Figura da semana – Carlos Pena Filho
O poeta do azul, Carlos Pena Filho, era pernambucano do Recife. Nasceu em 1929 e morreu em 1960. Formado em Direito, produziu, nos poucos anos de vida, obra original: coberta de intenso lirismo moderno.
“Deu-lhe a mais limpa manhã
Que o tempo ousaria inventar.
Deu-lhe até a palavra lã
E mais não podia dar.
Que o tempo ousaria inventar.
Deu-lhe até a palavra lã
E mais não podia dar.
Deu-lhe o azul que o céu possuía
Deu-lhe o verde da ramagem,
Deu-lhe o sol do meio dia
E uma colina selvagem.
Deu-lhe o verde da ramagem,
Deu-lhe o sol do meio dia
E uma colina selvagem.
Deu-lhe a lembrança passada
E a que ainda estava por vir.
Deu-lhe a bruma dissipada
Que conseguira reunir.
E a que ainda estava por vir.
Deu-lhe a bruma dissipada
Que conseguira reunir.
Deu-lhe o exato momento
Em que uma rosa floriu
Nascida do próprio vento;
Ela ainda mais exigiu”.
Em que uma rosa floriu
Nascida do próprio vento;
Ela ainda mais exigiu”.
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