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Oliveira de Panelas
Uma coisa se eu pudesse
Transformava sem sobrosso
A garganta de Alcione
Botava em Ney Matogrosso
Nem que fosse necessário
transplante de pescoço.
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Leandro Gomes de Barros
Meus versos inda são do tempo
Que as coisas eram de graça:
Pano medido por vara,
Terra medida por braça,
E um cabelo da barba
Era uma letra na praça.
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Raimundo Cassiano
Eu entrei no hospital
Já quase no fim do dia
Ali falei ao doutor
Na mesa de cirurgia
Mexam no meu coração
Mas me deixem a poesia!
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Severino Feitosa
Admiro a mocidade
Não querer envelhecer
Velho ninguém quer ficar
Novo ninguém quer morrer
Sem ser velho não se vive
Bom é ser velho e viver.
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Mocinha de Passira
A gemedeira é um gênero
Da nossa dualidade.
Eu vou gemer com prazer,
Você geme é com saudade,
Pois tá perto da velhice
Ai, ai, ui, ui
Só lembra da mocidade.
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Ugolino do Sabugi
As obras da Natureza
São de tanta perfeição,
Que a nossa imaginação
Não pinta tanta grandeza!
Para imitar a beleza
Das nuvens com suas cores,
Se desmanchando em louvores
De um manto adamascado,
O artista, com cuidado,
Da arte, aplica os primores.
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Cego Aderaldo
Todo passarinho canta
quando vem rompendo a aurora
só a pobre mãe-da-lua
quando canta, logo chora…
assim eu faço também,
quando meu bem vai embora.
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Minervina Ferreira
Se quer partir vá , sujeito
Eu fico no nosso abrigo
Só uma coisa eu lhe digo
Se voltar eu não aceito
Cada um tem o direito
De buscar sua melhora
Mas se surgir a piora
Procure um outro lugar
Não pense que eu vou chorar
Porque você foi embora.
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