terça-feira, 31 de agosto de 2010
ESTÓRIAS DE PORTUGUÊS...
NOTÍCIAS DE LISBOA
"Gêmeo tenta se suicidar e mata o irmão por engano"
DISK FINADOS
Lançaram em Portugal, o novo serviço por telefone, é o Disk-Finados. Você telefona e ouve um minuto de silêncio !
ACIDENTE AÉREO
Um avião caiu no cemitério em Portugal. O acidente foi horrível já retiraram 35.000 mortos !
CURVA PERIGOSA
O português estava dirigindo em uma estrada, quando viu uma placa que dizia:
'Curva Perigosa à Esquerda'. Ele não teve dúvidas: virou à direita!
AGENDA DE TELEFONE
Por que os portugueses usam somente a letra 'T' em suas agendas de telefone?
Telefone do Antonio, telefone do Joaquim, telefone do Manoel,
LOJA DE SAPATOS
O Manuel foi, na segunda-feira, a uma loja de sapatos. Escolheu, escolheu e acabou se decidindo por um par de sapatos de cromo alemão.
O vendedor entregou o sapato, mas foi logo advertindo-o:
- Sr., estes sapatos costumam apertar os pés nos primeiros cinco dias.
- Não! tem problema. Eu só vou usá-los no domingo que vem.
NO SEXO
- Manuel, você gosta de mulher com muito seio?
- Não, pra mim dois já tá bom.
NO TRABALHO
Conversa entre o empregado e o chefe, ambos portugueses:
- Chefe, nossos arquivos estão super lotados, posso jogar fora os que tem mais de 10 anos?
- Sim, mas antes tire uma cópia de todos.
NO CHUVEIRO
Manuel está tomando banho e grita para Maria:
- Ô Maria, me traz um shampoo.
E Maria lhe entrega o shampoo. Logo em seguida, grita novamente:
- Ô Maria, me traz outro shampoo.
- Mas eu já te dei um agorinha mesmo, homem !!!
- É que aqui está dizendo que é para cabelos secos e eu já molhei os meus.
MANOEL JOAQUIM
Manoel Joaquim dos Santos, nascido em Trás-dos-Montes, no extremo bem extremo Leste de Portugal, ganhou seu primeiro lápis de colocar na orelha, quando tinha 2 anos. Aos 15 anos, já no primário, ganhou sua primeira caneta-tinteiro de orelha. Aos 32 anos, descobriu que caneta também servia para escrever.
Hoje, já informatizado, está com orelha de abano, por causa do peso do mouse...
EM BOA COMPANHIA
Manoel entra em um bar, abraçado a duas mulheronas maravilhosas.
Aproxima-se do balcão e pede ao garçom:
- Uma coca-cola, por favor.
O garçom pergunta ao Manoel:
- Família ?
Ao que ele responde:
- Não, são putas mesmo... mas estão morrendo de sede
SORTE
O português vê uma máquina de Coca Cola e fica maravilhado.
Coloca uma fichinha e cai uma latinha. Coloca 2 fichinhas e caem 2 latinhas.
Coloca 10 fichas e caem 10 latinhas. Então ele vai ao caixa e pede 50 fichas.
Diz então o caixa:
- Desse jeito o Sr. vai acabar com as minhas fichas.
- Não adianta, eu não paro enquanto estiver ganhando.
SEGREDOS
O português passava em frente a um chaveiro quando viu uma placa:
"Trocam-se segredos". Parou abruptamente, entrou na loja, olhou para os lados e cochichou para o balconista:
- Eu sou gay, e você?!
SOCIEDADE
Vocês sabem porque sociedade entre portugueses sempre dá certo?
Porque um rouba do outro e deposita na conta conjunta!
DOIS BASTAM
- Você sabe quantos portugueses são necessários para afundar um submarino?
- Dois. Um bate na porta, o outro abre!
SELF-SERVICE
- Como é restaurante por quilo de português?
- O cliente é pesado, na entrada e na saída.
NO SUPERMERCADO
- Por que o português, cada vez que compra uma caixa de leite, abre-a, ali mesmo, no supermercado?
- Porque na caixa está escrito : "Abra aqui."
MARIA
Maria, a mulher do Manuel, foi fazer exame de fezes e colocou a latinha com o conteúdo do exame em cima do balcão.
A recepcionista solicitou:
- Dá prá senhora colocar o nome, por favor?
A lusitana não hesitou e escreveu: MERDA.
AINDA MARIA
Maria vai ao ginecologista reclamando que não consegue engravidar.
