaço e da perspectiva.
É tela cheia de símbolos. Por exemplo, a textura e o realismo da cortina vermelha, que uma mulher afasta com a mão, como a nos convidar a olhar a cena. Palas Atena está na tapeçaria ao fundo, mas também na cena principal – é a mais velha das fiandeiras, a única com a cabeça coberta. A jovem à sua frente, enrolando a lã para formar um novelo, é Aracne.
É considerada a primeira tela que retrata um ofício. O trabalho é visível: a roca parece girar e as mãos de Aracne correm, velozes, enrolando seu novelo.
Acervo Museu do Prado, Madrid
Fontes: www.en.wikipedia.org/
www.ibiblio.org/ Lello Universal
MILTINHO...O MAIOR CANTOR DO BRASIL...
O Conde
Miltinho
Composição : Jair Amorim / Evaldo Gouveia
Encontrei
Hoje cedo no meu barracão
Minha roupa de conde no chão
Fantasia de plumas azuis, a rolar
E achei em pedaços bem junto a janela
O meu pinho quebrado por ela
Tão igual sucedeu na canção
Popular
Bem que eu quis
Atrás dela sair e brigar
Mas depois me lembrei
Ela ir de uma vez e eu ficar
E além do mais sambista até morrer eu sou
E onde a minha escola for eu vou
Amor a gente perde a gente tem
Amor que vem
Como é
Que eu posso por ela trocar
A emoção de ver Vilma dançar
Com o seu estandarte na mão
E ouvir todo o povo, meu povo aplaudir
Minha escola evoluir
Minha ala comigo passar
Bem melhor do que ela
É sair na Portela
E um samba de enredo no asfalto cantar
REFLEXÃO DE PRONTO SOCORRO...A DOR DA GENTE NÃO SAI NO JORNAL...
Noticia de Jornal
Chico Buarque
Composição : Luis Reis / Haroldo Barbosa
Tentou contra a existência
Num humilde barracão.
Joana de tal, por causa de um tal João.
Depois de medicada,
Retirou-se pro seu lar.
Aí a notícia carece de exatidão,
O lar não mais existe
Ninguém volta ao que acabou
Joana é mais uma mulata triste que errou.
Errou na dose
Errou no amor
Joana errou de joão
Ninguém notou
Ninguém morou na dor que era o seu mal
A dor da gente não sai no jornal.
Gota d'água
Chico Buarque
Composição : Chico Buarque (1975)
Já lhe dei meu corpo
Minha alegria
Já estanquei meu sangue
Quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta
Pro desfecho da festa
Por favor...
Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água...(2x)
Já lhe dei meu corpo
Minha alegria
Já estanquei meu sangue
Quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta
Pro desfecho da festa
Por favor...
Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água
Pode ser a gota d'água
Pode ser a gota d'água....
PEQUENAS FILOSOFIAS...
Grande verdade num texto tão pequeno...!!!!! OBSERVE BEM A FOTO Dica do dia É sempre bom ser legal com as pessoas, porque..... as coisas mudam ao longo do tempo!!! "Nunca desvalorize ninguém... Guarde cada pessoa perto do seu coração, porque um dia você pode acordar e perceber que perdeu um diamante enquanto estava muito ocupado colecionando pedras." "O Destino decide quem vamos encontrar na Vida... as Atitudes decidem quem Fica ..." "A maior necessidade da criatura humana, ainda é a do conhecimento de se mesma"
MEDO DA ETERNIDADE..
Medo da Eternidade - Clarice Lispector * * * Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade. * Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas. * Afinal minha irmã juntou dinheiro, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira. * - Como não acaba? - Parei um instante na rua, perplexa. * - Não acaba nunca, e pronto. * Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Pequei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual eu já começara a me dar conta. Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca. * - E agora que é que eu faço? - Perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver. * - Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários. * Peder a eternidade? Nunca. * O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola. * - Acabou-se o docinho. E agora? * - Agora mastigue para sempre. * Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna que enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da idéia de eternidade ou de infinito. * Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava era aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar. * Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia. * - Olha só o que me aconteceu! - Disse eu em fingidos espanto e tristeza. Agora não posso mastigar mais! A bala acabou! * - Já lhe disse, repetiu minha irmão, que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá. * Eu estava envergonhada diante da beldade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra da boca por acaso. * Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim. * Clarice Lispector
FLOR DE OBSESSÀO...
Flor de obsessão - Nelson Rodrigues
***
***
De vez em quando, alguém me chama de “flor de obsessão”. Não protesto, e explico: — não faço nenhum mistério dos meus defeitos. Eu os tenho e os prezo (estou usando os pronomes como o Otto Lara Resende na sua face lisboeta). Sou um obsessivo. E, aliás, que seria de mim, que seria de nós, se não fossem três ou quatro idéias fixas? Repito: — não há santo, herói, gênio ou pulha sem idéias fixas.
***
De vez em quando, alguém me chama de “flor de obsessão”. Não protesto, e explico: — não faço nenhum mistério dos meus defeitos. Eu os tenho e os prezo (estou usando os pronomes como o Otto Lara Resende na sua face lisboeta). Sou um obsessivo. E, aliás, que seria de mim, que seria de nós, se não fossem três ou quatro idéias fixas? Repito: — não há santo, herói, gênio ou pulha sem idéias fixas.
***
Só os imbecis não as têm. Não sei por que estou dizendo isso. Ah, já sei. É o seguinte: — recebo a carta de uma leitora. Leio e releio e sinto a irritação feminina. E, justamente, a leitora me atribui a idéia fixa do “umbigo”. Em seguida, acrescenta: — “Isso é mórbido ou senhor não desconfia que isto é mórbido?”. Corretíssima a observação. Realmente, jamais neguei a cota de morbidez que Deus me deu.
***
A minha morbidez. Ela me persegue e, repito, ela me atropela desde os três anos de idade. Eu ainda usava camisinha de pagão acima do umbigo. E, um dia, na rua Alegre, apareceram quatro cegos e um guia. Juntaram-se na esquina, na calçada da farmácia, e tocaram violino. Três anos. Quando os cegos partiram, caí de cama. Debaixo dos lençóis, tiritava de tristeza, como de malária. A partir de então, sou um fascinado pelos cegos.
***
Ainda na infância, eu fechava os olhos e, dentro de minhas próprias trevas, me imaginava cego. Claro que tudo isso é morbidez. Eis o que eu queria dizer à minha leitora: — infelizmente, não tenho nem a saúde física, nem a saúde mental de uma vaca premiada. Na sua irritação, ela continua: — “Bem se vê que o senhor é um velho.” E, de fato, sou tão velho quanto o Antônio Houaiss.Por coincidência, almocei, ontem, com o já referido Antônio Houaiss, o Francisco Pedro do Coutto e o José Lino Grünewald. (Vejam como Grünewald é um nome naval, sim, o nome de um primeiro-tenente morto no afundamento do Bismarck.) Durante o almoço, o Antônio Houaiss batia na tenda fatal: — “A minha geração é a do Nelson.” E dizia ao José Lino e ao Couto: — “Vocês que são brotos.” E, pouco a pouco, eu e o próprio Houaiss íamos ficando lívidos de idade, amarelos de velhice, espectrais como a primeira batalha do Marne ou como o fuzilamento de Mata-Hari.
***
Depois do almoço, volto para a redação e vejo a carta da leitora. Lá está a mesma e crudelíssima acusação de velhice. Cabe então a pergunta: — e por que me chama de velho? Resposta: — porque ainda me impressionam os umbigos do biquíni, do sarongue, dos bailes. E, sem querer, a leitora toca num dos mistérios mais patéticos da nossa época. Os jovens não estão interessados na nudez feminina. Essa rapaziada dourada de sol, esses latagões plásticos, elásticos, solidamente belos como havaianos não desejam como as gerações anteriores. Só os velhos é que ainda se voltam, na rua, ou na praia, para ver as belas formas. Quem o diz é a leitora.
***
Mas o melhor está do meio para o fim. De repente, percebo a origem da carta e da irritação. A leitora defendia alguém. Eis o caso: — no baile do Municipal, irrompeu um umbigo especialíssimo. Uma lindíssima senhora, e, se não me engano, embaixatriz, foi fotografada, televisada de sarongue. Mais tarde, os jornais e as revistas falavam do umbigo diplomático. A imprensa rendia suas homenagens à beleza. Mas a leitora via, nas fotografias e legendas, uma inconfidência visual, quase um ultraje. Parece-lhe que não estamos longe do jornalismo de escândalo ou, para usar a cor exata, marrom.
***
Vejam vocês como os papéis se invertem. Já a televisão foi chamada de obscena, porque pôs no vídeo a nudez coletiva, geral, ulutante. Eis o que me pergunto: — queriam o quê? Que as câmaras e os microfones vestissem os nus, calçassem os umbigos, enfiassem espartilhos nos quadris? Ao mesmo tempo, o Jornal do Brasil deitou um judicioso editorial afirmando que, depois da praia, a nudez perdera todo o mistério e todo o suspense. Era assim no Brasil e em todo o mundo. Portanto, segundo o velho órgão da praia. E, todavia, o mesmo Jornal do Brasil e no mesmo editorial condena a televisão que devia ter tapado os quadris, umbigos, etc., etc.
***
Do mesmo modo, o caso da leitora e da embaixatriz. Que uma bela senhora ponha um sarongue assim e vá ao baile é um fato intranscendente, normalíssimo. Mas, se um cronista deixa escapar uma referencia ao umbigo do Itamaraty, vem o mundo abaixo. E por que, meu Deus do céu? Imoral é a televisão e não os nus frenéticos que vinham posar para as câmaras. Antigamente, havia, em torno de um beijo, todo um sigilo, toda uma solidão. Lembro-me de uns namorados, na minha infância, que iam para debaixo da escada. E, nos bailes recentes, os canais caçavam as câmaras e iam beijar para milhões de telespectadores.
***
Seja como for, algo restou do ultimo Carnaval. Refiro-me aos nus arrependidos. Na própria quarta-feira de Cinzas, cruzei, ao chegar em casa, com uma menina da vizinhança. Fora, nos quatro dias, um dos umbigos mais insistentes da televisão. Em qualquer canal, lá estava ele. E, no entanto, enterrado o Carnaval, eu via a menina passar, rente à parede, de cabeça baixa, na sua vergonha tardia e crispada.
***
A minha leitora, que assume a irada defesa da embaixatriz, também é outro nu arrependido. Diz, as folhas tantas: — “Eu também brinquei no Carnaval.” E levando mais longe a sinceridade, confessa: - “Vesti o meu sarongue e não me arrependo.” Mentira. Está arrependida, e insisto: — é um dos meus nus arrependidos da cidade.
***
É linda, embora inútil, essa vergonha póstuma. Também as famílias estão horrorizadas com o nudismo carnavalesco. Fui a um jantar e lá as senhoras diziam: — “Não eram meninas de família. Eram aventureiras.” Perdão: vamos dizer a casta e singela verdade: — os nus saíam dos lares. Já escrevi isso e repito, porque é o meio vil trapacear com o nosso próprio impudor. Se a cidade se despiu, deve ter o nobilíssimo cinismo de o proclamar.
