quinta-feira, 1 de abril de 2010

Antonio Ganga... O Pintor...

Facies de um Senhor, se despedindo do neto, para se in ternar num abrigo de velhos...por que a casa de seus filhos não lhe cabe mais...por que a velhice é repugnável...por que ele como velho, não vale mais nada...
DEIXO A MINHA HOMENAGEM A TODOS OS VELHOS que compulsoriamente são depositados em abrigos, pois se tornaram incomodo, um estorvo, um tumor... a maior ingratidão da vida...gaiola de ouro não dá comida a passarinho...


Antigamente, no fim do ano,todo mundo pintava a casa...em Nova Cruz, pintar a a casa era status, era promessa de festa, de papai noel, de alegria...

Se pintava a casa com Oca, tinta amarela,Roxo terra, tinta vermelha, geralmente para dar a barra,azul rei,e os mais ricos pintavam sempre com tinta a óleo...
as nossa casas não viam regularmente a tinta á óleo, pois meu pai achava caro e detestava gastar dinheiro...as nossa casas eram caiadas, todo ano.
O pintor popular era António ganga, um caiador, humilde e simples...
chegava Outubro e António ganga era visto com a escada nas costas...isto eu ví durante toda a minha vida...
A maior feira da nossa loja, era a do natal, se vendia muito Hidracor e tinta xadrez, para fazer o cal ficar de cor...nós saíamos do comercio as 18h, todo mundo sujo de tinta e a gaveta cheia de dolar...
O tempo passa e António ganga ficou viúvo e sem ninguém...veio a velhice...ele só valia o que pintava...
Um dia, António ganga procura minha mãe para se despedir...estava abandonado, ninguém cozinhava para ele...ia se render num abrigo de velho...disse tudo isso a minha mãe, que escutava apreensiva...mamãe tentou dissuadi-lo da idéia, ele retrucou, não, falei agora mesmo com o padre da cidade, e ele me deu conselho, que eu fosse...
Mamãe , com a autoridade e a a resolução que Deus lhe deu afirmou: eu me admiro é o padre, não ter vergonha de lhe dar este conselho, é o padre achar isso normal... Não vá Não, seu Antonio, e todo dia venha buscar o seu almoço que eu lhe dou...não abandone a sua casinha não...
Durante muitos anos vi mamãe fazendo o Farnel de Antonio Ganga, que chegava pontualmente,, lã em casa as onze horas...mamãe aconchegava a comida, numa vasilha com tampa, pessoalmente fazia isso,até o último dia, do velho pintor... com todo prazer e respeito...
Na velhice de minha mãe, ela me dizia: na vida, só não me arrependo é de ter feito muita caridade... primeiro os pobres...
Mamãe detestava quem colocava os seus velho, para morrer em abrigo de velhos...dizia que era a ingratidão Maior...

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