*Por favor, tire a roupa e deite-se naquela maca
- diz o médico, preparando-se para examiná-la.
E ela indecisa:
- Mas, doutor! Eu queria tanto que o filho fosse do meu Manuel!
ÓCULOS MÁGICO
O Português foi pro Japão e comprou um par de óculos cheio de tecnologia que mostrava todas as mulheres peladas. Manuel coloca os óculos e começa a ver todas as mulheres peladas, ele se encanta.. Põe os óculos, peladas! Tira os óculos, vestidas! Que maravilha! Ai Jesus! E assim foi Manoel para Portugal, louco para mostrar a novidade para a mulher (Maria). No avião, se sente o máximo vendo as aeromoças todas peladas. Quando chega em casa, já coloca os óculos para pegar Maria pelada. Abre a porta e vê Maria e o Compadre no sofá pelados. Tira o óculos, pelados! Poe os óculos, pelados! Tira, pelados! Põe, pelados! E Manuel diz: - "Puta que pariu! essa merda já quebrou!"
DO POETA XICO BEZERRA...
Preciso é e por preciso ser falarei palavras de ferro suficientes para enferrujar a orgia dos tiranos; por necessário, servirei água das pocilgas para que eles bebam e se vomitem, também vomitando a lama dos dizeres vãos bem na cara de quem mente; por indispensável, terei pés para atravessar a linha acidental do lado de cá ou a de um oriente que não se orienta e que é aqui; por tudo, por todos, ajuntarei forças para clamar por justiça, por mais escondida que ela esteja e lutarei para que desapareçam os que atentam contra o lado de cá, que desapareçam os que atentam contra o lado de lá, que desapareçam os que atentam contra qualquer lado. Que falte coragem aos homens-bomba que atam à cintura a sentença de morte de mais de cem, de uma só vez. Que sobre vergonha aos que motivam os homens-bomba, tenham eles a cor, a raça ou o credo que tiverem.
Mas, também, depois do não calar, do beber, do gritar e do andar vou cantar versos de flor para perfumar o coração da amada que me espera numa cama com lençol de cambraia tão branca quanto a paz que reclamo e que um dia há de vir acompanhada de uma sabiá também cantando, no alto de uma mangueira verdinha e cheia de frutas doces como serão os dias que sonho. Se não para isso, para que servimos?
Mas, também, depois do não calar, do beber, do gritar e do andar vou cantar versos de flor para perfumar o coração da amada que me espera numa cama com lençol de cambraia tão branca quanto a paz que reclamo e que um dia há de vir acompanhada de uma sabiá também cantando, no alto de uma mangueira verdinha e cheia de frutas doces como serão os dias que sonho. Se não para isso, para que servimos?
Sabiá
Tom Jobim
Composição: Antonio Carlos Jobim / Chico Buarque
Vou voltar!
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir
Cantar uma Sabiá...
Vou voltar!
Sei que ainda vou voltar
Vou deitar à sombra
De uma palmeira que já não há
Colher a flor que já não dá
E algum amor
Talvez possa espantar
As noites que eu não queria
E anunciar o dia...
Vou voltar!
Sei que ainda vou voltar
Não vai ser em vão
Que fiz tantos planos
De me enganar
Como fiz enganos
De me encontrar
Como fiz estradas
De me perder
Fiz de tudo e nada
De te esquecer...
REPENTES...
Job Patriota
Mesmo sem beber um trago
Sinto que estou delirando
Tal qual um cisne vagando
Na superfície de um lago.
Se não recebo um afago
Vai embora a alegria
A minha monotonia
Não há no mundo quem cante
Sou um poeta delirante
E vivo a beber Poesia!
* * *
Ivanildo Vila Nova
No sertão a tarefa é muito dura
Mas se tem a colheita, a criação
Ferramenta da roça produção
Uma rede, um garajau de rapadura
Uma dez polegada na cintura
A viola, um baú, uma cabaça
A tarrafa e um litro de cachaça
Mescla azul, botinão, chapéu baêta
Fumo grosso, espingarda de espoleta
E um cachorro mestiço bom de caça.
* * *
Antonio Marinho
Eu só fui a Espinharas
Porque a precisão obriga
Mas fui com muita saudade
Daquela nossa cantiga
Minha saudade era tanta…
Que a tosse não quer que eu diga
* * *
Diomedes Mariano
Lutar pelo bem comum,
cada qual tem seu direito,
fazer o bem é virtude,
ser triste não é defeito,
o mar dos olhos só sangra
se chover dentro do peito.
