sexta-feira, 22 de maio de 2015

A POESIA DE CAMÕES...



O tempo acaba o ano, o mês e a 

hora


O tempo acaba o ano, o mês e a 

hora,


A força, a arte, a manha, a 

fortaleza;


O tempo acaba a fama e a riqueza,


O tempo o mesmo tempo de si 

chora;



O tempo busca e acaba o onde mora


Qualquer ingratidão, qualquer 

dureza;


Mas não pode acabar minha 

tristeza,


Enquanto não quiserdes vós, 

Senhora.


O tempo o claro dia torna escuro


E o mais ledo prazer em choro

triste;


O tempo, a tempestade em grão

bonança.


Mas de abrandar o tempo estou

seguro


O peito de diamante, onde consiste


A pena e o prazer desta esperança.


Luís de Camões





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