***
Mas vamos crer que não houve nus em lugar nenhum. Não adianta. Para nós não há saída. Por que ter pudor no Carnaval e não na praia? Aí está o biquíni, que é a forma mais desesperada da nudez. Como é triste o nu que ninguém pediu, que ninguém quer ver, que não espanta ninguém. O biquíni vai comprar garpete e o crioulo da carrocinha tem o maior tédio visual pela plástica nada misteriosa. E aí começa a expiação da nudez sem amor: — a inconsolável solidão da mulher.
***
Nelson Rodrigues
UMA ANÁLISE...
UM TEXTO DE UCHO HADDAD
DE FREQUENTADOR DA ZONA A CRÍTICO DOS JUROS ALTOS, JOSÉ ALENCAR ESTÁ A CAMINHO DA CANONIZAÇÃO
No Brasil, a exemplo do que ocorre em boa parte do planeta, exigir coerência no mundo político é a mais hercúlea das tarefas. Quiçá não seja uma empreitada completamente impossível. Quando um político passa para o outro lado da vida, se é que isso de fato existe, suas mazelas chegam à sepultura muito antes do cadáver. O mau vira bom, o desonesto vira honesto, o implacável vira um coitado. Sem querer duvidar da sua honestidade, esse cenário já recobre a morte de José Alencar Gomes da Silva, vice-presidente da República nos dois mandatos de Lula da Silva (2003-2010), que morreu em São Paulo após mais de uma década de luta contra um câncer abdominal.
Tão logo subiu a rampa do Palácio do Planalto pela primeira vez, José Alencar não demorou a tecer suas críticas contra as altas taxas de juros. Mal sabia Alencar que os banqueiros derramaram verdadeiras fortunas na campanha de Lula e ao incauto povo brasileiro cabia pagar a conta. Como cabe até hoje. E o esperneio discursivo do empresário José Alencar pouco adiantou. Fosse um homem coerente, Alencar teria alcançado o boné e renunciado. Só não o fez por conta de interesses maiores.
Ano e meio depois de tomar posse ao lado de Lula, o simpático José Alencar adotou obsequioso silêncio diante do escândalo que ficou nacionalmente conhecido como “Mensalão do PT”, esquema criminoso de cooptação de parlamentares que trocaram a consciência por um punhado de dinheiro imundo. É verdade que todos são inocentes até prova em contrário, mas no PT de outrora rezava a regra de que para condenar alguém bastavam apenas evidências. A profecia é de autoria de José Dirceu de Oliveira e Silva, o Pedro Caroço, figura com a qual José Alencar conviveu sem qualquer reserva.
O agora santificado José Alencar apostou nas palavras do companheiro Lula, que certa vez disse com todas as letras que a China é uma economia de mercado. Certo de que o parceiro palaciano sabia das coisas, Alencar deflagrou um processo para abrir uma unidade de seu conglomerado têxtil no país da lendária muralha. Mesmo com o Brasil sofrendo há anos a concorrência desleal dos fabricantes chineses de tecidos e afins, Alencar exigiu que o projeto fosse cumprido à risca. E o mercado brasileiro de tecidos, que deveria ser defendido pelas autoridades verde-louras e também pelo então vice-presidente, foi mandado às favas inclusive por José Alencar.
Por ocasião da CPI dos Correios, que acabou investigando a fonte de financiamento do Mensalão petista, o nome da Coteminas veio à baila, pois a empresa de José Alencar recebeu em uma de suas contas bancárias um depósito de R$ 1 milhão feito pelo PT. Alencar, que logo tratou de isentar de qualquer culpa o seu conglomerado empresarial, alegou que as explicações deveriam ser cobradas do próprio PT. A operação, segundo José Alencar, decorreu do fornecimento de 2,75 milhões de camisetas aos candidatos petistas nas eleições municipais de 2004. O então presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, informou a José Alencar, horas depois da eclosão do escândalo, que o repasse à Coteminas não foi contabilizado pelo partido. A dívida, de R$ 12 milhões, correspondia à época a 50 carretas abarrotadas de camisetas. Para contemplar as necessidades de Lula e Alencar, o caso foi devidamente abafado.
Guindado ao Ministério da Defesa por decisão de Lula, o empresário José Alencar viu a sua Coteminas vender cada vez mais uniformes para o Exército brasileiro. Coincidência? Talvez, mas na política essa palavra não existe no dicionário.
Em 2006, ao aceitar o convite para novamente fazer dupla com Lula da Silva, José Alencar acabou por endossar o “Mensalão” e outros tantos escândalos de corrupção patrocinados pelo Partido dos Trabalhadores e por muitos palacianos. Na ocasião eclodiu o escândalo do Dossiê Cuiabá, conjunto de documentos apócrifos para prejudicar os então candidatos tucanos Geraldo Alckmin e José Serra. Mais uma vez, diante de um novo escárnio com a digital da esquerda brasileira, Alencar preferiu submergir.
No quase infindável imbróglio da Varig, coube a José Alencar aproximar o empresário Constantino Oliveira, o nada diplomático Nenê, do presidente Lula, que implorou para que o dono da Gol comprasse a outrora mais importante companhia de aviação do País. Muito estranhamente, Nenê Constantino, tão mineiro quanto José Alencar, atendeu aos apelos de Lula e arrematou a Varig por US$ 300 milhões, uma empresa que estava resumida à própria marca. Até hoje ninguém conseguiu entender a transação que nem mesmo o mais incauto investidor seria capaz de apostar suas economias, mas o universo do poder tem essas situações inexplicáveis.
Em agosto de 2010, ao ser entrevistado pelo apresentador Jô Soares, o nada elegante José Alencar aceitou falar sobre o processo de investigação de paternidade que lhe movia Rosemary de Morais, sua suposta filha, e a recusa em se submeter a um teste de DNA. Ao apresentador global o agora bonzinho José Alencar repetiu o que disse à Justiça. Que a mãe de sua suposta filha era prostituta e que ele [José Alencar] foi um frequentador contumaz das zonas de meretrício das cidades onde morou desde jovem. Ao expor a mãe da sua suposta filha de forma tão covarde e aviltante, José Alencar não apenas escancarou o seu caráter, mas mostrou ao mundo ser ele alguém bem diferente daquele que hoje, após a morte, a consternada população brasileira tenta canonizar.
Ter pena de José Alencar por conta da sua luta contra o câncer não causa espanto. Mas há milhares de brasileiros na mesma situação de Alencar e que lamentavelmente dependem do sistema público da saúde para lutar contra a morte. Esses sim são bravos lutadores, dignos de pena e do respeito incondicional de todos.
Em momento algum quero festejar a morte de alguém, até porque esse é o tipo de atitude que não se toma nem mesmo com os mais figadais inimigos, mas não se pode alçar aos céus com tanta rapidez quem ainda tem contas a acertar com o Criador.
De igual maneira, a minha manifestação não se trata de moralismo oportunista, mas serve como apelo aos brasileiros para que releiam a recente história política nacional e que mantenham a coerência no momento em que mais um político se despede da vida terrena.
Errar é humano, é verdade, mas o erro pontual pode ser transformado em plataforma de acertos futuros se o errante tiver um mínimo de massa cinzenta. Como sempre escrevo, digo e não canso de repetir, sou o melhor produto dos meus próprios erros. Ainda bem! E é por isso que espero que no momento da minha morte os meus inimigos preservem a coerência e mantenham as críticas que me fizeram ao longo da vida. Só assim descansarei em paz, ciente de que mesmo longe dessa barafunda continuarei coerente e incomodando.
O meu finado pai, que tantos bons exemplos me deixou, por certo não encontrou minha mãe na zona mais próxima, mas os que me odeiam podem continuar me chamando de filho da puta – o genial Jânio Quadros dizia que o melhor é se referir ao desafeto como “filho de puta” – com a anuência da minha respeitadíssima genitora. Fora isso, é preciso considerar que, assim como acontece com os árbitros de futebol, jornalistas políticos polêmicos sempre têm uma mãe sobressalente para os costumeiros e inevitáveis xingamentos.
E que o Criador escute as minhas preces e dispense ao ser humano José Alencar o tratamento devido, pois a sua luta pela vida foi inglória. Amém!
quarta-feira, 30 de março de 2011
OBRA PRIMA DE VELASQUEZ...A TOALETE DE VENUS...
Pintura – A Toalete de Vênus (1647/1651)
Em 1643, Velázquez é nomeado responsável pelos aposentos reais e pelo planejamento das cerimônias públicas e celebrações em palácio.
Em 1649, volta à Itália com a missão de comprar mais obras de arte para a nova galeria do rei, em seu palácio de Madrid. A não ser por essas viagens à Itália, o pintor esteve sempre às ordens da corte; não é à toa que grande parte de suas telas tem por tema retratos da família real e de outros notáveis da Espanha.
A fama de Velázquez, fora da Espanha, como um dos maiores mestres da Pintura, em termos históricos, é relativamente recente. Napoleão, por exemplo, não teve oportunidade de avaliar seu valor e o tesouro que eram as telas do espanhol.
Seus quadros, graças a isso, escaparam da predatória ocupação das tropas do general francês: eram conhecidos apenas pela nobreza espanhola que frequentava as galerias reais.
Ele só vai se tornar conhecido na primeira metade do século XIX, quando os ingleses inauguram sua bem sucedida carreira de turistas. Viajando pela Espanha, diante dos quadros de Velázquez, escreviam para casa falando do encantamento por obras tão impressionantes.
O tempo, e a crítica, reconheceram a justeza das impressões dos turistas esclarecidos e estabeleceram, sem discussão, o lugar de relevo que ele ocupa. John Ruskin, um dos maiores críticos de arte de todos os tempos, disse: “tudo que Velázquez faz pode ser apreendido pelos estudantes como absolutamente perfeito”.
A imagem de hoje mostra o único nu que se conhece pintado por ele. Era tema raro na Espanha porque a Igreja não o permitia. Vênus, a deusa do amor, é a mais bela das deusas e personifica a beleza feminina.
Na tela do pintor espanhol ela é vista com seu filho, Cupido, que segura um espelho para que ela se veja e também para que possa olhar para quem a admira.
Em 1651, o quadro é mencionado como parte da coleção do Marquês de Carpio, filho do primeiro-ministro espanhol. Provavelmente escapou da Inquisição por ser peça de coleção particular e de pessoa influente.
Óleo sobre tela (1m22 x 1m77), “A Toalete de Vênus” também é conhecida como “A Vênus de Rokeby”, por ter pertencido à Coleção Morrit, de Rokeby Hall, Yorkshire, Inglaterra.
Acervo National Gallery, Londres
Fontes: www.ibiblio.org/ www.nationalgallery.org.uk/
UMA PÉROLA DE ALDIR BLANC E GUINGA...