* * *
Azulão
O nordeste está tranco,
cercado por uma desgraça imensa,
uma banda já caiu,
a outra banda está pensa,
e neste grande aperreio,
sofre o nortista no meio
igual à marca na prensa
* * *
Chico Alves
Sei que nessa vida tudo continua
Nunca falta água no nosso oceano
Areia no rio, praga no cigano
Quentura no Sol, frieza na Lua
Fome no sertão, político na rua
A nossa esperança vai continuar
Mas tem quatro coisas que tem que acabar
Boca com mau hálito, bucho com ameba
Mulher sem vergonha e repentista peba
Nos dez de galope na beira do mar.
* * *
Olegário Fernandes
Eu tenho setenta anos,
Nessa vida nua e crua.
A noite eu passo em casa,
O dia eu passo na rua.
E a morte me convidando
Pra nós dois morar na lua.
* * *
Um folheto de José Pedro Pontual
As presepadas do Satanás na igreja
Quem crê na misericórdia
Da Providência Divina
Nunca cai em tentação
Nem também sofre ruína
Sendo justo para Deus
Satanás não lhe domina
E quem não crê nas palavras
Do nosso Deus criador
Não pode viver feliz
É um ente malfeitor
Que vive solto no mundo
Causando o maior pavor
Para provar o que digo
Vou contar um ocorrido
Que servirá de exemplo
A qualquer ente banido
Que profana contra as forças
Do Messias prometido
Na usina Santo Inácio
Perto da cidade Cabo
Um macumbeiro perverso
Virou-se num bichão brabo
Com o satanás no couro
Contendo esporão e rabo
Chamava-se esse ente
Antônio Pedro Morais
Ruim igualmente a peste
Matou os seus próprios pais
Maltratava Jesus Cristo
Gostava do satanás
Ele ainda era solteiro
De ruim vivia só
Era doido por um jogo
De baralho ou dominó
Dava tudo por Xangô
Vivia do catimbó
Na macumba ele fazia
Moça casar sem querer
E tendo raiva de um
Fazia o pobre correr
Latindo de mundo afora
Para quem quisesse ver
Mulher casada que ele
Pensasse um pouquinho nela
Preparava sete pingos
Das lágrimas de uma vela
Com enxofre e creolina
E botava na porta dela
Pó de cavalo do cão
Com sua feitiçaria
Tronco de jurema preta
Cuspia em cima e benzia
Qualquer mulher se entregava
A ele no mesmo dia
Tinha um molambo enrolado
Num pacote de cordão
Um esqueleto de um sapo
E um livro de oração
Uma coruja pelada
Nas garras de um gavião
Dezesseis caranguejeiras
E uma lacraia choca
Um urubu e um gato
Dentro de uma maloca
Quatro dentes da finada
Bisavó da mãe de Noca
Raspa de unha e um dente
Da víbora de faraó
A queixada de um jumento
Do tempo da sua avó
Sete espinhas de jibóia
Dentro de um caritó
A polícia o perseguia
Mas nunca pôde pegá-lo
Porque ele se envultava
Em gato, cão ou cavalo
Cegava as autoridades
E não sofria um abalo
Nunca existiu um cristão
Pra dar um tabefe nele
E nem houve macumbeiro
Para trabalhar contra ele
O que tentasse morria
Tudo tinha medo dele
Tinha um tacho muito grande
Que o satanás lhe deu
Nesse tacho cozinhava
Qualquer um preparo seu
Muito mais que Cipriano
O infeliz aprendeu
Ele tinha a oração
De Pezeta e Cafuringa
Uma caveira e uma negra
Chamada Tota do Pinga
Os olhos e a boca eram
Cobertos de pichilinga
Tinha as pestanas da negra
Verdelenga Curutuba
Um chifre de cabra preta
E um saco de curuba
E dizia abertamente:
Meu poder ninguém derruba
Dizia mais que Jesus
Para ele não existia
Era a ilusão dos bestas
Igreja era outra arrelia
O satanás para ele
Era um ser de mais valia
A força que acredito
É a de pai Lúcifer
Com ela eu devoro um
A hora que bem quiser
Desonro qualquer donzela
Descaso qualquer mulher
O cabra que me abusar
Eu lhe empesto com brocha
E sangue de gato preto
Nunca mais ele debocha
Morre roído na rua
Igual tapuru na rocha
Dizem que o padre Cícero
Pode mais que satanás
Mas é também macumbeiro
Como eu e nada mais
