segunda-feira, 2 de março de 2015

A POESIA DE ZÉPRAXEDI...

A MORTE DE ZÉ DANTAS 
(Zépraxédi - O Poeta Vaqueiro)

Morreu cumpade Zé Danta:
Sertanejo de mão cheia!
Vêi da famia dos Danta
qui não tem caba-de-peia.
Seu baião, sua tuada,
foi a safra abençuada
do sangue de suas veia.
Nasceu na Serra Talhada,
lá no cento do sertão.
Foi doutô im medicina
na capitá da nação.
Um grande pernambucano!
Viveu quarenta e dois ano
sirvindo à população.
Ficou cumade Iolanda
cum três fi na orfandade:
Mônica, Sandra e Zezim,
frutos da felicidade!
Pur esse Brasi intêro
deixô todo brasileiro
a suspirá de sodade.
Cumpade doutô Zé Danta:
morre gente todo dia.
Para vontade da morte
não houve sabiduria.
Porém eu devo dizê:
caba bom qui nem você
há tempos qui não murria!
Im março de sessenta e dois
foi chegada a sua vez
às quatro hora da manhã
do dia onze do mês.
Tenha o céu im pagamento
pelos bem qui você fez.

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