Catavento e Girassol
Leila Pinheiro
Composição : Guinga - Aldir Blanc
Meu catavento tem dentro o que há do lado de fora do teu girassol
Entre o escancaro e o contido, eu te pedi sustenido e você riu bemol
Você só pensa no espaço, eu exigi duração
Eu sou um gato de subúrbio, você é litorânea
Quando eu respeito os sinais vejo você de patins vindo na contramão
Mas quando ataco de macho, você se faz de capacho e não quer confusão
Nenhum dos dois se entrega, nós não ouvimos conselho
Eu sou você que se vai no sumidouro do espelho
Eu sou do Engenho de Dentro e você vive no vento do Arpoador
Eu tenho um jeito arredio e você é expansiva, o inseto e a flor
Um torce pra Mia Farrow, o outro é Woody Allen
Quando assovio uma seresta você dança havaiana
Eu vou de tênis e jeans, encontro você demais, scarpin, soiré
Quando o pau quebra na esquina, cê ataca de fina e me ofende em inglês
É fuck you, bate bronha e ninguém mete o bedelho
Você sou eu que me vou no sumidouro do espelho
A paz é feita num motel de alma lavada e passada
Pra descobrir logo depois que não serviu pra nada
Nos dias de carnaval aumentam os desenganos
Você vai pra Parati e eu pro Cacique de Ramos
Meu catavento tem dentro o vento escancarado do Arpoador
Teu girassol tem de fora o escondido do Engenho de Dentro da flor
Eu sinto muita saudade, você é contemporânea
Eu penso em tudo quanto faço, você é tão espontânea
Sei que um depende do outro só pra ser diferente, pra se completar
Sei que um se afasta do outro, no sufoco, somente pra se aproximar
Cê tem um jeito verde de ser e eu sou meio vermelho
Mas os dois juntos se vão no sumidouro do espelho
CONCURSO DE FALOS...
* * *
Mapa mostra tamanhos de pênis no mundo inteiro
Brasil segue firme no ranking. Dê uma olhada e saiba quem está bem e quem está mal
O Brasil mostrou que é um “grande país” e que segue firme em um importante ranking mundial: o do tamanho médio de pênis no mundo.
A competição é dura, mas estamos bem colocados: somos o 14º do planeta, com média de tamanho de pênis (ereto) de 16,10 cm.
O líder é o Congo, que 17,93 cm de média, enquanto a lanterninha é a Coreia do Sul, com 9,66 cm.
Um detalhe interessante é que o Peru - que é o Peru - também não foi “lá essas coisas”, ficando na “zona do verde claro”.
A apuração de “densidade demográfica”, digamos, foi publicada pelo site Disinformation.
Alguns países, em cinza no mapa acima, não tiveram suas médias contabilizadas… Mas, ainda assim, estamos bem! Vai, Brasil!
A QUE PONTO CHEGAMOS...
UM TEXTO DE AUGUSTO NUNES
SE ELEITO DEPUTADO, ASSASSINO CONFESSO TOMARIA POSSE
Faz mais de 10 anos que o jornalista Antonio Pimenta Neves matou a ex-namorada Sandra Gomide com uma bala nas costas e outra na cabeça. Horas depois do crime, contou tudo à polícia e se tornou réu confesso. Em 2006, foi condenado em primeira instância a 18 anos de prisão, reduzidos a 15 pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Não cumpriu nenhum.
No momento, espera em liberdade o julgamento de um recurso encaminhado ao Supremo Tribunal Federal. O caso está com o ministro Celso de Mello, que não sabe quando terá tempo de examiná-lo. Tecnicamente, Pimenta Neves não é culpado de nada: graças às alquimias da legislação e às acrobacias da jurisprudência, tornou-se inconstitucional tratar um matador assumido como assassino antes que a sentença transite em julgado.
O cidadão brasileiro Antonio Marcos Pimenta Neves poderia, se quisesse, ter disputado uma vaga na Câmara dos Deputados em 2010. Não lhe faltariam simpatizantes, sobretudo entre colegas de ofício. O público alvo seria alcançado sem muita despesa, já que a Justiça Eleitoral concentrou o público alvo de delinquentes candidatos em poucos lugares: agora, a população carcerária se vale de urnas instaladas nos presídios para cumprir o dever cívico do voto.
Com alguma lábia e um pouco de sorte, Pimenta Neves hoje estaria festejando, entre uma conversa no cafezinho da Câmara e uma reunião para tratar da reforma política, a vitória da turma do prontuário no STF - e os nítidos sinais de que a lei da ficha suja será pulverizada de vez até 2012. A inovação legal torna inelegível gente condenada em duas instâncias. Isso é inconstitucional, já avisaram alguns ministros. É preciso aguardar o julgamento doo último recurso na última instância.
Sandra Gomide agonizava de costas quando levou o tiro de misericórdia. Nunca mereceu uma lágrima do seu executor. Para pelo menos seis doutores do STF, detalhes do gênero são pieguices irrelevantes, coisa de leigos que nem imaginam as altitudes jurídicas alcançadas por uma toga. A lei só retroage em benefício do réu, declamariam em coro. O princípio da anterioridade é sagrado, alertariam aos berros - mais de 10 anos depois do assassinato. E todos fingiriam ignorar que o processo dorme numa gaveta do Supremo.
Nada como um caso exemplar para encerrar a conversa fiada: caso virasse deputado, Pimenta Neves continuaria servindo à nação com as bênção do STF e sob as asas da Constituição. Os pimentas neves que agem fantasiados de pais-da-pátria são cada vez mais numeros. Há algo de muito errado com um país que torna possível tamanha afronta à justiça.
SE ELEITO DEPUTADO, ASSASSINO CONFESSO TOMARIA POSSE
Faz mais de 10 anos que o jornalista Antonio Pimenta Neves matou a ex-namorada Sandra Gomide com uma bala nas costas e outra na cabeça. Horas depois do crime, contou tudo à polícia e se tornou réu confesso. Em 2006, foi condenado em primeira instância a 18 anos de prisão, reduzidos a 15 pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Não cumpriu nenhum.
No momento, espera em liberdade o julgamento de um recurso encaminhado ao Supremo Tribunal Federal. O caso está com o ministro Celso de Mello, que não sabe quando terá tempo de examiná-lo. Tecnicamente, Pimenta Neves não é culpado de nada: graças às alquimias da legislação e às acrobacias da jurisprudência, tornou-se inconstitucional tratar um matador assumido como assassino antes que a sentença transite em julgado.
O cidadão brasileiro Antonio Marcos Pimenta Neves poderia, se quisesse, ter disputado uma vaga na Câmara dos Deputados em 2010. Não lhe faltariam simpatizantes, sobretudo entre colegas de ofício. O público alvo seria alcançado sem muita despesa, já que a Justiça Eleitoral concentrou o público alvo de delinquentes candidatos em poucos lugares: agora, a população carcerária se vale de urnas instaladas nos presídios para cumprir o dever cívico do voto.
Com alguma lábia e um pouco de sorte, Pimenta Neves hoje estaria festejando, entre uma conversa no cafezinho da Câmara e uma reunião para tratar da reforma política, a vitória da turma do prontuário no STF - e os nítidos sinais de que a lei da ficha suja será pulverizada de vez até 2012. A inovação legal torna inelegível gente condenada em duas instâncias. Isso é inconstitucional, já avisaram alguns ministros. É preciso aguardar o julgamento doo último recurso na última instância.
Sandra Gomide agonizava de costas quando levou o tiro de misericórdia. Nunca mereceu uma lágrima do seu executor. Para pelo menos seis doutores do STF, detalhes do gênero são pieguices irrelevantes, coisa de leigos que nem imaginam as altitudes jurídicas alcançadas por uma toga. A lei só retroage em benefício do réu, declamariam em coro. O princípio da anterioridade é sagrado, alertariam aos berros - mais de 10 anos depois do assassinato. E todos fingiriam ignorar que o processo dorme numa gaveta do Supremo.
Nada como um caso exemplar para encerrar a conversa fiada: caso virasse deputado, Pimenta Neves continuaria servindo à nação com as bênção do STF e sob as asas da Constituição. Os pimentas neves que agem fantasiados de pais-da-pátria são cada vez mais numeros. Há algo de muito errado com um país que torna possível tamanha afronta à justiça.
terça-feira, 29 de março de 2011
ARTES...
O quadro de hoje é dos mais importantes de Velázquez, o que significa que é dos mais importantes da História da Pintura. É necessário conhecer um pouco da história das guerras em que a Espanha se envolveu, para apreciá-lo melhor.
Breda é uma cidade holandesa situada na província de Brabante do Norte. De 1581 a 1590, e depois de 1625 a 1637, pertenceu à Espanha. Sua captura, em 1625, é “um dos poucos sucessos espanhóis durante a Guerra dos Trinta Anos”.
O comandante das tropas espanholas foi o general genovês Ambrogio Spinola.
Podemos calcular o que isso significou para os espanhóis, humilhados por anos de guerras e desmandos. Algum tempo depois, a Espanha de novo exangue com outras derrotas, o rei Felipe IV se lembra de pedir a Velázquez que retrate esse momento de glória.
Também conhecido como “As lanças”, o óleo sobre tela, de 3m07 por 3m67, é considerado por grande parte dos críticos de arte como a tela mais perfeitamente equilibrada do pintor. É sua única obra de tema histórico.
O quadro consegue que o espectador, encantado pela beleza, pela força e originalidade da composição, seja levado para dentro da cena, no momento em que a praça forte de Breda, antes considerada inexpugnável, é entregue pelos vencidos aos vencedores.
O general vitorioso está à nossa direita e o holandês, Justijn van Nassau, à nossa esquerda.
Apesar das aparências, os dois campos não confraternizaram. O fim de um sítio de dez meses deixou marcas tenebrosas que podemos calcular olhando para o fundo da tela. O gesto aparentemente afável de Ambrógio nos remete ao fato de que ele não era nem espanhol, nem holandês.
Como Velázquez não esteve em Breda, nem era militar, baseou-se em relatos feitos a ele pelo general genovês, na segunda viagem que fez à Itália.
Mas é só olhar com olhos de ver as expressões dos soldados, de ambos os lados, voltados para nós, e captar sua mensagem...
Acervo Museu do Prado, Madrid
Fontes: www.en.wikipedia.org/ www.ibiblio.org/
SOBRE AS DIVERSAS FORMAS DE AMAR...POR CHICO BUARQUE...
De Todas as Maneiras
Chico Buarque
Composição : Chico Buarque de Hollanda
De todas as maneiras que há de amar
Nós já nos amamos
Com todas as palavras feitas pra sangrar
Já nos cortamos
Agora já passa da hora, tá lindo lá fora
Larga a minha mão, solta as unhas do meu coração
Que ele está apressado
E desanda a bater desvairado
Quando entra o verão
De todas as maneiras que há de amar
Já nos machucamos
Com todas as palavras feitas pra humilhar
Nos afagamos
Agora já passa da hora, tá lindo lá fora
Larga a minha mão, solta as unhas do meu coração
Que ele está apressado
E desanda a bater desvairado
Quando entra o verão
SOBRE O HOMEM, A MULHER E O MACHO...
