quarta-feira, 20 de maio de 2015

A POESIA DE CARLOS PENA FILHO...



SONETO DO DESMANTELO AZUL 

(Carlos Pena Filho)


Então, pintei de azul os meus sapatos

por não poder de azul pintar as ruas,

depois, vesti meus gestos insensatos

e colori as minhas mãos e as tuas,



Para extinguir em nós o azul ausente


e aprisionar no azul as coisas gratas,


enfim, nós derramamos simplesmente


azul sobre os vestidos e as gravatas.



E afogados em nós, nem nos lembrarmos


que no excesso que havia em nosso

espaço


pudesse haver de azul também cansaço.



E perdidos de azul nos contemplamos


e vimos que entre nós nascia um sul


vertiginosamente azul: Azul.


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