sábado, 11 de julho de 2015

A POESIA DO MUNDO...

– Federico Garcia Lorca
federico-garc
Nascido na , em 1898, García Lorca estudou Direito em Granada. Em 1919, transferiu-se para Madrid. Na capital espanhola, tornou-se amigo do cineasta Luis Buñuel e do pintor Salvador Dali.
Publicou trabalhos sobre temas da Andaluzia (Impressões e Paisagens, 1918), sobre música e folclore regionais (Poemas do Canto Fundo, 1921-1922) e sobre ciganos (Romancero Gitano, 1928).
Visitou os Estados Unidos e Cuba, expressando desapreço pela cultura estadunidense. Manifestou essa visão crítica da civilização norte americana no poema Poeta em Nova Iorque, publicado em 1940. Professava ideias socialistas.
Chegou a pintar, compor e tocar piano. Como dramaturgo, Lorca trilhou o drama histórico antes de obter sucesso com a tragédia. As três tragédias passadas na Andaluzia, Bodas de Sangue (1933), Yerma (1934) e A Casa de Bernarda Alba (1936) asseguraram sua posição como grande dramaturgo.
Morreu assassinado, em 1936, vítima da guerra civil espanhola.
Fechemos a semana com trecho de Este é o Prólogo:
“Deixaria neste livro 
toda a minha alma. 
este livro que viu 
as paisagens comigo 
e viveu horas santas.
Que pena dos livros 
que nos enchem as mãos 
de rosas e de estrelas 
e lentamente passam!
Que tristeza tão funda 
é olhar os retábulos 
de dores e de penas 
que um coração levanta!
Ver passar os espectros 
de vida que se apagam, 
ver o homem desnudo 
em Pégaso sem asas,
ver a vida e a morte, 
a síntese do mundo, 
que em espaços profundos 
se olham e se abraçam.
Um livro de poesias 
é o outono morto: 
os versos são as folhas 
negras em terras brancas,
e a voz que os lê 
é o sopro do vento 
que lhes incute nos peitos 
– entranháveis distâncias.
O poeta é uma árvore 
com frutos de tristeza 
e com folhas murchas 
de chorar o que ama.
O poeta é o médium
da Natureza
que explica sua grandeza

por meio de palavras.”

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