sábado, 24 de abril de 2010

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24/04/2010

As manchetes deste sábado

- Globo: Ciro critica Lula, elogia Serra e deiz que nao fará campanha
- Estadão: Serra tem mais preparo que Dilma contra crise, diz Ciro
Serra é mais preparado que Dilma’ Ciro repete na TV
Como que decidido afundar atirando, Ciro Gomes foi à bancada do telejornal do SBT.
Ensaiou um desmentido à entrevista anterior, na qual chutara o balde. Mas...
Mas, à medida que as perguntas foram se sucedendo, repetiu o que já dissera.
Disse que José Serra é “mais preparado” do que Dilma Rousseff.
Afirmou que utilizam as pesquisas de opinião para retirá-lo da disputa.
Declarou que querem vê-lo fora o próprio Serra e o PT. “Um dos dois está errado”.
Quem erra? “Claro que é o PT, é óbvio que é o PT”.
Por quê? “Se eu for candidato e não tiver a ventura de ter a preferência do povo, de ganhar a eleição, eu vou apoiar a Dilma...”
“...Todo mundo sabe que não vou apoiar o Serra. Então, quem está certo? Óbvio que é o Serra.
Lamentou que Lula não trate das restrições à sua candidatura “com franqueza, cara a cara”.
Acha que o presidente “está errado”. Popularíssimo, Lua não encontra quem o contradiga. “Está perdendo a humildade”.
Desde 2003, ano em que Lula chegou ao Planalto, o Estado borrifou nas arcas da entidade estudantil R$ 12,9 milhões.
A cifra corresponde a onze vezes mais do que a UNE recebera ao longo ao longo das duas gestões de FHC. O tônico monetário ajuda a entender a união nacional que os estudantes devotam a Lula
Uma união que não se rompeu nem no final de 2005, período mais crítico da era Lula, marcado pelo escândalo do mensalão.
Para selar a parceria político-financeira, Lula remeteu ao Congresso projeto propondo o pagamento de indenização à UNE.


Um pedaço da UNE defende o apoio a Dilma Rousseff, contra José Serra, ex-presidente da entidade.
O presidente da UNE, Augusto Chagas, advoga a independência em relação às duas candidaturas.
Mas Agusto compara a fase de bonança de Lula ao período de secura de FHC:
Lula ‘Estou Mudo’ da Silva delega ao PT reação a Ciro
Certos silêncios, quando precedidos de grandes barulhos, são extremamente úteis. Permite ouvir os pequenos ruídos, como o ranger de dentes.
Ao chegar para a posse de Cezar Peluso no cargo de presidente do STF, Lula foi rodeado pelos jornalistas.
Instaram-no a reagir a Ciro. E Lula, navegando na maionese que Ciro acomodou sob seus sapatos: "Estou mudo". Nesse primeiro momento, em meio aos estilhaços, Lula preferiu terceirizar ao petismo as respostas a Ciro.
Presidente do PT, José Eduardo Dutra, buscou inspiração em Chico Buarque. Cantarolou “Gota D’água”:
"Deixe em paz meu coração/Que ele é um pote até aqui de mágoa/E qualquer desatenção, faça não/Pode ser a gota d'água".
Para Dutra, a mágoa de Ciro não decorre da ação de Lula ou do PT. Foi provocada pelo PSB, que lhe negou a candidatura.
O deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder de Lula na Câmara, acha que Ciro foi “muito injusto” com o presidente e com o PT. Por quê?
"Nós garantimos a ele a possibilidade de sair para o governo de São Paulo, ele não topou. Nós não concordamos com a tese de sua candidatura para a presidência...”
“...Ele que tem que arcar com a política dele, por isso está sendo muito injusto com o PT e com o presidente".
Para Vaccarezza, Ciro nem merece resposta: "[...] Ele tem um jeito próprio. Agora posso dizer que o apoio dele é importante e continua sendo".
Secretário nacional de comunicação do PT, o deputado André Vargas (PR), descrê da possibilidade de Ciro bandear-se para o front do inimigo:
"Ele tem toda a sua vida pautada pela divergência com o PSDB. Não vai ser agora que ele vai fazer o serviço dos tucanos. Temos que ter calma com ele".
A ficha do petismo demora a cair. Tomado pelo teor de sua entrevista, Ciro tomou distância de Dilma Rousseff:
“Não me peçam para ir à televisão declarar o meu voto, que eu não vou”.