Cristo era o poderoso
Morreu, perdeu o cartaz
Só acredito que ele
Era bamba de primeira
Se me virasse um bicho
Daqui para quinta-feira
E fosse daqui do cabo
Até lá numa carreira
Quando ele disse isso
Viu o diabo em sua frente
Deu um rinchado tão grande
Que assombrou muita gente
Saiu danado correndo
Igual cachorro doente
Nasceu-lhe um rabo comprido
Um esporão na canela
Sua língua ficou preta
Que só fundo de panela
Assim contou-me uma moça
Que ele foi dono dela
Na carreira que ele ia
Destinou-se ao Juazeiro
Dando cada relinchado
De assombrar qualquer romeiro
Com os olhos encarnados
Que parecia um braseiro
Passou em Serra Talhada
Com o maior desespero
Numa certa encruzilhada
Mordeu um catimbozeiro
Cortou o nariz dum corno
Na estrada de Salgueiro
Adiante ele encontrou-se
Com uma mulher chifreira
Ela deu-lhe uma dentada
No cangote bem certeira
Que rasgou até os pés
Todo o couro da traseira
Na quinta-feira bem cedo
Em Juazeiro chegou
Entrou de igreja adentro
Defronte ao altar parou
Nessa hora o padre Cícero
Na sua frente ficou
Ele disse: Meu padrinho
O diabo está em meu couro
Corria o povo assombrado
Com aquele desadouro
Padre Cícero tocou nele
Com seu cajado de ouro
Padre Cícero disse a ele:
Nesta hora preso estás
Com sete correntes santas
Das forças celestiais
E dizei a que viestes
Que daqui não passes mais
Ele disse: Eu profanei
Do autor da criação
E também dos seus poderes
E vim lhe pedir perdão
Nisso vem chegando um negro
Trazendo um livro na mão
Tinha os olhos cor de fogo
Chegou montado num bode
E foi dizendo: Seu padre
Salvá-lo o senhor não pode
Porque ele me pertence
Desde os pés até o bigode
Disse o padre: Se retire
Com seu monstro vá embora
O negro lhe respondeu:
Eu não vou dizer agora
Que ainda tem mais gente
Pra eu levar nesta hora
Aqui tem mulher casada
Ajoelhada rezando
Que o chifre do marido
De grande está entortando
E eu de lá do inferno
A tudo estava anotando
Mulher de unhas de pontas
E a saia bem ligada
Os lábios da cor de sangue
As sobrancelhas raspadas
O que vem ver na igreja
Presta pra minha morada
Aqui tem tanta chifreira
Que ninguém mais dará breque
E tem homem tão chifrudo
Que dá pente, escova e leque
Que deixa a mulher sair
Para criar o moleque
Moça que não é mais nada
Aqui dentro tem também
Mulher de casas suspeitas
Aí tem pra mais de cem
E eu vim lhe reclamar
Porque essas me convêm
Com essa voz do diabo
Padre Cícero se ergueu
Mostrou-lhe um crucifixo bento
O moleque estremeceu
Pegou o monstro no meio
Dali desapareceu
Por toda parte do mundo
O caso foi espalhado
Nas grandes bibliotecas
Também ficou registrado
Uma luz do meu padrinho
Aqui termino o livrinho
Leva quem achar de agrado
Mesmo sem beber um trago
Sinto que estou delirando
Tal qual um cisne vagando
Na superfície de um lago.
Se não recebo um afago
Vai embora a alegria
A minha monotonia
Não há no mundo quem cante
Sou um poeta delirante
E vivo a beber Poesia!
* * *
Ivanildo Vila Nova
No sertão a tarefa é muito dura
Mas se tem a colheita, a criação
Ferramenta da roça produção
Uma rede, um garajau de rapadura
Uma dez polegada na cintura
A viola, um baú, uma cabaça
A tarrafa e um litro de cachaça
Mescla azul, botinão, chapéu baêta
Fumo grosso, espingarda de espoleta
E um cachorro mestiço bom de caça.
* * *
Antonio Marinho
Eu só fui a Espinharas
Porque a precisão obriga
Mas fui com muita saudade
Daquela nossa cantiga
Minha saudade era tanta…
Que a tosse não quer que eu diga
* * *
Diomedes Mariano
Lutar pelo bem comum,
cada qual tem seu direito,
fazer o bem é virtude,
ser triste não é defeito,
o mar dos olhos só sangra
se chover dentro do peito.
