quarta-feira, 11 de agosto de 2010
VOCÊ CONHECE MACIEL MELO...É UM POETA PERNAMBUCANO,ATUAL....
Retinas
Maciel Melo
Composição: Maciel Melo e Virgílio Siqueira
Um dia se eu mergulhasse
E num mergulho penetrasse
Através dessas retinas
Através dessas meninas
Dos teus olhos colibris
Tão flutuantes fluentes
Tão cantantes tão contentes
Meninas tão... meninas tão bem...
Meninas tão bem-te-vis
Desataria da garganta
Esse travor de fogo e sol
E cantaria o rouxinol
Decantaria juritis
Galo de campina
Sabiá, xexéu, rolinha
Grava tua voz na minha
Canta o fogo se apagou
Que no Sertão do meu penar
Brotaram mágoas
Que o meu pranto hoje deságua
Na cacimba que secou
Na entrada de Iguaraci, cidade do sertão pernambucano, a 363 km do Recife, uma placa avisa orgulhosamente: Está é a terra de Maciel Melo. Não são necessários adjetivos, nesta justa homenagem que os conterrâneos prestam ao mais completo compositor de forró em atividade no Nordeste. Maciel Melo não é apenas um cantor e compositor que recriou o forró nos anos 90, é hoje uma referência da música nordestina, cuja estrutura revolucionou a partir do xote Caboclo sonhador, popularizado por Flávio José e Fagner, e pelo próprio autor.
Caboclo Sonhador
Fagner
Composição: Maciel Mello
Sou um caboclo sonhador
Meu senhor, viu
Não queira mudar meu verso
Se é assim não tem conversa
Meu regresso para o brejo
Diminui a minha reza
Coração tão sertanejo
Vejam como anda plangente o meu olhar
Mergulhado nos becos do meu passado
Perdido no imensidão desse lugar
Ao lembrar-me das bravuras de neném
Perguntar-me a todo instante por Bahia
Mega e Quinha, como vão, tá tudo bem ?
Meu canto é tanto, quanta canta o sabiá
Sou devoto de padim Ciço Romão
Sou tiete do nosso rei do cangaço
Em meu regaço, fulminado em pensamentos
Em meu rebento, sedento eu quero chegar
Deixem que eu cante cantigo de ninar
Abram alas para um novo cantador
Deixem meu verso passar no avenida
Num forró fiado tão da bexiga de bom
Nos Tempos de Menino
Maciel Melo
Composição: Maciel Melo/Virgílio Siqueira
Era o caminho da roça
E a pureza de Maria
A folha verede no mato
A chuva quando caia
"Passarim" rio regato
E a natureza sorria
Era o beijo que eu cultivava
A vida que eu bem queria
Do jeito que eu sonhava
Realmente acontecia
Queria um fruto eu plantava
Vingava o fruto eu comia
Da morte eu não tinha medo
A morte eu não conhecia
Não tinha nem um segundo
Andar no mato sem guia
Nunca era tarde nem cedo
Meia-noite ou meio-dia
Fui menino mais que sete
Ou dezessete léguas e meia
Menino fui cacetete
Menino fogo nas veias
Bola de gude, pivete
Menino bola de meia
Fui menino meia-noite
Menino fui meio-dia
Menino vento de açoite
Fui o ventre da folia
Menino trovão da noite
Fui chuva, fui invernia
Fui menino pistoleiro
Menino caramanchão
Menino fui sapateiro
Menino carro de mão
Menino fui cangaceiro
Menino fui lampião
Menino, também menino fui
E o tempo deu-me a alma sua
Deu-me batente de bares
Deu-me vida nua e crua
Becos e esquinas meus lares
Moleque ponta de rua
Tampa De Pedra
Maciel Melo
Composição: não informados
Voce bagunçou meu coraçao
Tirou ele do peito
E sacudiu pela calçada
Pisou em cima
E esnagou minha razao
Eu já não era muito
E agora não sou mais nada
Voce fez de mim o que queria
Tirou minha alegria
Desmanchou o meu viver
Fez um buraco
Dentro da minha saudade
Fez uma tampa de pedra
Pra nunca mais te esquecer
Ô!... de casa!...Ô... de fora!..
Uma esmolinha
Pr'esse Pobre bem querer
Pode ser um beijo
Pode ser aquela rosa
Eu quero o cheiro
Do teu corpo no meu ser
Não se negue
Não seja tão melindrosa
Tenha piedade
O meu amor é só voce
Pra Ninar Meu Coração
Elba Ramalho
Composição: Maciel Melo
Tô esperando por você
A qualquer hora amor
Pode bater na porta do meu coração
Tirei a chave eu arranquei a fechadura
Pra ver você de encontro
A minha solidão
Vem depressa
Que eu já estou contando
As horas
Tic-tac no relógio da paixão
Vem cantar ao meu ouvido
Aquela música
Maravilhosa pra ninar
Meu coração
Vem, vem matar a minha sede
Vem, vem, vem cuidar do meu amor
Vem, vem, vem armar a tua rede
Que no meu peito
Tem um par de armador
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