Pior: Ciro anteviu uma crise fiscal e cambial. E praticamente recomendou voto em José Serra:
"Como o PT, apoiado pelo PMDB, vai conseguir enfrentar esta crise? Dilma não aguenta. Serra tem mais chances de conseguir”.

Ciro cansa de apanhar na intimidade e solta a língua
Marcello Casal/ABr

Lula agiu com método. Primeiro, borrifou na atmosfera a tese do plebiscito. Depois, isolou o quarteirão de Ciro Gomes. Afastou da vizinhança legendas como PDT e PCdoB, abringando-as no interior da coligação de Dilma Rousseff.
Em meticulosa operação, Lula empurrou o pseudoaliado do Ceará para São Paulo. Quando parecia domado, Ciro tornou-se arredio.
Lula, então, passou a tratá-lo como candidato tóxico. Incumbiu o amigo Eduardo Campos de apagar o pavio de Ciro.Marcou-se o dia: terça-feira (27). Armou-se o palco: Executiva do PSB. Mas deu chabu. Ciro explodiu antes da data.
O ex-presidenciável mandou tudo para os ares numa entrevista ao experimentado repórter Eduardo Oineque.
Os estilhaços foram bem distribuídos. A maioria foi à testa de Lula: “Ele não é Deus”.
“Lula está navegando na maionese. Ele está se sentindo o Todo-Poderoso e acha que vai batizar Dilma presidente da República. Pior: ninguém chega para ele e diz ‘Presidente, tenha calma’."

No melhor estilo Marta ‘Relaxa e Goza’ Suplicy, Ciro conformou-se:
"Tiraram de mim o direito de ser candidato. Mas quer saber? Relaxei. Eles não querem que eu seja candidato? Querem apoiar a Dilma? Que apoiem a Dilma...”
“...Estou como a Tereza Batista cansada de guerra. Acompanho o partido. Não vou confrontar o Lula. Não vou confrontar a Dilma".

Em seguida, pôs-se a confrontar: “Minha sensação agora é que o Serra vai ganhar esta eleição...” “...Dilma é melhor do que o Serra como pessoa. Mas o Serra é mais preparado, mais legítimo, mais capaz...”
“...Mais capaz inclusive de trair o conservadorismo e enfrentar a crise que conheceremos em um ou dois anos”.
Desenhou o desastre: "Em 2011 ou 2012, o Brasil vai enfrentar uma crise fiscal, uma crise cambial...”
“...Como estamos numa fase econômica e aparentemente boa, a discussão fica escondida. Mas precisa ser feita”.
Indicou ao eleitor um caminho: "Como o PT, apoiado pelo PMDB, vai conseguir enfrentar esta crise? Dilma não aguenta. Serra tem mais chances de conseguir”.
Alvejou quem o alveja: "Sabe os aloprados do PT que tentaram comprar um dossiê contra os tucanos em 2006? Veremos algo assim de novo. Vai ser uma merda”.
Empurrou quem o empurra: “Não me peçam para ir à televisão declarar o meu voto, que eu não vou. Sei lá. Vai ver viajo, vou virar intelectual. Vou fazer outra coisa".
Falou de si mesmo como quem já enxerga o pretérito passando: “Não me importava de ser um candidato com 2%, 5%, 10% das intenções de voto...”
“...Acho que minha presença nos debates e nos programas de televisão poderia provocar uma discussão no país, uma discussão sobre o futuro do Brasil”.
O Ciro Gomes das últimas semanas não era Ciro Gomes. O Ciro autêntico, o genuíno, o legítimo será conhecido agora.
Ao abandonar Ciro na beira da estrada, Lula imaginou que o ex-ministro fosse se dedicar a lamber rapadura. Queria dele humildade.
Mas a humildade é defeito que Ciro prefere se abster de cultivar. De resto, a humilhação olhou para a cara do sertanejo no espelho e aconselhou:

“Seja arrogante! Erga a cabeça! Suba pelas paredes!”
Lula parece não ter se dado conta de que Ciro Gomes era Ciro Gomes.

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