* * *
Azulão
O nordeste está tranco,
cercado por uma desgraça imensa,
uma banda já caiu,
a outra banda está pensa,
e neste grande aperreio,
sofre o nortista no meio
igual à marca na prensa
* * *
Chico Alves
Sei que nessa vida tudo continua
Nunca falta água no nosso oceano
Areia no rio, praga no cigano
Quentura no Sol, frieza na Lua
Fome no sertão, político na rua
A nossa esperança vai continuar
Mas tem quatro coisas que tem que acabar
Boca com mau hálito, bucho com ameba
Mulher sem vergonha e repentista peba
Nos dez de galope na beira do mar.
* * *
Olegário Fernandes
Eu tenho setenta anos,
Nessa vida nua e crua.
A noite eu passo em casa,
O dia eu passo na rua.
E a morte me convidando
Pra nós dois morar na lua.
* * *
Um folheto de José Pedro Pontual
As presepadas do Satanás na igreja
Quem crê na misericórdia
Da Providência Divina
Nunca cai em tentação
Nem também sofre ruína
Sendo justo para Deus
Satanás não lhe domina
E quem não crê nas palavras
Do nosso Deus criador
Não pode viver feliz
É um ente malfeitor
Que vive solto no mundo
Causando o maior pavor
Para provar o que digo
Vou contar um ocorrido
Que servirá de exemplo
A qualquer ente banido
Que profana contra as forças
Do Messias prometido
Na usina Santo Inácio
Perto da cidade Cabo
Um macumbeiro perverso
Virou-se num bichão brabo
Com o satanás no couro
Contendo esporão e rabo
Chamava-se esse ente
Antônio Pedro Morais
Ruim igualmente a peste
Matou os seus próprios pais
Maltratava Jesus Cristo
Gostava do satanás
Ele ainda era solteiro
De ruim vivia só
Era doido por um jogo
De baralho ou dominó
Dava tudo por Xangô
Vivia do catimbó
Na macumba ele fazia
Moça casar sem querer
E tendo raiva de um
Fazia o pobre correr
Latindo de mundo afora
Para quem quisesse ver
Mulher casada que ele
Pensasse um pouquinho nela
Preparava sete pingos
Das lágrimas de uma vela
Com enxofre e creolina
E botava na porta dela
Pó de cavalo do cão
Com sua feitiçaria
Tronco de jurema preta
Cuspia em cima e benzia
Qualquer mulher se entregava
A ele no mesmo dia
Tinha um molambo enrolado
Num pacote de cordão
Um esqueleto de um sapo
E um livro de oração
Uma coruja pelada
Nas garras de um gavião
Dezesseis caranguejeiras
E uma lacraia choca
Um urubu e um gato
Dentro de uma maloca
Quatro dentes da finada
Bisavó da mãe de Noca
Raspa de unha e um dente
Da víbora de faraó
A queixada de um jumento
Do tempo da sua avó
Sete espinhas de jibóia
Dentro de um caritó
A polícia o perseguia
Mas nunca pôde pegá-lo
Porque ele se envultava
Em gato, cão ou cavalo
Cegava as autoridades
E não sofria um abalo
Nunca existiu um cristão
Pra dar um tabefe nele
E nem houve macumbeiro
Para trabalhar contra ele
O que tentasse morria
Tudo tinha medo dele
Tinha um tacho muito grande
Que o satanás lhe deu
Nesse tacho cozinhava
Qualquer um preparo seu
Muito mais que Cipriano
O infeliz aprendeu
Ele tinha a oração
De Pezeta e Cafuringa
Uma caveira e uma negra
Chamada Tota do Pinga
Os olhos e a boca eram
Cobertos de pichilinga
Tinha as pestanas da negra
Verdelenga Curutuba
Um chifre de cabra preta
E um saco de curuba
E dizia abertamente:
Meu poder ninguém derruba
Dizia mais que Jesus
Para ele não existia
Era a ilusão dos bestas
Igreja era outra arrelia
O satanás para ele
Era um ser de mais valia
A força que acredito
É a de pai Lúcifer
Com ela eu devoro um
A hora que bem quiser
Desonro qualquer donzela
Descaso qualquer mulher
O cabra que me abusar
Eu lhe empesto com brocha
E sangue de gato preto
Nunca mais ele debocha
Morre roído na rua
Igual tapuru na rocha
Dizem que o padre Cícero
Pode mais que satanás
Mas é também macumbeiro
Como eu e nada mais
Cristo era o poderoso
Morreu, perdeu o cartaz
Só acredito que ele
Era bamba de primeira
Se me virasse um bicho
Daqui para quinta-feira
E fosse daqui do cabo
Até lá numa carreira
Quando ele disse isso
Viu o diabo em sua frente
Deu um rinchado tão grande
Que assombrou muita gente
Saiu danado correndo
Igual cachorro doente
Nasceu-lhe um rabo comprido
Um esporão na canela
Sua língua ficou preta
Que só fundo de panela
