quarta-feira, 1 de julho de 2015

UM DOS MEUS PASSEIOS NAS FEIRAS LIVRES...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL





                   Tenho voltado muito ao agreste...depois de me acostumar no MidWay,percorrí a feira de Santo António...comprei picanha de 14.00, carneiro de 14.00 e ossos para os cachorros de 3.00. é impressionante como as feiras, com todo o progresso, existem e são simpáticas, fartas, tem tudo...

               No setor de peixes, eles existiam frescos, e de toda qualidade, de água salgada e de água doce...variedade maior do que a dos super mercados,cujas peixarias deixam muito a desejar.


              A Feira é o dia de trabalho para muita gente...é o dia decisivo para a sobrevivencia de muita gente....fulano trabalha na feira...se escuta muito. Passei na feira de Mangaios, e não pude deixar de me lembrar de Sivuca...tudo o que Glorinha Gadelha fala na canção, está exposto no chão, forrado com um a esteira, na feira.


               Me criei trabalhando no balcão, nos dias de feiras...todos os filhos de meu pai,erámos solicitados a ajudar no comércio, no dia de feira. Quando chegava no comércio as 7h horas, meu pai já tinha transportado para o cofre,duas gavetas de dinheiro...ele abria muito cedo, para vender as embalagens, que seriam usadas por quem retalha mercadoria na feira.Se vendia o cordão, o papel em kilo, e os cadernos de papéis, barbantes... Durante o decorrer do dia,era transportado para a o cofre,o dinheiro de umas vinte gavetas...Papai era tenso,conferindo de longe cada conta que os filhos fazia.Era proibido se perder dinheiro...se errar nas contas ou passando o troco. Fui criado na feira de Nova Cruz, meu pai comprava açúcar em vagão de trem... Sempre fui uma criança gorda...certa vez, a minha mãe, brigou com um cabeceiro chamado Falcão, por causa de uma brincadeira que o peão disse, com a minha gordura.Falcão carregava na cabeça um saco de açucar, junto com outros colegas, descarregando do vagão para o depósito...ao me ver sentado no batente, disse:ou menino gordo, PARECE FILHO DE Ladrão quando o pai está solto...mamãe,como uma boa PIMENTEL, corou, ficou da cor de Pimenta,e disse o diabo ao pobre moço...eu,na minha infância,já tinha compreendido, que ele apenas estava brincando, sem QUERER chamar meu pai de ladrão.MAS mamãe ficou intrigada com ele.


               Certa vez, num dia de Feira, entra no nosso comércio o gerente do Banco Do Brasil, explicando que, o dinheiro que viria de Natal para o Banco, chegaria á noite, e o Banco estava sem condições de atender os saque do dia....perguntou se meu pai poderia fazer um grande depósito para o banco funcionar...Papai calado, mas intimamente vaidoso, se dirigiu ao cofre e trouxe um saco de papel de pão, de 10 kilos, cheio de dinheiro e entregou ao gerente, que ficou muito grato e disse:venho já trazer o recibo do depósito...era assim, barriga cheia, fartura, O VELHO TINHA DINHEIRO NA CAIXINHA, IGUAL A DONA BARATINHA.


dizem as más línguas, que uma vez, papai esfregou tanto a nota de um cruzeiro, dando um troco, que D.Pedro I, estirou a língua.





Coração do Agreste
Fafá de Belém
Composição : Moacyr Luz e Aldir Blanc


Regressar é reunir dois lados
À dor do dia de partir
Com seus fios enredados
Na alegria de sentir
Que a velha mágoa
É moça temporã
Seu belo noivo é o amanhã
Eu voltei pra juntar pedaços
De tanta coisa que passei
Da infância abriu-se o laço
Nas mãos do homem que eu amei
O anzol dessa paixão me machucou
Hoje sou peixe
E sou meu próprio pescador
E eu voltei no curso
Revi o meu percurso
Me perdi no leste
E a alma renasceu
Com flores de algodão
No coração do agreste
Quando eu morava aqui
Olhava o mar azul
No afã de ir e vir
Ah! Fiz de uma saudade
A felicidade pra voltar aqui

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