ODE ÀS MULHERES ( UMA DECLARAÇÃO DE AMOR) Cícero Cavalcanti. Analisando sem maiores profundidades – e olhe que em se tratadando de mulher, quanto mais profundo melhor – as mulheres são muito diferentes dos homens. Tenham calma senhores imbecis! Eu não iria perder meu preciosíssimo tempo para escrever uma idiotice dessa sem maiores explicações. Há muito mais nessas diferenças visíveis e palpáveis – deliciosamente visíveis e palpáveis – do que imagina as vossas vãs filosofias. Digo vossas, apenas para aqueles que pensam que o sexo feminino é composto por seres que tenham duas bundas, dois seios, duas coxas macias – ah, as coxas! – e um buraquinho molhado (há quem diga que são dois). E vamos começar colocando tudo nos seus devidos lugares. Mulheres são sempre uma só. Maravilhosamente mulheres. Deliciosamente mulheres. Homens não! O gênero masculino se divide em duas espécies bem distintas. Uma delas é a espécie dos machos. Sêres estranhos cuja única aspiração na vida é pensar em sexo e em fêmeas. A outra espécie do gênero masculino chama-se HOMEM. A diferença está na admiração do kit completo feminino: corpo e alma. A espécie “HOMEM” é mais estranha ainda. Esses viventes gostam de coisas absurdas como dengo, manha, charme, ciuminho e outras delícias que os “MACHOS” nem imaginam que existam. “ HOMENS” são bichos esquisitos e maquiavélicos e consideram tudo o que fazem pela companheira amada, como investimento com retorno em curtíssimo prazo. Um deles certa vez me disse: “você nem imagina do que é capaz uma mulher que recebe o café na cama, devidamente preparado pelo seu amado”. Outro me deu um grande conselho: “…Cição prestenção no que vô batêpatú. O dia que vosmincê acordar com a espada em riste, cheinho de malintenção, achegue-se suavemente no corpo da comadre e diga em seu ouvidinho: que maravilha é saber que você faz parte da minha vida! Diga isso e vire pro seu canto. Não demonstre sua safadeza. É tiro e queda! Em pouquíssimo tempo o prêmio chega. Esteji preparado!” Funciona. Testei e funciona. E como funciona. Mas do que falávamos mesmo? Ah sim, das diferenças. Vamos a elas. Uma das coisas que eu mais admiro nas mulheres é a sublimação do orgasmo para a procriação. Em outras palavras: mulher nenhuma precisa de gozar pra gerar um filho. Isso dá a elas grandes vantagens. Elas, apenas e somente elas, podem fazem sexo só pelo prazer. Isso vai deixar atordoado o pensamento masculino que acha que prazer é coisa de homem. A mãe natureza, que não é besta nem nada, uniu as duas coisas nos bichos machos. Homem nenhum é tão apaixonado pelo prazer quanto uma mulher. Homens são escravos dele, subservientes e lacaios. Se um homem não gozar, ninguém nasce. E mesmo que seja por inseminação artificial, alguém vai ter que bater uma punheta. Acuma é? Quais são as vantagens? Deixe de ser burro. Sexo por sexo é farinha com rapadura. Não deixa de ser gostoso, mas só presta pra matar a fome do corpo. A inteligência feminina, altamente especializada, exige mais que isso. Com envolvimento e amor, como é do gosto delas, vira mel, vira manjar dos deuses. A diferença fica por conta da qualidade. Voltemos às diferenças. Uma das maravilhas do sofisticadíssimo contexto feminino está na oferta sexual. Explico: nós, os homens, temos um órgão sexual. Mulheres não. Mulheres são um órgão sexual. Corpo inteiro. Tudo. Tão sofisticado é isso que um homem antes de namorar devia fazer um curso de mulher. E elas, por sua vez, só deviam namorar quem tivesse o respectivo diploma. Pesquisas bem fundamentadas, demonstram que 60% do lesbianismo mundial se deve ao desprazer provocado por machos na hora da intimidade. Um homem pode estragar uma mulher em uma simples noite e para o resto da vida. Eu os chamo de filhos da puta. E isso dá outra grande vantagem a elas. Enquanto elas preferem se deliciar com a paisagem dessas lindíssimas plagas da sexualidade, nós, os homens, vamos de zero a cem em poucos segundos. Como se sexo fosse pressa. Uma corrida que precisa ser resolvida na velocidade. E pior: machos só têm duas possibilidades sexuais: pau duro e pau mole. Mulheres não. Elas vão crescendo como um bolo, que além dos cuidados do preparo, precisam de ingredientes minuciosos para a excelência do produto final. Algumas crescem tanto que as vezes podem explodir em prantos nesses píncaros de excitação. São realmente muito especializadas as fêmeas da nossa espécie. O único ser na natureza que conseguiu trazer o órgão sexual para a parte frontal do corpo, permitindo assim dividir as emoções dos prazeres com o parceiro, olhando dentro dos seus olhos. E o melhor: com u’a alma infintamente mais complexa que isso. Alma de irmã, de parceira, de safada, de amante, de enfermeira, de dedicações extremadas e capazes de amores plenos, totais, inteiros e, na maioria das vezes, cegos aos nossos defeitos. E aqui faço minhas algumas palavras já ditas sobre a intensa felicidade feminina, quando apaixonada e devidamente retribuída: “ …a TPM é uma forma que a natureza arranjou para que uma mulher se sinta e haja como um homem pelo menos por 4 dias por mês”. Respeitemo-las. Adoremo-las. Benditas sejam.
RIMAS...
José de Sousa Dantas glosando o mote:
Quem foi sujo no passado
Quer ser limpo no presente
Quem tem o dom de roubar,
vive procurando um meio
de se valer do alheio
para se locupletar,
manter-se e continuar
ganhando irregularmente;
trapaceia, finge e mente,
com seu jeito descarado.
Quem foi sujo no passado
quer ser limpo no presente !
Faz de tudo para ter
uma oportunidade
que dê rentabilidade
e possa se promover,
ganhando, sem merecer,
livre e descaradamente,
enganando a muita gente,
num esquema enviesado.
Quem foi sujo no passado
quer ser limpo no presente !
Não tem vergonha na cara
e se mostra como santo,
o seu fingimento é tanto
que dissimula e mascara,
e ainda se declara
ser leal e coerente,
mas não passa finalmente,
de covarde e de safado.
Quem foi sujo no passado
quer ser limpo no presente !
O sujopode deixar
a família envergonhada,
marcada e prejudicada,
sem saber como encarar
tanta sujeira sem par,
e sentir-se realmente
ofendida moralmente,
com críticas de todo lado.
Quem foi sujo no passado
quer ser limpo no presente !
Além de ser sujo quer
viver ganhando dinheiro
pra manter-se o tempo inteiro
como bem lhe convier,
dê o caso no que der,
mente deslavadamente,
usa desse expediente
que nos deixa indignado.
Quem foi sujo no passado
quer ser limpo no presente !
É preciso punição
para toda criatura
acusada de usura,
calote e corrupção,
além de devolução
de valor integralmente,
logrado indevidamente
de ato ilegal provado.
Quem foi sujo no passado
quer ser limpo no presente !
Tem sujo que quer ficar
limpo de cara lavada,
com sua vida inovada,
procura se lapidar,
para se purificar
externo e internamente,
mudando literalmente
o rumo antes traçado.
Quem foi sujo no passado
quer ser limpo no presente !
Ser limpo é uma virtude,
uma forma de respeito;
mas ser sujo é um defeito,
um vício, uma ilicitude,
um tipo de atitude
abusiva, inconsequente,
desleal e indecente,
que constitui um pecado.
Quem foi sujo no passado
quer ser limpo no presente!
* * *
Carneiro Portela glosando o mote:
Neste Brasil de novela
Futebol e carnaval.
Veja a coisa como anda
Nesta Pátria idolatrada
Sua honra está manchada
Apesar da propaganda
Está entrando na ciranda
Da mídia fenomenal
E todo povo em geral
Com isto se desmantela
Neste Brasil de novela
Futebol e carnaval.
É tanta vagabundagem
tanta farra e anarquia
confundem a democracia
com a própria “fuleragem”
curtição e vadiagem
bacana com bacanal
quem anima é animal
quem tem pêlo não apela
neste Brasil de novela
futebol e carnaval.
Brasilzim das mordomias
dos ladrões engravatados
de tanto reais jogados
nos cofres das loterias
o Brasil dos nossos dias
está enfermo,passa mal
fechando tanto hospital
não cura tanta mazela
neste Brasil de novela
futebol e carnaval.
O Brasil vive jogando
sua cultura na lama
a novela é o programa
pra gente besta pirando
carnaval de vez em quando
para o povo é triunfal
no mundo não tem rival
chega dói na espinhela
neste Brasil de novela
futebol e carnaval.
* * *
Anastácio e Zé Limeira glosando o mote:
Vou fazer serenata na calçada
Da menina que amei na minha vida
Anastácio
Venho amando do tempo da infância
Uma linda menina que ainda prezo,
Inda quase maluco eu não desprezo
Sua imagem e a sua rutilância .
Desprezá-la seria ignorância,
Minha deusa bonita e preferida
Que por Deus para mim foi escolhida,
Minha estrela brilhante e consagrada…
Vou fazer serenata na calçada
Da menina que amei na minha vida.
Zé Limeira
Pra fazê serenata eu sou bambão ,
Toco em frente, de banda, quina e lado.
Na viola eu até toco um bocado,
Sou ribombo e zuada de truvão.
Muitas vezes eu decanto uma canção
Lá no açude de Santa Margarida.
Eu me lasco mais faço uma ferida
No toitiço da velha madrugada…
Vou fazer serenata na calçada
Da menina que amei na minha vida.
* * *
Manoel Xudu glosando o mote:
Cleópatra Rainha do Egito,
Messalina Rainha do Romano.
Madalena mulher escandalosa,
Filha legítima de Betânia,
Abalou toda aquela Babilônia
Com seus trajes e roupa vaporosa.
Sua mãe era muito virtuosa
E seu pai trabalhava todo o ano,
Mas Lázaro já havia feito um plano
E a Maria deu um castigo maldito.
Cleópatra Rainha do Egito,
Messalina Rainha do Romano.
* * *
Um folheto de Arievaldo Viana
ROMANCE DE LUZIA-HOMEM
Seca de setenta e sete
Estranho e terrível mal
O século é dezenove
E o cenário é Sobral
Sob um sol causticante
Vemos uma retirante
Lá no morro do curral.
O seu talhe é esbelto
E o rosto muito bonito
Possui o braço mais forte
Nesse cenário maldito
Canseiras não a consomem
Lhe chamam Luzia-Homem
Pelo seu jeito esquisito.