Assim contou-me uma moça
Que ele foi dono dela
Na carreira que ele ia
Destinou-se ao Juazeiro
Dando cada relinchado
De assombrar qualquer romeiro
Com os olhos encarnados
Que parecia um braseiro
Passou em Serra Talhada
Com o maior desespero
Numa certa encruzilhada
Mordeu um catimbozeiro
Cortou o nariz dum corno
Na estrada de Salgueiro
Adiante ele encontrou-se
Com uma mulher chifreira
Ela deu-lhe uma dentada
No cangote bem certeira
Que rasgou até os pés
Todo o couro da traseira
Na quinta-feira bem cedo
Em Juazeiro chegou
Entrou de igreja adentro
Defronte ao altar parou
Nessa hora o padre Cícero
Na sua frente ficou
Ele disse: Meu padrinho
O diabo está em meu couro
Corria o povo assombrado
Com aquele desadouro
Padre Cícero tocou nele
Com seu cajado de ouro
Padre Cícero disse a ele:
Nesta hora preso estás
Com sete correntes santas
Das forças celestiais
E dizei a que viestes
Que daqui não passes mais
Ele disse: Eu profanei
Do autor da criação
E também dos seus poderes
E vim lhe pedir perdão
Nisso vem chegando um negro
Trazendo um livro na mão
Tinha os olhos cor de fogo
Chegou montado num bode
E foi dizendo: Seu padre
Salvá-lo o senhor não pode
Porque ele me pertence
Desde os pés até o bigode
Disse o padre: Se retire
Com seu monstro vá embora
O negro lhe respondeu:
Eu não vou dizer agora
Que ainda tem mais gente
Pra eu levar nesta hora
Aqui tem mulher casada
Ajoelhada rezando
Que o chifre do marido
De grande está entortando
E eu de lá do inferno
A tudo estava anotando
Mulher de unhas de pontas
E a saia bem ligada
Os lábios da cor de sangue
As sobrancelhas raspadas
O que vem ver na igreja
Presta pra minha morada
Aqui tem tanta chifreira
Que ninguém mais dará breque
E tem homem tão chifrudo
Que dá pente, escova e leque
Que deixa a mulher sair
Para criar o moleque
Moça que não é mais nada
Aqui dentro tem também
Mulher de casas suspeitas
Aí tem pra mais de cem
E eu vim lhe reclamar
Porque essas me convêm
Com essa voz do diabo
Padre Cícero se ergueu
Mostrou-lhe um crucifixo bento
O moleque estremeceu
Pegou o monstro no meio
Dali desapareceu
Por toda parte do mundo
O caso foi espalhado
Nas grandes bibliotecas
Também ficou registrado
Uma luz do meu padrinho
Aqui termino o livrinho
Leva quem achar de agrado
Ó SINO DA MINHA ALDEIA...FERNANDO PESSOA...
Ó sino da minha aldeia
por Fernando Pessoa
Ó sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro da minha alma.
E é tão lento o teu soar,
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida.
Por mais que me tanjas perto,
Quando passo, sempre errante,
És para mim como um sonho,
Soas-me na alma distante.
A cada pancada tua,
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto.
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
ARTIGO DO JORNALISTA LUIZ BERTO...EDITOR DO JORNAL DA BESTA FUBANA PE........
Esse negócio de calor de campanha é pra quem gosta. Eu prefiro o calor de bacurinha.
Passei a maior parte da vida adulta longe do meu estado de nascença, Pernambuco, e isto me rendeu duas grandes benesses pra minha maneira de ser: num sou machista e não me deixo cegar por campanha política.
Quando completei a maioridade, tirei meu título de eleitor em Brasília, cidade onde, felizmente, não havia eleições. A cidade era muito bem administrada, não havia políticos e nem era necessário fazer abaixo-assinado pra trocar uma lâmpada na rua. Invoco o testemunho de Raimundo Floriano, meu parceiro, entre outros, durante inúmeras conversas que tivemos pra bendizer esta fato extraordinário.
Desgraçadamente, a Constituinte de 88, entre várias outras tragédias e bizarrias - como tabelar juros e impor a felicidade por decreto -, trouxe a praga da eleição para o Distrito Federal. E, desde então, tudo piorou sensivelmente na cidade, na cidadania e na vida pública do lugar. Surgiu até mesmo a mais corrupta de todas as assembléias existentes no Brasil e um coronel, Joaquim Roriz, que deixa pra trás, muito pra trás mesmo, a soma de todos os outros coronéis ladrões e safados de todas as outras regiões do país.
