A PRESENÇA DE MIGUEL ARRAES
POR ANA ARRAES...
Há cinco anos morria meu pai o ex-governador Miguel Arraes. Naquele dia, a minha sensação era de que, junto com ele tinha ido embora não apenas um pai, mas tudo que ele representava para o povo pernambucano. Achava que seus atos, suas opções, seus pontos de vista, seriam apenas registros fragmentados em livros de História.
O tempo, contudo, me mostrou que a sua força se mantém viva. Para a família, ele deixou muitas lições, como se fosse uma herança. Apontou um caminho que tivemos que trilhar com nossas próprias pernas, mas levando nas mãos uma bússola por ele confeccionada com afinco. Para a população, ele ficou como uma marca que não se apaga.
Descobri tudo isso em parte convivendo com os que me cercam. Porém, descobri muito mais com o povo a quem meu pai dedicou sua vida. Foi andando pelas ruas do Recife, pelos canaviais da Zona da Mata e pelas áridas paisagens do Agreste e Sertão que entendi como o povo via “Dr. Arraes”. Hoje gostaria de me dirigir a ele como se fosse possível voltar a sentar na rede do terraço de casa e contar o que acontece por aqui:
“Pai, é com muita alegria que lhe digo que os seus sonhos estão se tornando realidade. Seu neto Eduardo, meu filho, ao conquistar, em 2006, o Governo do Estado, não se afastou daquilo que foi o seu maior propósito: melhorar as condições de vida dos mais carentes e fazer o Estado crescer. Agora, ele disputa a renovação do mandato levando na bagagem obras que você tentou de todos os modos implantar em Pernambuco e não conseguiu em virtude da perseguição política que lhe foi impingida pelos detentores do poder federal, apoiados pelos nossos adversários locais.
Não posso esquecer da maneira como tais opositores trataram Pernambuco nas três vezes em que você foi governador, retendo recursos, cortando qualquer possibilidade de grandes investimentos e montando um discurso em cima de mentiras.
Graças à garra que tivemos e à vontade de fazer valer as necessidades do povo, pondo em prática seus ensinamentos, superamos este tempo. Trouxemos para cá tudo que você idealizou: estaleiros, refinaria de petróleo, inúmeras fábricas que se instalaram em Suape, um pólo farmacoquímico implantado em Goiana e, realizamos a interiorização do desenvolvimento. Basta dizer que hoje temos 22 pólos industriais.
Mas tudo isso foi feito dentro da perspectiva do povo, criando empregos, capacitando pessoas, investindo na educação e no avanço tecnológico. Ações sociais também não faltaram. Já inauguramos dois grandes hospitais na Região Metropolitana, criamos Unidades de Pronto Atendimento em diversos bairros e municípios e estamos levando a saúde para as regiões mais distantes.
O Programa Chapéu de Palha, criado por você para atender aos canavieiros desempregados na época da entressafra da cana-de-açúcar, f oi transformado em lei e estendido a todos dos municípios onde a agricultura é sazonal. Com tudo isso na bagagem Eduardo, com certeza, continuará governando Pernambuco.
Quero lhe dizer que em nossos contatos com o povo, todos relacionam as obras atuais com as que você defendia. Não existe um discurso ou uma conversa onde seu nome não seja lembrado. Miguel Arraes não se esvaiu no tempo. Olham para nós e percebem o quanto trazemos do que você nos ensinou. Compreendem que não nos afastamos dos seus compromissos nem de sua visão de mundo.
Eleita deputada federal, trabalhei em Brasília para viabilizar tudo aquilo que viesse a transformar a vida da nossa população. Parto para outra eleição, meu pai, consciente de que cumpri o meu papel e defendi com todo empenho as suas idéias. Com a expectativa da reeleição continuarei este trabalho que tanto me gratifica.
Não posso deixar de lembrar Marília, sua neta, a nossa representante na Câmara de Vereadores. Ela não esqueceu do que aprendeu com você. Sua mulher, assim como seus outros filhos e netos, cada qual à sua maneira, contribuem para tornar realidade o sonho que acalentamos: o de garantir uma vida digna para todos. Até o pequeno José, seu bisneto e filho de Eduardo, tem participado desse processo, acompanhando Eduardo nos atos de campanha.
Pai, sentir saudade é inevitável. Mas junto com a saudade me vem o sentimento da sua grandeza e do reconhecimento que as pessoas têm do seu comportamento diferenciado, do seu carinho e atenção por trás de um semblante aparentemente sisudo. O nosso povo espera que continuemos o que você tantas vezes começou e tantas vezes recomeçou, lutou e sofreu. Gostaria de lhe dizer que não medimos esforços para isso.”
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