O seu pai era vaqueiro
Na fazenda Ipueira
Por não ter um filho homem
Transformou-a em vaqueira
Nas lidas do dia-a-dia
E a fama de Luzia
Corria aquela ribeira.
O pai morreu, veio a seca
Mudou então seu destino
Tornou-se uma retirante
Grão de areia pequenino
No mar da vida jogado…
Só dois amigos a seu lado
Eram Alexandre e Raulino.
Alexandre, moço fino
Fora um dia fazendeiro
E por amor a Luzia
Tornou-se um bom companheiro
Do outro o que se conta
É que foi salvo da ponta
De um touro traiçoeiro.
Raulino Uchôa, o vaqueiro
Era forte e destemido
Quis pegar um touro à unha
Milagre, não ter morrido
Por ironia do destino
Foi o valente Raulino
Por Luzia socorrido.
Agora vamos falar
Da heroína Luzia
Em um casebre afastado
Com a sua mãe vivia
Dona Zefinha doente
Tinha uma asma inclemente
Que aos poucos lhe consumia.
Rumavam as duas peregrinas
Com destino ao litoral
Mas o caminho puxado
Agravou da velha o mal
A pobre mal se arrastava
Por ela, Luzia estava,
Contra a vontade, em Sobral.
Na sua lida diária
Batalhava pelo pão
Mas por ser forte e arredia
Sofria discriminação
Cercada por inimigos
Somente seus dois amigos
Inda lhe davam atenção.
Lá no morro do curral
Tinha um soldado metido
Era um tal de Crapiúna
Sujeito vil, enxerido
Que sempre a perseguia
Se aproximou de Luzia
Visando tirar partido.
Rejeitado com veemência
Não se dava por vencido
Dia a dia foi ficando
Mais ousado e atrevido
Sempre, sempre a lhe cercar
Vivia a se lamentar
Por ser dela preterido.
Vendo então que Alexandre
Era de fato um rival
O soldado Crapiúna
Pensava em fazer-lhe o mal
Mas Alexandre, direito,
Aumentava seu conceito
Na cidade de Sobral.
Conquistou a confiança
Por ser um homem de bem
E tinha em seu poder
As chaves de um armazém
Foi a sua perdição
Porque da vil traição
Não está livre ninguém.
Na porta desse armazém
Os pobres aglomerados
Recebiam um quinhão
Dos mantimentos guardados
O socorro federal
Que diminuía o mal
Daqueles pobres coitados.
Um dia em que Alexandre
Foi ver Zefinha e Luzia
Perguntou à bela jovem
Se com ele casaria
Deu-lhe uma flor perfumada
Sem saber que na cilada
Do soldado cairia.
Pois quando se retirou
Da casa de sua amada
Encontrou no armazém
Uma multidão formada
Lhe acusando de ladrão
Não adiantou então
A inocência protestada.
Terezinha, a única amiga
Que Luzia-Homem tinha
Foi correndo avisá-la
Dessa desgraça mesquinha
Ela a notícia escutando
Correu depressa, deixando
Sua mãe com Terezinha
Chegando ali se prostrou
Aos pés da autoridade
E defendeu Alexandre
Com tanta sinceridade
Que até mesmo o promotor
Viu que acima do amor
Estava ali a verdade.
Porém a justiça é cega
E lenta em seu caminhar
Nisto chegou Crapiúna
E pôs-se dela a zombar
Mas ela tinha guardado
Uma carta onde o safado
Prometia se vingar…
Luzia pega a tal carta
Mostra ao promotor então
Crapiúna com cinismo
Se livra da acusação
Saiu contente o soldado
E Alexandre foi levado
Às grades da detenção.
Luzia seguiu pra casa
Bastante contrariada
Terezinha então lembrou
De uma velha afamada
Que sabia adivinhar
Mas precisava levar
A quantia estipulada.
Responso de Santo Antônio
A poderosa oração
Que para as pessoas cultas
Não passa de um abusão
Pra muitos funcionava
Era o que a velha usava
Para descobrir ladrão
No entanto, Terezinha
Viu uma cena confusa
Mais pareciam ciganos
Da velha terra andaluza
Na cena também foi vendo
O papangu mais horrendo
Numa careta disfusa.
Luzia todos os dias
Com muita dedicação
Levava para Alexandre
O de comer, na prisão.
Porém, uma certa vez
O seu amado lhe fez
Estranha revelação.
Contou que uma tal Gabrina
Moça a quem ele ajudara
Viera a promotoria
E um falso lhe imputara
Mostrou cortes de fazenda
Um par de brincos, outra prenda
Disse que dele ganhara.
Mordida pelo ciúme
Luzia se retirou
E a partir daquele dia
À prisão não mais voltou.
Terezinha, por seu lado
Seguindo o torpe soldado
Todo o crime desvendou.
Pois ela viu Crapiúna
Um baú desenterrar
E de dentro dessa arca
Grande quantia tirar
Separou ele uma nota
E reuniu-se à patota
Para beber e jogar.
Terezinha correu célere
Foi dizer ao delegado
E Crapiúna foi preso
Depois do crime apurado
Soltaram o réu inocente
E ali no mesmo ambiente
Deixaram preso o soldado.
Alexandre resolveu
Ir morar noutra parada
Levando os seus amigos
Dona Zefinha e a amada
Partiu na frente sozinho
Pra arranjar com carinho
Sua futura morada.
Luzia seguiu depois
Com Dona Zefa e Raulino
Mas vejam a negra cilada
Que preparou-lhe o destino
Pois Crapiúna fugiu
E de perto a seguiu
Com seu instinto assassino.
Achando-a só um instante
Tratou de lhe agarrar
Chamando por Alexandre
Pôs-se Luzia a gritar
Travou-se a luta mortal
E aquele bruto animal
Entendeu de lhe matar.
Defendendo sua honra
Luzia ainda lutou
Com suas unhas um olho
De Crapiúna arrancou
E tombou morta em seguida
A sua amada sem vida
Pobre Alexandre encontrou.
segunda-feira, 28 de março de 2011
CONHEÇA VELASQUEZ...
Creio que Diego Rodríguez de Silva y Velázquez, o maior pintor espanhol, e um dos maiores pintores de todos os tempos, não precisa de grandes apresentações, só alguns dados básicos e curiosidades.
Nasceu em Sevilha, em 1599; descendia de aristocratas portugueses da cidade do Porto, mas ficou conhecido pelo sobrenome da mãe, conforme costume andaluz (porventura ibérico) do sobrenome materno vir depois do paterno.
Conhecido como o pintor dos pintores, não foi suplantado por nenhum outro em sua capacidade de fixar na tela homens e mulheres que parecem respirar. Basta dizer que ele continua a ser um ícone entre seus pares, difícil, raríssimo, a mesma unanimidade em torno de outro nome.
Ele começou a estudar pintura muito jovem; estudava muito, copiando os mestres e observando a natureza e as pessoas de sua cidade. É dessa fase o magnífico óleo sobre tela que apresentamos hoje, “Velha Fritando Ovos” (100.5 x 119.5cm).
Aos 19 anos, casou-se com a filha de seu professor, o pintor Francisco Pacheco. Pouco tempo depois foi convidado para ir a Madrid pintar um retrato; lá, seu imenso talento foi quase que imediatamente reconhecido e ele decide ali viver.
Pouco tempo depois, a conselho de Peter Paul Rubens, o grande pintor flamengo que passava temporada em Madrid, Velázquez vai para a Itália estudar os grandes mestres do Renascimento.
Ele consegue que o rei o envie em missão para comprar quadros que enriqueçam a coleção real e entre 1629 e 1631, visita Gênova, Veneza, Roma e Nápoles; compra telas para o rei, mas, sobretudo, estuda os grandes artistas do Renascimento.
A fantástica riqueza dos museus espanhóis deve muito a Velázquez, ao seu profundo conhecimento do que era perfeito na arte da pintura. Riqueza que seria triplicada com suas telas, comprovantes que são de sua genialidade.
Acervo National Gallery of Scotland
Fontes: www.artfund.org/
www.nationalgalleries.org/
UMA LENDA SOBRE RUI BARBOSA...
EU LEVO OU DÊXO???...
- Diz a lenda que Rui Barbosa, ao chegar em casa, ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal. Foi averiguar e constatou haver um ladrão tentando levar seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com seus patos, disse-lhe: “- Oh, bucéfalo anácrono!!!...Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica, bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada.”
E o ladrão, confuso, diz:
“- Dotô, rezumino...eu levo ou dêxo os pato???...”
- Diz a lenda que Rui Barbosa, ao chegar em casa, ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal. Foi averiguar e constatou haver um ladrão tentando levar seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com seus patos, disse-lhe: “- Oh, bucéfalo anácrono!!!...Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica, bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada.”
E o ladrão, confuso, diz:
“- Dotô, rezumino...eu levo ou dêxo os pato???...”
SOBRE CHARUTOS COM WHISKY...
A arte de combinar charutos e uísques
Fonte: http://www.walkshow.com.br/materia.asp?c=427
Por: Equipe WS
Que tal experimentar o que há de melhor em Cuba e na Escócia em nobre momento de prazer? Isso é possível com a degustação de um charuto acompanhada do uísque correto para uma ocasião especial repleta de sabores intrigantes.
Assim como existe um vinho para cada tipo de alimento, há charutos específicos para serem degustados enquanto se bebe uísque. A harmonização entre esses elementos começa por uma regra básica: charutos de bouquet leve não combinam com o destilado.
O apreciador deve escolher charutos que liberam fumaça intensa, com gosto acentuado. Os produtos que melhor respondem a esse tipo de necessidade são os cubanos. Na origem estão marcas conceituadas e conhecidas por suas características marcantes, como Partagas e Cohiba. O consumidor deve atentar à largura da bitola - quanto mais larga, melhor, porque ressalta o contato do fumante com as substâncias do charuto.
Existem opções nacionais que também atendem a essa demanda com qualidade. A Bahia produz charutos encorpados com paladar picante; uma característica que traz personalidade e destaque aos exemplares baianos. Quando mais amanteigado o charuto, menos recomendado ele é para um consumo aliado à bebida escocesa, e esse é o caso daqueles vindos de locais com tradição mais suave, como a República Dominicana.
Não são todos os uísques que fazem uma união perfeita com essa fumaça. Apenas os mais envelhecidos, acima de doze anos, cumprem a missão com maestria. Uma boa opção é o Buchanans (18 anos - foto ao lado) e entre os mais novos que são recomendados por especialistas estão J&B Scotch Whisky (15 Anos) e também o Johnnie Walker (12 anos).
Para que o ritual seja perfeito e ainda mais prazeroso é importante reservar um momento de tranqüilidade e descontração, ao lado de pessoas queridas. A degustação deve ser feita com calma e atenção, então, escolha um ótimo lugar e entregue-se a essa experiência sensorial.
Fonte: http://www.walkshow.com.br/materia.asp?c=427
Por: Equipe WS
Que tal experimentar o que há de melhor em Cuba e na Escócia em nobre momento de prazer? Isso é possível com a degustação de um charuto acompanhada do uísque correto para uma ocasião especial repleta de sabores intrigantes.