O fato é que passei muitos anos de minha vida adulta longe de campanhas e gozando da felicidade de não me tornar estúpido, cego ou fanático por partidos ou candidatos.
Depois que me aposentei, voltei pra minha terra e retomei o contato com estas duas pragas, o machismo e a paixão eleitoreira. Confesso que isso me deixa num tremendo desconforto.
Na editoração diária do JBF procuro me colocar acima da ojeriza que sinto por campanhas e, muitas vezes, fecho os olhos pra publicar o material que me enviam. Estou me referindo ao material pretensamente “sério” ou “ideológico”, pois o deboche e a gozação são partes integrantes do espírito desta gazeta da bixiga lixa. Sacanagens como a desta charge, serão muito bem vindas:
Acontece que, com a proximidade da eleição, o volume de mensagens contendo material de campanha aumentou assustadoramente. É facilmente detectável um batalhão de militantes profissionais de plantão, sobretudo da parte da candidata do governo, disparando ininterruptamente mensagens e contra propaganda. Da parte do moribundo candidato oposicionistas (e isto eu já falei aqui) a munição é pesadamente ideológica, com ataques perversos ao passado “guerrilheiro e terrorista” de Dilma.
Eu continuo dizendo e repetindo que Serra e Dilma são duas merdas, que seus eleitores são igualmente tabacudos e que a melhor consequência da próxima eleição é que nos veremos livres de uma vergonha nacional chamada Luiz Inácio. Qualquer coisa que vier após ele, certamente não irá jogar na lama, como foi jogada até agora, a liturgia do cargo mais importante do país.
Por mais que eu queira abrir as páginas do JBF e liberar este espaço democrático para todo tipo de manifestação, lamento informar que vou reduzir ao mínimo, ao mínimo absolutamente possível, a publicação de material de campanha. E qual o critério que vai ser usado? Ora, o meu critério. O critério do editor. O menino que é dono da bola num é quem escala os times pra bater pelada? Pois é. O critério é este.
Darei preferência à propaganda dos candidatos aos parlamentos, estaduais e federais. Só em casos bem avaliados e estudados, botarei no ar material da campanha presidencial. Terão preferências as gozações e as sacanagens, como esta contida no vídeo abaixo.
Não custa nada lembrar, insistir e ressaltar que nada tenho contra eleições e candidatos. Apoio integralmente a afirmação de Churchil dizendo que a “democracia é o pior sistema que existe; salvo todos os outros”. O que desejo é ver um dia eleições decentes e candidatos decentes. Mesmo assim, entre eleições bostosas como as nossas e eleição nenhuma como em Cuba, sou mais a pátria de Maluf, Sarney e Collor, pois a esperança é a última que morre e eu ainda creio que um dia as coisas mudarão.
Há poucos dias, atendendo ao pedido de um amigo particular, publiquei um poema engajado sobre a campanha a governador aqui do estado de Pernambuco. E um leitor postou um comentário que dizia:
“A Besta está esquentando e eu gostando!”
Pois eu repito: o único calor que me faz dizer “tô gostando” é o calor de bacurinha.
Com este time de candidatos e com este eleitorado brasileiro, eu prefiro apenas torcer pra que meus netos tenham a esperança de um dia viver num Brasil decente, livre da corrupção e “louvando o que bem merece”. Um Brasil onde não exista mais a jurisprudência lulo-petralha de que “posso fazer porque todo mundo fazia antes”.
Dr Bernardo Celestino Pimentel Diz:
30 agosto 2010 às 11:23
Meu querido PAPA BERTIUS I
Estou abismado com a eficiencia,a eficácia e a efetividade da VERDADE do seu artigo…era isso que eu sentia , mas não sabia dizer…
Seu artigo faz um grande BEM a esta nação ABANDONADA, que pelo VOTO DIRETO, VAI ESCOLHER O AUTORITARISMO…
Vida LONGA Meu papa…precisamos de VOSSA SANTIDADE.
PADRE CELESTINO PIMENTEL…NATAL.RN
DO POETA POPULAR...DE COMO O BRASIL ESCOLHE O AUTORITARISMO PELO VOTO DIRETO...INCRÍVEL...
