Era bando festivo e sorridente
Das côres do arco-iris matizado;
Parecia uma nuvem transparente
Deslisando gentil no ameno prado…
Era bando festivo e sorridente.
Beijavam na deveza aberta em flores
A rosa branca o lyrio côr de neve…
E a viração de timidos rumores,
Que as embalava n’um suspiro leve,
Corria na deveza aberta em flores.
Aquelle bando docemente lindo
Era o primor da natureza em festa!
Flores aereas lá do azul cahindo
Para formar as joias da floresta,
Era esse bando docemente lindo.
Umas tinham azas pequeninas
Reunidas as côres da innocencia
A candura das almas das meninas
Ao despontar alegre da existencia…
Umas tinham nas azas pequeninas.
Outras lembravam com feliz encanto
Os sonhos virginaes da mocidade;
O doce e triste e merencorio pranto
De uma sentida e languida saudade,
Outras lembravam no sentido encanto.
Porém o sol que pelo azul subia
Foi-lhe as azas tão lucidas queimando;
E como a flor, ao desbrochar do dia,
Finou-se o leve e delicado bando,
A’ luz do sol que pelo azul subia!
Assim ela vida na manhã fulgente.
Morrem as crenças do primeiro amor…
Fogem os sonhos da illusão ridente,
Pobres phalenas que não tem fulgor
– Da doce vida na manhã fulgente!
Açù – Maio de 1898.
* * *
Nota da Editoria:
Anna Lima é avó materna da colunista fubânica Violante Pimentel. O poema acima está no livro Verbenas – Versos (1898-1901) e foi aqui transcrito com a mesma ortografia de quando foi publicada a 1ª edição em 1901.
Das côres do arco-iris matizado;
Parecia uma nuvem transparente
Deslisando gentil no ameno prado…
Era bando festivo e sorridente.
Beijavam na deveza aberta em flores
A rosa branca o lyrio côr de neve…
E a viração de timidos rumores,
Que as embalava n’um suspiro leve,
Corria na deveza aberta em flores.
Aquelle bando docemente lindo
Era o primor da natureza em festa!
Flores aereas lá do azul cahindo
Para formar as joias da floresta,
Era esse bando docemente lindo.
Umas tinham azas pequeninas
Reunidas as côres da innocencia
A candura das almas das meninas
Ao despontar alegre da existencia…
Umas tinham nas azas pequeninas.
Outras lembravam com feliz encanto
Os sonhos virginaes da mocidade;
O doce e triste e merencorio pranto
De uma sentida e languida saudade,
Outras lembravam no sentido encanto.
Porém o sol que pelo azul subia
Foi-lhe as azas tão lucidas queimando;
E como a flor, ao desbrochar do dia,
Finou-se o leve e delicado bando,
A’ luz do sol que pelo azul subia!
Assim ela vida na manhã fulgente.
Morrem as crenças do primeiro amor…
Fogem os sonhos da illusão ridente,
Pobres phalenas que não tem fulgor
– Da doce vida na manhã fulgente!
Açù – Maio de 1898.
* * *
Nota da Editoria:
Anna Lima é avó materna da colunista fubânica Violante Pimentel. O poema acima está no livro Verbenas – Versos (1898-1901) e foi aqui transcrito com a mesma ortografia de quando foi publicada a 1ª edição em 1901.
Nenhum comentário:
Postar um comentário