Assim como existe um vinho para cada tipo de alimento, há charutos específicos para serem degustados enquanto se bebe uísque. A harmonização entre esses elementos começa por uma regra básica: charutos de bouquet leve não combinam com o destilado.
O apreciador deve escolher charutos que liberam fumaça intensa, com gosto acentuado. Os produtos que melhor respondem a esse tipo de necessidade são os cubanos. Na origem estão marcas conceituadas e conhecidas por suas características marcantes, como Partagas e Cohiba. O consumidor deve atentar à largura da bitola - quanto mais larga, melhor, porque ressalta o contato do fumante com as substâncias do charuto.
Existem opções nacionais que também atendem a essa demanda com qualidade. A Bahia produz charutos encorpados com paladar picante; uma característica que traz personalidade e destaque aos exemplares baianos. Quando mais amanteigado o charuto, menos recomendado ele é para um consumo aliado à bebida escocesa, e esse é o caso daqueles vindos de locais com tradição mais suave, como a República Dominicana.
Não são todos os uísques que fazem uma união perfeita com essa fumaça. Apenas os mais envelhecidos, acima de doze anos, cumprem a missão com maestria. Uma boa opção é o Buchanans (18 anos - foto ao lado) e entre os mais novos que são recomendados por especialistas estão J&B Scotch Whisky (15 Anos) e também o Johnnie Walker (12 anos).
Para que o ritual seja perfeito e ainda mais prazeroso é importante reservar um momento de tranqüilidade e descontração, ao lado de pessoas queridas. A degustação deve ser feita com calma e atenção, então, escolha um ótimo lugar e entregue-se a essa experiência sensorial.
domingo, 27 de março de 2011
ME LEMBRANDO DAS PRIMAS...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL...
Estou na quinta dos três bicos...um recanto que eu tenho no agreste,entre o litoral e o sertão,para curtir a minha solidão e intelectualidade... A intelectualidade é uma prática diferente,precisa de silencio,precisa de um remanso, é cara... Aqui, escuto o silencio de tudo que soa,na alma e na natureza, ...pardais cantam sua sinfonia, é um coral de pássaros durante o dia...á noite os pássaro se calam, as moças soltam os cabelos, com os bichos que neles existem,mas que vivem presos durante o dia... Agora, afora o silencio profundo,escuto um som baixo muito longe, que diz:que vai pra casa das primas,que lá é muito bom,por que fica uma de lado e a outra em cima...ótimo...Na vida de todo homem existe a história de uma prima...Deve ser muito bom, uma casa com duas primas,que fica uma em baixo e outra em cima...Todo homem precisa sonhar, desintoxicar o espírito,para não viver, como se viver fosse existir...não ser um defunto vivo.Conseguí tirar todas as censuras da minha vida...basta as censuras da alma que a vida lhe impõe,e lhe aprisiona o espírito...Basta o destino, este sujeito inexorável,que um DIA lhe tira tudo, inclusive a vida.Quem quiser que passe a vida fingindo,eu só faço viver... Do meu lado,exalando bastante prazer,três amigos queridos,TITO,BACO, e DALILA,um labrador e dois pastores suíços...já ratificaram o amor que sentem por mim,estão agora estirados no chão,ao meu lado, á postos.Como os Animais são inteligentes e amigos...até sorriram, enquanto conversávamos...eu falo o idioma dos cachorros, eles entendem tudo,eles entendem como soam, as minhas palavras e os meus gestos... Em Santo António,onde uma onça pulou de uma pedra pra outra,na margem do Rio Jacú,temos um sol bastante forte,refletindo de azul, a água da piscina,e dizendo que um vinho tinto desentope a vida, da angústia e dos trombos ...vou já mergulhar, ao som de Vinicius de Moraes,cantando que são demais os perigos desta vida,quando se tem paixões...e paixões literalmente por tudo, é o máximo de viver. Desejo um bom domingo para todos,muita alegria,e para os que estão tristes, me despeço com BADEN POWELL: SE TODOS OS TRISTES QUISEREM JUNTOS, TODA A TRISTEZA VAI SE ACABAR...Mil beijos, para todos.
sábado, 26 de março de 2011
OS SINOS QUE TOCAM EM MIM...Bernardo Celestino Pimentel...
Caminhei e caminho o restante da vida escutando sinos,
que me lembram os sonhos, do menino, que nunca morreu em mim...
Veio o dia, veio a festa ,a vida bela,de tinta carmim.
casei com sonhos, juntei desejos,curtí saudades,eu sou assim...
Ando na rua, vejo a cidade,trato sentindo ,pra nào ferir...
cuido dos fracos,amo os perdidos, e escuto o sino, que bate em mim...
vejo um jardim, sinto saudades,desejos rosas,dálias e jasmim...
ando ligeiro,fujo do dia,paro na via,escuto os sinos que tocam em mim..
Sou de cristal,teclas de pétalas,souo um gemido,que sai do sino que toca em mim...
vejo baladas,escuto visões,curto paixões,piso em fantasmas,no meu capim...
canto com as flores,repito os verso, que vem dos sino, que tocam em mim.
Saio na noite, abro com a lua,um paraíso que eu trago em mim,
beijo os meus sonhos,fujo dos becos, que calam os sinos que trago em mim.
BERNARDO CELESTINO PIMENTEL EM CORDEL...
A VISÃO...BERNARDO CELESTINO PIMENTEL...
POESIA MUSICADA DO AUTOR. SE ENCONTRA NO CD
MÉDICO POPULAR BRASILEIRO.
ACHO QUE ESTES VERSOS CONSTITUEM O MEU AUTORETRATO...
EU VI A LUA POR DETRÁS DAQUELA SERRA,
MORRI NA PAZ, NASCI NA GUERRA,
SONHEI COM A ROSA E O LUAR.
EU VI A LUA POR DETRÁS DA BANANEIRA,
ESCUTEI PADRE ESCUTEI FREIRA,
ISSO SÓ FEZ ME ILUMINAR...
COMO É QUE EU POSSO ME ESQUECER DESTAS MIRAGENS,
SE A VIDA PASSA E AGENTE VIVE A LEMBRAR,
COMO É QUE EU POSSO SER FELIZ COMO POETA
SE EU SOU A DOR, A EMOÇÃO E O CANTAR..
AINDA GAROTO VI O GATO E O CACHORRO.
O PERIQUITO E O BESOURO, VI O BEZERRO MAMAR.
VI O MARTELO, A PORTEIRA E O SERROTE,
EU JÁ SABIA QUE A SORTE É UM PRESENTE QUE DEUS DA.
COMO É QUE CHAMAM UM GAROTO TAO FELIZ,
QUE É ILUMINADO PELO SOL QUE VEM DO CÉU,
COMO É QUE EU POSSO UM SEGUNDO ME CALAR,
SE EU SOU A VIDA SOU O SOL E O LUAR.
EU VI A RODA , A CANOA E O ROJÃO,
EU CANSAVA NO SÃO JOÃO COM A FUMAÇA DA FOGUEIRA,
TOMEI ANGICO E CUMARU PARA BRONQUITE,
ADORAVA ANDAR DE JEEP, DE CARROÇA E CAMINHÃO.
COMO SE PODE ESQUECER DE GENTE E GESTOS,
SE A SAUDADE NÃO ME DEIXA SOSSEGAR,
COMO SE PODE COMEÇAR TUDO DE NOVO,
SE EU SOU DO POVO COMO O SOL, É DO LUAR...
VIM PRA NATAL PRA SER BOM NA MEDICINA,
CONHECER PENICILINA, FEBRE TIFO E DIGITAL,
RECEITEI VINHO PRA BAIXAR COLESTEROL,
PRA TRISTEZA BANHO DE SOL, PRA POESIA BANHO DE MAR.
COMO É QUE PASSA UM INSTANTE SEM SENTIR,
SE A POESIA ESTA DEBAIXO DESTE ANEL,
COMO É QUE PODE SE VIVER SÓ PRA EXISTIR,
EU QUERO A SOPA, QUERO O PÃO, EU QUERO O MEL...
EU VI A MOCA PELA FRESTA DA JANELA,
VI A ROSA E O CHEIRO DELA FAZER O BICHO PEGAR,
SAI CONTENTE TOMEI BANHO NA BIQUEIRA,
AMO A VIDA A VIDA INTEIRA, GOSTO MUITO DE CANTAR...
COMO É QUE PODE SE A VIDA É POR UM TRIZ,
AGUARDE A MORTE QUE ELA VEM PRA NIVELAR,
EU QUERO A VIDA , EU QUERO UM BEIJO, EU QUERO BIS,
EU SOU DO SAMBA COMO O SURDO E DO GANZA...
DESDE CRIANÇA EU MOREI EM NOVA CRUZ,
ME CRIEI SEM AGUA E LUZ, MAS TINHA DEUS NO MEU POMAR...
DEPOIS DE GRANDE TRABALHEI EM SANTO ANTÓNIO,
EU VI A ONÇA E O LAJEDO,
EU VI A COBRA E O PREA.
O QUE É QUE EU DIGO DESTA FLOR QUE EU TRAGO EM MIM,
E DESTE BRILHO QUE ME ESCAPA DO OLHAR,
OLHEI PRA VIDA, OLHEI PRO CÉU E DISSE SIM,
EU SINTO A CHUVA , SINTO A PELE, EU SINTO O MAR ...
LEMBRO DO BERÇO, DO MEU TERÇO E DO RECADO DE MAMÃE PARA O FUTURO:
TUDO UM DIA VAI PASSAR....
O QUE NÃO PASSA É A TOLERÂNCIA E A CARIDADE, A BOA AÇAO E AMIZADE,
E QUEM TEM MAIS TEM QUE MAIS DAR...
EU ABRO OS BRAÇOS, ABRAÇO O MUNDO , OMAR E O SOL,
EU CHEIRO A VIDA QUE RENASCE NAS MANHAS,
VIBRO COM AS FLORES POIS NÃO ESCOLHEM JARDINS,
ENTENDO OS PÁSSAROS QUE CANTAM NO MEU QUINTAL.
POESIA MUSICADA DO AUTOR. SE ENCONTRA NO CD
MÉDICO POPULAR BRASILEIRO.
ACHO QUE ESTES VERSOS CONSTITUEM O MEU AUTORETRATO...
EU VI A LUA POR DETRÁS DAQUELA SERRA,
MORRI NA PAZ, NASCI NA GUERRA,
SONHEI COM A ROSA E O LUAR.
EU VI A LUA POR DETRÁS DA BANANEIRA,
ESCUTEI PADRE ESCUTEI FREIRA,
ISSO SÓ FEZ ME ILUMINAR...
COMO É QUE EU POSSO ME ESQUECER DESTAS MIRAGENS,
SE A VIDA PASSA E AGENTE VIVE A LEMBRAR,
COMO É QUE EU POSSO SER FELIZ COMO POETA
SE EU SOU A DOR, A EMOÇÃO E O CANTAR..
