quinta-feira, 5 de março de 2015
UMA CRÔNICA DO EU PROFUNDO...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.
Penetro profundamente nas coisas,na mesma posição que as vejo superficialmente...
tanto sou profundo como sou superficial.
Passo anos degustando a superfície, até que , de soslaio,me assusto com a profundidade, e lamento a gravidade de nunca ter penetrado no é da coisa,no âmago, na real...
Como me assusto quando me dou conta de mim...
Como me espanto quando sei que passei batido...
Como me preocupo quando ,subitamente, vejo a distância do superficial para o profundo...Como me abomina não ter compreendido antes...
Sonhar é sonhar, e não compreemder é outra coisa...
Tenho passado batido na vida...enebriado e pleno do meu contentamento...
Prenho de prazer, tenho vivido longe,flutuando, levitando...
Um dia me amargurei com a direção do meu vôo...enlouqueço mas é tarde.
Absorví mais ilusões do que tempestades...
não fui fundo nos meus pensamentos.
O meu contentamento me traiu...de repente,eu vejo os engôdos que eu ingerí como dogmas.
É um simples instante, uma visagem, um barulho, que me dá a dimensão exata e real das coisas: passo instantaneamente a ser vidente do que não ví...
o vidente de mim mesmo.
A negação do que já dei fé...a abominação
do que beijei,e estas sensações me acordam na noite e me tiram o sono...as vezes,sorriu e adormeço.
Ví Deuses onde existiam crocodilos,ví chamas onde existiam neves.
Ví demasiadamente pouco, fora da lógica, ví longe do real.
A minha inteligencia me confundiu...fui míope, ingenuo,e sem maldades...
tenho o resto da vida para abominar o que não enxerguei, o que não ví.
Agora, nem preciso ver mais...já compreendi...
O nome disto não é sonho, é imaturidade.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário