domingo, 19 de julho de 2015

A POESIA DE BERNARDO CELESTINO PIMENTEL...ASCENSORISTA DOS DOIS ANDARES...

ASCENSORISTA DOS DOIS ANDARES...



VOCÊ CHEIRA A PETULÂNCIA QUANDO DESCE DO SEU JATO

SÓ VOMITA ARROGÂNCIA, FAZ DA VIDA UM ESCULACHO...

COISA DE QUEM CHEGOU EM CIMA

PISANDO A CARA DE QUEM VIVE EMBAIXO.


NASCI EM BERÇO DE OURO,
TENHO BRAZAO, TR ADIÇÂO E LASTRO,
MAS MEU PEITO SENTE E CHORA,

A DOR DOS DESCAMISADOS,


NUNCA CONTRIBUI COM INTENÇÃO  E GESTO

PRA DESVIAR O LEITE DOS INOCENTES.

EU SEI QUE DEPOIS DE TUDO,

A SOLIDÃO ENLOUQUECE A MENTE,

SEMPRE VIVI NO ANDAR DE CIMA

MAS ME LEMBRANDO DE QUEM VIVE NO ANDAR DE BAIXO.




DIZ QUE EU NÃO SOUBE FAZER,

QUE EU DEVIA TER ROUBADO,

QUE O MUNDO É DOS MAIS ESPERTOS,

QUE UM POETA É UM OTÁRIO,

QUANDO A SOLIDÃO CHEGAR,

VOCÊ VAI VER COMO É O FIM,

DESTE MUNDO E O SEU CENÁRIO,

VOCÊ VAI MORAR BEM RASO ,

Á SETE PALMOS DO ANDAR DE BAIXO...




AMO A VIDA E ME COMPORTO COM PUDOR E SOU SENSATO,

SEI DE COMO É PASSAGEIRA ESTA ONDA DE APARÊNCIA,

SEMPRE DO TOPO DE UMA CUMEEIRA,

EU PENSO EM QUEM BATALHA NAS DEPENDÊNCIAS DO ANDAR DE BAIXO.





VOCÊ ME NEGA UM AMOR PERFEITO,

NUNCA SE TOCA COM OS MEUS RECADOS’

DIZ APENAS QUE EU SOU UM POETA

QUE NÃO PERDE TEMPO PRA NÃO PERDER DINHEIRO,

E QUE A VIDA É UM GRANDE MERCADO...

QUERO LHE RETIFICAR,

QUE DESTES ESQUEMAS EU NÃO ME VALHO,

SEMPRE VIVI NO ANDAR DE CIMA,

PREOCUPADO COM O ANDAR DE BAIXO.


VOCÊ FAZ O QUE PUDER,

NUNCA PONDEROU SE DEVE,

QUANDO O MESTRE MUNDO LHE PEGAR,

TEREI PENA DO SEU CARMA,

VOCÊ VAI VER COM QUANTOS PAUS,

CONSTRUIU SUA DESGRAÇA.




DEIXE O LEITE DOS INOCENTES,

DEIXE A VERBA DOS DOENTES,

DEIXE A COMPULSÃO POR DÓLAR,


TENHA DÓ DA SUA GENTE,

QUANDO O INVERNO CHEGAR,

QUE PASSAR TODAS AS ENCHENTES,

VOCÊ VAI ENTENDER,

POR QUE FUI TÃO DIFERENTE.

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