Sinceramente eu não sei
Como é que alguém na vida
Apoia gente envolvida
Com esse clã dos Sarnei
O velho é metido a rei
Com diploma de imortal
Mas tem o dom natural
Para armar trambique e blefe
(Votar em Dilma rousseff
É um pecado mortal)
Num ato humilhante e falho
Que a imprensa registrou
O chefe dela beijou
A mão de Jader Barbalho
E ninguém deu-se ao trabalho
De desmentir o jornal
Quem bajula um marginal
Não passa dum mequetrefe
(Votar em Dilma Rousseff
É um pecado mortal)
Além dos vís mensaleiros
Abomináveis pessoas
Fez conchavo em Alagoas
Com o chefão dos Calheiros
Collor, um dos conselheiros
Do seu grupo “genial”
Que antes fora rival
Hoje é comparsa do chefe
(Votar em Dilma Rousseff
É um pecado mortal)
Sua cara, na verdade
Depois de reconstruida
Ficou muito parecida
Com uma coroa de frade
Só o tom da falsidade
Continua original
Com sua voz gutural
Mal pronunciando o “efe”
(Votar em Dilma Rousseff
É um pecado mortal)
Zé Dirceu, Zé Genuino
Dois personagens sinistros
Serão seus superministros
Se o poder for seu destino
Delúbio, um monstro cretino
Escudeiro oficial
Ensinando o pessoal
Como afundar o FUNDEF
(Votar em Dilma Rousseff
É um pecado mortal)
Inda há gente que se ilude
Chega ao orgasmo, delira
Com a força da mentira
Dum governo sem virtude
Sem segurança e saude
Todo mundo a passar mal
Parece cada hospital
Com casa de magarefe
(Votar em Dilma Rousseff
É um pecado mortal)
De onde é que esse E,T, veio?
No planeta, ninguém sabe
Mas outra pergunta cabe
Quem fez um bicho tão feio?
Que causa espanto e receio
Do sertão ao litoral
E um medo descomunal
Às crianças do UNICEF
(Votar em Dilma Rousseff
É um pecado mortal)
Os ditadores do Irã,
Bolívia e Venezoela
Além de achegados dela
Devem ser do mesmo clã
O que virá amanhã
Deste quarteto infernal
Não será a paz total
Será troca de tabefe
(Votar em Dilma Rousseff
É um pecado mortal
Como é que alguém na vida
Apoia gente envolvida
Com esse clã dos Sarnei
O velho é metido a rei
Com diploma de imortal
Mas tem o dom natural
Para armar trambique e blefe
(Votar em Dilma rousseff
É um pecado mortal)
Num ato humilhante e falho
Que a imprensa registrou
O chefe dela beijou
A mão de Jader Barbalho
E ninguém deu-se ao trabalho
De desmentir o jornal
Quem bajula um marginal
Não passa dum mequetrefe
(Votar em Dilma Rousseff
É um pecado mortal)
Além dos vís mensaleiros
Abomináveis pessoas
Fez conchavo em Alagoas
Com o chefão dos Calheiros
Collor, um dos conselheiros
Do seu grupo “genial”
Que antes fora rival
Hoje é comparsa do chefe
(Votar em Dilma Rousseff
É um pecado mortal)
Sua cara, na verdade
Depois de reconstruida
Ficou muito parecida
Com uma coroa de frade
Só o tom da falsidade
Continua original
Com sua voz gutural
Mal pronunciando o “efe”
(Votar em Dilma Rousseff
É um pecado mortal)
Zé Dirceu, Zé Genuino
Dois personagens sinistros
Serão seus superministros
Se o poder for seu destino
Delúbio, um monstro cretino
Escudeiro oficial
Ensinando o pessoal
Como afundar o FUNDEF
(Votar em Dilma Rousseff
É um pecado mortal)
Inda há gente que se ilude
Chega ao orgasmo, delira
Com a força da mentira
Dum governo sem virtude
Sem segurança e saude
Todo mundo a passar mal
Parece cada hospital
Com casa de magarefe
(Votar em Dilma Rousseff
É um pecado mortal)
De onde é que esse E,T, veio?
No planeta, ninguém sabe
Mas outra pergunta cabe
Quem fez um bicho tão feio?
Que causa espanto e receio
Do sertão ao litoral
E um medo descomunal
Às crianças do UNICEF
(Votar em Dilma Rousseff
É um pecado mortal)
Os ditadores do Irã,
Bolívia e Venezoela
Além de achegados dela
Devem ser do mesmo clã
O que virá amanhã
Deste quarteto infernal
Não será a paz total
Será troca de tabefe
(Votar em Dilma Rousseff
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