AINDA GAROTO VI O GATO E O CACHORRO.
O PERIQUITO E O BESOURO, VI O BEZERRO MAMAR.
VI O MARTELO, A PORTEIRA E O SERROTE,
EU JÁ SABIA QUE A SORTE É UM PRESENTE QUE DEUS DA.
COMO É QUE CHAMAM UM GAROTO TAO FELIZ,
QUE É ILUMINADO PELO SOL QUE VEM DO CÉU,
COMO É QUE EU POSSO UM SEGUNDO ME CALAR,
SE EU SOU A VIDA SOU O SOL E O LUAR.
EU VI A RODA , A CANOA E O ROJÃO,
EU CANSAVA NO SÃO JOÃO COM A FUMAÇA DA FOGUEIRA,
TOMEI ANGICO E CUMARU PARA BRONQUITE,
ADORAVA ANDAR DE JEEP, DE CARROÇA E CAMINHÃO.
COMO SE PODE ESQUECER DE GENTE E GESTOS,
SE A SAUDADE NÃO ME DEIXA SOSSEGAR,
COMO SE PODE COMEÇAR TUDO DE NOVO,
SE EU SOU DO POVO COMO O SOL, É DO LUAR...
VIM PRA NATAL PRA SER BOM NA MEDICINA,
CONHECER PENICILINA, FEBRE TIFO E DIGITAL,
RECEITEI VINHO PRA BAIXAR COLESTEROL,
PRA TRISTEZA BANHO DE SOL, PRA POESIA BANHO DE MAR.
COMO É QUE PASSA UM INSTANTE SEM SENTIR,
SE A POESIA ESTA DEBAIXO DESTE ANEL,
COMO É QUE PODE SE VIVER SÓ PRA EXISTIR,
EU QUERO A SOPA, QUERO O PÃO, EU QUERO O MEL...
EU VI A MOCA PELA FRESTA DA JANELA,
VI A ROSA E O CHEIRO DELA FAZER O BICHO PEGAR,
SAI CONTENTE TOMEI BANHO NA BIQUEIRA,
AMO A VIDA A VIDA INTEIRA, GOSTO MUITO DE CANTAR...
COMO É QUE PODE SE A VIDA É POR UM TRIZ,
AGUARDE A MORTE QUE ELA VEM PRA NIVELAR,
EU QUERO A VIDA , EU QUERO UM BEIJO, EU QUERO BIS,
EU SOU DO SAMBA COMO O SURDO E DO GANZA...
DESDE CRIANÇA EU MOREI EM NOVA CRUZ,
ME CRIEI SEM AGUA E LUZ, MAS TINHA DEUS NO MEU POMAR...
DEPOIS DE GRANDE TRABALHEI EM SANTO ANTÓNIO,
EU VI A ONÇA E O LAJEDO,
EU VI A COBRA E O PREA.
O QUE É QUE EU DIGO DESTA FLOR QUE EU TRAGO EM MIM,
E DESTE BRILHO QUE ME ESCAPA DO OLHAR,
OLHEI PRA VIDA, OLHEI PRO CÉU E DISSE SIM,
EU SINTO A CHUVA , SINTO A PELE, EU SINTO O MAR ...
LEMBRO DO BERÇO, DO MEU TERÇO E DO RECADO DE MAMÃE PARA O FUTURO:
TUDO UM DIA VAI PASSAR....
O QUE NÃO PASSA É A TOLERÂNCIA E A CARIDADE, A BOA AÇAO E AMIZADE,
E QUEM TEM MAIS TEM QUE MAIS DAR...
EU ABRO OS BRAÇOS, ABRAÇO O MUNDO , OMAR E O SOL,
EU CHEIRO A VIDA QUE RENASCE NAS MANHAS,
VIBRO COM AS FLORES POIS NÃO ESCOLHEM JARDINS,
ENTENDO OS PÁSSAROS QUE CANTAM NO MEU QUINTAL.
O CRIADOR E A CRIATURA....A DIFERENCIAÇÀO....
UM TEXTO DE PLINIO ZABEU
DILMA E LULA
Dilma Rousseff tem se mostrado de maneira bem diferente do que muitos dos brasileiros esperávamos. Ainda bem, para o Brasil, de modo bem melhor. A principal diferença entre ela e o antecessor foi sem dúvida a descida do palanque do qual Lula nunca se afastou. Mesmo repetindo à exaustão que “nunca antes nesse país” ou “herança maldita” ou ainda mostrando que é contrário à liberdade de imprensa, nunca reconheceu valores de mais ninguém dizendo que o país na realidade começou a existir em 2003, após sua posse.
Nunca teve a sensatez de reconhecer que o progresso que o país conseguiu até chegar a um PIB histórico, teve raízes plantadas no período anterior à sua posse. As bases para tal progresso se basearam em princípios contra os quais Lula e muitos dos seus companheiros combateram, como o controle da inflação, a flutuação do câmbio e principalmente a Lei de Responsabilidade Fiscal. Tais metas foram mantidas à custa de gente capaz e responsável como Henrique Meirelles e Antonio Palocci.
Mas Lula não poderia jamais reconhecer os valores de outros para não correr risco de dividir holofotes. Sua indicação para nova chefia foi surpreendentemente salutar. Dilma não mostrava, quando ministra ou mesmo como candidata, sinais da seriedade e controle emocional que agora mostra para maiores esperanças no futuro do nosso país. Lula tem se queixado ultimamente de novo – como sempre – das “elites” consignadas na imprensa livre que estão fazendo comparações irritantes entre ele e ela.
O fato mais marcante foi a recusa ao convite para a festa de recepção ao presidente Obama. Quatro ex-presidentes convidados compareceram. Ele preferiu ficar longe a ter que aparecer com outros iguais, igualdade que ele repudia, evidentemente devido à sua megalomania.
Ainda bem que, estando longe, não teve que explicar o desastre da sua política externa apoiando ditadores como Almadnejaad, Kadafi, Hugo Chávez, Fidel Castro etc..
A posição da presidente tem que ser elogiada e apoiada visando um futuro promissor para o Brasil. Nas suas raras, mas úteis palavras, ela tem mantido a promessa de uma democracia cada vez mais perfeita baseada sobretudo na liberdade de expressão e no controle de gastos públicos – como o corte de 50 bilhões – que nos últimos 8 anos e, particularmente em 2010, foram absurdamente crescentes.
A parte boa da sociedade brasileira agradece e deseja à presidente sucesso em seus procedimentos e que mantenha as bases em que fincou seu mandato. Terá que ser bastante ativa para enfrentar a péssima política brasileira. Nem bem algo foi iniciado no Senado no sentido de moralização, já percebemos que a luta na Câmara será bem mais difícil E, por falar em política, mais um partido foi agora criado. E outros virão também. Tudo isso como forma de ludibriar o eleitor e as leis existentes
DILMA E LULA
Dilma Rousseff tem se mostrado de maneira bem diferente do que muitos dos brasileiros esperávamos. Ainda bem, para o Brasil, de modo bem melhor. A principal diferença entre ela e o antecessor foi sem dúvida a descida do palanque do qual Lula nunca se afastou. Mesmo repetindo à exaustão que “nunca antes nesse país” ou “herança maldita” ou ainda mostrando que é contrário à liberdade de imprensa, nunca reconheceu valores de mais ninguém dizendo que o país na realidade começou a existir em 2003, após sua posse.
Nunca teve a sensatez de reconhecer que o progresso que o país conseguiu até chegar a um PIB histórico, teve raízes plantadas no período anterior à sua posse. As bases para tal progresso se basearam em princípios contra os quais Lula e muitos dos seus companheiros combateram, como o controle da inflação, a flutuação do câmbio e principalmente a Lei de Responsabilidade Fiscal. Tais metas foram mantidas à custa de gente capaz e responsável como Henrique Meirelles e Antonio Palocci.
Mas Lula não poderia jamais reconhecer os valores de outros para não correr risco de dividir holofotes. Sua indicação para nova chefia foi surpreendentemente salutar. Dilma não mostrava, quando ministra ou mesmo como candidata, sinais da seriedade e controle emocional que agora mostra para maiores esperanças no futuro do nosso país. Lula tem se queixado ultimamente de novo – como sempre – das “elites” consignadas na imprensa livre que estão fazendo comparações irritantes entre ele e ela.
O fato mais marcante foi a recusa ao convite para a festa de recepção ao presidente Obama. Quatro ex-presidentes convidados compareceram. Ele preferiu ficar longe a ter que aparecer com outros iguais, igualdade que ele repudia, evidentemente devido à sua megalomania.
Ainda bem que, estando longe, não teve que explicar o desastre da sua política externa apoiando ditadores como Almadnejaad, Kadafi, Hugo Chávez, Fidel Castro etc..
A posição da presidente tem que ser elogiada e apoiada visando um futuro promissor para o Brasil. Nas suas raras, mas úteis palavras, ela tem mantido a promessa de uma democracia cada vez mais perfeita baseada sobretudo na liberdade de expressão e no controle de gastos públicos – como o corte de 50 bilhões – que nos últimos 8 anos e, particularmente em 2010, foram absurdamente crescentes.
A parte boa da sociedade brasileira agradece e deseja à presidente sucesso em seus procedimentos e que mantenha as bases em que fincou seu mandato. Terá que ser bastante ativa para enfrentar a péssima política brasileira. Nem bem algo foi iniciado no Senado no sentido de moralização, já percebemos que a luta na Câmara será bem mais difícil E, por falar em política, mais um partido foi agora criado. E outros virão também. Tudo isso como forma de ludibriar o eleitor e as leis existentes
UMA AULA SOBRE LITERATURA DE CORDEL...
João Paraibano
(Prestando homenagem à saudosa Irmã Dulce)
Essa ovelha da Bahia
Foi atrás do seu pastor,
a boca cheia de preces,
o caixão cheio de flor.
Já rezou, mas tá calada;
Foi a maior punhalada
No peito de Salvador.
Uma pessoa querida
que a Bahia não esquece,
que não gostou do pecado,
vivia de hóstia e prece.
O céu é sua morada;
Se não foi canonizada,
Todos acham que merece.
Aquela deusa tão linda
tem Jesus em companhia;
deixou o lar que morava,
partiu para a lousa fria,
que a doença sempre mata…
Se a terra não fosse ingrata,
Preservava e não comia.
* * *
Leandro Gomes de Barros
Meus versos inda são do tempo
Que as coisas eram de graça:
Pano medido por vara,
Terra medida por braça,
E um cabelo da barba
Era uma letra na praça.
* * *
Raimundo Cassiano
Eu entrei no hospital
Já quase no fim do dia
Ali falei ao doutor
Na mesa de cirurgia
Mexam no meu coração
Mas me deixem a poesia!
* * *
Severino Feitosa
Admiro a mocidade
Não querer envelhecer
Velho ninguém quer ficar
Novo ninguém quer morrer
Sem ser velho não se vive
Bom é ser velho e viver.
* * *
Mocinha de Passira
A gemedeira é um gênero
Da nossa dualidade.
Eu vou gemer com prazer,
Você geme é com saudade,
Pois tá perto da velhice
Ai, ai, ui, ui
Só lembra da mocidade.
* * *
Ugolino do Sabugi
As obras da Natureza
São de tanta perfeição,
Que a nossa imaginação
Não pinta tanta grandeza!
Para imitar a beleza
Das nuvens com suas cores,
Se desmanchando em louvores
De um manto adamascado,
O artista, com cuidado,
Da arte, aplica os primores.
* * *
Cego Aderaldo
Todo passarinho canta
quando vem rompendo a aurora
só a pobre mãe-da-lua
quando canta, logo chora…
assim eu faço também,
quando meu bem vai embora.
* * *
Minervina Ferreira
Se quer partir vá , sujeito
Eu fico no nosso abrigo
Só uma coisa eu lhe digo
Se voltar eu não aceito
Cada um tem o direito
De buscar sua melhora
Mas se surgir a piora
Procure um outro lugar
Não pense que eu vou chorar
Porque você foi embora.
* * *
Um folheto de José Augusto
NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO
Sempre vivi aprendendo,
Aprendendo e ensinando,
Ensinando e refletindo,
Refletindo, investigando.
Assim eu fui descobrindo,
Descobrindo e perguntando.
Nada fazia parar
A vontade de querer,
De querer e querer mais,
Querer sempre mais saber
Do mundo e coisas do mundo
Aprender e se prender.
Até que um dia eu
Aprendi ser professor,
Professor da juventude
Que tem muito pouco amor
A vontade de estudar
Que me causa até pavor.
Mas sabe como é aluno,
Às vezes é preguiçoso,
Desligado e remanxão.
Em outras é curioso,
Insistente, inteligente,
Persistente e buliçoso.
E pra ninguém duvidar
Que o futuro da nação
Pertence a todo estudante
Hoje um levantou a mão
Lá num cantinho da sala
E disse: – Me diga ou não!?
Professor, você já sabe,
Das novas leis da gramática?
Lubrifiquei a goela
Tentei responder com tática
E disse que eu já sabia,
Essa foi minha didática.
– Meu amigo, Otaliano,
Essas coisas de linguagem
É pisar pisando espinho,
Pois qualquer ‘erro’ ou bobagem
O preconceito linguístico
Atacará nossa imagem.
E fique você sabendo
Que já entrou em vigor
As novas leis da gramática
Para alinhar professor,
Aluno, juiz, político,
Escritor e promotor.
Mês um de 2009
Em Angola e Portugal;
Em Brasil e São Tomé;
Timor-Leste, Guiné-Bissau,
Moçambique e Cabo Verde
A língua ficou igual.
Mas eu fico imaginando:
Essas cabeças de ar
Por capricho ou por política
Invés de descomplicar
Fazem tudo, tudo fazem…
Para a linguagem travar.
E assim quando não dão
Um nó na língua falada
Enrola mais a escrita
Tornando-a mais engessada,
Conservadora, sem asa…
Até mesmo mais pesada.
Já que o recreio chegou
Na volta eu explicarei
Regra por regra a vocês.
Ao voltar me deparei
Com todos os estudantes
Querendo a primeira lei.
– Pois bem! Saiu o acento
Das palavras: assembléia,
De jiboia, paranoia,
Tipoia, joia e ideia.
E sendo ditongo aberto
Se foi também de plateia.
Das palavras paroxítonas
Desapareceu também
O acento de taoismo,
Feiudo, feiura sem…
Afetar sua pronúncia
Nem a língua de ninguém.
Buliram com outro acento
Que vai dar dor de cabeça
Em cavalo manco até,
Até que restabeleça
Ponto por ponto a ideia,
Ou suba e desça e esqueça.
Esse acento é dito e visto
Como diferencial,
É pra diferenciar
Pôr de por que é um casal
Que tem desigual sentido
E pronúncia bem igual.
Também veja Otaviano
Como foi mesmo tirado
De pára – forma verbal –
O acento consagrado
Deixando igual para a para
E muito mais enrolado.
Péla do verbo pelar
Ficará sem seu acento,
Com igual grafia à pela
Do fechado casamento
Da preposição co’o artigo,
Sem causar constrangimento.
E fica com seu acento
Pôde verbo no passado.
Conjugado no presente
Pode fica carimbado
Sem acento pra não ter
Estudante embaralhado.
O acento circunflexo
Não será usado mais
Nas palavras de grafia
Com “ôo” e seus “derivais”:
Abençoo, voo e magôo;
Corro, perdoo e demais.
E também saiu de “êem”
O acento circunflexo
Das palavras leem, descreem,
Deixando menos complexos
Os verbos ver, crer, ler, dar
Que me deixavam perplexo.
O trema tremeu, caiu
Do nosso vocabulário,
Deixando o “ü” sem véu,
Sem trabalho e inventário
Do grupo que, qui e gue, gui
Que fez esse comentário:
– Sem trema e mesma pronúncia:
Sagui, sequestro, frequente,
Benguê, tranquilo e linguiça.
Logo atrás vem eloquente
Louco me dizendo: – Trema,
Não tem mais quem aguente.
Por fim, falarei da última
Das regras gramaticais
Imposta pra ser seguida
Dos sertões as capitais,
Dos países já citados
De vidas tão desiguais.
O hífen não tem mais uso
Quando seu prefixo finda
Em vogal e a segunda
Palavra começa ainda
Com as letras S ou R
Duplicada sem berlinda.
Assim como em contrarregra
E antirreligioso.
Contrassenha e minissaia
Ficaram até gostoso
De se ler e declamar
Sem me deixar cabuloso.
Também não se usa o hífen
Quando o prefixo termina
Com vogal e outra começa
Outro termo que destina
Uma vogal diferente
Seja aqui ou na esquina.
Como em autoaprendizagem
E neopetropolitano,
Seguidos de autoestrada
E depois euroafricano.
Também em autoeducação
O hífen foi pelo cano.
Mas regras têm exceções,
Veja em super-resistente,
Onde o prefixo termina
Com R e R presente,
E no vocábulo seguinte
Tem hífen regularmente.
Olhou-me Otaliano
E disse-me prontamente:
– O acordo teve também
Um pulsar inteligente
Botou W, K e Y
No alfabeto da gente.
Disse-te: – Tu tens razão,
Do nosso cotidiano
Essas letras fazem parte
Como em Franklin, frankliano,
Byron, Darwin, sexy, show,
Byte, Kuwait e kuwaitiano.
Quando a aula terminou
Uns gostaram da didática,
Alguns acharam melhor
Do que química e matemática,
Outros saíram dizendo:
– Assim aprendo gramática.
E ficaram estudando,
Aprendendo e refletindo,
Refletindo e descobrindo
Descobrindo que a linguagem
Não é uma maquiagem
Pintada pela gramática
De cara e visão estática,
Presa na língua do povo
Feito um passarinho no ovo
Sem canto, encanto e didática.
sexta-feira, 25 de março de 2011
UM BOM EXEMPLO...
TENHAMOS ESPERANÇA: PODE SER QUE UM DIA OS JAPONESES SEJAM MAIORIA NO ELEITORADO BRASILEIRO
Uma rodovia destruída pelo terremoto do dia 11 de março em Naka, na província de Ibaraki, no norte do Japão, foi reconstruída em apenas seis dias pela empresa responsável. Foi recuperado um trecho que faz ligação com a capital Tóquio.
* * *
Não é só o DNIT de lá que é diferente.
Não se ouviu falar de um único caso de roubo ou saque após a devastadora tragédia.
A outra diferença é aquele costume saudável dos políticos japoneses se suicidarem quando a imprensa denuncia que são mensaleiros, sanguessugas, fichas sujas ou que favoreceram alguma empresa de telefonia pro filho do Primeiro-Ministro se locupletar.
Fotografia tirada no dia do terremoto, 11 de março,…
… e outra foto feita seis dias depois, no mesmo lugar da anterior
UMA CRÔNICA DE ANTONIO MARIA...
Café com leite
***
***
É preciso amar, sabe? Ter-se uma mulher a quem se chegue, como o barco fatigado à sua enseada de retorno. O corpo lasso e confortável, de noite, pede um cais. A mulher a quem se chega, exausto e, com a força do cansaço, dá-se o espiritualismo amor do corpo.
***
Como deve ser triste a vida dos homens que tem mulheres de tarde, em apartamentos de chaves emprestadas, nos lençóis dos outros! Quem assim procede (o tom é bíblico e verdadeiro) divide a mulher com o que empresta as chaves.
***
Para os chamados "grandes homens" a mulher é sempre uma aventura. De tarde, sempre. Aquela mulher que chega se desculpando; e se despe, desculpando-se; e se crispa, ao ser tocada e serra os olhos, com toda força, com todo desgosto, enquanto dura o compromisso. É melhor ser-se um "pequeno homem".
***
Amor não tem nada a ver com essas coisas. Amor não é de tarde, a não ser em alguns dias santos. Só é legítimo quando, depois, se pega no sono. E a um complemento venturoso, do qual alguns se descuidam. O café com leite, de manhã. O lento café com leite dos amantes, com a satisfação do prazer cumprido.
***
No mar, tudo é menor. O socialismo, a astrofísica, a especulação imobiliária, a ioga, todo asceticismo da ioga... tudo é menor... O homem só tem duas missões importantes: amar e escrever à máquina. Escrever com dois dedos e amar com a vida inteira.
Antônio Maria
***
***
É preciso amar, sabe? Ter-se uma mulher a quem se chegue, como o barco fatigado à sua enseada de retorno. O corpo lasso e confortável, de noite, pede um cais. A mulher a quem se chega, exausto e, com a força do cansaço, dá-se o espiritualismo amor do corpo.
***
Como deve ser triste a vida dos homens que tem mulheres de tarde, em apartamentos de chaves emprestadas, nos lençóis dos outros! Quem assim procede (o tom é bíblico e verdadeiro) divide a mulher com o que empresta as chaves.
***
Para os chamados "grandes homens" a mulher é sempre uma aventura. De tarde, sempre. Aquela mulher que chega se desculpando; e se despe, desculpando-se; e se crispa, ao ser tocada e serra os olhos, com toda força, com todo desgosto, enquanto dura o compromisso. É melhor ser-se um "pequeno homem".
***
Amor não tem nada a ver com essas coisas. Amor não é de tarde, a não ser em alguns dias santos. Só é legítimo quando, depois, se pega no sono. E a um complemento venturoso, do qual alguns se descuidam. O café com leite, de manhã. O lento café com leite dos amantes, com a satisfação do prazer cumprido.
***
No mar, tudo é menor. O socialismo, a astrofísica, a especulação imobiliária, a ioga, todo asceticismo da ioga... tudo é menor... O homem só tem duas missões importantes: amar e escrever à máquina. Escrever com dois dedos e amar com a vida inteira.
Antônio Maria
Assinar:
Postagens (Atom)